terça-feira, maio 15, 2007

Notícias - 14 de Maio 2007 – traduzidas pela Margarida

The Jakarta Post - Monday, May 14, 2007

Editorial: Timor Leste's direction

O Presidente eleito de Timor-Leste José Ramos-Horta e o Presidente Indonésio Susilo Bambang Yudhoyono foram rápidos a discutir questões bilaterais quando Yudhoyono telefonou a Ramos-Horta na Sexta-feira para o congratular por tersido eleito o segundo presidente de Timor-Leste.

Ramos-Horta indicou que fará a sua primeira visita ao estrangeiro a Jacarta, mostrando entender perfeitamente que apesar da amarga experiência do seu país durante os 24 anos de ocupação pela Indonésia, que Timor-Leste não tem outra escolha senão concentrar-se no futuro. Como vizinhos próximos, Indonésia e Timor-Leste têm de aprender a trabalhar juntos para benefício mútuo, independentemente da dificuldade dos seus problemas.

A AFP citou Ramos-Horta como tendo dito no Sábado que os dois líderes discutiram a introdução de um novo sistema para facilitar o cruzamento da fronteira terrestre entre os dois países, o que ajudará a reforçar o comércio bilateral.

A conversa com o Presidente Yudhoyono "foi também a oportunidade para falar de questões do maior interesse para relações bilaterais ", citou a agência noticiosa do presidente eleito de Timor-Leste.

A determinação de Ramos-Horta para reforçar as relações bilaterais com a Indonésia será reforçada se o presidente de saída Xanana Gusmão atingir a sua ambição de se tornar primeiro-ministro no próximo mês. Apesar de o cargo presidencial ser largamente cerimonial, em alturas cruciais o presidente pode tomar decisões substanciais.

Ao mesmo tempo que é importante levar à justiça todos os responsáveis pelos abusos de direitos humanos durante a violência em Timor-Leste depois do referendo da independência em 1999, quando as forças militares Indonésias (TNI) tinha a seu cargo a segurança no território, é ainda mais importante que os dois países foquem a sua atenção na construção de fortes e sustentadas relações no futuro, especialmente no que diz respeito às trocas económicas, sociais e culturais.

Pelo menos, actualmente, parece que Timor-Leste precisa mais da Indonésia do que a Indonésia precisa da sua antiga província. A Indonésia ainda não tem interesses estratégicos no seu novo vizinho. Além disso, a Indonésia é predominantemente uma nação muçulmana enquanto Timor-Leste é predominantemente católica, o que significa a curto prazo que é difícil a muitos Indonésios ficarem ligados ao pequeno Estado.
Mas uma coisa é certa, um Timor-Leste pacífico e próspero beneficiará a Indonésia, especialmente East Nusa Tenggara e as províncias à volta. Qualquer turbulência política no país vizinho afectará imediatamente East Nusa Tenggara, como se viu no ano passado quando dezenas de milhares de pessoas fugiram durante uma rebelião armada contra Dili.

A Indonésia precisa de pôr de lado a sua amargura de poder colonial falhado e de olhar para o futuro, especialmente em como pode ajudar o seu antigo território.

A língua Indonésia mantém-se como a segunda língua mais importante em Timor-Leste, depois do Tétum, enquanto o Português, que é uma das línguas nacionais, é usado por menos de 5 por cento do cerca de um milhão de habitantes. Jacarta precisa de fazer um investimento social para promover a língua e cultura Indonésia em Timor-Leste, de modo a manter a sua influência nas gerações futuras.

A Indonésia tem uma obrigação moral em ajudar a nova nação, porque foi responsável dos sofrimentos porque passaram pessoas que nunca pediram a Jacarta para as "integrar" na Indonésia.

Entretanto, o sucesso de Timor-Leste em organizar eleições presidenciais democráticas e pacíficas merece elogio, apesar da presença forte da ONU ter também contribuído para esse sucesso.

Menos de oito anos depois da sangrenta separação da Indonésia, a mais jovem nação do mundo provou ao mundo que apesar do seu pequeno tamanho, e dificuldades económicas, Timor-Leste pode manter o seu nome na lista das nações democráticas do mundo.

Há expectativas altas que a seja eventualmente seja capaz de acelerar o seu desenvolvimento económico com os rendimentos das explorações do gás e do petróleo no Mar de Timor.

Espera-se que Ramos-Horta e Gusmão trabalhem mão na mão para construir um futuro melhor para o seu povo, a maioria do qual vive ainda na pobreza. Esperamos que evitem que Timor-Leste se ja um Estado falhado.

Congratulamos o novo presidente. É do interesse de todos vermos um Timor-Leste rico e com sucesso.


AFP/SBS Radio (Australia) – 14.5.2007. 19:00

Reinado 'oferece render-se '

O amotinado foragido major Alfredo Reinado escreveu ao Presidente de saída de Timor-Leste Xanana Gusmão pedindo oferecer a rendição.

Reinado, que há meses se evade duma caça ao homem liderada por tropas internacionais e que é criticado pelo seu papel no desassossego mortal do ano passado no inquieto Estado, repetiu a sua intenção de entregar se forem paradas as operações militares contra ele.

O próximo presidente José Ramos Horta foi citado pelo jornal Timor Post como tendo dito que Reinado enviou a carta a Gusmão à volta de uma semana atrás, quando a pequena nação se preparava para eleger um novo presidente.

"Ele (Gusmão) confirmou que ele (Reinado) quer enfrentar a justiça, quer encontrar-se com representantes da igreja e estabelecer contactos para negociar ... obter condições onde se possa entregar," disse Ramos Horta.

Reinado esteve no centro de receios de que desassossegos pudessem manchar as eleições da nação, que Ramos-Horta ganhou na segunda volta.

Mas o foragido prometeu que não perturbaria as eleições, e em vez disso pediu negociações para a sua rendição. Ramos Horta apoiou o seu pedido durante a campanha eleitoral para se parar a caça ao homem, desencadeando acusações de que estava a tentar obter os votos dos apoiantes de Reinado, principalmente jovens alienados e grupos étnicos do oeste.

Reinado tem estado em fuga desde que tropas lideradas pelos Australianos atacaram o seu esconderijo na montanha em Março. Cinco dos seus apoiantes armados foram mortos durante a ofensiva falhada, o que provocou protestos.

O foragido anteriormente tinha sido culpado em parte pelo desassossego do ano passado depois de ele e outros terem liderado 600 soldados a desertarem das forças armadas com queixas de discriminação.

Os soldados foram despedidos pelo então primeiro-ministro, o que provocou tiroteios entre facções dos militares que degeneraram em violência de gangs.

Pelo menos 37 pessoas foram mortas, outras 150,000 deslocadas e tropas internacionais lideradas pelos Australianos foram despachadas para restaurar a segurança.

O governo aprovou a caça ao homem em Fevereiro depois de Reinado ter atacado vários postos de polícia de fronteira e terem fugido com dúzias de armas.

1 comentário:

Anónimo disse...

Jacarta precisa de fazer um investimento social para promover a língua e cultura Indonésia em Timor-Leste, de modo a manter a sua influência nas gerações futuras

Por quê? Embora o ensino e a aprendizagem de outras línguas sejam importantes, o indonésio continuara de ser uma língua importante de comércio. Entanto, a maior ameaça àquela língua não vem do tétum nem o português, vem do inglês!

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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