terça-feira, maio 15, 2007

Apoiantes da FRETILIN atacados em Timor-Leste

FRENTE REVOLUCIONÁRIA DO TIMOR-LESTE INDEPENDENTE
FRETILIN

Comunicado de Imprensa
Terça-Feira, 15 de Maio de 2007

O secretário geral do partido FRETILIN, Dr. Mari Alkatiri, disse hoje que os militantes e apoiantes da FRETILIN têm sido atacados, em várias partes do país, depois de José Ramos-Horta ter sido eleito Presidente da República Democrática de Timor-Leste.

Dr Alkatiri tem informações detalhadas sobre os ataques à propriedade e pessoas, e também de actos de intimidação que têm ocorrido em quatro distritos.

"Nos últimos dias, muitos militantes da FRETILIN têm sido intimidados e suas casas têm sido queimadas, nos distritos de Ermera e Liquiça, no enclave de Oecussi e no distrito de Baucau".


"No distrito de Ermera, vários dos nossos militantes foram feridos, e um deles teve que ser trazido para o hospital em Dili, para tratamento médico", disse o Dr Alkatiri.

Dr Alkatiri disse também que os ataques contra a FRETILIN são totalmente inaceitáveis e exigiu que a Polícia das Nações Unidas investigue, para que os perpetradores possam ser levados à justiça.

"Os nossos militantes e apoiantes continuam a ser vítimas da violência," disse Dr Alkatiri. "Porque será que a Polícia das Nações Unidas e as Forças Internacionais são incapazes de providenciar segurança?

"Isto tem acontecido desde o início da crise em 2006, quando os nossos militantes e apoiantes foram alvos específicos, como forma de destruírem a base do partido e deitarem abaixo o governo democraticamente eleito.

"Os ataques aos militantes e apoiantes da FRETILIN continuam, para intimida-los antes das eleições legislativas, que será no dia 30 de Junho de 2007. É a mesma estratégia adoptada, pelos adversários da FRETILIN, durante as eleições presidenciais.

Alkatiri informou que as intimidações que têm ocorrido no distrito de Liquiça têm sido realizadas por membros de um grupo sob o comando de um desgraçado ex-sargento militar, Vicente da Conceição (Railós), que foi o principal oficial de campanha de José Ramos-Horta, durante as eleições presidenciais, naquele distrito.

"Railós e o seu grupo intimidaram os nossos votantes durante a campanha para as eleições presidencias, e continuam a fazê-lo para as eleições legislativas. Isto tem que parar".
Railós foi retirado das Forças Armadas de Timor-Leste (F-FDTL) em 2004, por desvio de fundos, e foi recomendado em Outubro de 2006, pela Comissão Especial de Inquérito Independente das Nações Unidas, a ser processado pela sua ligação com a morte à tiro de várias pessoas, em Maio de 2006.

Diz-se haver um mandato de captura à Railós, mas até hoje não foi executado.

Para mais informações:

Jose Teixeira (+670) 728 7080 (Dili, Timor-Leste)

www.fretilin-rdtl.blogspot.com
www.timortruth.com

3 comentários:

Anónimo disse...

Mais acusações. Num país jovem e frágil, onde os cidadãos ainda têm fresco na memória os anos de violência e opressão, os políticos continuam a contribuir para que não haja estabilidade.
Daqui a pouco virá o outro lado. Virão dizer que os timorenses de bem estão a ser intimidados por homens armados a comando da Fretilin. Afinal a história repete-se.
Esperemos que daqui a uns meses não tenhamos outro ministro culpado de autoria moral de crimes. E outro 'operacional', de arma em punho, clamando ao mundo a sua inocência.
Enfim...

Anónimo disse...

Como se vê a táctica de agora é exactamente a mesma de antes: acusam a Fretilin de fazerem aquilo que eles fazem. Exactamente o mesmíssimo que o XG fazia e faz - o especialista dos discursos de ódio e divisionistas -, sempre a acusar a Fretilin das divisões que ele próprio causava.
Mas a realidade acaba – infelizmente! – por nos abrir os olhos, pois apenas entram nos hospitais membros da Fretilin. Aliás como no ano passado apenas seguidores da Fretilin (ou apenas suspeitos de o serem) tiveram as casas e os negócios atacados, foram obrigados a fugir para salvar a vida e apenas eram da Fretilin os feridos na primeira volta que tiveram que procurar apoio hospitalar.
Isto é intolerável, anti-democrático e criminoso. A Unpol e a PNTL têm de actuar e estabelecer a lei e a ordem. Era o que faltava que apenas por terem as suas ideias que haja cidadãos Timorenses a serem perseguidos por outros Timorenses.
Mas a realidade abre os olhos a quem de facto está disponível para a ver. Os auto-convencidos e os preconceituosos farão sempre as amálgamas do costume, metendo no mesmo saco vítimas e agressores e tratando como fait-divers esta absoluta falta de respeito pelas vidas e propriedades de Timorenses. Mas de zarolhos e cínicos conhecemos quanto baste, dado que é praga universal e muito selectiva nas suas indignações e nas causas que abraça e definitivamente o patriotismo agora não está na moda, mas à medida que se aproximar o dia das eleições vamos vê-los todos a afirmarem-se mais patriota que o parceiro nos interesseiros piscares de olho da estação eleitoral.

Anónimo disse...

Ao colega Mane, algumas observações:

Não se esqueça que até agora (e já lá vai um ano) só um elemento da Fretilin foi julgado e condenado - Rogério Lobato. E não foi por os outros serem uns santinhos.

Independentemente de estas declarações de Alkatiri serem verdadeiras ou falsas, o facto indesmentível é que a violência continua. Primeiro, diziam que a violência iria parar quando Alkatiri se fosse embora (Alkatiri tun! - lembra-se dos slogans?). Diziam que a origem da violência estava no descontentamento do povo, com fome e sem trabalho. Entretanto, Alkatiri renunciou, mas a violência continuou com Ramos Horta, durante 10 meses. Veio então a desculpa de que RH não podia fazer nada porque o Governo era da Fretilin. Isto apesar de RH ter aceite voluntariamente o "fardo", sabendo perfeitamente o que o esperava, e de ter prometido mundos e fundos no discurso da sua posse (vd. transcrição recente que publiquei neste blog). Então, foi a vez de dizerem (incluindo o próprio) que RH iria salvar o povo se fosse eleito Presidente. Ei-lo já eleito e a violência continua, confirmada pela UNPOL.

Falta a desculpa de que só com o CNRT no Governo e Xanana 1º Ministro é que tudo vai ficar normalizado - muito brevemente é isto que ouviremos.

E é assim que, de desculpa em desculpa, os detractores de Alkatiri e do seu Governo vão fazendo uma grande ginástica para não terem que admitir que Xanana e seu grupo estavam errados quando demagogicamente fizeram crer que tudo - o fim da violência, emprego para todos, comida com fartura, etc. - dependia única e exclusivamente do afastamento de Alkatiri e da substituição da Fretilin no Governo.

Daqui a um par de anos, quando o povo começar a perceber que foi enganado, aqui nos encontraremos de novo para recordar estas minhas palavras...

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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