quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Cerco a Reinado continua, 24 horas depois

Díli, 28 Fev (Lusa) - Um dia depois das forças australianas terem cercado o major Alfredo Reinado, em Same, a sul de Díli, exigindo a sua rendição, a situação mantém-se hoje num impasse, sem qualquer troca de tiros, disseram à Lusa fontes locais.

"Durante a noite, manhã e princípio da tarde não houve nada e não se registaram tiros", contou à Lusa o deputado independente Leandro Isaac, que se encontra nas instalações do antigo posto português na cidade, a 81 quilómetros para sul da capital, onde Reinado estava entrincheirado.
A mesma informação foi confirmada à Lusa por fonte policial e por autoridades locais.

Helicópteros australianos sobrevoaram terça-feira de forma permanente a região de Same, tendo Leandro Isaac afirmado recear um ataque durante a madrugada, o que não aconteceu.
Leandro Isaac adiantou que se mantém ao lado do major rebelde, "à semelhança de toda a população de Same", e explicou que tem "fortes razões para temer" pela sua segurança.

O deputado adiantou que Alfredo Reinado "está no mato" a comandar "o seu grupo de tropas" e a tentar fugir das forças australianas no terreno. "Não está em nenhum edifício. Está no posto mais avançado", disse, sem especificar o posto a que se referia".

Em entrevista à Agência Lusa, o comandante das Forças de Estabilização Internacionais (ISF) estacionadas em Timor-Leste, brigadeiro Mal Rerden, afirmara terça-feira que a rendição era a única opção que resta ao major timorense Alfredo Reinado.

O brigadeiro Mal Rerden sublinhou ainda que "Reinado é claramente uma figura significativa nesta situação".

A situação em Timor-Leste agravou-se na sequência do ataque perpetrado domingo pelo major Alfredo Reinado, antigo comandante da Polícia Militar timorense, a três postos da polícia junto à fronteira com a Indonésia, o que levou segunda-feira o Presidente timorense, Xanana Gusmão, a ordenar a captura e prisão do oficial rebelado.

Os soldados australianos cercaram terça-feira na cidade de Same elementos suspeitos de pertencerem ao grupo do major Reinado, entre os quais estará o próprio militar revoltoso.
As ISF estão a conduzir operações em todos os 13 distritos do país, tendo em vários deles as operações sido reforçadas em apoio ao recenseamento eleitoral.

Elementos vão passar a estar em permanência em Lospalos (leste) e em Gleno e Ainaro (Centro).

Além desta mobilização permanente, as ISF farão patrulhas nos distritos de Aileu, Maubisse, Manatuto, Liquiçá, Viqueque e Maliana através de veículos ou de helicóptero.

JCS/PRM/CMP/ASP/JPA-Lusa/Fim

8 comentários:

Anónimo disse...

Major Reinado garante que prefere morrer a render-se
Jornal de Notícias, 28/02/07

A Fretilin acusou o major Alfredo Reinado, que ontem foi cercado pelas forças internacionais e que disse preferir morrer a render-se, de querer parar o processo eleitoral com os seus recentes ataques às esquadras da Polícia, no interior sul de Timor-Leste, de onde roubou 17 armas.

"Os assaltos às três esquadras fazem parte de uma orquestração destinada a criar uma atmosfera de instabilidade e terror para parar o processo eleitoral", afirmou Sahe da Silva, porta-voz da Fretilin, num comunicado divulgado ontem ao fim do dia e onde alertava para a necessidade de se prender o mais rápido possível Reinado para "acabar a instabilidade e o terror".

Sahe da Silva alerta que os homens de Reinado pertencem a um grupo de opositores da Fretilin. "Estão preocupados por termos o apoio da maioria da população e, por isso, querem usar a violência para exigir o adiamento das eleições presidenciais" marcadas para o próximo dia 9 de Abril, acrescenta Sahe da Silva, que teme que os dirigentes da Fretilin tenham a sua vida ameaçada pelos homens de Reinado.

"Esta charada já foi longe de mais. Ele deve ser capturado e levado à justiça", acrescentou o porta-voz da Fretilin, que acusou o antigo comandante da Polícia Militar timorense de ter mantido contactos com as forças australianas desde Agosto último, em que fugiu da cadeia de Díli

E desde então, Reinado e algumas dezenas de polícias e militares expulsos após a rebelião de Maio refugiaram-se nas montanhas do interior sul de Timor-Leste, onde ontem foram cercados por soldados australianos das Forças Internacionais de Estabilização (FIE).

"Só lhe resta a rendição", afirmou o brigadeiro Mel Rerden à agência Lusa. "O Governo timorense tomou uma decisão corajosa em tentar uma solução pacífica", acrescentou o comandante da força internacional que ontem sobrevoou a zona onde estava refugiado Reinado com os seus homens, nos arredores da cidade de Same, no Sul do país.

Na resposta ao repto do brigadeiro Rerden, o deputado independente Leandro Isaac diz que telefonou a Reinado e que aquele lhe terá garantido"Render-me, nunca. Prefiro morrer".

Perfil Alfredo Reinado

Idade 40 anos



Situação Major, fugitivo desde Agosto do ano passado


O antigo comandante da Polícia Militar timorense Alfredo Reinado, de 40 anos, volta a ser notícia pela negativa. Em Agosto do ano passado fugiu da cadeia onde estava detido após chefiar a rebelião de Maio que culminou com a matança de 21 pessoas, na sua maioria polícias que o queriam capturar. Então, conseguiu com o seu protesto armado levar à demissão do então primeiro-ministro Mari Alkatiri. Rendeu-se após se submeter às ordens do carismático presidente Xanana Gusmão, que pediu ajuda à Comunidade Internacional para organizar o seu corpo policial e militar. Agora, o mais célebre fugitivo timorense que nunca integrou a resistência que lutou pela independência, sucumbe à tentação de querer ser um desajeitado Robin dos Bosques com o seu séquito de sessenta rebeldes nos montes da ilha. Educado na Austrália (a sua mulher trabalha na embaixada australiana em Díli), é tido por alguma imprensa australiana como um "fanfarrão" visto como herói por muitos timorenses.
http://jn.sapo.pt/2007/02/28/mundo/major_reinado_garante_prefere_morrer.html

Anónimo disse...

Australianos cercam Reinado em Same
Diário de Notícias, 28/02/07


Armando Rafael
O major Alfredo Reinado, cuja captura foi ordenada pelas autoridades timorenses, estava ontem cercado pela Força de Estabilização Internacional (ISF) em Same, localidade situada a cerca de 80 quiló- metros de Díli. Um facto que torna mais credível o cenário de um assalto das tropas australianas, apesar de o antigo comandante da Polícia Militar (PM) de Timor-Leste estar, segundo o DN apurou, rodeado de dezenas de populares. Parte deles participou numa manifestação de apoio ao foragido, refugiando-se na casa do administrador do distrito.

O que talvez explique as declarações do comandante das forças militares australianas, brigadeiro-general Mal Rerden, quando ontem à tarde afirmava que Reinado só tinha uma saída - a rendição. Uma declaração que deixa pressupor que ainda haveria um compasso de espera, destinado a negociações, antes das forças internacionais passarem à acção. Até porque o rebelde timorense e aqueles que o rodeiam sabem que o tempo não lhes é favorável, à medida em que a água e a comida forem escasseando, estando, como aparentam, totalmente cercados.

Mesmo que o deputado Leandro Isaac - eleito pelo PSD de Mário Carrascalão e que, entretanto, passou a independente - se desdobrasse em entrevistas para garantir, a partir de Same, que Reinado não se encontrava no local cercado pelos australianos. E que, além disso, contava com a ajuda de muitos dos 600 peticionários que há um ano foram expulsos das forças armadas timorenses (F-FDTL), dando origem a uma crise que se prolongou por vários meses e que acabou com a substituição de Mari Alkatiri no cargo de primeiro-ministro.

O problema é que as informações de Leandro Isaac têm sido desmentidas pela realidade. A começar pela questão dos peticionários, que Alfredo Reinado sempre se ofereceu para liderar, sem sucesso algum, não havendo, pois, razões para que eles se encontrem hoje ao lado de alguém, cuja captura foi ordenada pelo Presidente Xanana Gusmão e apoiada por todos os quadrantes políticos timorenses.

Mais complexa é a afirmação do mesmo deputado, desmentindo que Alfredo Reinado esteja cercado, quando é o antigo comandante da PM que dá a a entender à televisão australiana que não tem grandes hipóteses de fuga, garantindo, apesar disso, que não tenciona render-se e que está preparado para morrer. Sobretudo se as tropas australianas tentarem um golpe de mão, reforçando a tese já exposta por Isaac de que se trata de uma luta de David (Reinado) contra Golias (Austrália), e procurando, com este tipo de slogan, puxar pela animosidade crescente dos timorenses face às tropas australianas, que parecem temer agora algumas retaliações esporádicas. Nomeadamente em Díli, onde as suas forças estão mais expostas. Ao ponto de Camberra estar preparada para retirar as pessoas que trabalham para as organizações internacionais ou que se encontram em Timor-Leste, ao abrigo de diferentes acordos de cooperação.

Uma medida preventiva que abrange igualmente os cooperantes portugueses, cinco dos quais foram ontem retirados de Same, onde davam aulas, e transportados para Díli, sob protecção australiana.

Resta saber quanto tempo mais é que irá durar este braço-de-ferro que está a verificar-se em Same, região de onde é natural a família da segunda mulher de Alfredo Reinado, explicando as razões porque o antigo comandante da PM se refugiou naquela localidade e até a natureza dos apoios que ali recebeu.
http://dn.sapo.pt/2007/02/28/internacional/australianos_cercam_reinado_same.html

Anónimo disse...

Correio da Manhã, 2007-02-28 - 00:00:00

Timor-Leste - Major Alfredo Reinado está cercado na mata
Não me vou render
O clima de instabilidade e de medo regressou a Timor-Leste. Em causa, a fuga do major Alfredo Reinado que, acompanhado por centenas de peticionários, se encontra entrincheirado numa colina da cidade de Same, no Sul do país.
O grupo está cercado por tropas australianas das Forças de Estabilização Internacionais (ISF) e, segundo o deputado independente Leandro Isaac, Alfredo Reinado já disse que está “disposto a morrer” mas que “não se vai render”.

A situação, que está a tomar proporções graves e cujas consequências são imprevisíveis uma vez que Reinado conta com o apoio da população de Same, levou o primeiro-ministro Ramos-Horta a pedir ao presidente indonésio, Susilo Bambang, ajuda para capturar o fugitivo. O chefe do governo pediu também a Bambang para que, caso o major seja capturado em território indonésio, seja entregue às autoridades timorenses.

Portugal está a seguir “atentamente” e com “preocupação” o caso. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, afirmou que “as autoridades timorenses estão a agir em colaboração com a ONU para normalizar a situação, sendo este mesmo o desejo de Portugal”.

Recorde-se que a situação em Timor-Leste se agravou na sequência do ataque perpetrado no passado domingo pelo major Alfredo Reinado, antigo comandante da Polícia Militar, a três postos da polícia junto à fronteira com a Indonésia, o que levou o presidente Xanana Gusmão a ordenar a sua captura e prisão.

O oficial rebelde e os seus homens refugiaram-se em Same, interior sul de Timor-Leste. “Estamos todos cercados, as mulheres e as crianças fugiram para o mato e o major Alfredo está a organizar a vigilância e defesa de Same, mas está disposto a morrer e nunca se vai render”, disse Leandro Isaac. O deputado, que garante que o major “tem o apoio do povo de Same”, reforçou a ideia da determinação de luta do major rebelde sublinhando que “rendição é uma palavra que não existe no vocabulário de Reinado”.

Contudo, o comandante das ISF, brigadeiro Mal Rerden, disse que a rendição é a única opção que resta ao major. O brigadeiro australiano recusou fornecer pormenores operacionais.

O advogado do major, Luís Mendonça de Freitas, afirmou por seu turno que a “única via para solução do caso é o diálogo e convencer Alfredo Reinado das vantagens de se apresentar e de colaborar com a Justiça”. Caso contrário, sublinhou, “a alternativa militar é terrível e imprevisível”.

A Fretilin, partido no poder, afirmou que o major pretende “espalhar o terror e parar o processo eleitoral” da votação para as presidenciais, marcada para 9 de Abril próximo

PROFESSORES PORTUGUESES FOGEM DE SAME

Os cinco professores portugueses que se encontravam em Same, cidade onde o major Reinado e apoiantes estão cercados por tropas australianas, estão bem e saíram da zona sem problemas, disse um dos elementos do grupo. Os professores portugueses receberam ordem para abandonar a zona, e foram acompanhados pela polícia das Nações Unidas. O major Alfredo Reinado está entrincheirado no antigo posto do administrador português, situado numa colina no meio da cidade de Same, segundo habitantes da cidade que também foram obrigados a deixar o local. Reinado, que está acompanhado por “muitos, muitos, muitos peticionários”, segundo o deputado independente Leandro Isaac, está “fortemente armado”, de acordo com um dos habitantes. Cerca de 150 habitantes de Same desfilaram pela rua principal da cidade, gritando palavras de apoio ao major Alfredo Reinado. O pessoal civil das Nações Unidas foi “aconselhado a não permanecer na área”, segundo uma fonte da missão internacional, e os professores portugueses saíram do distrito antes mesmo do cerco das Forças de Estabilização Internacionais.
Carlos Menezes com agências
http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=232716&idselect=91&idCanal=91&p=200

Anónimo disse...

Timor-Leste: Cerco a Reinado continua

Um dia depois das forças australianas terem cercado o major Alfredo Reinado, em Same, a sul de Díli, exigindo a sua rendição, a situação mantém-se hoje num impasse, sem qualquer troca de tiros, disseram à Lusa fontes locais.
«Durante a noite, manhã e princípio da tarde não houve nada e não se registaram tiros», contou à Lusa o deputado independente Leandro Isaac, que se encontra nas instalações do antigo posto português na cidade, a 81 quilómetros para sul da capital, onde Reinado estava entrincheirado.
A mesma informação foi confirmada à Lusa por fonte policial e por autoridades locais.
Helicópteros australianos sobrevoaram terça-feira de forma permanente a região de Same, tendo Leandro Isaac afirmado recear um ataque durante a madrugada, o que não aconteceu.
Leandro Isaac adiantou que se mantém ao lado do major rebelde, «à semelhança de toda a população de Same», e explicou que tem «fortes razões para temer» pela sua segurança.
O deputado adiantou que Alfredo Reinado «está no mato» a comandar «o seu grupo de tropas» e a tentar fugir das forças australianas no terreno.
«Não está em nenhum edifício. Está no posto mais avançado», disse, sem especificar o posto a que se referia.
Em entrevista à Agência Lusa, o comandante das Forças de Estabilização Internacionais (ISF) estacionadas em Timor-Leste, brigadeiro Mal Rerden, afirmara terça-feira que a rendição era a única opção que resta ao major timorense Alfredo Reinado.
O brigadeiro Mal Rerden sublinhou ainda que «Reinado é claramente uma figura significativa nesta situação».
A situação em Timor-Leste agravou-se na sequência do ataque perpetrado domingo pelo major Alfredo Reinado, antigo comandante da Polícia Militar timorense, a três postos da polícia junto à fronteira com a Indonésia, o que levou segunda-feira o Presidente timorense, Xanana Gusmão, a ordenar a captura e prisão do oficial rebelado.
Os soldados australianos cercaram terça-feira na cidade de Same elementos suspeitos de pertencerem ao grupo do major Reinado, entre os quais estará o próprio militar revoltoso.
As ISF estão a conduzir operações em todos os 13 distritos do país, tendo em vários deles as operações sido reforçadas em apoio ao recenseamento eleitoral.
Elementos vão passar a estar em permanência em Los Palos (leste) e em Gleno e Ainaro (Centro).
Além desta mobilização permanente, as ISF farão patrulhas nos distritos de Aileu, Maubisse, Manatuto, Liquiçá, Viqueque e Maliana através de veículos ou de helicóptero.
Diário Digital / Lusa
28-02-2007 7:40:49
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=10&id_news=264937

Anónimo disse...

Reinado diz ter «vergonha» de Xanana e exige saída da GNR

O major rebelde timorense Alfredo Reinado, cercado por tropas australianas em Same, a sul de Díli, disse hoje à Lusa ter «vergonha» de Xanana Gusmão e exigiu o «regresso a casa» dos efectivos da GNR estacionados em Timor-Leste.
«Sinto tristeza e vergonha de ter um líder como o senhor Xanana, que não pensa duas vezes, que não quis saber a realidade e que agiu antes de pensar mandando uma força internacional contra mim», disse à Lusa, num contacto telefónico.
Reinado, que pediu para o diálogo ser em inglês - afirmando que já perdeu a sua «costela» de português - afirmou que não existe qualquer mandado de captura para a sua prisão e que, por isso, a ordem de actuação dada às tropas australianas para o cercarem «é ilegal».
«Eu não me rendi nunca porque até aqui os meus direitos não foram respeitados. Porque é que isto não ficou nas mãos da justiça? Porque não há um mandado para a minha captura? Porquê enviar tropas», questionou.
«A Austrália não tem autorização para intervir na justiça de Timor-Leste. Onde está a soberania e a dignidade deste país e dos seus líderes?», perguntou.
Reinado, que está no centro de Same cercado desde terça-feira por efectivos militares australianos, criticou igualmente Portugal, afirmando que deve retirar de imediato o seu contingente da GNR no terreno.
Questionado directamente sobre que mensagem tinha para Portugal, Reinado foi peremptório: «Go home».
«Porquê mandar a GNR para aqui, par se tornarem em soldados contratados do Mari Alkatiri, para servir os seus interesses?», questionou.
«Isso vai destruir a relação entre os nossos países. Chamem-nos para casa depressa», afirmou.
Diário Digital / Lusa
28-02-2007 9:49:00
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=10&id_news=264966

Anónimo disse...

O cerco a Reinado por parte das forças Australianas, visa terminar com o conluio entre as forças Australianas e o grupo de Reinado. O factor do medo de revoltas e de luta com factor de não prende ro Major Reinado é uma pura falácia, uma vez que a GNR capturou-o já uma vez e estiveram caladinhos. portanto quem tem olhos na cara sabe que que essa é uma falsa questão. A verdadeira questão neste moemento trata-se de eliminar a figura do destabilizador e retira-lo de cena, uma vez que já não necessitam dele. No entanto esta jogada poderá ser perigosa para os australianos, uma vez que a população começa a desejar a sua saida. Se Reinado se entregar a mal e houver luta, o povo timorenses poderá deixar de apoiar a presença australiana em Timor, podendo levar à sua saida.

Anónimo disse...

Entrevista telefónica à Lusa
Major Reinado diz que Xanana o envergonha enquanto líder
28.02.2007 - 10h39 Lusa

O major Reinado, cercado por tropas australianas na vila de Same, a sul de Díli, disse hoje ter "vergonha" de Xanana Gusmão, afirmando numa entrevista à Lusa que os efectivos portugueses da GNR devem regressar a casa.
"Sinto tristeza e vergonha de ter um líder como o senhor Xanana, que não pensa duas vezes, que não quis saber da realidade e que agiu antes de pensar mandando uma força internacional contra mim", disse à Lusa, num contacto telefónico.

Reinado, que pediu para a entrevista ser em inglês - afirmando que já perdeu a sua "costela" de português - afirmou que não existe qualquer mandado de captura para a sua prisão e que, por isso, a ordem de actuação dada às tropas australianas para o cercarem "é ilegal".

"Eu não me rendi nunca porque até aqui os meus direitos não foram respeitados. Porque é que isto não ficou nas mãos da justiça? Porque não há um mandado para a minha captura? Porquê enviar tropas", questionou.

"A Austrália não tem autorização para intervir na justiça de Timor-Leste. Onde está a soberania e a dignidade deste país e dos seus líderes?", questionou.

Reinado, que está no centro de Same cercado desde ontem por efectivos militares australianos, criticou igualmente Portugal, afirmando que deve retirar de imediato o seu contingente da GNR no terreno.

Questionado directamente sobre que mensagem tinha para Portugal, Reinado foi peremptório: "Go home".

"Porquê mandar a GNR para aqui, para se tornarem em soldados contratados do Mari Alkatiri, para servir os seus interesses?", questionou. "Isso vai destruir a relação entre os nossos países. Que os chamem para casa depressa", afirmou.

Na entrevista à Lusa, Reinado negou ter atacado qualquer posto militar - uma acusação que motivou, por ordem da Presidência da República, a acção em curso em Same, a 81 quilómetros sul da capital, Díli.

"É uma grande mentira. Nunca ataquei ninguém. Fui como amigo, bebi café com eles, almocei com eles. Eles deram-me algumas armas mas para defender o povo. Ficaram com as suas pistolas nos coldres", afirmou.

"Alguns voluntariamente vieram comigo. Como se pode atacar um posto armado [...] sem som de disparos, sem ninguém ser ferido, sem confrontos, e a poucos metros da fronteira com a Indonésia e os indonésios não ouvirem nada", afirmou.

Reinado acusou ainda Xanana Gusmão de travar a transmissão de declarações feitas por si, ontem, e por outras pessoas que o acompanhavam, afirmando que "não deixaram que essas declarações fossem transmitidas".

"O senhor Xanana e o senhor Horta não queriam que isto fosse dito. Porquê fazer isso? É só propaganda, só mentiras. Que façam a investigação, que saibam verdadeiramente o que aconteceu", afirmou.

Questionado sobre o número de pessoas ou de armas que tem consigo, Reinado disse que "um militar não pode revelar esses dados", afirmando porém que "mais pessoas estão a caminho".

"Vocês vão ver. Virão mais pessoas. Voluntariamente. Porque eu estou a defender o povo. Não os interesses políticos", afirmou.

Relativamente ao cerco em curso, Reinado considera que se trata de uma tentativa clara de o neutralizar. "Penso que a razão desta acção é porque me querem abater. Querem fechar-me a boca, não querem que diga a verdade", afirmou. "Se não fosse para isso, porque estariam já a tomar estas acções? Sem negociações e sem investigações. Será que o melhor para resolver isto é mesmo com armas?", questionou.

Criticando duramente a liderança política timorense, Reinado atacou em particular Xanana Gusmão afirmando que "tem que se tornar um líder a sério, que respeita as pessoas e não um líder que serve o seu interesse pessoal".

À comunidade internacional apelou para que "respeite a soberania e a independência de Timor-Leste", afirmando que quem está no terreno "deve agir de forma humanitária e não envolver-se na política". "Amanhã, se eu ainda estiver vivo, e voltar a ver o nascer do sol, falamos mais", afirmou.

Em entrevista à Lusa, o comandante das Forças de Estabilização Internacionais (ISF) estacionadas em Timor-Leste, brigadeiro Mal Rerden, afirmara ontem que a rendição era a única opção que resta ao major timorense Alfredo Reinado.

O brigadeiro Mal Rerden sublinhou ainda que "Reinado é claramente uma figura significativa nesta situação".

A situação em Timor-Leste agravou-se na sequência do ataque perpetrado domingo pelo major Alfredo Reinado, antigo comandante da Polícia Militar timorense, a três postos da polícia junto à fronteira com a Indonésia, o que levou segunda-feira o Presidente timorense, Xanana Gusmão, a ordenar a captura e prisão do oficial rebelado.

Os soldados australianos cercaram ontem, na cidade de Same, elementos suspeitos de pertencerem ao grupo do major Reinado, entre os quais estará o próprio militar revoltoso.

As ISF estão a conduzir operações em todos os 13 distritos do país, tendo em vários deles as operações sido reforçadas em apoio ao recenseamento eleitoral.
http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1286886&idCanal=18

Anónimo disse...

Timor-Leste
Reinado diz ter 'vergonha' de Xanana Gusmão
O major Reinado, cercado por tropas australianas na vila de Same, a sul de Díli, disse hoje ter «vergonha» de Xanana Gusmão, afirmando numa entrevista que os efectivos da GNR devem regressar a casa

«Sinto tristeza e vergonha de ter um líder como o senhor Xanana, que não pensa duas vezes, que não quis saber a realidade e que agiu antes de pensar mandando uma força internacional contra mim», disse à Lusa, num contacto telefónico.
Reinado, que pediu para a entrevista ser em inglês - afirmando que já perdeu a sua «costela» de português - afirmou que não existe qualquer mandado de captura para a sua prisão e que, por isso, a ordem de actuação dada às tropas australianas para o cercarem «é ilegal».
«Eu não me rendi nunca porque até aqui os meus direitos não foram respeitados. Porque é que isto não ficou nas mãos da justiça? Porque não há um mandado para a minha captura? Porquê enviar tropas?», questionou.
«A Austrália não tem autorização para intervir na justiça de Timor-Leste. Onde está a soberania e a dignidade deste país e dos seus líderes?», questionou.
Reinado, que está no centro de Same cercado desde terça-feira por efectivos militares australianos, criticou igualmente Portugal, afirmando que deve retirar de imediato o seu contingente da GNR no terreno. Questionado directamente sobre que mensagem tinha para Portugal, Reinado foi peremptório: «Go home».
«Porquê mandar a GNR para aqui, para se tornarem em soldados contratados do Mari Alkatiri, para servir os seus interesses?», questionou. «Isso vai destruir a relação entre os nossos países. Chame-nos para casa depressa», afirmou.
Na entrevista à Lusa, Reinado negou ter atacado qualquer posto militar - uma acusação que motivou, por ordem da presidência da República, a acção em curso em Same, a 81 quilómetros sul da capital, Díli.
«É uma grande mentira. Nunca ataquei ninguém. Fui como amigo, bebi café com eles, almocei com eles. Eles deram-me algumas armas mas para defender o povo. Ficaram com as suas pistolas nos coldres», afirmou.
«Alguns voluntariamente vieram comigo. Como se pode atacar um posto mais armado que tu, sem som de disparos, sem ninguém ser ferido, sem confrontos, e a poucos metros da fronteira com a Indonésia e os indonésios não ouvirem nada», afirmou.
Reinado acusou ainda Xanana Gusmão de travar a transmissão de declarações feitas por si, na terça-feira e por outras pessoas que o acompanhavam, afirmando que «não deixaram que essas declarações fossem transmitidas».
«O senhor Xanana e o senhor Horta não queriam que isto fosse dito. Porquê fazer isso? É só propaganda, só mentiras. Que façam a investigação, que saibam verdadeiramente o que aconteceu», afirmou.
Questionado sobre o número de pessoas ou de armas que tem consigo, Reinado disse que «um militar não pode revelar esses dados», afirmando porém que «mais pessoas estão a caminho».
«Vocês vão ver. Virão mais pessoas. Voluntariamente. Porque eu estou a defender o povo. Não os interesses políticos», afirmou.
Relativamente ao cerco em curso, Reinado considera que se trata de uma tentativa clara de o neutralizar.
«Penso que a razão desta acção é porque me querem abater. Querem fechar-me a boca, não querem que diga a verdade», afirmou.
«Se não fosse para isso, porque estariam já a tomar estas acções? Sem negociações e sem investigações. Será que o melhor para resolver isto é mesmo com armas?», questionou.
Criticando duramente a liderança política timorense, Reinado atacou em particular Xanana Gusmão afirmando que «tem que se tornar um líder a sério, que respeita as pessoas e não um líder que serve o seu interesse pessoal».
À comunidade internacional apelou para que «respeite a soberania e a independência de Timor-Leste», afirmando que quem está no terreno «deve agir de forma humanitária e não envolver-se na política».
«Amanhã, se eu ainda estiver vivo, e voltar a ver o nascer do sol, falamos mais», afirmou.
Em entrevista à Lusa, o comandante das Forças de Estabilização Internacionais (ISF) estacionadas em Timor-Leste, brigadeiro Mal Rerden, afirmara terça-feira que a rendição era a única opção que resta ao major timorense Alfredo Reinado.
O brigadeiro Mal Rerden sublinhou ainda que «Reinado é claramente uma figura significativa nesta situação».
A situação em Timor-Leste agravou-se na sequência do ataque perpetrado domingo pelo major Alfredo Reinado, antigo comandante da Polícia Militar timorense, a três postos da polícia junto à fronteira com a Indonésia, o que levou segunda-feira o Presidente timorense, Xanana Gusmão, a ordenar a captura e prisão do oficial rebelado.
Os soldados australianos cercaram terça-feira na cidade de Same elementos suspeitos de pertencerem ao grupo do major Reinado, entre os quais estará o próprio militar revoltoso.
As ISF estão a conduzir operações em todos os 13 distritos do país, tendo em vários deles as operações sido reforçadas em apoio ao recenseamento eleitoral.
Lusa/SOL
http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Internacional/Interior.aspx?content_id=23941

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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