terça-feira, novembro 07, 2006

Forças estrangeiras vão ter comando unificado - PM Ramos-Horta

Díli, 07 Nov (Lusa) - As forças estrangeiras estacionadas presentemente em Timor-Leste vão ter um comando unificado, disse hoje à Agência Lusa o primeiro- ministro timorense José Ramos-Horta.

O comando unificado, uma exigência do Parlamento Nacional, que aprovou a 2 7 de Outubro uma resolução nesse sentido, resultará do acordo tripartido que est á a ser ultimado entre o governo, as Nações Unidas e a Austrália, acrescentou Ra mos-Horta.


Aquele plano, que inclui a saída das forças armadas timorenses dos quartéi s em que se encontram acantonadas desde Maio, vai ser debatido no Conselho de Mi nistros de quarta-feira, revelou o chefe do governo à Lusa.

"Vou levar ao Conselho de Ministros o debate sobre o sector da segurança. Queremos ver, em particular, o acordo tripartido, que ainda estou a finalizar com a ONU e a Austrália, que vai reger a presença de forças estrangeiras no país", disse.

Actualmente, cerca de 1.000 polícias da ONU, de 19 nacionalidades diferent es, 1.000 militares australianos e 110 militares neozelandeses, estão em Timor-L este mas sob um comando bicéfalo, que na resolução aprovada pelo Parlamento Naci onal não representa uma mais valia no aumento da segurança, particularmente em D íli.

Nas declarações que fez hoje à Lusa, Ramos-Horta reconheceu que a criação de um comando unificado, conforme o referido acordo tripartido, retira argumentos aos que criticam o comando bicéfalo.

"É que temos sempre que dar tempo ao tempo e andar prudentemente, sem criarmos de repente um vazio", frisou.

"O que estamos a ensaiar agora no acordo tripartido dá muito mais poder de controlo em relação ao comando político e operacional do que se fosse uma missão de paz, uma força de paz da ONU", acrescentou.

Neste caso, sublinhou, "o poder ficaria todo nas mãos do representante esp ecial do secretário-geral da ONU".

Com o acordo tripartido essa situação não se verificará em virtude do envo lvimento das autoridades timorenses, Nações Unidas e da Austrália "nas decisões que terão de ser tomadas".

Ramos-Horta destacou que a participação timorense no comando unificado será feito através dos ministérios da Defesa e do Interior.

"Relacionado com isso vamos ver como reactivar, na sua plenitude, o papel das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste", vincou.

Nos primeiros dias de Maio, em plena crise político-militar, os efectivos das F-FDTL receberam ordens para se manterem nos quartéis, ficando desde então à margem dos actos de violência que, agora de forma menos intensa, ainda se regis tam.

Recentemente, José Ramos-Horta defendeu que, progressivamente, as F-FDTL p oderiam retomar a sua missão, exemplificando com a colocação de efectivos junto à fronteira com a Indonésia e o retomar de operações na parte leste do país.

A 01 de Novembro, em entrevista à Lusa, o brigadeiro-general Taur Matan Ru ak, comandante das F-FDTL, disse que as ideias do primeiro-ministro "são muito interessantes", mas acrescentou que ainda não havia nada de concreto, salientando caber aos políticos timorenses expor uma ideia mais substantiva.

"Depende daquilo que os nossos políticos acham que nós devemos fazer. Como sempre disse, somos uma das partes interessadas em que a situação do país melho re, até porque para chegarmos onde chegámos é nosso dever contribuirmos naquilo que é possível e naquilo que eles acham que nós podemos dar", afirmou.

"Já tive uma reunião com o primeiro-ministro. Ele tem uma série de ideias muito interessantes. Isso vai ter de ser ajustado de acordo com a nossa realidad e e ver o que podemos dar, dentro das nossas possibilidades e de acordo com o no sso estado de desenvolvimento", respondeu o brigadeiro-general.

EL-Lusa/Fim
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3 comentários:

Manuel Leiria de Almeida disse...

Esperem até ver quem é o comandante...

Anónimo disse...

Seja la quem for comandante o que interessa e que facam o trabalho com imparcialidade e em proveito da paz e de Timor.

Mau Coli

Anónimo disse...

Ramos Horta continua uma série de decisões sensatas. Neste caso, entendeu respeitar a vontade do PN e envidar esforços para um comando unificado. Isto prova que o argumento que Howard invocou para não submeter as suas forças ao comando da ONU não convenceu ninguém. Recordo que ele tinha afirmado que era muito mais eficaz ter um comando em Camberra do que em Nova Iorque. Afinal não foi bem isso que aconteceu...

No entanto, não entendi porque é que por um lado RH concorda com um comando unificado, mas por outro diz que o comandante não poderia ser o RESG. Quem será então o eleito?

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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