Expresso - 7 de Outubro de 2006
Nicole Guardiola
As causas do incêndio que deflagrou na madrugada de segunda-feira na sede da Fretilin em Díli estão a ser investigadas pela polícia timorense. Mas para o secretário-geral do partido do Governo, Mari Alkatiri, não há dúvidas de que foi fogo posto: ‘Recebemos ameaças anónimas e instalámos um piquete. O fogo começou ao amanhecer, quando o piquete foi descansar’, explicou ao Expresso.
A pronta intervenção dos bombeiros - ‘uma das poucas corporações que funciona bem aqui’ ironiza o ex-primeiro-ministro - limitou os estragos: só a cafeteria foi destruída.
Não é o primeiro incidente deste tipo contra edifícios ou membros do Governo, mas o ataque à sede principal da Fretilin tem uma carga simbólica reforçada. ‘Estão a provocar a Fretilin para desencadear reacções e uma espiral de violência’, opina Alkatiri, que se recusa a precisar quem são os supostos autores materiais e/ou morais desta ‘estratégia da tensão’. O ex-PM refere que a única solução é reforçar a autoridade do Estado e acabar com a impunidade, para o que a nova missão da ONU e a presença de uma polícia internacional capaz de ajudar a reorganizar e treinar as forças de segurança timorenses serão preciosas.
‘Infelizmente, nem todos os responsáveis políticos o entendem assim’, diz Alkatiri. Estas divisões terão estado na origem da renúncia do ex-Presidente de Cabo Verde, Mascarenhas Monteiro, ao cargo de representante do secretário-geral da ONU em Timor-Leste: ‘Compreendo a sua decisão, mas lamento-a. Perdemos um amigo dedicado e empenhado’.
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domingo, outubro 08, 2006
Ex-primeiro-ministro alerta para ‘estratégia de tensão’
Por Malai Azul 2 à(s) 09:47
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
13 comentários:
Afinal como se nota nas próprias palavras do senhor Alkatiri: "Estão a provocar a Fretilin para desencadear reacções e uma espiral de violência’, opina Alkatiri, ..."
Fica-se alertado que caso a FRETILIN reaja a "provocações", a espiral de violência pode consumar-se? O homem parece ter mesmo razão. Senhor Alkatiri não jogue tão denso que isso já não pega. Os deslocados só voltarão às suas casas quando houver segurança e essa o senhor não a conseguiu. Não será agora que vai acontecer. Que entrem em Timor-Leste forças da ONU e que os timorenses aprendam mas é a governar o seu povo! Ou estão à espera que com eleições possam mantenham o rendimento per capital miserável que vossa exa. teve tão bem o condão de gerir? E veja-se lá, até com grandes elogios de instituições "insuspeitas" (sic), não foi? É bonito, mas há quem não goste de ver as coisas assim.
Já anda o dito a negociar o relatório para não sair chamuscado? Mas já saiu! Ainda não percebi. Já está em campanha eleitoral? Boa sorte!
Vocês pensavam que era chegar, atear o fogo e logo se sentariam na cadeira do poder? Pois é a mim parece-me que as coisas estão complicadas para todos...
Vamos esperar então pela divulgação dos resultados do inquérito e ver que impacto terá na vida dos timorenses.
Espero que tudo se resolva e que os verdadeiros culpados desta crise sejam devidamente castigados.
Chega de brincar com o "fogo"!
O "fogo" não tem só uma direcção, propaga-se e a maior parte das vezes perde-se o controle, e arde também aqulo que não queremos ver a arder.
Boa sorte para todos pois gostaria muito de ver Timor-Leste erguido de novo.
Margarida, assisto diariamente as suas intervencoes e constata-me que v. esta a par de tudo.
Pelo menos assim podemos ter directamente a clarificacao de certas duvidas.
Alkatiri, SG da FRETILIN, continua com o mesmo estilo de discurso, a desafiar os outros, colocando a instituicao FRETILIN contra todos. Nao acha que Alkatiri devia, por amor a FRETILIN, deixar a lideranca para outros Timorenses que tem mais aceitacao?
So a FRETILIN pode resolver esta crise, e isto passa por sacrificar interesses individuais incluindo de Alkatiri, para ir ao encontro do povo e estabelecer uma verdadeira politica de "simu-malu".
A Fretilin nao pode ser um Tanque de Guerra que Alkatiri usa para ir contra o povo, ela deve ser o Motor de Arranque que leva todo o Povo para viver esta Independencia e continuar a construir Timor em Paz.
A verdade e que Alkatiri failhou, por descuido ou redondamente, na gestao dos problemas que estiveram na origem das causas desta crise. Como PM que tinha ao dispor todas as facilidades nao soube aplica-las corectamente, e como Lider, carecia completamente de uma voz activa (nem passiva tem) para acalmar a situacao. O Saudoso Jose Sarmento dizia:" E preciso humildade " para aeitar que nao se pode continuar assim.
Margarida, ( cabeca fria e sem insultos eh)
- nao acha que a FRETILIN ainda tem o peso e o carisma filosofico para liderar Timor?
- nao acha que a FRETILIN ainda pode reivindicar para si o slogan de que " a FRETILIN e o Povo, e o Povo e a FRETILIN?
- nao acha que Alkatiri, por mais competente que seja, esta a desenvolver apenas uma politica Capitalista que enriquece apenas os irmaos Alkatiris, e nada de concreto e de esperancas para o Povo nas areas vitais do desenvolvimento?
- nao acha que estamos a assistir o Alkatiri a usar a FRETILIN como um Tanque de Guerra contra a propria FRETILIN?
- nao acha que devemos dizer : Alkatiri, por amor a FRETILIN, deixa de liderar a FRETILIN contra o Povo?
Margarida, diz-nos qual e o caminho para a solucao construtiva de PAZ para Timor sem estarmos continuamente nas guerrilhas contra um ao outro?
Obrigado.
A margarida não terá essas respostas. O aparelho de comando não permite mudanças quando à sombra da "bananeira" de uma maioria deram-se ao luxo de manter o Povo na miséria. O que a FRETILIN pode fazer é pôr os pés na terra e serem mesmo homens e mulheres de boa-vontade.
Unam-se! Tão "unidos" no partido estão que se esqueceram de alimentar a mente e o corpo daqueles que em vocês votaram. A fragmentação sempre foi apanágio de grandes sistemas de Poder monolítico. Dividir para reinar. Fizeram mal a divisão. Assumam-na e levantem-se sem ameaças, absolutismos ou exigências de que as pessoas, os animais, as plantas e as pedras tenham que ter a Vossa cor!
Por Timor-Leste! Não pelo partido. Esse tem que fazer uma enorme instrospecção!
Macksander C.: infelizmente não estou a par de tudo, mas tenho-me esforçado por aprender o que se passa por aí desde o início desta crise e tive a sorte de descobrir o Timor-online logo quase no princípio.
Como sabe não fiz segredo da minha filiação partidária e já há muitos anos no meu partido nós acompanhamos a luta dos Timorenses pela independência e soberania nacional e dentro das nossas modestas possibilidades sempre encorajámos essa luta. E pelo facto de ter crescido numa colónia, em Angola, eu sempre me identifiquei com todos os povos que lutam para se libertarem do domínio estrangeiro.
Mas indo ao caso de Timor-Leste e às questões que coloca: em primeiro lugar, considero que Timor-Leste teve, desde 1999, isto é, desde o referendo para a sua independência um percurso notável. Apesar do período de violência desvairada das milícias pró-indonésias que mataram 1,500 pessoas e destruiu 80% das suas infra-estruturas, conseguiu sobreviver ao experimentalismo da Administração Transitória da ONU, conseguiu realizar eleger a sua Assembleia Constituinte que aprovou a sua Constituição, conseguiu eleger o seu Presidente da República, conseguiu formar o seu primeiro governo constitucional, conseguiu que o povo reconhecesse a sua independência e até conseguiu no ano passado realizar as suas primeiras eleições locais.
Isto é, um novíssimo país, com todo o tipo de ingerências externas – basta lembrarmo-nos que já vai na sua 5ª missão da ONU – com poucos quadros, sem aparelho burocrático, com as infra-estruturas destruídas, conseguiu, quatro anos depois ter um governo central e local consolidado, ter um sistema judicial, ter uma organização estatal, ter em vigor as leis essenciais para o funcionamento da sociedade, ter um sistema escolar e de saúde público, universal e gratuito, ter – pela primeira vez na sua história – em todos os distritos médicos residentes, ter uma escola de medicina. E, tudo isto em paz com os vizinhos, sem convulsões internas, sem mortes por fome, apesar dos maus anos agrícolas. E, milagre dos milagres, SEM dívida externa e com um Fundo do Petróleo que já tem mais de 600 milhões de dólares em conta e que já contribuiu com mais de 100 milhões de dólares para o Orçamento deste ano e vai sustantadamente contribuir para os orçamentos dos próximos decénios.
Tudo isto foi realizado pelos Timorenses sob a direcção do seu partido maioritário a Fretilin. Ora na Fretilin só os seus militantes é que mandam. Foram eles que aprovaram os seus estatutos, elegeram os seus líderes, trabalharam, divulgaram, ganharam outros para as suas ideias.
E assim como respeito a soberania dos Timorenses e o seu direito à independência pois foi isso que quase 80% dos seus eleitores aprovaram em 1999, também respeito a soberania da Fretilin e a decisão do seu último congresso aprovada por mais de 90% dos seus delegados, que foram afinal os representantes de todos os seus militantes.
E tal como aqui já disse que os 20% dos Timorenses que estiveram contra a independência têm o mesmo direito de aí viverem e de terem suas ideias, que não estão nem com mais nem com menos direitos, mas exactamente com os mesmos direitos dos 80% que votaram a favor da independência, também defendo que os militantes da Fretilin que estiveram contra as decisões do Congresso têm exactamente os mesmos direitos dos que estiveram a favor do congresso.
E como Timor-Leste é uma democracia, a minoria tem de submeter-se ao que a maioria decidiu e só em novas eleições, se conseguir passar a maioria, terá então direito a governar. Mas enquanto for minoria deve respeitar o governo da maioria.
Também na Fretilin como organização democrática que é, a minoria deve actuar consoante o que está estabelecido nos estatutos e sujeitar-se ao que a maioria decidiu. E se não concordar, ou tenta no próximo congresso passar a mandar ou pode sempre sair. Ninguém é obrigado a manter-se num partido. Entrar ou sair é um acto de vontade e de liberdade.
Por isso acho que o caminho para a paz é o respeito pelos outros e o funcionamento das instituições conforme está na lei e na Constituição.
Errata: escrevi "conseguiu que o povo reconhecesse a sua independênciaE, devia ter escrito "conseguiu que o mundo reconhecesse a sua independência".
Obrigado, Margarida.
Vou debrucar-me e reflectir sobre as tuas achegas.Gostaria que tambem contemplasses um pouco nesta minha opiniao lancada no dia 5 de Outubtro.
Qualquer que seja o resultado do Inquerito, a memoria dos Timorenses nao pode olvidar factos e actos de resposaveis irresponsaveis ou de competencias incompetentes.
Chamando todos a tabela, diante da justica popular, porque ee o povo ee que mais sofre nessas alturas, vamos ter que colocar os pontos nos iiiii para identificar correctamente esses actos, factos, responsabilidades ou irresponsabilidades, competencias ou incompetencias.
A ideia da Independencia de Timor ee algo que em muito transcende a alegria de todos, porem a vivencia dessa Independencia requer muita habilidade para gerir toda a conjuntura politica, economica, social e, pricipalmente, Cultural do povo que tanto deseja essa Independencia.
Recordamos, por exemplo, no caso da Inglaterra, apos a guerra dos anos 40, estabeleceu-se uma politica de racionamento para corresponder todas as necessidades de todos sem excepcao. Ergueu-se uma politica de seguranca social capaz de unir todos e convergi-los na tarefa da reconstrucao do pais.
Timor, olhando para a origem dessa crise, infelizmente, apos 25 duros anos de experiencia na questao da solidariedade e compartilha das migalhas para a Resistencia, foi entregue a incompetencia de um Ministro de Defesa que se evaporou no meio da confusao. Um ministro de um governo que nao soube ler correctamente a situacao ou se soube (porque ele, no fundo, ee esperto - sabe estar onde esta o poder) estava a seguir um plano estrategico da politica do seu Governo. Foi, ele, competente na execucao do plano lorosae-loromonu, porque dessa contenda/luta quem sairia triunfante nas eleicoes seriam individuos como ele, o chefe e outros mais, que, pelas raizes tradicionais Timorenses, nao sao nem de lorosae nem de loromonu, e, se o tiro nao saisse pela culatra, o povo maioritariamente loromonu preferiria escolhe-los para continuar a Governar Timor, pois os seus opositores sao apenas uma minoria de Lorosae.
Pelo contrario, os factos comprovaram que o ministro demonstrou uma total incompetencia insensivel a Cultura Timorense e ignorando a historia recente da Resistencia onde todos foram necessarios e que todos foram chamados para partilhar. Preferiu escolher a via mais facil de compadrios em afirmar diante do PR "foram eles ee que fizeram a luta, nao fui eu! Por isso, vou deixar as coisas como estao!"
Como consequencia desse pequeno pormenor, foram marginalizados apenas 600 soldados.
600 soldados, no olhar do mundo ocidental pode ser apenas 2400 (quando se multiplica apenas com a esposa e 2 filhos), porem, conhecendo Timor e a cultura da inter-dependencia e da inter-ligacao dos Timorenses, esse numero representa categoricamente 600 mil Timorenses.
Os factos subsequentes a esse plano falhado estao revelando as implicacoes economicas, politicas e sociais que hoje estamos assistindo atravez das varias series de episodios.
A verdade que se diga, ee que nestas alturas dificeis, nao bastam bons executivos, sao mais precisos lideres com capacidade para liderar e convencer as partes involventes na crise para econtrar solucoes justas, amigaveis entre irmaos.
Xanana, o pequeno homem,(como ele proprio o reconheceu que tem que apreender ainda mais, diante dos Embaixadores das grandes nacoes), entra no cenario, com braccos amarrados na qualidade de PR, mas, com carisma de liderancca do povo para alertar as mentes adormecidas e hipnotizadas pelos milhoes de dolares do petroleo de Timor que ee preciso dar prioridade aos ineteresses do Ze Povinho sempre Martirizado. Alertar!!!! Principalmente para recorda-las que Governar significa estar a disposicao para servir o Povo, para encontrar solucoes imediatas para os seus problemas do dia a dia, para apontar caminhos de esperancca para o futuro nas areas da educaccao, saude, segurancca social e do bem estar em geral, mas, sempre em Paz e Tranquilidade.
Xanana, como tantos outros da resistencia armada e urbana de outrora sabem que as coisas estavam a rumar numa direccao menos agradavel porque a propria inexperiencia de Governacao e de vivencia na Independencia permitiram que surgisse hoje um pequeno problema encabeccado pelo "bloco Maputo".
Oxala!!! E, como diz Xinatra "macacos me mordam" que Timor nao venha a ser o outro Mozambique ou Angola (Frelimo versus Renamo ou MPLA versus UNITA).
Nesta hora conturbada, o aconselhavel ee que Xanana continue e retome o seu papel de Guerrilheiro Humilde Unificador, e podendo ate resignar-se do seu Papel de PR, para chamar outra vez os lideres a partir de Alkatiri, Horta, Carrascalhao, LaSama, Coelho, Amaral, Guterres e outros mais, incluindo Abilio Araujo - um lider da reserva natural de Timor - a fim de repensar e adoptar as politicas adequadas para estabilizar o Pais e continuar a construir a Independencia de Timor.
O que importa hoje ee como viver essa independencia e transferir para as geracoes vindouras uma boa herancca.
A FRETILIN foi e, hoje, deve continuar a ser o motor da Independencia de Timor. A FRETILIN nao pode servir-se como propriedade privada de um pequeno grupo para manter o seu "status quo" para mais outros cinquenta anos!
Da FRETILIN destacaram-se individualidades como Alkatiri, Horta Xavier do Amaral, Lobato, Guterres, Abilio Araujo, Xanana, Huno, Hodu e demais.
Da responsabilidade da FRETILIN como motor da Independencia, e da necessidade da Unificaccao e Convergencia de esforccos para a Independencia, Horta tornou-se independente para representar toda a Resistencia na Frente Diplomatica e Xanana tornou-se supra-apartidario para liderar a Convergencia de esforccos para a Resistencia que tinha a participaccao de todos, incluindo da APODETI.
Conseguido a Independencia, Xanana, Horta, Alkatiri, ambos productos da FRETILIN, nao podem permitir que a Independencia seja fracassada pela ma gestao e por regras incompativeis com a realidade Timorense.
Ja ee tempo para uma reflexao seeria na concertaccao da gestao da Politica Timorense e adequar as leis e regras que podem servir todos os Timorenses. Na essencia, sao os Homens ee que fazem as regras ou leis para que os mesmos venham a pautar por elas.
Nos momentos dificeis da Resistencia, A FRETILIN como motor para a Independencia, soube chamar todos sem excepccao para contribuir nas duras tarefas da LUTA.
Hoje, pergunta-se : onde estaa a generosidade da FRETILIN?
A FRETILIN apelou a participaccao de todos na Resistencia e comprometeu-se para garantir uma Independencia para todo Timor sem excepccao. Apos a Independencia, A FRETILIN nao pode permitir que todos fiquem somente a olhar para o engordamento e a vaidade de alguns a custa da FRETILIN.
Onde esta a responsabilidade desses lideres como XANANA, Horta, Abilio Araujo, que em nome da FRETILIN apelaram e chamaram todos
para paricipar na ardua tarefa da LUTA pela Libertaccao?
Algo estaa mal !!!!
Porque nao??? Repensar e reconcertar???
Xanana, Horta, Araujo, Alkatiri!!!!
A Historia guarda melhores memorias, e essa mesma Historia nao vos perdoara se nao fizerem nada para curar a actual crise que Timor vive hoje!!!
Quinta-feira, Outubro 05, 2006 10:31:24 PM
Há uma coisa que seria curiosa. Será que não se arranja o texto original em que se baseou a Constituição de Timor-Leste?
Não é o texto em vigor, é sim aquele que foi elaborado pelos 5 constitucionalistas portugueses e enviado para Timor-Leste para depois a FRETILIN o "remodelar" na sua vertente actual. Alguém o consegue?
Era para se verem "as diferenças" (caso existam obviamente ;))
Parece que não há "interesse" em que esse texto apareça. Alguém sabe porquê? Acho estranho. Ouvi dizer que estará na Assembleia da República (portuguesa), estará? É documento considerado "secreto"? Ou não querem que agora se veja como se chegou à actual Constituição (da RDTL)?
Seria mais fácil e interessante que a própria FRETILIN fornecesse esse (original) texto. Mas não façam emendas, arranjem lá isso em bruto, tenham lá coragem. Depois podemos todos ficar descansados. É caso para desconfiar quando isto não interessa a ninguém.
Interessa-me a mim. Dêem lá uma ajudinha sff. O Malai Azul poderia colocar o dito texto aqui e a margarida podia traduzir para tétum. Obrigado.
Goste-se ou não da figura, o que em termos institucionais é irrelevante, o Sr. Alkatiri está certo: é necessário reforçar a autoridade do Estado. É necessário que a polícia detenha os criminosos. É necessário que os tribuanais condenem. É necessários que os presos cumpram as penas e não se evadam das prisões.
Sem isto não há Estado. E sem Estado não há segurança. E sem esta não há liberdade. E sem esta não é possivel o desenvolvimento económico. E sem este os cidadãos timorenses vão continuar a sofrer.
Se quem quis impor alguma autoridade às instituições do Estado é agora acusado de ter sido ditador, de ter querido fazer uma revolução, algo vai mal em Timor Leste e vai continuar a correr muito mal.
O que é preciso é ordem, disciplina, sentido de dever e respeito pela autoridade. Sem isto não se avança.
Não é com demagogia, ou na emoção do berreiro em que Timor-Leste tem caído que se vai constuir alguma coisa!
Macksander C.: como sabe melhor do que eu, a CNRT foi dissolvida já há mais de cinco anos, entretanto constituíram-se uma dúzia e meia de partidos e diz a Constituição que é aos partidos que compete concorrer às eleições parlamentares. Esperemos que as leis eleitorais sejam aprovadas para ver as condições para concorrer às parlamentares e presidenciais mas não deve fugir muito disto: os partidos concorrem às parlamentares, grupos de cidadãos propõem candidatos à presidência da República.
Mas estamos em Outubro de 2006, a Constituição está em vigor, o Parlamento, o Governo, o Presidente, o poder local e os Tribunais estariam todos a funcionar normalmente se não se desse o caso de os Australianos até estarem ao abrigo dum acordo bilateral assinado pelo então Ministro dos Estrangeiros Ramos-Horta No meu entender, ou as tropas Australianas se submetem ao controlo da ONU ou vão-se embora – preferencialmente deviam ir-se embora. Mas em qualquer caso, o que quero dizer é que nos próximos seis meses estará aí a Polícia da ONU para assistir ao governo nas questões da segurança e estará enquanto a PNTL não estiver reformada.
Ora, depois do que se passou e se passa – é bom nunca esquecermos que há 180,000 deslocados – acho que o Parlamento Nacional depois de receber o relatório e de o estudar e discutir com toda a liberdade e profundidade possível, leve o tempo que levar, devia tomar uma resolução sobre as recomendações. E se entender que há processos a levantar devia remetê-los para o sistema judicial para, de acordo com a lei, assim proceder. Porque depois das questões serem entregues à justiça deve-se deixar que esta funcione sem qualquer tipo de pressão. E só depois de a justiça concluir a sua missão pode então o poder político – seja o governo, o parlamento ou o presidente – retomar, se assim o entender, qualquer iniciativa.
Estou com isto a dizer que acho que já houve demasiadas acções extra-constitucionais, à margem da lei. Parece-me que é altura de se retomar o caminho legal e constitucional e de cada órgão de soberania actuar de acordo com os poderes que tem, e só de acordo com os poderes que tem. Demore o tempo que demorar.
Concordo com o Anónimo das 10:44:02 PM.
"Alkatiri, SG da FRETILIN, continua com o mesmo estilo de discurso, a desafiar os outros, colocando a instituicao FRETILIN contra todos. Nao acha que Alkatiri devia, por amor a FRETILIN, deixar a lideranca para outros Timorenses que tem mais aceitacao?"
Caro Macksander C.: a pergunta não me é dirigida, mas tomo a liberdade de fazer três observações:
1 - Essa pergunta deve ser endereçada aos militantes da Fretilin
2 - A meu ver, ela já foi respondida em Maio passado, quando Alkatiri foi reeleito secretário-geral com 98% dos votos
3 - Portanto, se a Fretilin está a ser "tanque de guerra" de alguém, é única e exclusivamente por vontade dos seus militantes
Dear h. correia,
Obrigado pelas suas observacoes!
Tudo o que assistimos ou estamos a assitir sao feitos dos Homens. A guerra, a Independencia, a Constituicao, os Congressos, os resultados, a estabilidade, os ganhos, as perdas, etc....
Os Homens fazem e refazem, concertam e reconcertam ou melhor, reajustam os modelos para se movimentarem com o a-vontade no meio em que se encontram.
A FRETILIN, digo, (sem medo da perda de favores nem me esqueci dos favores), precisa de reflectir continuamente e ajustar-se as novas realidades que o Pais atravessa.
98% de Maio pode ser uma resposta convincente mas que pode nao conformar a ansea da FRETILIN em continuar a manter-se no poder para mais 50 anos. A FRETILIN, ideologicamente, esta comprometida com o Povo Maubere e so ganhando as eleicoes ee que a FRETILIN pode continuar a honrar esse compromisso.
Por isso repito: ou Alkatiri muda o estilo ou entao cede o lugar, por amor a FRETILIN, ao outro.
98% de Maio podem aceitar quando o proprio Alkatiri tomar a decisao como tomou honrosamente em relacao ao cargo de PM.
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