segunda-feira, julho 03, 2006

Igreja de Timor acusada de tramar o golpe

Tradução da Margarida:


Foi alegado que figuras importantes da Igreja de Timor-Leste propuseram a um comandante das forças de defesa (Falintil-FDTL) para liderar um golpe contra o governo de Alkatiri.

De acordo com o jornalista Australianot John Martinkus, líderes da Igreja abordaram o Comandante brigadeiro Taur Matan Ruak no seguimento de semanas de manifestações de massas contra o governo do antigo Primeiro-Ministro Mari Alkatiri em Abril de 2005 mas ele rejeitou a oferta.

No ano passado a decisão do Governo do Dr. Alkatiri de retirar do curriculo a educação religiosa provocou manifestações apoiadas pela Igreja. O clero católico pediu a sua esignação.

As alegações, publicadas ontem no New Matilda website, foram feitas por fontes superiores do seio do comando das F-FDTL que alegadamente disseram a Mr Martinkus que líderes das forças de defesa de Timor-Leste foram abordadas em três ocasiões separadas nos últimos 18 meses para liderar um golpe contra o Dr Alkatiri.

Fontes disseram que no início deste ano o Brigadeiro Ruak foi outra vez abordado e foi-lhe pedido que liderasse um golpe numa reunião com dois proeminentes líderes timorenses e dois estrangeiros. Outra vez, o comandante recusou, dizendo-lhes como relatou, que isso era contra a constituição e abriria um precedente inaceitável.

Um dos vice-comandantes da liderança, o Tenente-Coronel Falur Rate Laek, um veterano da guerra contra a Indonésia, foi também abordado pelos mesmos dois líderes locais e estrangeiros. Ele também, recusou. De acordo com a reportagem de Mr Martinkus, não foram reveladas as nacionalidades dos estrangeiros.

Mr Martinkus diz que as suas fontes confirmaram a queixa do Dr Alkatiri que as alegações contra ele foram politicamente motivadas. O Dr Alkatiri tem acusado grupos da oposição de Timor-Leste de terem apoio estrangeiro para o recente desassossego e disse que esta crise foi um golpe apoiado por estrangeiros.

Numa entrevista na semana passada de grande amplitude, o Dr Alkatiri acusou grupos da oposição pela quebra da lei e da ordem no mês passado que levaram à fuga das suas casas de pelo menos 130,000 Timorenses e ao colapso total da força de polícia Timorense.

Ele disse que essas pessoas tentaram repetidamente convencer proeminentes comandantes das forças armadas Timorenses a derrubar o seu governo num golpe armado. Quando isso falhou, eles ajudaram a provocar o motim das forças armadas que levou o país à beira da guerra civil.

Foi o despedimento de 600 soldados das regiões orientais do pequeno país que precipitou a última violência. Os soldados protestavam o que eles entendiam ser discriminação nas forças armadas que é dominada por comandantes do leste do país onde as forças da guerrilha que lutaram contra os 24 anos da ocupação da Indonésia se refugiaram.

Numa entrevista com Mr Martinkus, o Dr Alkatiri disse que os seus opositores políticos exploraram divisões étnicas na força policial para criar desassossego.

"Depois tentaram influenciar a PNTL [força de polícia nacional]. Como é que o fizeram? Através deste tipo de propaganda, Loromunu, Loro Sae (Oeste contra Leste). Tiveram sucesso na divisão das pessoas na PNTL. Esta foi a estratégia completa.

"Depois colocaram em confronto grupos da PNTL contra grupos da F-FDTL. E tiveram sucesso outra vez. Foi por causa disso que eu pedi assistência do exterior," disse numa referência à chegada de tropas estrangeiras lideradas pela Austrália em fins de Maio.

O Dr Alkatiri está convicto que a violência foi orquestrada como parte dum programa para derrubar o seu governo. "Foram instituições, algumas organizações do interior, apoiadas por outras no exterior," disse.

Não poude identificar nenhum dos alegados individuos ou organizações e disse que Timor-Leste precisará de algum tempo para investigar. "Penso que há grupos do exterior ... podem ser da Austrália talvez da Indonésia mas não governos ... Mas contudo acredito que há grupos do exterior," disse.

O Dr Alkatiri saíu na Segunda-feira, depois do Ministro dos Estrangeiros José Ramos-Horta resignar em protesto sobre a sua continuada relutância em desistir e o seu aliado próximo o Presidente Xanana Gusmão ameaçar fazer o mesmo.

Ele nega alegações, feitas no programa Four Corners na semana passada, de participação em armar um “esquadrão de ataque” de civis com o objectivo de eliminar opositores políticos, incluindo líderes da Igreja. O Dr Alkatiri disse na Segunda-feira numa declaração de resignação que saia para o bem da nação.

---
29 Junho 2006
CathNews

8 comentários:

Primo de Amarante disse...

E eu também.

Vou transcrever o post no:
margemesquerdatribunalivreblogspot.com

Anónimo disse...

Lindo... saltou, pulou, enterrou-se na lama...

Este blog vai de brutal a bestial...

O zig zag dos comentários e postss faz dinâmica na coisa. É muito engraçado.

Anónimo disse...

A distribuição de armas enquanto não for provada, não passa de alegação, certo?
Espero que o critério seja o mesmo quanto ao envolvimento da Igreja.
Não tenho fé que os resultados das investigações alguma vez concluam alguma coisa, ou se concluirem, sejam divulagdos.

Anónimo disse...

Se a investigação fôr séria vai envolver gente de alto nível de hierarquias nacionais e internacionais e às tantas o PM, pobre coitado, é tão insignificante quanto pequeno.

Vamos ser demagógicos e acreditar na seriedade e imparcialidade do inquérito e podem ter a certeza que antes da publicação dos resultados da investigação passariam a ser todos irmãos outra vez.
Não acreditem em anjos em Timor.
Nem nas igrejas os há.

Anónimo disse...

Anjinhos sao todos os que infelizmente se deixam levar pelos padres e bispos para a ma vida. Esses aiatollahs da igreja catolica em Timor fartam-se de fazer filhos sem os assumir! Sao uma cambada de fariseus hipocritas!

Anónimo disse...

Tinha mesmo razao em dizer que tendo sido derrotados na vossa tentativa frenetica de manter o vosso governo passariam agora a fase de caluniar os que voces identificaram como os adversarios. Triste Malai Azul, voce e os anonimos como este ultimo sao uns autenticos orfaos tristonhos.

Anónimo disse...

E, OS BISPOS E OS PADRES QUERIAM 5% DO OLEO, QUERIAM A OBRIGATORIEDADE DA DISCIPLINA DA RELIGIAO E MORAL NAS ESCOLAS, E QUE MAIS QUERIAM? SO ACREDITO NELES QUANDO FOREM TODOS CAPADOS E POR MIM....

Anónimo disse...

As acusacoes contra os bispos e Padres sao muito graves e creio que para haver paz os mesmos terao que desmentir ou confirmar o que tem sido dito a respeito do seu envolvimento.

Nao e necessario descer tao baixo e capa-los.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.