sexta-feira, julho 07, 2006

Daqui a uns tempos...

O que mais nos choca foi que Timor-Leste não estava à beira do abismo. Timor-Leste tinha muitos problemas mas nada que justificasse esta crise.

Esta crise é artificial e manipulada.

Daqui a um ano, provavelmente tudo estará mais claro, quanto ao envolvimento de todos os intervenientes.

Mari Alkatiri voltará a ser Primeiro-Ministro da maioria eleita, mesmo com todas as estratégias obscuras que tem contra ele.

Timor-Leste conseguiu ser um país independente contra tudo e contra todos. Vai conseguir levantar-se novamente das cinzas.

A verdadeira reconcialiação tem de chegar rapidamente.

Espero que todos consigamos sobreviver a estes acontecimentos e que todos tenhamos aprendido algo para que no futuro estas situações não se repitam tão facilmente.

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17 comentários:

Anónimo disse...

Concordo!

Anónimo disse...

Estás sonhando! Alkatiri contribuiou e marcou mais tintas negras na história da Fretilin. Para ele tudo se acabou! Me disculpe, o espaço uníco para ele é prisão (Baucau, Becora ou Ermera)

Anónimo disse...

O Alkatiri a voltar para o palco!!!! So quando os galos tiverem dentes....

Anónimo disse...

Srs comentaristas das 2:19:13 e 2:22:20, a ver vamos... Que frustacao!? nao e' verdade?

Anónimo disse...

Alkatiri will be "again" the next PM

Anónimo disse...

Anonimo das 3:41:03 nao se iluda!! Se o Alkatiri voltar a ser PM so significaria que o povo o quer o que nao e o caso. Se voce pensa assim e porque esta completamente fora da realidade do povo.

Mas ate o proprio Alkatiri ja reconhece que talvez seja melhor estrategia que a fretilin escolha outros nomes para essa posicao. Pelo menos foi o que ele disse ja em entrevistas. Mas se isso for so uma manobra politica para disfarcar os seus verdadeiros intentos so vai prejudicar as chances da fretilin voltar a ganhar as eleicoes. Nao se esqueca que de 56% para menos de 50% sao so alguns pontos percentuais. Se voce acredita que a fretilin saiu ainda mais popular e reforcada desta crise esta a iludir-se redondamente. Nao se esqueca tambem que o optimismo em demasia fornece um falso sentido de confianca que podem resultar grandes desilusoes.

Anónimo disse...

guardem isto nas vossas memórias: Nas próximas eleições, Alkatiri já estará a viver em Moçambique.

A minha preocupação não é o futuro dele, isso pouco me importa.
É acima de tudo se o próximo PM que resultar das eleições vai ser capaz de enfentar a pressão Australiana e continuar a visão de médio e longo prazo para Timor-Leste que Alkatiri tem e a defesa da língua portuguesa como factor identitário.
Porque quanto ao resto, é uma benção para o povo timorense ver-se livre do sufoco de um partido com ambições totalitárias.
Outro problema sério vai ser conseguir recuperar as armas que andam espalhadas, a começar pelas que a FALINTIM detinha antes do referendo de 1999 e que nunca apareceram, e pelas que entretanto foram adquiridas e distribuídas.
Enquanto isso não for conseguido, nunca haverá paz e segurança definitiva em Timor-Leste.
Porque reinará sempre a desconfiança do vizinho que recebeu uma arma e a escondeu.

Perdi a ilusão que tinha quando votei FRETILIN em 2001. Pensei que estes anos todos, a falência inevitável do sistema Soviético lhes tinha ensinado alguma coisa.
Afinal não desistiram de tentar reproduzir o sistema Chinês, com uma economia liberal e o totalitarismo do partido em simultãneo.
Esqueceram-se que a marcha da História é irreversível e as condições da "Longa Marcha" são irrepetíveis.
Não compreenderam isto e cometeram suicídio político.
Tudo o resto são consequências mais ou menos previsíveis.

Tiveram tudo para poder governar muitos e longos anos sem necessidade de recurso às velhas tácticas comunistas (mais nenhum partido tinha condições de lhes ganhar eleições), mas não resistiram à tentação.

O povo de Timor-Leste tem o direito de lhes cobrar os erros políticos, o nepotismo, a corrupção e clientelismo e o sofrimento consequente.

Não sei se virá melhor, mas toda a FRETILIN vai pagar caro ter-se deixado manobrar a este ponto por tão poucos.

Ai Timor

Anónimo disse...

O Sr Malai Azul porque nao faz o post deste ultimo comentario. Ai desculpe, ja me tinha esquecido que voce e imparcial. Pois e.

Anónimo disse...

O Sr "Fote make riba" primeiro que tudo, se quer fazer se passar por um timorense aprenda a escrever o tetum como deve ser. e deve ser Foti Maka Riba e nao Fote Make Riba. So quero dar-lhe uma ajudinha. OK nao fique chateado! Ta?

Anónimo disse...

Ignorante é você porque não percebe que tudo isto é político.
Alkatiri não vai ser PM, porque até lá vai ser apeado de Secretário Geral.
E vai ser apeado pela própria FRETILIN por instinto de sobrevivência.
Mal comparando, porque como pessoas não são comparáveis, mas vai ser apeado como foi o Ceausescu, pelos elementos mais próximos. Chama-se a isto instinto de sobrevivência política.
Depois virá a autocrítica como Brejnev fez com Staline. Tudo isto já foi visto e percursos similares têm destinos similares em partidos com as mesmas tentações.
Só me admira ao fim destes anos todos e de tantas repetições continuarem a insistir. A única conclusão a tirar é que se a situação se propicia depois da cassete entrar fica lá presa e já não sai.

Anónimo disse...

Anónimo das 4:51:46 PM: francamente não percebo sua preocupação com a Fretilin se como diz é assim tão fácil derrubá-la em eleições. Mas a sua tirada “de 56% para menos de 50% sao so alguns pontos percentuais” é impagável! Em primeiro lugar porque foram 57,37% o que a Fretilim obteve, e depois porque o partido imediatamente a seguir teve… 8,72%. Sim foi mesmo isso que teve o PD. Deve ser-lhe bestialmente fácil ultrapassar a Fretilin. É por isso mesmo que anda misturado com os xananistas, de cara pintada de branco e com o rock em altos berros nas manifestações do Tara!

Anónimo disse...

Anónimo das 7:37:09 PM: você anda algo baralhado: o PR é que já concentra além das funções presidenciais as do governo e do Procurador-Geral da República mas entretanto diz que a Fretilin é “um partido com ambições totalitárias”. Em seguida sobre a Fretilin que aprovou uma constituição democrática e que formou um governo com vários independentes, fala (não se percebe a que propósito) da “falência inevitável do sistema Soviético”, mas acusam-na de “tentar reproduzir o sistema Chinês” (apesar do conflito entre ambos os sistemas…). Entretanto diz que votou na Fretilin a quem acusa de ”erros políticos, o nepotismo, a corrupção e clientelismo e o sofrimento”, mas quem anda aos tiros e incendiar são os xananistas… Terá que admitir que tudo o que escreveu só revela frustração. Olhe estamos no fim-de-semana, aproveite para espairecer as ideias, ir até à praia, beber uns copos com os amigos, relaxar um pouco. Está a precisar.

Anónimo disse...

Rai Timor: acusam a Fretilim de despotismo e outras barbaridades, mas este cristão vem defender julgamento à Kangoroo seguido imediatamente de fuzilamento. Até fiquei sem palavras.

Anónimo disse...

O anonimo de 2:22:20pm do dia 07.07.2006, dizia ...so quando os galos tiveren dentes... cuidado porque os indonesios ja diziam isso mesmo! Ate alguns padres diziam que se iam casar se o Povo de Timor-Leste optasse por ser independente. Espero que ja se tenham casado!

Anónimo disse...

Por aquilo que conheco das pessoas, no caso os militantes da Fretilin que estiveram, por razoes histiricas a viver fora do pais durante a ocupacao indonesia, voltaram a Timor-Leste para contribuir para a construcao do pais e para ficar e viver o resto das suas vidas. Se milhares deram as suas vidas pela independencia do pais, estes tambem podem e devem fazer seguindo o exemplo heroico daqueles. Outros infelizmente continuam procurando por salarios altos nas agencias internacionais e ONGs e fogem a primeira dificuldade. Onde estao estes ultimos, em Dili, no interior do pais? Nao de certeza!

Anónimo disse...

Margarida: Onde viu isso do julgamento à Kangoroo e fuzilamento?
Admiro o seu poder de intuição, ou tem bola de cristal?
Afirmar o que afirma sem conhecer é obra.
Aos tiros andaram todos, de um lado e do outro, ou os polícias desarmados, rendidos e protegidos pela CIVPOL não contam?

Já agora, o conflito não foi entre o sistema soviético e o chinês (ambos democráticos, livres, justos, etc...), foi rivalidade na distribuição de zonas de influência, como dividir a influência sobre os territórios sob influência americana no Sudeste asiático.
Nunca leu o relatório que Cunhal fez a Gorbathev sobre a sua visita À China?
E sim, votei na FRETILIN. E sim, passados estes anos acuso de tudo o que disse.
E obviamente, são responsáveis pela situação a que se chegou.
Foram os erros da FRETILIN que deram espaço a toda esta crise que Timor atravessa. A começar pela luta pelo poder dentro da própria FRETILIN, ou tem dúvidas?
O que me desapontou é que não tinham necessidade nenhuma. Não precisavam de exigir cartão do partido para se ter emprego na "função pública" (a função pública não são só ministros), para distribuir arroz, não precisavam de ter armadilhado a Constituição para esvaziar de conteúdo a função presidencial, muito embora o presidente eleito por voto directo e sufrágio universal viesse a ser Xanana, não precisavam de nada disso. Não precisavam de hostilizar a Igreja, quando havia e há tantas coisas mais importantes com que se preocuparem, arrajando um inimigo poderosíssimo.
E não precisavam simplesmente porque não tinham oposição à altura. Não havia alternativa.
Só que o poder não fiscalizado corrompe e cega.
Em 2001 pensei que seria útil numa democracia incipiente, um governo forte com maioria absoluta, que não fosse travado pela discussão eterna e compromissos parlamentares que inviabilizassem a rápida criação do Estado.
Hoje não estou tão seguro disso. Pelo contrário. Sinto-me defraudado.
O pior é que agora, sem se encontrarem as armas, todas as armas, nunca mais alguém se vai sentir seguro. E o investimento privado, motor de qualquer economia e gerador de emprego economicamente reprodutivo (quer se goste quer não), dificilmente vai ter confiança para regressar nos tempos mais próximos. E o desemprego em continuando nos actuais níveis vai continuar a criar instabilidade.
E não, não foi Xanana quem criou esta instabilidade toda, ele e RH e outros incluindo os aussies, apenas cavalgaram a onda que o núcleo duro da FRETILIN provocou.
A direcção da FRETILIN cometeu suicídio político. Agora está a tentar minimizar os prejuízos cedendo na nomeação de RH, para que não haja dissolução do parlamento. É que neste momento, nem querem ouvir falar de eleições antecipadas. Precisam de tempo para lamberem as feridas e tentarem reorganizar-se, evitar um novo congresso a qualquer custo (sabendo que o próximo não poderá ser de sovaco ao ar) e aquilatar os apoios que ficaram.
Esse suicídio nem teria sido terrivelmente grave se não tivesse as consequências que está a ter para a população e para o futuro do país.
Ai Timor

Anónimo disse...

Ó Sr "rai timor"! Quem fala assim não é mesmo gago! Concordo perfeitamente consigo e estou na mesma posição que você. "Sinto-me defraudado" e envergonhado por aquilo que a liderança do partido em que votei acabou por trazer ao nosso já muito martirizado povo maubere!
Não preste demasiado atenção à margarida e outros como ela até porque nem é timorense, está a "mil léguas de Dili" (suas próprias palavras) admite não saber muito de muitas coisas quando os argumentos lhe faltam, e é inconsequente para a vida do nosso país porque não é este blog que vai influenciar as pessoas que realmente tem poder decisivo no processo.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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