quinta-feira, junho 01, 2006

Relativamente ao Comunicado do MNE

Os comunicados do MNE confundem-nos.

"DR RAMOS-HORTA’S EFFORTS TO RESTORE NORMALCY"

Dr. ou Ministro? Quando se trata de algo positivo não o faz em nome do Governo?

Senior Minister and Minister for Foreign Affairs and Cooperation, Nobel Peace Laureate Dr José Ramos-Horta, has praised the Australian, Malaysian and New Zealand troops for the superb job they have done in just a few days.

E o que é que fizeram? E porque aqui já é o Ministro a falar? Principalmente quando outros colegas do Governo dizem o contrário...

"Meanwhile Minister Ramos-Horta ...visited Dom Bosco College where he was enthusiastically received by the thousands of Timorese seeking refuge there.

Quem diz? O próprio?!

Dr Ramos-Horta has also taken a number of initiatives to help bring the capital to normalcy.

Yesterday he visited Electricidade de Timor-Leste Dili’s main power station to ensure that this vital service was properly protected and running in order that power continues uninterrupted. At the same time he also helped arrange protection to Timor Telecom, another vital service in the sector of communications.


Foi o Sr. Ramos-Horta que arranjou protecção? Ou o Ministro?

Dr Ramos-Horta has continued to liaise with the representatives of the oldest institution in the country, the Church, and this morning met the Bishop of Dili, Dom Ricardo who has played a very constructive role in helping to calm the population of Dili.

Sim? Como? Quando? Ou será que a mais velha instituição do país não é ouvida pela população?

“In contacts with the management of the ANZ Bank I was assured that their ATM was going to be operational today and a limited service to larger clients (UNOTIL, Church, NGOs, etc) is to be made available very soon,” Dr Ramos-Horta said.

Num comunicado oficial do MNE, não se deveriam referir os clientes de um banco. Parece publicidade.

...Dr Ramos-Horta decided to stop at the popular Carlos Restaurant on the beach to have a meal with cabinet office staff and Australians protecting him. It was the first proper meal for all of them for quite a while.

Sinceramente... Não conseguimos sentir pena.


O comunicado de 31 de Maio de 2006 é nitidamente um comunicado do Dr. José Ramos-Horta.

Por tal não deveriam utilizar os meios do MNE para o promover e contar os seus feitos. Com o devido respeito, o auto-elogio, é ridículo.

E já agora, porque é que os comunicados do MNE não têm uma versão em Tetum ou português?

Senhor Ministro, merece um assessor de imprensa melhor...

4 comentários:

Anónimo disse...

O aproveitamento político e o folclore que está a ser feito pelo Sr. Ministro/Laureado/Dr Honoris Causa começa a atingir a raia do ridículo.

Já percebeu que não consegue o cargo de Sec-Geral da ONU, começou a campanha em TL para PR.

Por que é que ele omite o trabalho dos seus colegas de Governo, dando a impressão manipulada que ninguém está a fazer nada?

Ainda não pediu a demissão, pois não?

Porque é que omite, por exemplo, o trabalho incansável do seu colega Arsénio Bano que está a coordenar toda a assistência humanitária: ninguém fala dele e a imagem que foi construída é a de que é o Sr. Ramos Horta e os miliatres australianos é que são os 'salva-pátria'. Pelo menos Portugal respeita a estrutura de Estado timorense. O que o avião leva será entregue às pessoas que têm por responsabilidade, resultante dos cargos que ocupam, realizar estas acções.

E o seu colega Dr. Rui Araújo que não parou por um segundo em resposta à situação desfazendo-se em contactos para fazer acelerarar o processo de chegada dos medicamentos mais urgentes, manter a estrutura de serviços de saúde a funcionar e até, enquanto médico, a apoiar os seus colegas?

E quanto à electricidade, Sr Ramos Horta. Só ontempensou nela. Quem é que acha que a manteve em funcionamento? Quem é que assegurou que estivessem lá os técnicos e funcionários necessários ao funcionamento?

Quer que continue?

Num teatro que também passa pelo trabalho exímio que o Sr Horta faz com a comunicação social, chegámos ao folclore da construção de uma representação de homem que faz tudo e que, sozinho, até está a 'aguentar' a estrutura governativa do país.

A diferença é que os seus colegas estão todos no terreno a trabalhar - por que é que omite propositadamente isso? - e o Sr. nem tem a humildade de o reconhecer ou sequer 'colaborar' e 'articular' com eles.

A diferença entre eles e você, reside no número de militares australianos a fazer protecção pessoal e os meios de transporte e a publicitação que faz de qualquer passo que dá - eles não têm segurança pessoal nem helicópteros e estão mais preocupados em acorrer à situação de emergência do que em publicitar o que estão a fazer - nem orçamento têm para ter a equipa de media que o Sr. mantém a debitar comunicados.

Não se esqueça que os australianos não confiam em si - aliaram-se nesta fase, mas deixam-no cair à primeira oportunidade. Acham-no um 'troca-tintas' que muda de opinião de 5 em 5 minutos, nunca sabem se irá desdizer-se e dar um cambalhota na entrevista seguinte.

Não acha que começa a ser demasiado 'hollywoodesco'?

Considera o 'deployment' australiano 'remarkable'. Já leu a imprensa australiana de hoje? à Excepção do Governo Howard, os restantes criticam a incapacidade deles! Não vê os despachos internacionais dos correspondentes que aí estão. Nenhuma das suas Assessoras que fez a recolha do que a BBC e a CNN estão a dizer? Olhe que uma delas fala
bem inglês - é australiana.

Não está a ouvir a voz da população e o que dizem sobre o que tem se vindo a verificar no terreno?

O papel da Igreja ... tem sido insubstituível no apoio e protecção à população. Como sempre as Madres cumprem o papel missionário que tão bem as distingue de uma parte do clero timorense. Mas dizer que D. Ricardo desempenha um papel construtivo no acalmar da população é um pouco excessivo. Não é o Sr. Bispo que anda a ajudar a incendiar os ânimos fazendo apelos políticos para a demissão do Primeiro Ministro perante os já célebres e bem organizados manifestantes do Palácio das Cinzas e, por acaso - do cansaço, certamente - esqueceu-se de apelar à paz, à calma, à desmobilização daqueles senhores, ou também, de apelar à assistência humanitária internacional tão necessária?

Nota: repararam nas imagens transmitidas da manifestação e em como todos os cartazes eram iguais bem como os panos - até a mesma caligrafia - numa altura em que nem lojas existem para comprar aquela bonita cartolina e os metros de pano, a tinta, os marcadores, etc.?

Sr. Ramos Horta, a CGD não encerrou portas, sabe poroquê? Averigue junto da CGD. Mesmo sem protecção militar australiana. O problema de encerrar e não prestar serviços só se verificou com o ANZ.

Teve a sua primeira refeição no Carlos ... que bom. Parabéns.

Esperemos que a população já< esteja também a ter a primeira refeição, não no Carlos, mas através dos esforços desenvolvidos para distribuir a assistência alimentar.

Parabéns devidos ao Ministro Arsénio Bano ... espero que não se esqueça de tomar a sua primeira refeição também, não se deixe abater pelo cansaço!

Anónimo disse...

O Sr. Ramos Horta, foi voce e que pos a electricidade a funcionar em pleno, com a sua visita? O sr. nao tem vergonha de vir dizer isso ao publico? Que homem mais mentiroso....

Anónimo disse...

Sobre a pergunta que foi formulada no Blog:
'E já agora, porque é que os comunicados do MNE não têm uma versão em Tetum ou português?

Senhor Ministro, merece um assessor de imprensa melhor...'

A resposta parece ser transparente: o assessor de imprensa só tem o título e, sendo timorense, sustenta a politícia de 'timorização do Sr. Horta.

Mas os comunicados são redigidos e cirrurgicamente difundidos pela Sra. Jannelle ... a tal. E que, por acaso, não fala nem escreve tétum ou português. Limita-se ao inglês que é o que é necessário neste momento para cumprir servilmente os desígnios definidos.

O Sr. Chris Santos, que detém o título de Assessor de Imprensa, tem-se limitado a enviar (a fazer o click de envio do mail)electronicamente os comunicados. Cumpre as ordens - que frequentemente, nem sequer já são directamente emitidas pelo Sr Horta, mas sim pela Sra. Jannelle.

É verdade, a Sra. Janelle é de nacionalidade australiana (em caso de ter ficado alguma díuvida!).

Anónimo disse...

Diz que "o auto-elogio é ridículo", há um ditado que diz que "elogio em boca própria é vitupério" e já os latinos diziam que "o elogio na própria boca perde o valor". Mas que Mr. Horta se esforça, lá isso é verdade. Às vezes é não só ridiculo como pateticamente ridículo: estou-me a lembrar duma reportagem há talvez 15 dias com ele na BBC, em xanatas e com uma T-Shirt com a imagem de Jesus Cristo. E doutra, uma semana depois, quando foi armado em "samaritano" ao armazém do Fundo Mundial da Alimentação, devidamente enquadrado pelas tropas aussies (à la Karzai do Afeganistão) e dizia com um piquinho na voz "por mim dava-lhes tudo, mas se abrisse os portões eles ainda se matavam uns aos outros"...

Só espero mesmo é que os GNR's ou os GOE não se prestem ao papel a que se prestaram os aussies...

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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