quinta-feira, junho 29, 2006

esta é a questão que está a provocar o golpe de Estado...

Do Cacau Branco:

Esta é a grande questão que motiva a ira australiana e a ambição da oposição:

"Pouco depois do anúncio da existência de acordo, no final de Novembro, o primeiro-ministro apelidou de positivo o entendimento a que chegaram os dois Estados:

"Este é um bom acordo para Timor-Leste mas é também um bom acordo para a Austrália."

E considerou que o acordo abre também caminho "para garantir a construção de um gasoduto entre o Greater Sunrise e Timor-Leste e a consequente instalação de uma refinaria no país, dando-se assim início à actividade petrolífera em solo timorense".

O acordo prevê a divisão em partes iguais dos recursos petrolíferos do campo Greater Sunrise. Além disso, na Área de Desenvolvimento Conjunto Petrolífero, Timor-Leste recebe 90 por cento dos recursos e a Austrália os restantes 10 por cento.""

9 de janeiro de 2006

24 comentários:

Anónimo disse...

http://www.easttimor-reconciliation.org/cavrUpdate-AprilMay2003-port.html

Mário Carrascalão

Durante estes dois dias, para além de ouvir as histórias comoventes das mulheres, a CAVR ouviu também testemunhos chave especializados. Por ocasião da primeira audiência de um membro sénior do regime indonésio em Timor-Leste, o antigo Governador Mário Carrascalão prestou testemunho durante mais de duas horas. Mário Carrascalão leu um depoimento escrito em português, acrescentando esclarecimentos em tétum à medida que lia. Ele estava muito excitado e falou muito directamente das suas experiências como um timorense no seio do sistema indonésio.

Mário Carrascalão prestou um testemunho compreensivo, realçando muitos aspectos de como as mulheres foram vítimas de abuso durante os anos de ocupação indonésia. Ele disse como, até 1989, Timor-Leste era completamente uma administração militar. “Intel (funcionários dos serviços secretos militares) estavam em todo o lado”. Mário Carrascalão referiu que antes de 1989 a administração civil de Timor-leste tinha muito pouco poder e não podia responsabilizar os militares pelos abusos cometidos. Ele mencionou como o país estava completamente isolado da comunidade internacional.

“Timor-Leste era uma terra fechada... era um lugar de mentiras e falsidades... as pessoas podiam vir aqui e fazer o que quisessem. Era segredo:”

Mário Carrascalão disse que os militares indonésios usavam uma forma sistemática de abuso das mulheres, que não eram, de forma alguma, por acaso ou acidental. Ele deu muitos exemplos de práticas usadas pelos militares. Ele contou como os soldados menos graduados ofereciam jovens mulheres timorenses a oficiais mais seniores para tentar ser promovidos na sua carreira.

“As mulheres eram oferecidas aos oficiais mais seniores como se fossem mercadoria”.

Ele referiu a prática comum dos militares indonésios de organizar bailes, onde raparigas timorenses eram obrigadas a ir para entreter os soldados; estas mulheres tornavam-se depois vulneráveis a abusos sexuais. Ele disse que as mulheres de famílias de nacionalidade mista, com mãe timorense e pai português, eram muitas vezes o alvo destes abusos. Mário Carrascalão disse que as mulheres dos soldados das Falintil eram muitas vezes forçadas a uma situação de escravatura sexual pelos militares indonésios.

Quando falou do programa de planeamento familiar (KB) do governo indonésio, ele disse que, em princípio, os objectivos eram os mesmos em Timor-Leste e noutras partes da Indonésia. Ele referiu que este não era um programa exclusivo a Timor-Leste, mas sim um programa indonésio nacional. No entanto, ele disse que a correcta implementação deste programa era impossível em Timor devido à situação de guerra e ao elevado grau de militarização. Ele disse que, nas aldeias, as pessoas sentiram-se ofendidas por este programa. Acrescentou que as pessoas se voltaram para a Igreja, procurando o seu conselho, e como este programa era contra os princípio da igreja. Mário Carrascalão falou igualmente dos milhares de crianças mortas pela guerra. Os timorenses perguntavam porque é que, por um lado, cidadãos não timorenses eram trazidos para Timor, como parte do programa indonésio de transmigração, ao passo que, por outro lado, os timorenses eram impedidos de terem filhos. Ele disse também que um dos problemas do programa de planeamento familiar em Timor-Leste, que o distinguia de outras zonas da Indonésia, era o secretismo que rodeava o programa – ele disse que as pessoas não compreendiam ou consentiam em participar no programa.

Mário Carrascalão referiu igualmente o massacre de Craras, no distrito de Viqueque, na zona leste do país, em 1983, onde se diz que centenas de pessoas foram mortas. “Chamamos a esta aldeia, a aldeia das viúvas,” disse ele. Mário Carrascalão apontou Prabowo, o genro do então Presidente Suharto, como sendo a figura chave no massacre e contou como se tratou de uma luta pelo poder entre militares Indonésios, em particular o General Murdani.

Durante a sua apresentação, Mário Carrascalão apresentou alguns números perturbadores. Ele disse que, enquanto Governador, em 1985, ele realizou um levantamento a todo o território de Timor-Leste, determinando na altura a existência de 40.000 orfãos. Ele disse que apenas conseguiu angariar apoio do governo central para 5.000 desses órfãos. Ele apresentou também números relativos à população nos primeiros anos da guerra, comparando-os a um censo realizado pela Igreja em 1974. Ele disse que, em 1974, a Igreja Católica estimava que a população de Timor-Leste ascendia a 640.000; mas, em 1980, este número situava-se nos 500.000.

Ao resumir, o Presidente da CAVR perguntou a Mário Carrascalão se ele se arrependia de ter sido Governador de Timor-Leste.

“Durante o meu tempo como Governador de Timor-Leste, eu nunca violei a lei indonésia. Eu tentei usar a lei para melhorar a vida das pessoas,”

disse ele ao som de grandes aplausos do público.

“Chorei pela primeira vez aquando do massacre de 12 de Novembro (1991)... Demiti-me das minhas funções de Governador em 1992...”

Questionado pelo Presidente da CAVR sobre o que ele pensava ser o objectivo da violência contra as mulheres, ele respondeu:

“O objectivo da violência contra as mulheres era reduzir o poder da resistência.”

Anónimo disse...

era a estratégia da Indonésia, este senhor fala como se não fosse o governador da Indonésia que até foi distinguido, num universo de quase 300 milhões de nacionais indonésios, como o CIDADÃO DO ANO INDONÉSIO.

vergonha das vergonhas

Anónimo disse...

in Avante!, 22 Jun 06

Alkatiri nega ter ordenado armamento de milícias
Soberania ameaçada em Timor


Mari Alkatiri desmentiu as acusações de Vicente da Conceição «Railos», segundo o qual o governo terá formado um grupo armado com o objectivo de eliminar adversários políticos.

Em conferência de imprensa ocorrida anteontem, dia 20, no Palácio do Governo, em Díli, o primeiro-ministro timorense respondeu às acusações vindas a público nos últimos dias e manifestou total disponibilidade para colaborar com todas as solicitações requeridas pelas investigações em curso.
De acordo com as declarações anteriores do chefe do grupo miliciano, o ex-ministro do Interior, Rogério Lobato, e o próprio responsável do executivo maubere, Mari Alkatiri, terão distribuído armas e dado ordens a «Railos» para comandar uma força de intervenção paralela ao contingente policial, cujo fim seria identificar e eliminar os opositores internos e externos à Fretilin, partido que obteve a maioria parlamentar nas eleições legislativas mas cuja acção tem sido, desde então, alvo de críticas, boatos e bloqueios por parte de partidos e personalidades alojados noutros quadrantes políticos e de interesses.
Alkatiri considerou ainda as suspeitas levantadas por «Railos» desprovidas de fundamento, e acrescentou que «se for solicitado» a prestar esclarecimentos no âmbito do apuramento judicial desta matéria está «disposto a colaborar».
Em Díli, o Ministério Público anunciou a abertura de um inquérito sobre a formação de «esquadrões da morte» e ordenou a imediata detenção de Rogério Lobato no caso do ex-ministro tentar a fuga do país, cenário que, de um momento para o outro, começou a ser ventilado na capital timorense sem no entanto existirem indícios de que tal possa vir a acontecer.
Fonte ligada à ONU também precisou à Lusa que as Nações Unidas deram início a uma investigação sobre os acontecimentos de Abril e Maio no território, respondendo assim a uma solicitação feita por José Ramos-Horta junto da organização, mas rejeitou «juízos preconcebidos, com pessoas a serem consideradas culpadas». «Não faz sentido iniciar uma investigação com qualquer tipo de convicção quanto à culpabilidade de quem quer que seja», disse o responsável citado pela agência noticiosa portuguesa.
O mandato da UNOTIL, missão das Nações Unidas no território, cujo prazo expirou no passado dia 19 de Maio, foi entretanto prorrogado por mais dois meses, subsistindo, apesar desta decisão, a dúvida sobre o envio de um contingente de «capacetes azuis» para a ilha asiática.
Em entrevista ao semanário Expresso, publicada na edição de sábado passado, Lobato admitiu ter pedido a colaboração do grupo de «Railos» enquanto «pisteiros», isto é, integrando-os exclusivamente como batedores em colaboração com as forças da ordem. O antigo responsável pela tutela da Polícia Nacional de Timor Leste não adiantou dados sobre a alegada distribuição de metralhadoras ao grupo, deixando apenas a suspeita de que, neste caso, estarão envolvidos outros agentes políticos, incluindo Xanana Gusmão, interessados em «diabolizar» o governo da Fretilin.

Teia de cumplicidades

Entretanto, o agora ministro da Defesa de Timor, José Ramos-Horta, empossado no cargo depois do presidente Xanana Gusmão ter «sugerido» a Alkatiri o afastamento do então titular do cargo, Roque Rodrigues, figura destacada na direcção da Fretilin, visitou o grupo revoltoso estacionado em Leutala, no distrito de Liquiçá.
Na visita à localidade a cerca de 50 quilómetros de Díli, Ramos-Horta encontrou-se com os quase 30 elementos liderados por «Railos» e, após considerar a situação «grave e delicada», não se escusou a comentar as acusações destes contra o governo timorense.
A respeito da alegada distribuição de armas promovida pelo executivo da Fretilin, o qual Ramos-Horta integra, o governante disse que «lhe custa a crer que seja verdade» mas deu voz às suspeitas afirmando que «este grupo parece ser fidedigno, sério e sente-se defraudado». Ramos-Horta acrescentou que o grupo está disposto a «entregar as armas ao presidente da República», desde que, disse também, «as armas sejam preservadas como evidência de um crime».
A concluir, o titular da pasta da Defesa mencionou a existência de «muitos outros grupos armados da mesma maneira e com os mesmos objectivos», palavras que pouco ajudam a serenar os conflitos existentes, antes pelo contrário, perpetuam o clima de boato sobre o presumível envolvimento do governo de Alkatiri na constituição de milícias.

Vizinhos atentos

Antes da se deslocar junto de «Railos», Ramos-Horta seguiu os passos de Xanana Gusmão e encontrou-se com responsáveis indonésios. De acordo com os próprios, a visita procurou «descansar» o governo de Jacarta quanto ao aparente caos no território e sensibilizar os ex-ocupantes no que à presença de tropas estrangeiras enviadas por Portugal, Nova Zelândia, Malásia e Austrália diz respeito.
Da parte dos Australianos, a postura tutelar e de manutenção dos conflitos parece ser cada vez mais evidente. Os «mal-entendidos» e animosidades para com o contingente da GNR sucedem-se. Paralelamente ao número de militares australianos já estacionados em Timor, Camberra fez ainda saber, na sequência de uma visita relâmpago efectuada pelo ministro da Justiça da Austrália, Chris Ellison, e pelo comissário da Polícia Federal daquele país, Mick Keelty, que o número de efectivos policiais em Díli vai passar para o dobro.

Paz regressa à hierarquia militar
Peticionários entregam armas

Já no final da semana passada, o grupo de militares que no mês de Abril iniciou a contestação ao governo da Fretilin, encabeçados pelo oficial Alfredo Reinado, procedeu à entrega de armas automáticas junto das tropas australianas, cumprindo, desta forma, com as garantias dadas ao presidente timorense, Xanana Gusmão.
Alkatiri manifestou o seu contentamento pelo sucedido expressando que tal acto constitui «um bom começo para estabilizar o país, para criar confiança entre a população». Perante a garantia de que os outros dois grupos de militares rebeldes acantonados em Gleno, no distrito de Ermera, igualmente conhecidos como «peticionários», também irão proceder à entrega dos espingardas, o primeiro-ministro reiterou que «não pode haver armas nas mãos de civis ou de pessoas que não pertençam a instituições como as Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste ou a Polícia Nacional de Timor-Leste», aproveitando a ocasião para incitar «outros» (grupos milicianos) a seguirem o exemplo dado pelo homens às ordens do major Reinado.
Durante a deslocação a Bali para se encontrar com o homólogo indonésio, Susilo Bambang Yudhoyono, Xanana Gusmão afirmou que «não foi o major Alfredo que provocou o problema, temos muitas outras questões em que pensar», ou seja, segundo o chefe de Estado, a crise político-militar desencadeada tem razões mais profundas que o levantamento castrense, entre as quais as diferenças quanto às orientações políticas fundamentais levadas a cabo pelo governo da Fretilin, legitimamente empossado após ter recolhido mais de 55 por cento dos votos populares.
Sobre esta questão, importa notar que, ainda na passada segunda-feira, o parlamento de Díli foi obrigado a prorrogar o prazo dado ao governo para a apresentação de uma versão corrigida do Código Penal.
O impasse na aprovação dos diplomas durava desde Julho de 2005. Em causa estava a dúvida presidencial sobre a aplicação de pena de prisão aos acusados pelo crime de difamação. O governo cedeu neste aspecto e no futuro Código Penal de Timor Leste passam a figurar, pela seguinte ordem, os crimes contra a paz, a humanidade e a liberdade; crimes contra as pessoas; crimes contra a vida em democracia; crimes contra o património; crimes contra a realização da justiça; crimes praticados no exercício de funções públicas; crimes de falsificação e crimes contra a economia.

PE aprova resolução sobre Timor
PCP exige respeito pelo povo

Em face dos acontecimentos em Timor Leste e do eco dado aos conflitos no território, o Parlamento Europeu (PE) discutiu e aprovou uma resolução sobre a matéria, no passado dia 15 de Junho.
Na intervenção proferida na sessão, o eurodeputado eleito pelo PCP, Pedro Guerreiro, considerou que «o conteúdo da resolução se caracteriza pela sua parcialidade no que se refere à leitura da situação política. Parcialidade que encerra o perigo de alimentar tentativas internas e externas de aproveitamento político que podem levar a novas situações de tensão».
De acordo com o parlamentar comunista, «por parte do Parlamento Europeu, o que se impõem, neste momento, é uma atitude de valorização da actuação e esforço de todas as instituições timorenses» e, nesse sentido, exige-se o apoio ao regresso à normalidade em matéria de segurança; a defesa da soberania do povo no respeito pleno pela sua livre opção na escolha dos respectivos representantes; a rejeição liminar de dinâmicas de ingerência externa, «nomeadamente por parte das potências regionais, a Austrália e a Indonésia», destacou; e a promoção da solidariedade desinteressada com vista ao desenvolvimento económico e social de uma nação destruída por décadas de ocupação e que, à escassos quatro anos, conquistou a independência.
Analisando o texto aprovado no PE, acresce, segundo Pedro Guerreiro, que «a resolução escamoteia os perigos reais de ingerência externa», conduta que «comporta dois perigos: direccionar todas as responsabilidades da situação para um dos órgãos de soberania timorenses, e não alertar para os perigos futuros de destabilização que manobras de ingerência, mais ou menos directas, podem ter num país ainda marcado pela ocupação indonésia e pelas manobras de destabilização que milícias armadas têm vindo consecutivamente a levar a cabo».
Por fim, o eleito do Partido sublinhou não só não ser «adequado estar a colocar a questão da presença de “capacetes azuis”» como ser necessário «que as forças militares e policiais estacionadas no território permaneçam apenas até a situação estar estabilizada, submetendo-se, por um lado, às suas cadeias de comando nacional e, por outro, ao poder político timorense de acordo com o teor dos acordos bilaterais, com o quadro constitucional do país e as normas do direito internacional».

Anónimo disse...

http://www.antiwar.com/orig/pilger.php?articleid=9184

Anónimo disse...

Tangas! quanto a questao do Greater Sunrise nem se devia negociar. O bayu Undang ja vai proporcionar receitas suficientes para longos anos. A falta de capacidade de execucao orcamental deste governo significa que as receitas de sunrise so vao criar outros possiveis problemas de corrupcao.
Ja os anteriores orcamentos do estado estavam a ser executados em percentagens demasiado baixas. E so verificar as estatisticas do proprio governo para se perceber isso. Todos sabem que hoje nao e o dinheiro que falta a timor, o verdadeiro problema e a capacidade de execucao. Ja com este orcamento de 300 e tal milhoes seria um pesadelo para implementar.
Tendo isso em conta a pressa de "mexer" no greater sunrise e adiar as negociacoes da fronteira maritima (so para depois de o petroleo esgotar) devem ser consideradas como uma posicao demasiado fraca quando realmente o petroleo pertence todo a timor. Uma postura mais dura deste governo relativamente ao adiamento de qualquer negociacao sobre o Greater Sunrise iria obrigar um compromisso por parte da australia mais vantajoso para Timor do que o actual 50/50.
Ate nisso ve-se que foi fraca a postura deste governo. Nao venham ca com a "estoria" de que esse acordo e algo para os timorenses ou o Alkatiri se orgulharem.
Os Timorenses foram roubados em metade daquilo que lhes pertence por falta de visao deste governo e a inteligencia de saber negociar melhor.
A australia teria que ser muito mais flexivel se o Alkatiri tivesse tomado uma posicao mais dura e tivesse mostrado menos interesse em tambem "mexer" no Greater Sunrise.
A nao ser que haja um motivo mais obscuro e comprometedor a sua pessoa que o obrigasse a ser tao ansioso em mexer no Greater sunrise. E nao me venham dizer que foi para nao perder os contractos com os compradores. Os hidrocarbonetos sao um recurso esgotavel e terao muito mais valor num futuro onde jazigas mundiais vao se esgotando.

Tough Negotiator. I think not!!

Anónimo disse...

Anónimo das 3:20:42 AM: então´é capaz de arranjar uma razão plausível para a animosidade (no mínimo) do governo Australiano contra o PM e o apoio declarado ao PR e ao ministro dos estrangeiros e da defesa?

Anónimo disse...

Mais um post que roubei do Abrangente, este de 28/06/0:

http://abrangente.blogspot.com/

Gostei de saber como Mari Alkatiri falou aos militantes da Fretilin, nos arredores
de Deli, lembrando-lhes que não devem seguir o exemplo dos "outros", pegando em
catanas, agredindo pessoas, incendiando casas, pilhando lojas; a Fretilin conhece as
regras democráticas, respeita as instituições da República, não participa em golpes
de Estado, e espera resolver a presente crise através do diálogo. Muito bem.

Era desejável que, do "outro lado", afirmassem estes princípios, para acalmar os
desavindos e prender os gangs que dominam a capital de Deli. Cinco anos de vida
democrática, são o suficiente para quem exerce cargos públicos, saber respeitar os
orgãos de soberania e julgar os seus políticos em eleições regulares. Não é aceitável
proceder à substituição de um primeiro-ministro, só porque um grupo de pessoas
assim o deseja. Não é aceitável que alguem de um país amigo, mande um recado,
via SMS, a ordenar a substituição do PM -- sempre que o PR ameaça demitir-se.

Anónimo disse...

“Onde a morte está, não estou eu. Onde estou, não está a morte.” – Kitéria Bárbuda in “Comandante Guélas”, Revista “Espírito”, nº 34, 2006.

www.riapa.pt.to

Anónimo disse...

blog ne hau hare hanesan mesak malae deit!!! ne mak hotu2 koalia portugues deit. hoy margarida ho malay azul se imi timor oan karik husik imi nia comentario balo iha tetun, tamba tetun mak ita nia lian lahos portugues ka ingles!!! se lahos male entao timor sira be halo an buka koalia portugues deit e lakohi koalia tetun!!

Anónimo disse...

ja agora margarida hare traduz hotu ba tetun lahos portugues deit tamba nem ema timor hotu2 hatene koalia portugues. obrigado barak, manu aman timor

Anónimo disse...

Eu não sei tétum, anónimo. Lamento.

Primo de Amarante disse...

Transcrevi para o meu blog-http://margemesquerdatribunalivre.blogspot.com/- a carta de um leitor,traduzida por margarida. Citei, evidentemente a fonte e espero que os meus leitores a consultem, pois penso que este blog est´´a a fazer um bom trabalho, contribuindo para uma informação mais clara sobre o que está em jogo nesta crise terrivel de Timor.
obrigado, Margarida e subscritores do blog.

Anónimo disse...

Anônimo disse...

"A margarida e uma menina que tem feito tanto trabalho de traducao que e impossivel acreditar que o esteja a fazer somente por amizade a Timor ou mesmo Alkatiri. E muito mais provavel que seja uma empregada/o pago pelo Sr Bim Amude para fazer este trabalho incansavel a tempo inteiro. E nao e so no Timor-online que a margarida marca a sua constante presenca.
Dolar tuir dolar "


Eu também desconfio muito do "desinteressado" e incansável trabalho de tradução da margarida que, aliás, estou quase certa ser um homem... Tanta dedicação e marcação cerrada ao PR é muito, muito suspeito... A Fretilin está muito bem organizada, em todas as frentes!...

Anónimo disse...

CONCORDO CONSIGO! ESTTA "MARGARIDA" PARECE BOA DEMAIS PARA SER VERDADE...

DESCONFIAR DOS LOBOS VESTIDOS DE CORDEIROS!...

xatoo disse...

as opiniões de "burros" e anónimos" é no que dá,,,
já lá dizia Voltaire: "quando a ralé se põe a pensar, está tudo perdido"

Anónimo disse...

POis é... afinal es timorense ou Nao margarida?? Por favor parem de dizer mal sobre Mr. X... as x pergunto-me a mim prop. se n fosse ele e mr. horta sera timor seria indepente na mesma?? duvido muito. eu acho que senhor horta é um pouco sinico mas tb n podemos negar que ele teve um papel fundamental na causa timorense
ass: MAnu Aman Timor

Anónimo disse...

Diário de Notícias, 29/06/06, Entrevista feita por Armando Rafael a Nuno Saraiva

Nuno Antunes tem 42 anos; foi assessor jurídico de Mari Alkatiri, tendo participado nas negociações sobre os recursos do mar de Timos; está na Miranda, Correia, Amendoeira & Associados desde Maio
Nuno Antunes trabalhou de perto com Mari Alkatiri, tendo ajudado a consolidar o Fundo Petrolífero do país. Para onde são canalizadas todas as receitas da exploração do mar de Timor e que contém uma regra essencial: Díli só pode gastar parte dos rendimentos do fundo. Se a regra não for alterada, os timorenses continuarão a beneficiar destas receitas muito para além do ciclo normal de exploração: 30 anos.

Planos de Alkatiri prejudicariam Territórios do Norte da Austrália

Armando Rafael : Que importância tem o petróleo na crise timorense?

Nuno Antunes: Sou avesso a teorias da conspiração. Agora, tenho é poucas dúvidas de que as declarações de apoio a Xanana Gusmão e a Ramos-Horta por parte da Austrália em geral têm muito a ver com o facto de o primeiro- -ministro timorense ser quem é.

Armando Rafael : A Austrália não perdoa o acordo que Mari Alkatiri conseguiu obter...

Nuno Antunes: Não, não, não! O que está em causa são os projectos que Mari Alkatiri tinha para o futuro...

Armando Rafael : O que é quer dizer com isso?

Nuno Antunes: Bem gerido, o petróleo permitirá a Timor-Leste colocar-se numa situação de relativa independência perante a Austrália e a Indonésia. Especialmente se o gasoduto do Greater Sunrise for construído para o lado timorense, e não para Darwin, como os australianos pretendem...

Armando Rafael : Os australianos e algumas petrolíferas envolvidas no projecto...

Nuno Antunes: A Osaka Gas, que integra a joint- -venture do Greater Sunrise, chegou a dizer isso mesmo, quando Mari Alkatiri visitou o Japão. E o que ele respondeu foi muito simples: a menos que lhe demonstrassem que a solução Timor-Leste era inviável, comercial e tecnicamente, ele faria tudo para os contrariar.

Armando Rafael : Como?

Nuno Antunes: O primeiro-ministro timorense tem alguns poderes ao nível regulador que podem atrasar ou, pelo menos, condicionar o desenvolvimento desses projectos, impedindo que o gás vá para Darwin. E o argumento que Alkatiri usava, era razoável: se a Austrália já beneficiava do gás de Bayu-Undan, seria normal que Timor-Leste retirasse benefícios do Greater Sunrise.

Armando Rafael : A distância é mais pequena...

Nuno Antunes: Muito mais. O único problema é que o fundo do mar é razoavelmente plano até Darwin, o que não acontece no trajecto para Timor-Leste, em que é necessário ultrapassar a fossa do mar de Timor que vai até aos três mil e poucos metros de profundidade, embora seja possível cruzá-la a um nível próximo dos dois mil metros ...

Armando Rafael : E do lado australiano qual é a profundidade?

Nuno Antunes: Cem, cento e poucos metros.

Armando Rafael : Qual é o custo desses gasodutos?

Nuno Antunes: No caso de Timor-Leste, creio que são dois mil milhões de dólares.

Armando Rafael : E do lado australiano?

Nuno Antunes: Ligeiramente menos, dado que a Austrália já possui algumas infra- -estruturas: portuárias, redes viárias e de electricidade...

Armando Rafael : Que os timorenses não têm...

Nuno Antunes: Mas esse era um dos grandes objectivos do primeiro-ministro, que percebia que um projecto destes faria disparar os investimentos nas infra-estruturas. Quem perderia seriam os Territórios do Norte [Austrália], que veriam comprometidos os seus planos de desenvolvimento.

Armando Rafael : Que planos?

Nuno Antunes: Há cinco anos, li um estudo feito por australianos segundo o qual o desenvolvimento associado daquela região à construção das diversas instalações de gás em Darwin rondaria os 20 mil milhões de dólares.

Armando Rafael : Que quantidade de petróleo ou de gás existe em Timor-Leste?

Nuno Antunes: É muito difícil dizê-lo. Mas atenção: Timor-Leste não é o Koweit, nem o Brunei. Não é disso que estamos a falar. O que estamos a falar é de um país que, tendo em conta os acordos já celebrados com a Austrália e com o preço do barril de petróleo nos 50 dólares, iria receber cerca de 25 mil milhões de dólares nos próximos 25 a 30 anos. Ou seja, mil milhões de dólares por ano. Se pensarmos que o orçamento timorense para este ano anda nos 200 milhões de dólares, é fácil fazer as contas e perceber o que isto representa. E só estou a falar de Bayu-Undan.

Armando Rafael : Ou seja, ainda falta o Greater Sunrise na zona de exploração conjunta com a Austrália. Existe alguma estimativa do petróleo e do gás que possam existir na zona exclusiva de Timor-Leste?

Nuno Antunes: Quanto ao onshore [em terra], ninguém sabe. Até porque há sempre sedimentações a correr ao longo da inclinação da ilha que dificultam as medições. Relativamente ao offshore [no mar], é preciso separar a zona de exploração exclusiva e a zona de exploração conjunta com a Austrália. Quanto à parte exclusiva timorense, sabe-se pouco. E o que se sabe é por associação ao que se conhece da zona de exploração conjunta.

Armando Rafael : E o que se sabe sobre a zona de exploração conjunta?

Nuno Antunes: Bayu-Undan, o campo que alimenta neste momento as receitas de Timor-Leste, tem reservas confirmadas de 3,4 TCF [trillion cubic feet, sendo que cada TCF corresponde a 167 milhões barris de petróleo]. Além disso, Bayu-Undan tem 400 milhões de líquidos [combustíveis] que poderiam ser explorados.

Armando Rafael : O que existe é, portanto, essencialmente gás...

Nuno Antunes: Essencialmente. O que não quer dizer, no entanto, que não exista petróleo. Mas o essencial é gás.

Armando Rafael : E os outros campos?

Nuno Antunes: O Greater Sunrise tem à volta 8 TCF e 300 milhões de barris de condensados. Ou seja, as suas reservas de gás representam mais do dobro de Bayu-Undan, ainda que o Greater Sunrise seja mais seco. Mas, nos termos do acordo celebrado no início deste ano, as receitas do Greater Sunrise serão dividas ao meio entre Timor-Leste e a Austrália.

Armando Rafael : E ainda existem outros campos...

Nuno Antunes: Mais pequenos. Com excepção do Fénix, que poderá ter cerca de 3 TCF, tanto o Chuditch, como o Jahal Add Kuda-Tasi, entre outros, terão menos de um TCF cada.

Ligações do primeiro-ministro assustavam Camberra e Jacarta

Armando Rafael : Qual é, na sua opinião, o valor geoestratégico de Timor-Leste?

Nuno Antunes: Do ponto de vista da Austrália e da Indonésia, Timor-Leste só tem duas opções: ou fica na esfera de influência de Camberra ou de Jacarta. E esse foi o problema deste primeiro Governo timorense: não quis ficar na esfera de influência nem dum, nem doutro, razão pela qual tentou atrair outros parceiros para Timor-Leste.

Armando Rafael : Assustando a Austrália…

Nuno Antunes: Só o facto de se ter falado que a China podia ficar com exploração do petróleo onshore em Timor-Leste já deixou muita gente assustada. E ainda existem ligações à Malásia – que não causam problemas à Indonésia, mas que já assusta a Austrália pelo facto de ser um país muçulmano – e à CPLP, que é muito mais forte do que normalmente pensamos por causa da ligação ao Brasil.

Armando Rafael : Mas Timor-Leste não tem peso…

Nuno Antunes: Em si mesmo, não tem peso nenhum. O país só se torna mais relevante pelo embaraço que as suas ligações podem causar à Austrália e à Indonésia. Sobretudo se ele conseguir desenvolver-se de uma forma totalmente independente.

Armando Rafael : Em que termos?

Nuno Antunes: Naquela região, Indonésia e Austrália falam um com o outro e decidem tudo sem consultar ninguém. É como se fossem os EUA e a URSS, no período da Guerra Fria. No caso particular de Mari Alkatiri, e para além das relações que tentou estabelecer com a Malásia, a CPLP e a China, existia também uma ligação com o Médio Oriente. E, em especial, ao Koweit, o que era igualmente perturbador para Jacarta e Camberra…

Armando Rafael : Que também já estavam preocupados com os médicos cubanos…

Nuno Antunes: Com Mari Alkatiri era muito simples: detectado um problema, tentava perceber quem podia ajudar a resolvê-lo. Se fosse Cuba, era Cuba. Se fosse Portugal, era Portugal. Ou o Banco Mundial ou o Brasil, a Malásia ou o Koweit… Só esta atitude é mais do que suficiente para deixar a Indonésia e a Austrália desconfortáveis.

Anónimo disse...

MARGARIDA said...

"Anónimo das 3:20:42 AM: então´é capaz de arranjar uma razão plausível para a animosidade (no mínimo) do governo Australiano contra o PM e o apoio declarado ao PR e ao ministro dos estrangeiros e da defesa?="

Margarida e a todos os anonimos. Eu penso que e muito ingenuo da vossa parte pensarem que esta animosidade da Australia ao PM tem so haver com o petroleo. Afinal de contas o acordo quanto ao petroleo e ja quase um facto consumado. Nao e?
Penso que as questoes de fundo aqui sao de natureza geo-strategica. Timor foi definido a longas decadas como area de influencia dos aliados ocidentais. O mar de Timor foi e continua a ser um importante corredor para os submarinos nucleares americanos. A america, propriamente dita, nao tem grandes interesses no petroleo visto os maiores interesses sobrecairem sobre a australia. E sim essa "estoria" de blocos de influencia politica em que o mundo se encontra divido muito antes de Timor sonhar vir a ser uma nacao independente. O que estamos a testemunhar e muito mais um corrida para manter influencia e acesso a esses "recursos" nao petroliferos.

Porque razao e que a china se interessa em manter uma embaixada num pais tao pequeno e aparentemente "insignificante" na balanca da economia mundial? Nao sera pelas mesmas razoes geo-estrategicas?

O governo de Alkatiri tem vindo ha muito por em perigo esta "ordem" de influencia e tem ate mostrado tendencias de querer mudar essa ordem. A teimosa aproximacao da china e cuba e visto pelos aliados de forma bastante negativa. Isso poria em questao a integridade desses intresses geo-estrategicos. O governo de Alkatiri chegou mesmo a ofender a Australia quando numa reuniao bilateral de defesa realizada no "Memoria Hall" Farol, argumentou que Timor como nacao "pobre e pedinte" nao podia olhar os dentes ao cavalo dado. Querendo com isto dizer que como a australia estava a usar os programas de cooperacao militar com timor de forma a obter concessoes em outras areas, foi lhes dito que Timor nao poderia negar uma ajuda tecnico-militar da china e mesmo realizar exercicios militares conjuntos em solo timorense. Essa proposicao, ainda que se possa argumentar ter sido usada para extrair mais apoio militar da australia, provocou uma forte reaccao dos militares australianos.
E talvez esta tomada de posicoes do governo Alkatiri que tem vindo, pouco a pouco, marginalizar os interesses geo-estrategicos das nacoes aliadas. Se o Sr. Alkatiri continuar no governo e prosseguir teimosamente com esses jogos bastante perigosos, Timor poderia torna-se um palco de disputas entre Super-potencias como a America e a China. Isso traria consequencias muito mais graves a timor do que aquilo que temos testemunhado ate a data.

Timor esta enquadrado num bloco de influencia dos aliados ha ja longa data desde que Portugal ainda se encontrava em Timor como potencia administrante, e mesmo depois da ocupacao Indonesia. O Mari Alkatiri tem estado activamente engajado numa "brincadeira" muito perigosa, para Timor, em tentar tirar partido dessa importancia geo-estrategica que possuimos. Estando Timor ja enquadrado num bloco definitivamente de influencia Americana e aliados, qualquer tentativa do Alkatiri em por isso em jogo so poderia ter consequencias nefastas para o seu proprio governo e ultimamente para Timor. Essa e tambem a razao pela qual e conveniente para Timor que Alkatiri nao continue a governar. Ja se tem visto que e extremamente dificil dissuadir o Sr Alkatiri quando ele pensa estar no caminho "certo". A continuacao de Alkatiri no poder e essas suas politicas de tentar reverter a ordem de enquadramento da nacao Timorense num mundo de esferas de influencia politica so poderia resultar mais tarde numa crescente luta entre as mencionadas super-potencias em solo Timorense. Isso jamais seria positivo para a nacao RDTL.

Seria da mesma forma perigoso para um governo num bloco de influencia chinesa tentar mudar essa ordem.

O Sr Mari Alkatiri se e inteligente foi ate demasiado inteligente para o seu proprio bem e para o bem de Timor.
Timor e importante regionalmente pelo seu petroleo sim, mas e muito mais importante internacionalmente pela sua localizacao geografica e as caracteristicas do seu ambiente sub-aquatica. As aguas proximas de Timor sao uma das mais profundas e idealmente seguras para outras actividades de elevada importancia para os paises aliados.

Anónimo disse...

Anónimo das 7:44:30 PM : diz que “Estando Timor ja enquadrado num bloco definitivamente de influencia Americana e aliados, qualquer tentativa do Alkatiri em por isso em jogo so poderia ter consequencias nefastas para o seu proprio governo e ultimamente para Timor”, e argumenta ainda que “Timor esta enquadrado num bloco de influencia dos aliados ha ja longa data desde que Portugal ainda se encontrava em Timor como potencia administrante, e mesmo depois da ocupacao Indonésia”.

Posso então concluir que lhe é irrelevante a soberania popular e o funcionamento parlamentar, e daí a própria independência de Timor-Leste.

Mas não foi isso que 80% dos Timorenses decidiram no acto referendário de 30 de Agosto de 1999. Oitenta por cento dos Timorenses aprovaram a independência nacional, num sufrágio popular exemplar. E isso mesmo foi reconhecido na Constituição da República Democrática de Timor-Leste que foi aprovada pela totalidade, pelos 100% dos deputados da Assembleia Constituinte, eleitos a 30 de Agosto de 2001 e que aprovaram em 22 de Março de 2002, e de que lhe lembro alguns artigos:

Artigo 1.º
(A República)
1.A República Democrática de Timor-Leste é um Estado de direito democrático, soberano, independente e unitário, baseado na vontade popular e no respeito pela dignidade da pessoa humana.

Artigo 2.º
(Soberania e constitucionalidade)
1.A soberania reside no povo, que a exerce nos termos da Constituição.
2.O Estado subordina-se à Constituição e às leis.

Artigo 4.º
(Território)
3.O Estado não aliena qualquer parte do território timorense ou dos direitos de soberania que sobre ele exerce, sem prejuízo da rectificação de fronteiras.

Artigo 6.º
(Objectivos do Estado)
O Estado tem como objectivos fundamentais:
a) Defender e garantir a soberania do país;
h) Promover o estabelecimento e o desenvolvimento de relações de amizade e cooperação entre todos os povos e Estados;

Artigo 8.º
(Relações internacionais)
1.A República Democrática de Timor-Leste rege-se nas relações internacionais pelos princípios da independência nacional, do direito dos povos à autodeterminação e independência, da soberania permanente dos povos sobre as suas riquezas e recursos naturais, da protecção dos direitos humanos, do respeito mútuo pela soberania, integridade territorial e igualdade entre Estados e da não ingerência nos assuntos internos dos Estados.
2.A República Democrática de Timor-Leste estabelece relações de amizade e cooperação com todos os outros povos, preconizando a solução pacífica dos conflitos, o desarmamento geral, simultâneo e controlado, o estabelecimento de um sistema de segurança colectiva e a criação de uma nova ordem económica internacional, capaz de assegurar a paz e a justiça nas relações entre os povos.
3.A República Democrática de Timor-Leste mantém laços privilegiados com os países de língua oficial portuguesa.
4.A República Democrática de Timor-Leste mantém laços especiais de amizade e cooperação com os países vizinhos e os da região.

Anónimo disse...

Esta mesmo patente que a margarida nao sabe muito sobre relacoes internacionais. Aconselho-lhe a ler o livro "the end of sovereignty?"
Mas atrevo mesmo a dizer que o Mari Alkatiri, sendo ele jurista, nao demonstrou profundos conhecimentos nessa area e dai estes resultados. O homem nao e uma ilha. A margarida pode ser dona de si mesmo mas sempre dentro dos condicionalismos que a rodeiam. Quando se e fraco e se condicionado por muito mais que aquilo que condiciona os poderosos. Realpolitik, uma palavra muito usada mas pouco compreendida. Talvez sejam coisas que facilmente escapam a margarida e nao digo isso por formar a substimar a sua opiniao mas sao coisas de outras ciencias sociais que parecem estar fora da esfera do seu conhecimento.
Devo no entanto encoraja-la a procurar expandir o seu conhecimento nestas materias.
Nao quero no entanto desqualificar outras razoes internas legitimas (decisoes mas do governo, etc) muito pertinentes que espoletaram esta situacao no terreno.

Anónimo disse...

Anónimo das 9:29 PM: fico contente por ter concordado que o PM, também nesta questão da defesa da independência do seu país e da sua soberania, agiu de acordo com a Constituição e as leis da República Democrática de Timor-Leste. Isto, para mim e para os 80% dos Timorenses que votaram pela independência nacional, é o fundamental.

Anónimo disse...

Nao vejo como e que a margarida pode ter extraido dos meus comentarios a observancia do PM pela constituicao e leis do pais. Precisamente as questoes internas por mim referidas, o PM pecou gravemente em termos de mobilizacao das Forcas Armadas no dia 28 de Abril sem concertacao do PR; na conducao de um congreso que violou a lei dos partidos politicos aquando da eleicao da direccao da fretilin, muito mais serio por ser jurista e ter a obrigacao de o saber. Estes erros foram bastante graves e foram, na minha opiniao, decisivamente conducentes a agravacao da situacao.
Nao quero abordar as questoes mais serias das acusacoes contra ele relativamente a distribuicao de armas por ser da responsabilidade da PGR.
O meu comentario anterior foi so para demonstrar a falta de sensibilidade na area de relacoes internacionais que os governantes de qualquer pais devem conhecer para melhor defender a sua soberania nacional dentro dos condicionalismos regionais.
A defesa do PM em relacao a essas deficiencias baseou-se num Fundo Petrolifero e argumentos pouco convincentes quanto a sua responsabilidade na qualidade Chefe do governo. A sua insistencia em nao aceitar essas responsabilidades encenou uma disputa desnecessaria entre o proprio e o PR que nada ajudou a acalmar a situacao.
Essa mesma insistencia em nao aceitar a sua quota parte da responsabilidade como declarou anteriormente esta agora a ser mais uma vez demonstrada pela exigencia dos seus apoiantes de que o PR anule o seu pedido de resignacao.
O Mari Alkatiri devia, uma vez que se demitiu, concentrar-se agora em ilibar-se das acusacoes contra ele e ajudar o seu partido a preparar-se para o que parece ser eleicoes anticipadas.

Anónimo disse...

Anónimo das 10:42 PM: sobre questões internas, no seu comentário das 9:29 só dizia “Nao quero no entanto desqualificar outras razoes internas legitimas (decisoes mas do governo, etc) muito pertinentes que espoletaram esta situacao no terreno.” Agora é que as concretiza, e só aponta duas:

1 – Diz que “o PM pecou gravemente em termos de mobilizacao das Forcas Armadas no dia 28 de Abril sem concertacao do PR”. Esta é daquelas situações em que o que está em causa é não só a palavra do PR e do PM, como ainda a consideração dum mal maior ou menor. Se quanto à credibilidade da palavra de cada um, temos cada um de nós ideias próprias já quanto ao segundo caso, esta é daquelas situações em que, perante a situação no terreno (agressividade dos manifestantes e “desaparecimento” da PNTL), o PM seria sempre acusado de ter ou não ter cão. Isto é perante os seus opositores políticos, fosse qual fosse a acção que tivesse tomado, nunca se safava. A questão que está em causa é portanto de juízo político e nestas é o voto em novas eleições que “julga”. Deixemos que seja o voto popular a julgá-lo.

2 – A questão do congresso da Fretilin é uma questão partidária e como tal só diz respeito aos militantes da Fretilin. E a quem acha que é um crime público o único conselho que dou é apresentarem queixa nos tribunais de Dili. Tanto quanto sei nem nos órgãos próprios da Fretilin, nem nos tribunais de Dili foram apresentadas queixas, e, portanto, todo o barulho que à volta disso se faz não passa disso mesmo, barulho mediático, chicana política.

Quanto à questão do Fundo Petrolífero, a maneira como a expôs revela que você é um dos defensores de que Timor-Leste devia ficar na esfera de influência da Austrália, outros em Timor-Leste preferiam que ficasse antes na da Indonésia e o PM no respeito pela letra e pelo espírito da Constituição, não quis ficar refém nem dum nem doutro e diversificou relações, nomeadamente com outros poderes regionais.

Anónimo disse...

O proprio PM ja aceitou que nao lidou com a situacao da melhor maneira e vem agora uma margarida dismentir o PM.
E de rir.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.