sábado, maio 27, 2006

GNR não será envolvida em eventual conflito institucional

Lisboa, 26 Mai (Lusa) - A missão da GNR não será envolvida num eventual conflito institucional entre o presidente e o governo de Timor-Leste, porque é uma missão própria com um comando próprio, disseram hoje os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Administração Interna.

Diogo Freitas do Amaral e António Costa estiveram hoje nas comissões parlamentares de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias e de Negócios Estrangeiros para explicar o envio de 120 efectivos da GNR para Timor-Leste.

Ambos os ministros desvalorizaram as notícias sobre um possível conflito entre o presidente timorense, Xanana Gusmão, e o primeiro-ministro, Mari Alkatiri, a propósito da decisão presidencial de assumir o controlo da segurança.

"Esse eventual conflito é um problema político interno de um Estado independente sobre o qual Portugal não tem de se pronunciar nem intervir", disse.

"Mas, se vier a haver um tal conflito, de que resulte algum problema para as forças da GNR, o comando da missão reporta directamente ao Governo português", acrescentou.


Também António Costa, que repetidas vezes sublinhou a importância para o Governo de a missão da GNR em Timor-Leste ser exercida num contexto de apoio à unidade timorense, assegurou que a GNR não será envolvida.

Segundo explicou, o acordo celebrado com Timor com o aval da ONU prevê que "o contingente português dependa directamente do Presidente da República e do primeiro-ministro" timorenses, excluindo todas as outras instituições, designadamente os Ministérios da Defesa e do Interior timorenses.

"A missão é uma missão própria, com um comando próprio, o que significa que não é quebrada a cadeia de comando que tem no vértice o governo português. Ou seja, será o governo português a decidir o que fazer, caso a situação evolua para um conflito dessa ordem", explicou o ministro da Administração Interna.

A questão do eventual conflito entre a presidência e o governo timorenses foi suscitada pelos deputados António Filipe, do PCP, e Luís Fazenda, do Bloco de Esquerda, que questionaram os ministros sobre o que vai fazer o governo português, caso a situação evolua para um claro conflito institucional.

MDR.


Nota da redacção: Conflito em curso.

2 comentários:

Anónimo disse...

Pois é... O "probrema" é que, como é sabido, o Xanana nunca "engoliu" a vitória da FRETILIN e, sobretudo, a de Mari nas eleições. Não tenho que me pronunciar sobre esta vitória --- é problema de quem o elegeu e eu não faço parte do colégio eleitoral... --- mas custa ver a dificuldade de relacionamento institucional entre os dois. E aqui "penso eu de que", não estando nenhum deles completamente bem, o Xanana tem metido "muitas e variegadas" "argoladas".
E é evidente também que ele pensa que o Mari faz parte dos problemas de Timor Leste --- será mesmo o mais grave problema... --- em vez de fazer parte da solução.
Ora para mim não é evidente que isto seja verdade... Até porque, para além dos sorrisos e nos pontapés na bola, nunca se lhe conheceu um pensamento estratégico alternativo E EFICAZ sobre o futuro do país. Não gostar do estilo "a la Mari" não chega.
E se os timorenses acharem que Mari faz parte do problema e não da solução, têm as eleições de 2007 para o demonstrar! Querer resolver o problema "na secretaria" é que não me parece a melhor solução para um país que está em construção. Qual a moral para evitar uma outra solução deste tipo com "o senhor que se segue"?
"Tchi, patrão! Tem grande pobrema, pá!... "

Anónimo disse...

Conflitos políticos são típicos de países democratas. Porém, não justifica-se essa matança de pessoas inocentes (uma família foi queimada viva!) e o quase rompimento da norma constitucional que tanto o PR quanto o PM devem obdecer. Diante do conflito os dois devem deixar suas divergencias filosóficas desenvolvimentistas de lado e estar ao lado do povo apavorado por esse irresponsável do sr.Reinado
Há uma questão nevralgica que futuramente se deve discutir em Timor: o uso de cargos públicos. Em um país pobre os poucos empregos gerados devem ser, presumo eu, na burocracia, o que pode ser um tiro no pé. O Estado deve investir nos professores, nos médicos, na segurança pública na infra-estrutura e não ficar criando postos de trabalho para amigos(as) que só aumentam o gasto público e privilegiam poucos e criam indignação nos mais pobres.
Pode ser um bom tema para um debate
saudações
Alfredo (Brasil)

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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