domingo, agosto 05, 2007

Bando de oportunistas vai governar Timor-Leste?

Blog Portugal Directo – 04/08/2007

“O princípio do fim da Fretilin será a eleição de ramos horta segundo afirma no seu site, demonstrando absoluta confiança em ser eleito e, por tal, o substituto de Xanana Gusmão na presidência da república timorense”. – in “Público” acerca das eleições presidenciais

Tudo que está a ocorrer em Timor-Leste era de esperar desde que Xanana Gusmão soltou a fúria, até então contida, sobre os adversários que lhe poderiam fazer sombra na prossecução dos seus desígnios, a Fretilin com Mari Alkatiri. Não porque ele tenha algo especificamente contra a Fretilin mas sim contra esta Fretilin que não tem possibilidades de manipular enquanto Mari Alkatiri se mantiver seu secretário-geral.

Historicamente já é do conhecimento geral a tendência que este membro da elite timorense tem para o absolutismo e para conseguir aquilo que pretende sem olhar a meios, sem observar elementares éticas políticas, sem observar o respeito que deve aos adversários de agora que foram seus companheiros de luta pela independência. A possibilidade que Xanana dispôs de enganar a maioria dos que nele acreditaram desvanece-se cada vez mais em cada dia que passa e as loas que antes os portugueses e outros cidadãos do mundo tomavam por verdade, honestidade e simplicidade daquela carismática figura passaram a esbarrar na desconfiança generalizada dos que o estimavam, apoiavam, admiravam a mantinham o fogo da sua lenda aceso. Essas loas já só servem para consumo interno, que agora é o que lhe interessa.

É certo que muito pouco fala Xanana Gusmão actualmente, escudando-se numa invenção chamada AMP – Aliança para a Maioria Parlamentar – e deixando que os outros, figuras minúsculas da política timorense, sedentos de poder sigam em frente, desbravando terreno e fazendo “terra queimada” por onde apontam caminho. Mas a verdade é que se ele muito pouco fala muito faz pela surra. Devagar, devagarinho, os entendidos nas estratégias de golpes de estado e da criação das condições para a tomada do Poder de forma aparentemente democrática têm usado com êxito os seus méritos e conhecimentos adquiridos em experiências anteriores.
As inteligências australianas e norte-americanas têm sabido levar a água ao seu moinho – ou será o petróleo? – e triste será vermos Timor-Leste ficar na posse de países e grupos económicos sem escrúpulos que se usam de políticos fantoches, sem pingo de decência, contaminados pelos vírus do “salve-se quem puder que isto não vai durar sempre!”

Também não constitui grande surpresa o comportamento político do recém eleito presidente da República, José Ramos Horta, sendo melhor precavermo-nos com o dilate da sua decisão em “arrumar” de vez com a Fretilin de Mari Alkatiri – coisa que ele afirmou ir acontecer durante a campanha eleitoral em que participou contra o seu antigo partido, a Fretilin. Na realidade, a Fretilin não foi “arrumada” através do sufrágio universal explicitado pelos eleitores mas está a ser “arrumada” através do cinismo político de Ramos Horta na qualidade de presidente da República timorense ao pretender ignorar que o partido maioritariamente votado nas recentes eleições legislativas foi a Fretilin e que a o CNRT de Xanana Gusmão não passa de uma segunda força política cheia de “oportunistas”, dito pela voz de Mário Carrascalão…

Inopinadamente os partidos perdedores inventaram uma aliança pós-eleitoral para baralhar tudo e retirar o direito legítimo da Fretilin governar, construindo uma maioria parlamentar a que chamam AMP, com os piores filhos de Timor-Leste misturados com alguns dos melhores… mas poucos.

Para quem observa a situação política timorense torna-se incompreensível a opção do PR em entregar o Poder Absoluto à denominada AMP, pactuando com um embuste pós eleitoral. Afinal, a Fretilin não prestou na sua governação enquanto teve o Poder Absoluto dado por uma expressiva maioria nas urnas, a ela, só a ela, e agora este PR, dito Nobel, fomenta o Poder Absoluto em “manta de retalhos” a uma bando de oportunistas – como Carrascalão lhes chamou antes de entrar no bando. Se este é o triste fado dos timorenses melhor será que passem ao vira!

3 comentários:

Anónimo disse...

O Ramos-Horta anda há mais de um mês num faz-de-conta a empatar sobre a quem dirigir o convite para a formação do novo Governo. A primeira desculpa era que tinha de ouvir constitucionalistas sobre a quem competia dirigir o convite (depois de o bando dos quatro ter inventado a AMP), mas entretanto propôs a todos os partidos uma “solução inclusiva”.

A Fretilin aceitou o repto do Horta e oficialmente afirmou que acredita que um Governo de Grande Inclusão que integre membros de todos os partidos políticos com assento no Parlamento Nacional contribuirá para que, em Timor-Leste, se volte a ter estabilidade, concluindo com todo o realismo que se não houver estabilidade, nenhum governo poderá funcionar com eficiência.

E até foi mais longe, dizendo-se aberta às opiniões de todos os partidos políticos, e das forças vivas da sociedade civil.

Mas naturalmente que reafirmou - mais uma vez! - o direito constitucional de escolher o Primeiro-Ministro e de formar o Governo, e esclareceu que aceita a mensagem traduzida nos resultados das eleições como uma vontade do povo em integrar no governo todos os partidos representados no Parlamento Nacional.

Em contrapartida, os da suposta AMP, numa arrogância de absoluto desdém pela vontade popular expressa nas eleições, cozinharam uma liderança do PN apenas deles.

E perante a clarividência da Fretilin e o sectarismo da suposta AMP, o Horta mete as dúvidas constitucionais da gaveta, esquece a trapalhada da “solução inclusiva” com que andou a entreter e a entreter-se e convidou o sectário-mor e o maior derrotado para liderar um governo de absoluta exclusão da Fretilin.

Com alguns farsantes o crime compensa no muito curto prazo. Mas apenas no muito curto prazo.

Anónimo disse...

Look!!!

You guys fell that way because you want Fretilin to form Government.

I know you guys are inteligent enough to know that in a democracy, the majority rules but just because you guys are Fretilin suporters, you guys don't want to accept this.

Someone with half the brain, can tell that 41 votes is more then 24.

Say Fretilin gets to form Government, how are they going to govern if the votes in parlament are going to be 41 to 24.

I know you guys are smart enough to know this but you guys pretend that you don't know.

My advice to you is to stop showing people your ignorance because you never know what happens in life.

An oportunity might come your way but just because you talk crap all your life, you are going to miss out.

Just a Thought

Anónimo disse...

Just a thought: I believe that you are the guy that is full of crap, crap that Horta and Xanana dropped on you. By your comments, one can see that you have no idea at all about politics and about democracy! So just get lost or in another way, just PISS OFF

Another Thought

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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