domingo, março 18, 2007

Dos leitores

H. Correia deixou um novo comentário na sua mensagem "Timor-Leste: É mais difícil ser Presidente do que ...":

Xanana finalmente reconhece a justiça de tantas críticas que lhe foram feitas e motivaram até insultos (de terceiros) a quem ousasse criticá-lo.

Ele reconheceu finalmente que errou ao tentar resolver o caso Reinado (e outros) com paninhos quentes, reconciliações ou diálogos. Viu-se o resultado: Reinado "agradeceu" a benevolência do Presidente com arrogância insolente.

Se o Estado está fraco ao ponto de o povo ter deixado de o respeitar, qual é a responsabilidade de Xanana para que as coisas tenham chegado a este ponto? É isto que falta admitir no seu acto de contrição e não apenas deixar no ar a sensação de que o vento não esteve de feição ou que foi qualquer outro fenómeno natural e imprevisível que provocou o fracasso da sua estratégia.

Espero que finalmente os defensores de soluções "administrativas" para problemas militares percebam que para cada doença há um remédio específico e que este tem que ser tomado logo no período de incubação, sob pena de se sofrer uma infecção incontrolável. A inacção, a indolência e a fé excessiva na cura espontânea e nos falsos curandeiros só agravam a situação, como veio a acontecer.

Um dos maiores erros de Xanana - que transparece da sua entrevista - foi agir na primeira pessoa, sem se dar conta que o Presidente é um dos VÁRIOS órgãos do Estado e representa a CONSTITUIÇÃO e TODO o povo. Infelizmente, Xanana sobrestimou as suas qualidades pessoais, que foram úteis em outro contexto histórico timorense, mas completamente ineficazes para resolver esta crise. Paradigma deste excesso de confiança foi o erro crasso de obrigar Alkatiri a demitir-se por algo que não fez e o consequente e precipitado grito, mais tarde engolido em seco: "Ganhámos esta guerra!"

A sua frustação é evidente, quando confrontado com a humana realidade de que ninguém tem uma varinha de condão nem poderes mágicos para resolver os problemas sozinho.

Xanana é um homem ambicioso e nunca se conformou com os poderes limitados que a Constituição lhe confere. Resta saber se a sua ânsia de mandar será temperada pelas lições que eventualmente aprenderá com os seus erros mais recentes. Aguardemos para ver se o futuro político Xanana vai ser um novo homem, mais humilde e equilibrado ou se vai persistir teimosamente em apostar no cavalo errado.

6 comentários:

Anónimo disse...

http://www.semanario.tp

Austrália
Não há erro maior do que ignorar a verdade e ainda por cima tentar transformar a mentira no facto. Os nossos vizinhos não estão de boa-fé no nosso país. Se não tivéssemos mais vizinhos como a Papua Nova Guiné, as ilhas Fiji e as outras, estaríamos hoje a anos-luz, de percebermos que o maior beneficiado nesta questão nacional é mesmo a Austrália. A história dos nossos vizinhos responde e dá-nos respostas sobre a actuação das forças australianas na nossa sagrada terra. Ignorarmos as constantes ofensivas do primeiro-ministro australiano, do seu ministro dos Negócios Estrangeiros, sobre a política interna timorense, é esquecermos que estamos a ser alvo da cobiça alheia.

De forma, pouco insuspeita entraram no nosso país. Vieram como salvadores da pátria. Aliás, como nunca vieram antes quando fomos ocupados barbaramente pelos militares indonésios. Nessa altura, selaram a bordo de um avião o acordo de partilha do nosso petróleo com os indonésios e apressaram-se a reconhecer a anexação de Timor-Leste. Para a Austrália fomos sempre a 25ª província da República da Indonésia. Nessa altura, o equilíbrio timorense ao nível dos recursos naturais serviam as suas necessidades. Veio o referendo, veio a vitória da verdade. A mais alta verdade até hoje escrita pelo Povo mártir nas urnas através do voto. Vencemos os Indonésios, venceremos perante os novos desafios colocados por uma potência regional que teima em reinar fora do seu ambiente: a Austrália. Timor-Leste jamais se vergará aos subjugadores da verdade do Povo maior de Timor-Leste.

Depois do referendo veio a destruição do país. Os australianos apressaram-se a entrar e a nada fazer. Permitiram a continuada deportação de pessoas para o outro lado da ilha, e por detrás dos óculos escuros dos seus militares estavam olhos de jovens de ordens para não actuarem. Os óculos, esses, reflectiam as chamas das casas e dos departamentos que ardiam às mãos de militares e de milícias pró-integracionistas, perante a passividade australiana. Lamentavelmente, a sensação que dá é de memória curta da nossa parte. Mas, não é assim. Timor-Leste tem ainda a esperança de gritar liberdade efectiva e definitiva.

Em 2006 empurraram a comunicação social australiana para um constante bombardear das instituições nacionais. Gerou-se então o cenário da entrada. Uma vez cá dentro, eclodiram os maiores e mais continuados e repetidos actos de violência. O país entrou em definitivo na crise. Os australianos falharam por não conseguirem esconder a verdade das suas intenções. A Austrália é a maior ameaça à soberania nacional. Recusamo-nos a ser um protectorado australiano, indonésio, português, americano, chinês, cubano, etc. Somos feitos da carne mais nobre que há! Desta forma reafirmamos que temos condições para ir mais além, no caminho do progresso nacional, da igualdade de oportunidades, sem nunca abdicarmos da memória dos nossos saudosos mártires. O caminho é nosso e não precisamos de falsos amigos. Timor Timor Telecom

Debaixo de fogo, É assim que se pode encarar a anunciada liberalização pelo gabinete do primeiro-ministro. Resta saber se o Governo está em condições de quebrar um Contrato de Concessão, que desde que o actual primeiro-ministro chegou ao poder passou a ser parte integrante da sua agenda. Isto leva a que nós consumidores e contribuintes, de direito nacional, perguntemos quais as vantagens desta decisão. Por outro lado, perante o brutal investimento feito para lançar as telecomunicações móveis e fixas, através de operador definido através de concurso público internacional, parece-nos um mau principio que pode em tudo conduzir à descredibilização dos concursos que doravante lançarmos.

Tem o país estrutura para operadores privados? Sabemos que não, apenas há mercado para concorrência desleal. Lembramos a TELSTRA que operou durante a vigência da ONU no nosso país e que não meteu cá uma única base definitiva de serviço de telecomunicações. Já nessa época o proteccionismo era de tal ordem que mais ninguém fora autorizado a entrar nesse espaço… A TELSTRA não esticou um cabo, nada gastou. De tal forma, que não acreditou numa operação financeira - onde faltariam consumidores internacionais em número -, que nem sequer concorreu ao concurso que fora aberto. Aquilo que cá estava era o sobrante operacional da Telcom Indonésia.

Se a memória não nos falha, a poucos dias de encerrar o prazo de entrega de propostas, ali dos lados da Austrália vinha a vontade de inviabilizar o mesmo. Recordamos que a mesma tentativa de inviabilização foi feita em Língua portuguesa por um expatriado, ao serviço das Nações Unidas, e residente na Austrália. Estavam previstos 10 anos de concessão e de repente, sem mais nem porquê, é anunciado que o prazo de concessão seria de 8 anos. Bem ou mal, alguém, neste país, decidiu que seriam 15 anos.

Quem cá esteve antes da Operadora Nacional de Telecomunicações serviu-se das bases em Darwin. Lembram-se do indicativo? E dos primeiros números de telefone? Também? Iremos ter mais do mesmo? Se é isto que vai acontecer, então não duvidamos que os preços baixem e o Governo perde um dos pilares fundamentais da economia do país e um dos maiores contribuintes para as contas do Estado. No entanto, os especialistas independentes é que sabem… ou será, que a Indonésia vai voltar em força, com as suas telecomunicações? Sempre são bem mais vindos que os australianos.

Se fossemos accionistas da Portugal Telecom, bem diríamos à administração, em Lisboa, para vender toda a participação ao Governo de Timor. Afinal, cá na nossa terra temos de ouvir e acatar as memoráveis e doutas análises de conceituados e reputados especialistas nesta matéria. Será um problema de Língua Portuguesa no investimento até agora realizado? Assim parece.

Avelino Coelho

Entra pela porta do lado ao atacar de forma indiscriminada a governação anterior à actual que se responsabiliza pelo país. O candidato a Presidente da República pelo PST, diz em entrevista nesta edição que tudo o que foi feito foi mal feito. Contudo, se há coisa da qual o candidato não se pode queixar é de ter sido instaurado um sistema verdadeiramente comunista, onde ele próprio hoje não estaria na cena política nacional e a candidatar-se a um alto cargo nacional. Estaríamos então numa dura ditadura onde a palavra livre seria puro crime. Se no passado, e a critica de Avelino Coelho é democraticamente aceitável, se cometeram erros - há quem já por aí diga que o principal terá sido a falta de pulso ao nível social -, como analistas temos de dizer que o “erro”, a existir, terá começado pela administração da UNTAET. Contudo, não esqueçamos, e o ilustre candidato também não o esquece, que o país se iniciou de uma base viciada em herança deixada por 24 anos de ocupação das tropas indonésias, aliás, herança que hoje culturalmente reside em muitos de nós. Até mesmo em alguns que hoje se candidatam a Presidente da República.

Até 9 de Abril o que está em causa são as presidenciais. Não são as legislativas, não é para formar novo Parlamento, mas apenas e só para o cargo de Presidente da República, cujos deveres e responsabilidades estão deveras defendidos e salvaguardados na Constituição da República, Carta Magna de todos nós. Logo, nesta campanha para as presidenciais torna-se pouco curial afirmar-se que vamos mudar as regras da governação e o próprio sistema democrático. Nesta campanha exige-se a todos os actores contenção na palavra desvirtuada de valor. O cargo de Presidente da República é apartidário, e os candidatos são-no em nome individual e podem ou não merecer o apoio de partidos políticos – veja-se o caso de José Ramos-Horta.

Nesta entrevista, de Avelino Coelho, ficamos a saber que para além do antigo primeiro-ministro, há ainda outro grande culpado da situação que o país atravessa: a Língua Portuguesa – aliás superiormente dominada pelo candidato Avelino Coelho. Ao acusar a Língua portuguesa de ser discriminatória e participante activa na pobreza nacional, esperava-se que o candidato continuasse a defender a Constituição da República. Natural seria, para tão bem falante da Língua Portuguesa, deixada pelos nossos saudosos avós, que se encarasse essa herança como identidade nacional agregada à nossa Língua Tétum. Parece desvirtuar o sentido dos analistas e peritos na matéria que têm dado ao Tétum e à Língua Portuguesa caminhos comuns. O Tétum sem o português perde a sua genuína evolução – ou estaremos enganados? No entanto, até porque este jornal nacional se escreve e comunica em Língua Portuguesa , não poderíamos de endereçar o nosso respeito e a nossa discordância para com o nosso amigo e colunista de primeira hora nas nossas páginas. Avelino Coelho foi e é o mais activo cronista deste seu jornal. Foi e é aquele que mais escreveu até hoje em Língua Portuguesa , no JNSemanário.

Por outro lado, Avelino Coelho, fala em reformas profundas no país como razão para a sua candidatura a presidente da República. Porém, para que tal pudesse acontecer, teríamos de rever a Constituição da República e sairmos do regime semi-presidencial para passarmos à figura de um Estado Presidencialista. Como isso não está no horizonte constitucional, logo não se pode oferecer aos eleitores. Fazê-lo pode não ser correcto.JNSEMANARIO

Anónimo disse...

Ouvimos aqui que o candidato Ramos-Horta anda a usar a imagem do Papa para fazer as suas campanhas eleitorais. Pode comentar mais sobre isto? Seria possível postar uma amostra de material de campanha para este blog?

Muito obrigada.

Anónimo disse...

Meu caro H. Correia,
Não nos iludamos! Xanana só tem kudas, de pernas curtas. E com kudas ningué ganha concursos de obstáculos!...
A maior lição de humildade que ele poderia dar era ficar quieto no seu canto, pelo menos durante a próxima legislatura!... Era uma óptima oportunidade para, finalmente, aproveitar a matrícula gratuita que a Faculdade de Direito de Coimbra lhe ofereceu em tempos. Que pena ele não ter vindo logo naquela ocasião!...
Mas ele não é capaz disso pois, como outros, tem uma sombra maior que ele. Ou, pelo menos, pensa que tem! Além de que o que o move é o ódio à FRETILIN. E esse não vai desaparecer.

Anónimo disse...

Xanana Gusmão e Ramos-Horta são dois pseudo-políticos que tudo tentam para conquistar o poder único em Timor-Leste. Falharam no golpe de Estado e não conseguem cumprir com as ordens dos americanos e dos australianos. No limite de mais vitórias certas da FRETILIN, o poder será en definitivo tomado pela força das armas australianas depois de uma manobra de diversão dos pseudo-amotinados. Reinado é a chave dessa ultima jogada de Horta e de Xanana. Dois bonecos num jogo perigoso.

Anónimo disse...

Eight international journalists will spearhead high-impact projects in Africa, Asia, Latin America, and the Middle East

WASHINGTON, March 14 /PRNewswire-USNewswire/ -- The International
Center for Journalists on March 14 named its first class of Knight
International Journalism Fellows since expanding the program to include
Fellows from outside the United States. The new Fellows, outstanding
journalists from five continents, will launch groundbreaking programs in
countries where media are in transition.
========================== The Fellows will spend up to a year working with local partner
organizations to transform media in the host country and in the region.
Each Fellow is fluent in the local language of the host country.
The Knight International Journalism Fellowships program, funded by the
John S. and James L. Knight Foundation since 1993, has trained more than
30,000 journalists, media managers and journalism students in 80 countries.
"We carefully assessed countries where the opportunities for change
were greatest," said ICFJ President Joyce Barnathan. "Then, in
collaboration with local partners and other experts on the ground, we came
up with projects that we believe will bring journalism to a new level and
have a lasting impact for the public good."
The projects span the globe:
East Timor: Fellow Maria-Gabriela Carrascalao, an Australian and East
Timorese citizen, will help journalists create a voter's guide and produce
accurate and balanced radio and television reports ahead of the 2007 parliamentary
elections.
Egypt: Fellow Yasmine El-Rashidi of Egypt will develop an
Arabic-language "virtual newsroom" that will enable teams of multimedia
journalists to collaborate on in-depth, investigative stories not carried
by traditional media.
Guatemala: Fellow Maria Martin, a U.S. citizen born in Mexico, will
enable radio stations serving indigenous communities to share news content
via the Web with one another and with stations targeting immigrant
communities in the U.S. The upshot: access to a much richer variety of news
programming.
Guinea: Fellow Eric Biegala of France will help launch the first-ever
voter's guide and provide hands-on training in preparation for Guinea's
upcoming democratic elections.
Mexico: Fellows Ana Arana of the U.S. and Susana Seijas of British and
Mexican citizenship, will help journalists use the country's new Access to
Information law to produce hard-hitting investigative stories on
corruption, criminal justice and drug trafficking in ways not possible
before. Arana will work with the print media and Seijas with broadcast
journalists.
Rwanda: Fellow Sputnik Kilambi, an Indian and French citizen, will link
audiences in Rwanda, Congo and Burundi through responsible radio and online
news programming in six languages, building a sense of community in
countries where "hate radio" once incited genocide.
Tanzania/Kenya: Fellow Karen Rothmyer of the U.S. will spearhead a
program that brings the public high-quality coverage of previously ignored
issues such as health, environment and poverty.
The International Center for Journalists, a non-profit, professional
organization, promotes quality journalism worldwide in the belief that
independent, vigorous media are crucial in improving the human condition.
Over the past 22 years, ICFJ has worked directly with journalists from
176 countries. Aiming to raise the standards of journalism, ICFJ offers
hands-on training workshops, seminars, fellowships and international
exchanges to reporters and media managers around the globe.
Available Topic Expert(s): For information on the listed expert(s), click
appropriate link.
Joyce Barnathan
http://profnet.prnewswire.com/Subscriber/ExpertProfile.aspx?ei=58544

Anónimo disse...

ser presidente eh mais difil do que um comandante da guerrilha e ser um primeiro primeiro ministro ainda eh uma tarefa muito mais dificil do que um presidente,logo deita para traz as ambicoens as ganancias pessoais que pode levar a destruicao de uma nacao.
xanana,confiaste demasiadamente nos teus conselheiros que eram oportunistas durante a luta da libertacao de timor leste,vagabundos e vigaristas que nunca souberam o que defender uma patria.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.