terça-feira, fevereiro 20, 2007

Dos leitores

Comentário sobre a sua postagem "Exército indonésio armou milícias - diz ex-comanda...":

A distribuição de armas pelos militares e polícias indonésios ficou demonstrada em frente ao Hotel Timor e em Maliana aos olhos de jornalistas. Vários livros que falam sobre o acontecido em 1999, escritos por jornalistas de diversas nacionalidades, são claros no testemunho dos autores nessas entregas.Mais longe até poderíamos ir pois é fácil falar de outros factos que até hoje têm sido ignorados pela comunidade internacional.

Ninguém fala dos militares que assassinaram o jovem timorense na zona do Audian, antes da ponte, onde uma sequência fotográfica mostra o rapaz a ser executado a tiro pelo bravos indonésios. Também o jornalista Sanders do FTimes foi executado esquartejado em Bécora, sabemos quem foi mas ninguém actua. São apenas dois exemplos e um terceiro das freiras e do jornalista católico em Lautem com testemunhas que viram quem matou.

1999 é uma anedota na condenação aos assassinos indonésios com os seus amigos timorenses - alguns dos quais hoje são ilustres figuras da oposição em Timor-Leste. No entanto, muitos destes senhores estão a fazer o que podem para atacar a soberania promovendo e pagando para que os jovens destruam o património e ceifem vidas.
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2 comentários:

Anónimo disse...

APRESENTAÇÃO DE CANDIDATURA
DE FRANCISCO GUTERRES “LU OLO”

Em Abril, têm lugar as segundas eleições presidenciais no nosso país.

Timor-Leste encontra-se numa encruzilhada difícil que vai exigir de cada um de nós maior empenho para construir a Unidade Nacional e trazer a Paz e o Desenvolvimento, num Estado de Direito Democrático que estamos determinados a cimentar. Todo o povo de novo é chamado para decidir. No seu veredicto reside a chave para o futuro da República Democrática de Timor-Leste.

É no acto eleitoral onde o povo soberanamente escolherá os seus líderes.

É, assim, tempo de apresentar candidaturas à mais alta magistratura da Nação.

Nas democracias, é saudável a pluralidade de candidaturas e eu quero, desde já saudar os meus compatriotas que as apresentaram.

Ponderei a minha própria candidatura, ouvi compatriotas dos mais diversos quadrantes, tendências políticas e crenças religiosas.

Ao longo dos vinte e quatro anos da ocupação tive sempre o previlégio de estar ao pé do nosso Povo, para sentir a sua força e determinação em vencer. Vivi e sofri com eles. Juntos vimos tombar, um por um, os nossos heróis. Por isso, é também em nome deles que aceito ser candidato da FRETILIN. Tenho a consciência plena, que venho de gente humilde, a quem aprendi a servir nos momentos mais difíceis, com a mesma alegria e coragem que eles próprios me transmitiam. Como candidato da FRETILIN, regresso às origens e revejo o passado de sofrimento por que passámos. Buscarei sempre inspiração nos nossos heróis, desde Nicolau Lobato a Nino Konis Santana.

Sou militante da FRETILIN e devo-lhe muito do que aprendi na minha vida; aprendi a valorizar a pluralidade, o diálogo e a tolerância.

Estou consciente que ao Presidente da República, como orgão unipessoal, estão acometidas competências excepcionais.

Ao Presidente da República compete facilitar o diálogo e estabelecer a ponte entre todas as forças vivas da sociedade para consensualizar os grandes desígnios nacionais e garantir a coesão social.
A Constituição confere-lhe finalmente, um conjunto de poderes de que, em circunstâncias excepcionais, fará uso para garantir a soberania e a Unidade do Estado.

Tendo em conta tudo isto, decidi candidatar-me ao cargo de Presidente da República, como candidato da FRETILIN.

Mas a minha candidatura é uma candidatura aberta a todos, ao apoio de todas as franjas da sociedade timorense.

Sou católico convicto. Mas no domínio das convicções e liberdade religiosas, ajudarei, sempre que necessário, o diálogo entre as diferentes escolhas e opções. Combaterei com todas as minhas forças todo o tipo de extremismo ou fanatismo, vindo donde vier. Com convicção, promoverei o ecumenismo.

Prometo ser um Presidente em prol da solução dos problemas. Não serei jamais fonte da criação de conflitos.

Darei toda a atenção a todas as franjas da sociedade. Trabalharei com todas os Órgãos de Soberania, em particular com Governo, bem como com a sociedade civil organizada e a sociedade tradicional para promover a juventude e a mulher, aprofundar o trabalho em prol da igualdade do género, criar condições imediatas para a protecção dos idosos e da população vulnerável, devolver aos veteranos e antigos combatentes a dignidade que merecem, reconhecendo e satisfazendo-lhes a todos os direitos à habitação, aos cuidados de saúde, a um rendimento mensal condigno.

Reforçarei, na relação com outros Órgãos de Soberania, a solidariedade e não o conflito institucional.

No domínio das nossas relações com outros países, e tendo em consideração este mundo global, promoverei, em coordenação com os outros Órgãos de Soberania, a diplomacia a favor da conquista e promoção de amizade e cooperação mutuamente vantajosas com todos os países do Mundo. Pontenciarei todas as mais valias que Timor-Leste tem para promover a Paz na região e no Mundo. Tomarei iniciativas no sentido de se estabelecerem acordos com os nossos vizinhos, em particular a Indonésia e a Austrália, em áreas de interesse comum, com destaque para a segurança e defesa regional e global.
Como Presidente da República e, exercendo estritamente as competências atribuídas pela Constituição e pelas Leis, em coordenação com os outros Órgãos de Soberania e respeitando as competências exclusivas de cada um, contribuirei para o reforço das Instituições multilaterais, regionais e internacionais de que somos membros.

Dedicarei com particular atenção muito do meu tempo à CPLP e ao reforço desta nossa Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

A nossa adesão à ASEAN constituirá uma das minhas prioridades. Darei todo apoio ao Governo para o encontro de uma fórmula para o reforço das nossas relações com os países do Fôrum do Pacífico.
A nossa política de uma só China deverá ser defendida como um valor inalienável do nosso Estado Democrático e de Direito. Como Presidente pautarei a minha conduta sempre neste sentido.

Com os nossos vizinhos mais próximos, a Indonésia e a Austrália, devemos reforçar cada vez mais as nossas relações de amizade e cooperação e procurar resolver de uma forma amigável todas as nossas diferenças.

Timor-Leste, com a sua situação geo-política previlegiada, beneficiando da geografia que o liga à Ásia e a Oceania, e da História e Cultura que o ligam a outros Continentes como a América, a África e a Europa, deverá ser sempre um palco de entendimento entre povos, um entreposto de valores universais e de encontro de culturas.

Como Presidente da República exercerei com determinação a minha magistratura de influência no sentido de tornar esta vocação uma realidade.

Assim, e nesta hora decisiva, apelo aos meus concidadãos, a todos os camaradas de luta, especialmente aos antigos combatentes, aos membros das organizações clandestinas, aos jovens, às buiberes e mauberes, aos intelectuais, aos empresários, às organizações da sociedade civil e instituições centenárias da sociedade tradicional, à Igreja Católica e a todas as confissões religiosas no nosso país a que se empenhem e ajudem a tornar a minha candidatura, numa candidatura verdadeiramente nacional. Jamais confundirei as minhas funções de Presidente da FRETILIN com as do Presidente da República. Sou um
filho do povo humilde. Continuarei a curvar-me perante este povo humilde e serei sempre seu servidor.

Apelo a todos para valorizarmos as nossas tradições, a nossa cultura, a nossa identidade. Só assim estaremos em condições de responder aos grandes desafios que se nos colocam.

Serei Presidente de todos e para todos.
Um Presidente para o reforço da Paz e da Estabilidade.
Um Presidente para a Reafirmação da Soberania do Estado e da Autoridade dos seus Órgãos e Instituições.
Um Presidente para contribuir no aumento da capacidade da Justiça e do Sistema Judiciário.
Um Presidente para trabalhar no reforço e unidade das instituições da Defesa e da Segurança.
Um Presidente defensor dos direitos e liberdades dos cidadãos e da igualdade do género.
Um Presidente para garantir a segurança a cada cidadão.
Um Presidente para defender boas relações com todos os países do Mundo.

Dili, 20 de Fevereiro de 2007

Francisco Guterres (Lu’ Olo)

Anónimo disse...

APRESENTAÇÃO DE CANDIDATURA
DE FRANCISCO GUTERRES “LU OLO”

Em Abril, têm lugar as segundas eleições presidenciais no nosso país.

Timor-Leste encontra-se numa encruzilhada difícil que vai exigir de cada um de nós maior empenho para construir a Unidade Nacional e trazer a Paz e o Desenvolvimento, num Estado de Direito Democrático que estamos determinados a cimentar. Todo o povo de novo é chamado para decidir. No seu veredicto reside a chave para o futuro da República Democrática de Timor-Leste.

É no acto eleitoral onde o povo soberanamente escolherá os seus líderes.

É, assim, tempo de apresentar candidaturas à mais alta magistratura da Nação.

Nas democracias, é saudável a pluralidade de candidaturas e eu quero, desde já saudar os meus compatriotas que as apresentaram.

Ponderei a minha própria candidatura, ouvi compatriotas dos mais diversos quadrantes, tendências políticas e crenças religiosas.

Ao longo dos vinte e quatro anos da ocupação tive sempre o previlégio de estar ao pé do nosso Povo, para sentir a sua força e determinação em vencer. Vivi e sofri com eles. Juntos vimos tombar, um por um, os nossos heróis. Por isso, é também em nome deles que aceito ser candidato da FRETILIN. Tenho a consciência plena, que venho de gente humilde, a quem aprendi a servir nos momentos mais difíceis, com a mesma alegria e coragem que eles próprios me transmitiam. Como candidato da FRETILIN, regresso às origens e revejo o passado de sofrimento por que passámos. Buscarei sempre inspiração nos nossos heróis, desde Nicolau Lobato a Nino Konis Santana.

Sou militante da FRETILIN e devo-lhe muito do que aprendi na minha vida; aprendi a valorizar a pluralidade, o diálogo e a tolerância.

Estou consciente que ao Presidente da República, como orgão unipessoal, estão acometidas competências excepcionais.

Ao Presidente da República compete facilitar o diálogo e estabelecer a ponte entre todas as forças vivas da sociedade para consensualizar os grandes desígnios nacionais e garantir a coesão social.
A Constituição confere-lhe finalmente, um conjunto de poderes de que, em circunstâncias excepcionais, fará uso para garantir a soberania e a Unidade do Estado.

Tendo em conta tudo isto, decidi candidatar-me ao cargo de Presidente da República, como candidato da FRETILIN.

Mas a minha candidatura é uma candidatura aberta a todos, ao apoio de todas as franjas da sociedade timorense.

Sou católico convicto. Mas no domínio das convicções e liberdade religiosas, ajudarei, sempre que necessário, o diálogo entre as diferentes escolhas e opções. Combaterei com todas as minhas forças todo o tipo de extremismo ou fanatismo, vindo donde vier. Com convicção, promoverei o ecumenismo.

Prometo ser um Presidente em prol da solução dos problemas. Não serei jamais fonte da criação de conflitos.

Darei toda a atenção a todas as franjas da sociedade. Trabalharei com todas os Órgãos de Soberania, em particular com Governo, bem como com a sociedade civil organizada e a sociedade tradicional para promover a juventude e a mulher, aprofundar o trabalho em prol da igualdade do género, criar condições imediatas para a protecção dos idosos e da população vulnerável, devolver aos veteranos e antigos combatentes a dignidade que merecem, reconhecendo e satisfazendo-lhes a todos os direitos à habitação, aos cuidados de saúde, a um rendimento mensal condigno.

Reforçarei, na relação com outros Órgãos de Soberania, a solidariedade e não o conflito institucional.

No domínio das nossas relações com outros países, e tendo em consideração este mundo global, promoverei, em coordenação com os outros Órgãos de Soberania, a diplomacia a favor da conquista e promoção de amizade e cooperação mutuamente vantajosas com todos os países do Mundo. Pontenciarei todas as mais valias que Timor-Leste tem para promover a Paz na região e no Mundo. Tomarei iniciativas no sentido de se estabelecerem acordos com os nossos vizinhos, em particular a Indonésia e a Austrália, em áreas de interesse comum, com destaque para a segurança e defesa regional e global.
Como Presidente da República e, exercendo estritamente as competências atribuídas pela Constituição e pelas Leis, em coordenação com os outros Órgãos de Soberania e respeitando as competências exclusivas de cada um, contribuirei para o reforço das Instituições multilaterais, regionais e internacionais de que somos membros.

Dedicarei com particular atenção muito do meu tempo à CPLP e ao reforço desta nossa Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

A nossa adesão à ASEAN constituirá uma das minhas prioridades. Darei todo apoio ao Governo para o encontro de uma fórmula para o reforço das nossas relações com os países do Fôrum do Pacífico.
A nossa política de uma só China deverá ser defendida como um valor inalienável do nosso Estado Democrático e de Direito. Como Presidente pautarei a minha conduta sempre neste sentido.

Com os nossos vizinhos mais próximos, a Indonésia e a Austrália, devemos reforçar cada vez mais as nossas relações de amizade e cooperação e procurar resolver de uma forma amigável todas as nossas diferenças.

Timor-Leste, com a sua situação geo-política previlegiada, beneficiando da geografia que o liga à Ásia e a Oceania, e da História e Cultura que o ligam a outros Continentes como a América, a África e a Europa, deverá ser sempre um palco de entendimento entre povos, um entreposto de valores universais e de encontro de culturas.

Como Presidente da República exercerei com determinação a minha magistratura de influência no sentido de tornar esta vocação uma realidade.

Assim, e nesta hora decisiva, apelo aos meus concidadãos, a todos os camaradas de luta, especialmente aos antigos combatentes, aos membros das organizações clandestinas, aos jovens, às buiberes e mauberes, aos intelectuais, aos empresários, às organizações da sociedade civil e instituições centenárias da sociedade tradicional, à Igreja Católica e a todas as confissões religiosas no nosso país a que se empenhem e ajudem a tornar a minha candidatura, numa candidatura verdadeiramente nacional. Jamais confundirei as minhas funções de Presidente da FRETILIN com as do Presidente da República. Sou um
filho do povo humilde. Continuarei a curvar-me perante este povo humilde e serei sempre seu servidor.

Apelo a todos para valorizarmos as nossas tradições, a nossa cultura, a nossa identidade. Só assim estaremos em condições de responder aos grandes desafios que se nos colocam.

Serei Presidente de todos e para todos.
Um Presidente para o reforço da Paz e da Estabilidade.
Um Presidente para a Reafirmação da Soberania do Estado e da Autoridade dos seus Órgãos e Instituições.
Um Presidente para contribuir no aumento da capacidade da Justiça e do Sistema Judiciário.
Um Presidente para trabalhar no reforço e unidade das instituições da Defesa e da Segurança.
Um Presidente defensor dos direitos e liberdades dos cidadãos e da igualdade do género.
Um Presidente para garantir a segurança a cada cidadão.
Um Presidente para defender boas relações com todos os países do Mundo.

Dili, 20 de Fevereiro de 2007

Francisco Guterres (Lu’ Olo)

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.