terça-feira, fevereiro 20, 2007

Notícias - traduzidas pela Margarida

UNMIT – MONITORIZAÇÃO DOS MEDIA – Terça-feira, 20 Fevereiro 2007
Relatos dos Media Nacionais

Monteiro: Governo debate o caso de Alfredo
O Procurador-Geral, Monteiro disse que o governo planeia avançar com o caso de Alfredo debatendo-o esta semana no Palácio Presidencial. O processo de audição será decidido na próxima Quinta-feira. Monteiro disse que será uma reunião do governo de alto nível que tentará arranjar uma solução para o caso.
Recusa comentar sobre qualquer interferência do governo. (STL)

Bispo Basilio: Não podemos negar a violência em Dili
O bispo da Diocese de Baucau Diocese, Basilio do Nascimento disse que os problemas no país estão principalmente centrados em Dili e não nos distritos sublinhando que a segurança deve ter uma contribuição de toda a gente. Noutro artigo no Diario Nacional, foi relatado que o bispo disse aos media a seguir a uma reunião com o Presidente Gusmão que será difícil resolver a crise em Dili e, por isso, sugeriu que todos os responsáveis pelo país ofereçam a melhor opção para ultrapassar o problema. (STL, DN)

Embaixador desiludido com a falta de participação
O Embaixador da Malásia em Timor-Leste, Mohd Azlan Razali sublinhou a desilusão com a falta de participantes na connferência sobre o Acesso de Timor-Leste às Séries de Diálogos da Asean, anotando que mais Timorenses deviam participar em eventos tão importantes. O Embaixador Razali disse que, com base na informação que recebeu do governo de Timor-Leste, membros do Parlamento Nacional, sociedade civil, ONG’s e outras entidades relacionadas com as áreas económicas estavam todas a participar mas na realidade estiveram presentes não muitos representantes das instituições mencionadas. (DN)

Parlamente pede a ministro para resignar depois da fuga
Membros da Comissão A do Parlamento Nacional querem que o Ministro da Justiça resigne depois da fuga de seis presos da Prisão de Becora no Sábado. Alexandre Corte-Real disse que o ministro deve ser responsabilizado visto que é a segunda vez que presos fogem dessa prisão, anotando que a fuga dos presos pode ver uma ameaça para a comunidade. Corte-Real disse que quando Alfredo e outros fugiram da prisão de Becora o Ministro da Justiça culpou as forças internacionais que prestavam a segurança mas que o ministro deve perguntar-se a si próprio o que é que correu mal. O deputado António Ximenes (PDC) argumenta que os presos estão a fugir porque completaram o seu período de detenção temporária e os seus casos já deviam ter sido levados a tribunal e que o Ministro devia resignar com base na falta de capacidade para gerir o seu ministério, tal como devia o Presidente do Tribunal de Recurso, Cláudio Ximenes por causa dos casos pendentes dos presos no tribunal. Culpa ainda o Ministro do Interior pelas fracas medidas de segurança no interior das prisões. Entretanto, o Ministro anunciou o estabelecimento de uma comissão de investigação para analisar a fuga. (STL)

A PNTL ainda inexperiente para conduzir sozinha operações
O Ministro do Interior, Alcino Barris disse que a PNTL não tem ainda experiência para conduzir sozinha operações e por isso continua a trabalhar com a UNPOL. Disse que é preciso tempo para todos os oficiais da PNTL serem reactivados e as estruturas estabelecidas e a PNTL assumir responsabilidades e a UNPOL ter o papel de conselheira. Barris sublinhou que a PNTL não pode ainda conduzir operações devido às condições de equipamento mas, entretanto, alguns dos oficiais da PNTL estão envolvidos em vários departamentos como no do tráfego ou investigação criminal e em breve também irão para áreas vitais como tribunais, estações eléctricas, portos, etc. (DN)

15 partidos políticos concorrem às eleições
Um total de 15 partidos políticos já se registaram no Ministério da Justiça e foram aprovadas pelo Tribunal de Recurso, disse o Ministro da Justiça Domingos Sarmento aos media na Segunda-feira. De acordo com o Ministro, todos os partidos vão concorrer às eleições legislativas de 2007. (STL)

Ramos-Horta: Carência de arroz não é falha do governo
O Primeiro-Ministro Ramos-Horta disse que o problema da carência de arroz no país não é uma falha do governo mas um problema regional. Para ultrapassar o problema, Ramos-Horta disse que o governo planeia importar arroz da China.
Entretanto, o antigo comandante da Falintil da Região IV, Ernesto Fernandes Dudu disse que o governo está a distribuir arroz somente aos membros da Fretilin, ao grupo de artes marciais PSHT e ao Korka. (TP, STL)

Membros de grupo de artes marciais sentenciados
Na Segunda-feira, o tribunal sentenciou 17 membros do grupo de artes marciais PSHT a 10 meses de prisão por terem atacado a esquadra de polícia em Bidau, Akadirihun em Dezembro.

RTTL Títulos das Notícias
Segunda-feira 19-02-2007

Tilman lança campanha pública
O candidato presidencial, Manuel Tilman lançou publicamente a sua campanha no Sábado. Por causa da chuva não participou muita gente no evento.

Danificada propriedade de milho
Os campos de milho da população na área de Tunubibi, têm sido danificados por gafanhotos e caterpillars. De acordo com a população, estão agora à espera de apoio alimentar do governo.

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A ONU aumentará a resposta de segurança em Dili
UNMIT - 20.02.07

20 Fevereiro, 2007 Dili – O Representante Especial do Secretério-Geral, Sr Atul Khare disse que a polícia da ONU ao lado da polícia de Timor-Leste reforçará os arranjos de segurança através de Dili em resposta ao crescimento da violência na capital.

Aproximadamente às 3.50 am de hoje, oficiais da UNPol estiveram presentes num incidente de luta e fogo posto em Kampung Alor. Os oficiais da unidade de polícia formada responderem em cinco minutos, contudo uma pessoa tinha sido morta antes de chegarem. A brigada de bombeiros esteve também presente mas apesar dos seus melhores esforços não foram capazes de conter o incêndio e arderam seis casas.

Esta manhã, o SRSG Khare visitou a área juntamente com o Ministro do Interior Alcino Barris e falou com os residentes que permanecem no local. Também expressou as condolências à família da vítima e a sua simpatia aos afectados pela violência desta manhã.

O SRSG Khare disse que estava extremamente perturbado com a continuação da violência relacionada com a rivalidade inter-gang em in Dili. “Estou convencido que o povo de Timor-Leste merece melhor e a ONU conjuntamente com as autoridades policiais nacional e as Forças de Segurança Internacional está a trabalhar para isso.”

A UNPol está também a investigar um incidente pelo qual foram roubados 700 sacos de arroz de um armazém do Programa Mundial de Alimentação em Dili. Quando a UNPol chegou ao local, uma grande multidão atacava o armazém apedrejando os oficiais da UNPol, guardas de segurança e empregados do armazém. O armazém danificado tem estado a ser reparado e o Programa Mundial de Alimentação anunciou que não haverá mais distribuição até ser anunciado devido a razões de segurança.

Mais tarde, hoje, e também em Dili, foram presos dois manifestantes por terem organizado uma manifestação não autorizada em frente ao Palácio do Governo. O protesto, organizado por estudantes universitários da UNPAZ por causa do preço e da distribuição do arroz, não respondia aos requisitos legais garantidos sob a Lei de Liberdade de Reunião e Manifestação. A UNMIT permanece comprometida com a liberdade de reunião e manifestação ao mesmo tempo que assegura o respeito por todas as leis aplicáveis de Timor-Leste.

A UNPol está também em alerta por uma manifestação planeada em Dili amanhã por manifestantes do grupo Movimento por Unidade Nacional e Justiça (MUNJ). Acredita-se que 12 veículos saíram de Same para Aileu às 4.20 desta tarde trazendo aproximadamente 500 pessoas com a intenção de seguir para Dili. A juntar a estas, foi relatado à UNPol que cerca de 50 pessoas estão a juntar-se em Bobonaro com a intenção de virem para Dili para protestar.

NOTA:

Dos 12.500 manifestantes esperados hoje do MUNJ, não chegou nem um...

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Comissão Indonésia-Timor-Leste ouve queixa de homicídio
Radio Austrália – 20/02/2007, 19:28:07

A Comissão da Indonésia e Timor-Leste da Verdade e Amizade ouviu de uma testemunha que diz que viu um soldado Indonésio a matar o seu irmão durante violência no território, há oito anos.

Geoff Thompson relata de Bali, que Florindo de Jesus Brites permaneceu de pé perante a comissão, despiu a camisa e mostrou as cicatrizes de um ataque à catanada.

Diz que sobreviveu a um ataque na casa de Dili de Manuel Carrascalão, mas não o seu irmão.

Florindo até disse o nome do soldado Indonésio que diz que disparou contra o seu irmão, matando-o.

Depois de ter sido levado para o hospital, Florindo afirmou que tinha de cantar o hino nacional Indonésio antes de lhe darem qualquer comida.

Um comissário Indonésio perguntou porque é que isso era um problema, dado que na altura Timor-Leste era parte da Indonésia.

Outras testemunhas detalharam como foi organizada a violência, por cooperação estreita entre os militares, milícias e agentes dos serviços de informações.
A comissão tem a intenção de reconciliar Timor-Leste e a Indonésia sobre a violência que rodeou o voto de 1999 pela Independência.

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Comissão Indonésia-Timor-Leste ouve queixa de homicídio
Radio Austrália – 20/02/2007, 19:28:07

A Comissão da Indonésia e Timor-Leste da Verdade e Amizade ouviu de uma testemunha que diz que viu um soldado Indonésio a matar o seu irmão durante violência no território, há oito anos.

Geoff Thompson relata de Bali, que Florindo de Jesus Brites permaneceu de pé perante a comissão, despiu a camisa e mostrou as cicatrizes de um ataque à catanada.

Diz que sobreviveu a um ataque na casa de Dili de Manuel Carrascalão, mas não o seu irmão.

Florindo até disse o nome do soldado Indonésio que diz que disparou contra o seu irmão, matando-o.

Depois de ter sido levado para o hospital, Florindo afirmou que tinha de cantar o hino nacional Indonésio antes de lhe darem qualquer comida.

Um comissário Indonésio perguntou porque é que isso era um problema, dado que na altura Timor-Leste era parte da Indonésia.

Outras testemunhas detalharam como foi organizada a violência, por cooperação estreita entre os militares, milícias e agentes dos serviços de informações.
A comissão tem a intenção de reconciliar Timor-Leste e a Indonésia sobre a violência que rodeou o voto de 1999 pela Independência.

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Chefe de Timor troca vacas por protecção
AAP - Fevereiro 20, 2007
Por Karen Michelmore em Bali

Um chefe de aldeia Timorense pagou com vacas e dinheiro a um comandante das forças militares Indonésias para o proteger durante a turbulência das tropas de 1999, que mataram vários civis numa chuva de balas.
O chefe da aldeia de Atudara, Manuel Ximenes, disse numa audição hoje que viu as tropas Indonésias a disparar contra vários aldeões perto de um funeral de um líder pró-Indonésio no distrito Timorense de Cailaco em 12 de Abril de 1999.

Foi a primeira testemunha no último dia da audição pública da Comissão Timor-Leste-Indonésia para a Verdade e a Amizade.

A comissão está a investigar a violência antes e depois da votação patrocinada pela ONU para a independência. Planeia realizar cinco audições públicas de Fevereiro a Junho, e ouvir 78 pessoas incluindo o General Indonésio Wiranto, o antigo presidente BJ Habibie, o antigo líder da milícia Eurico Guterres e o Presidente Timorense Xanana Gusmão.

Mais de 1500 pessoas foram mortas quando gangs de milícias ligados às forças militares da Indonésia entraram numa fúria de fogos postos e mortes antes e depois da votação de Agosto.

Um relatório da ONU recentemente descobriu que no incidente de 12 de Abril, tropas Indonésias tinham cercado várias centenas de civis em Cailaco para estarem no funeral do líder, que foi morto por rebeldes pró-independência.

O relatório disse que mataram pelo menos sete pessoas num posto das forças militares, que Ximenes disse estava a cerca de 50 m dos que estavam no funeral.

"Um membro da milícia, tinha uma faca e disse (para um civil) 'és um jovem, és ainda capaz de dar informação aos rebeldes'," disse Ximenes. "Disseram ao jovem para correr cerca de 25 m, depois, todas as suas armas, simplesmente encharcaram-no com balas."

Disse que as tropas Indonésias também abriram fogo contra um outro grupo de três pessoas, e disse na audição que regressou ao local no ano seguinte para juntar e enterrar os seus restos.

"Tudo o que pudemos encontrar dessa gente foi o cabelo, os dentes e o esqueleto e levámo-los," disse. "Levámo-los e enterrámos no local do incidente."

Sacudiu as perguntas sobre se os que foram mortos tinham anteriormente dado assistência à pró-independência FALINTIL, dizendo que as pessoas geralmente "guardam isso para si próprias".

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Alatas testemunha na audição sobre direitos humanos em Timor
The Jakarta Post – Terça-feira, Fevereiro 20, 2007
Rita A. Widiadana e Abdul Khalik, The Jakarta Post, Sanur

O antigo ministro dos estrangeiros Ali Alatas tornou-se o primeiro antigo governante Indonésio a testemunhar perante a Comissão de Verdade e Amizade (CTF) estabelecida pela Indonésia e Timor-Leste.

A sua presença lançou as audições públicas sobre violações de direitos humanos a seguir ao referendo de 1999 que levou Timor-Leste à independência da Indonésia.

Alatas deu o seu testemunho depois de ter jurado. Cerca de 100 pessoas escutavam atentamente no Hotel Sanur Paradise.

A violência relacionada com o referendo causou pelo menos 1,500 mortes, de acordo com um relatório da ONU. Alatas disse que nem o governo nem a comunidade internacional foi capaz de antecipar tal reacção ao referendo.

"Ocorreu o meu pior receio. Nós (o governo Indonésio) bem como os organismos da ONU nunca pensámos que isso pudesse causar uma tão grande destruição," disse Alatas.

"A situação lá estava realmente fora de controlo e o Gen. Wiranto (então Ministro da Defesa), finalmente concordou em autorizar que tropas estrangeiras entrassem em Timor-Leste para manter a segurança e a ordem depois de ter visitado os locais com representantes da ONU," disse Alatas.

O general retirado está agendado para testemunhar em Abril ou Maio.

A comissão começou a ouvir testemunhos depois de ter inspeccionado documentos, no meio duma controvérsia sobre se o foco deverá ser punir os perpetradores ou na "amizade" e amnistia.
Uma Timorense na audiência, Belinha Alves de 19 anos, disse que depois de ter experimentado a luta sangrenta pela independência, tudo o que queria ver agora era a paz e as boas relações com a antiga (potência) governante.

"Para mim, o que mais interessa é um futuro pacífico. Mas precisamos de conhecer a verdade sobre o nosso passado. Acredito que esta comissão nos dará isso. Aceitaremos o seu relatório e avançaremos para um novo começo com a Indonésia."

"Tenho muitos familiares na Indonésia assim não vejo porque é que não podemos ter boas relações como vizinhos," disse Belinha.

A Comissão, estabelecida em 2005, compreende cinco representantes de cada país. Tem um mandato até Agosto de 2007. Modelada sobre órgãos similares constituídos na África do Sul, Chile e Argentina, não tem poderes para processar violadores de direitos humanos. Contudo, pode fazer recomendações a ambos os governos para conceder amnistia a pessoas que confessaram o envolvimento e expressaram remorsos, e para compensar vítimas.

O co-presidente da CTF de Timor-Leste, Dionísio Babo Soares, disse que a maioria das vítimas tinha acordado que a reconciliação não deve ser necessariamente alcançada através de julgamentos internacionais mas que esperam que a CTF se torne parte da solução ao revelar a verdade.

"Esta é a solução mais realista considerando as condições de Timor-Leste e as suas relações políticas e económicas com a Indonésia," disse Soares.

Sobreviventes que partilharam os seus testemunhos na Segunda-feira foram Emilio Barreto, que estava no campo da "pró-independência", e Mateus Carvalho, um antigo membro da milícia "pró-integração".
As sessões continuarão na Terça-feira para ouvir o Embaixador da Indonésia em Portugal Francisco Xavier Lopes da Cruz, Eko Budiharjo do Forum Rector, e mais dois sobreviventes.

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Timor-Leste, Austrália ratificam acordo do petróleo e do gás
AAP – Terça-Feira, 20 Fevereiro de 2007

O parlamento de Timor-Leste ratificou um acordo com a Austrália que modela os depósitos de petróleo e gás do Mar de Timor que valem biliões de dólares.

Uma troca de cartas entre os governos de Timor-Leste e da Austrália é agora necessária antes de os tratados entrarem em efeito, disse uma porta-voz do Primeiro-Ministro José Ramos Horta.

O parlamento de Timor-Leste aprovou na Terça-feira duas resoluções sobre o campo de gás do Greater Sunrise e o acordo da fronteira do fundo do mar relacionado, com a Austrália, com 48 votos a favor e cinco contra. Houve três abstenções, disse a porta-voz.

É estimado que o campo do Greater Sunrise pode ter um potencial de $US10 biliões ($A13 biliões) para o empobrecido Timor-Leste durante 20 anos.

Em Novembro, Ramos Horta disse que uma vez ratificado, o tratado "permitirá o desenvolvimento do Greater Sunrise, cujos recursos garantirão a independência económica e a prosperidade nacional ".

Sob o acordo – assinado há um ano – a Austrália e Timor-Leste dividirão as royalties do campo 50:50, e atrasarão por 50 anos as negociações para uma fronteira marítima permanente.
Antes, o deputado Timorense Leandro disse que havia um forte debate no parlamento sobre o tratado. No princípio deste mês, o governo Australiano mexeu-se para ratificar rapidamente a ratificação, marcando uma análise do tratado no Senado.

O operador do Greater Sunrise, Woodside Petroleum congelou o projecto de $A6.6 biliões no Greater Sunrise em 2004 quando as negociações entre as duas nações se arrastavam.

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Postura de Howard sobre Timor-Leste rotulada de demasiado excitada

The Sydney Morning Herald – Terça-feira, Fevereiro 20, 2007
Por: Mark Forbes, Correspondente do Herald em Denpasar

A Austrália estava muito interesseira e “demasiado excitada” com Timor-Leste, disse o antigo ministro dos estrangeiros Indonésio, Ali Alatas, num inquérito que visa curar as feridas deixadas pela consequência sangrenta da independência Timorense.

O Sr Alatas disse à Comissão da Verdade e Amizade que não acusava o Primeiro-Ministro, John Howard, pelo sangue derramado que rodeou a votação pela independência de Timor-Leste em 1999. Contudo, disse que uma carta do Sr Howard para o então presidente Indonésio, B.J. Habibie, provocou a mudança da Indonésia em realizar o referendo.

A carta, que sublinhava o apoio da Austrália para um voto pela independência, não era a "pedra de discordância ", disse ontem o Sr Alatas. "Era antes o espírito de demasiado interesse da Austrália em mandar bruscamente tropas e o maior contingente. Às vezes é uma atitude demasiado excitada."

O Sr Alatas, que agora é um conselheiro de política externa do Presidente Indonésio, Susilo Bambang Yudhoyono, foi a primeira testemunha da comissão. Disse que não teve conhecimento da evidência da cumplicidade das forças militares Indonésias no morticínio de Timorenses feitos por milícias locais.

Contudo, mais tarde, testemunhas fizeram relatos gráficos de membros das forças militares que ordenaram o homicídio de civis Timorenses. Cerca de 1400 pessoas foram mortas antes e depois da votação da independência.

A comissão foi estabelecida pelo Dr Yudhoyono e o seu contraparte Timorense, Xanana Gusmão, na esperança que as suas nações possam ultrapassar os eventos sangrentos. Está a ser concedida a amnistia aos perpetradores se testemunharem com verdade.

A comissão foi formada depois de um relatório da ONU ter pedido acusações por crimes de guerra contra líderes das forças armadas e das milícias. Têm sido amplamente criticados os julgamentos na Indonésia, que só condenaram um líder de milícia.

Espera-se que o Sr Gusmão e o Dr Habibie prestem testemunho perante a comissão. Está também a ser amplamente antecipado o testemunho do antigo chefe das forças militares da Indonésia, General Wiranto.

O objectivo da comissão, que compreende cinco membros da Indonésia e cinco membros de Timor-Leste, é promover a reconciliação e recomendar amnistias e compensação.

Não é claro se pode recomendar a prossecução de testemunhas tidas como não tendo falado a verdade.

Emilio Barreto testemunhou como escapou por pouco à morte durante um massacre de mais de 50 civis que procuraram refúgio numa igreja no exterior da cidade de Liquica em Abril de 1999.
O Sr Barreto disse que viu um oficial Indonésio, um membro da sua família, ordenas à milícia local para disparar contra 2000 pessoas que se abrigavam no complexo. "Ele não estava armada, vestia-se à civil," disse o Sr Barreto.

Antes de lhe terem rachado a cabeça com uma catana, o Sr Barreto disse que viu várias pessoas serem esfaqueadas até à morte.

Antes, a polícia tinha controlado as estradas para o complexo para permitir a passagem de membros da milícia pró-Indonésia, disse o Sr Barreto.

A comissão planeia continuar com as audições públicas até Junho.

Sem comentários:

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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