terça-feira, janeiro 09, 2007

LUSA continua a induzir em erro.

LUSA
Depoimentos em tribunal voltam a implicar...
(REABRE)


O julgamento iniciou-se a meio da manhã (hora local), com 45 minutos de atraso face à hora marcada, (09:30 (01:30 em Lisboa), e com a lotação da sala esgotada, o que obrigou alguns populares e jornalistas a permanecerem de pé.

à entrada no perímetro exterior, depois de ultrapassadas barreiras levantadas pela Polícia das Nações Unidas (UNPOL), a assistência era ainda sujeita a duas revistas de malas e sacos, antes de entrar na sala de audiências.

Após a leitura do auto da acusação, Marcos Piedade questionou, designadamente, o facto do tribunal deixar de fora alguns indivíduos armados, enquanto ele, alegou, tinha entregue a arma que lhe fora distribuída e estava agora a ser julgado.

Questionado pelo colectivo de juízes - liderado pelo português Ivo Rosa e que integra ainda a portuguesa Teresa do Rosário e o timorense António Gonçalves -, pela acusação e pela defesa, Marcos Piedade centrou as suas declarações em Eusébio Salsinha, antigo chefe de gabinete
de Rogério Lobato, que citou como tendo sido quem lhe distribuiu oito armas automáticas, para posterior entrega a várias pessoas.

Num depoimento marcado por contradições, designadamente ao referir que nunca tinha pegado em armas e que durante a resistência contra a ocupação indonésia lutou de armas na mão, Marcos Piedade implicou ainda o deputado Jacinto Maia, da FRETILIN, o partido maioritário, como tendo sido uma das pessoas a quem entregou uma das oito armas automáticas, e munições, que recebera do chefe de gabinete de Rogério Lobato.

Eusébio Salsinha, que chegou a ser constituído arguido pelo Ministério Público neste processo, foi posteriormente ilibado de todas as acusações, mas, segundo Marcos Piedade, terá sempre invocado instruções provenientes de Rogério Lobato para a criação de um grupo civil armado.

Segundo Marcos Piedade, o objectivo final da entrega de armas era a "eliminação física de adversários políticos" de Rogério Lobato e da FRETILIN, partido de que o ex-ministro é vice-presidente e a que Marcos Piedade garante pertencer.

Negando que tivesse usado a arma que recebera em qualquer acto de violência, Marcos Piedade reconheceu que apenas disparou um tiro, "para o ar", a 25 de Maio, na área da sua residência, em Railaco, no distrito de Liquiçá, a cerca de 40 quilómetros a oeste de Díli.

Enquanto Marcos Piedade depunha, a pouco mais de um metro de distância, Rogério Lobato manifestava a sua opinião, meneando negativamente a cabeça.

Depois do depoimento de Marcos Piedade, o Ministério Público chamou a sua primeira testemunha, Vicente da Conceição "Railós", antigo comandante da resistência contra a ocupação indonésia.

Vicente da Conceição confirmou todas as declarações prestadas anteriormente, mas introduziu informações inéditas, nomeadamente que aquando da reunião que alega ter mantido a 08 de Maio de 2006 na residência do então primeiro-ministro Mari Alkatiri, na presença, entre outros, de Rogério Lobato, o antigo chefe do governo terá dado indicações ao seu ministro para que "despachasse
qualquer coisa" para "Railós".

Questionado pelo juiz Ivo Rosa de que coisa se tratava, Vicente da Conceição respondeu que pensava que iria receber arroz, para distribuir aos cerca de 105 homens que juntara, correspondendo a um pedido de Rogério Lobato para que reunisse antigos combatentes e guerrilheiros.

EL.

Lusa/Fim
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LUSA volta a induzir em erro. Segundo testemunhas presentes no tribunal, o jornalista não esteve presente na sala de audiências durante todo o tempo em que Railos prestou declarações.

E não estava presente quando o juiz interrogou Railos e lhe perguntou se este tinha recebido ordens de Mari Alkatiri, na tal visita que fez a casa do ex-Primeiro-Ministro, ao que Railos questionado directamente sobre o facto, respondeu que NÃO.

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1 comentário:

Anónimo disse...

"o jornalista não esteve presente na sala de audiências durante todo o tempo em que Railos prestou declarações."

É o chamado jornalismo "wi-fi"...

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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