sábado, novembro 11, 2006

Marta, modelo dos direitos das raparigas, lançada para promover a igualdade de género em Timor-Leste

Tradução da Margarida.

UNICEF

Nota noticiosa

DILI/TIMOR-LESTE, 10 Novembro 2006 – O Gabinete para a Promoção da Igualdade, que está sob (tutela) do Gabinete do Primeiro-Ministro, juntamente com a UNICEF, lançou oficialmente a Iniciativa de Comunicação Marta em 10 de Novembro de 2006. É um pacote educativo multimédia de melodramas de rádio, autocolantes, cartazes, brochuras e, no futuro livros aos quadradinhos e desenhos animados, sobre uma rapariga Marta, o seu irmão Atoy, o seu papagaio de estimação Kakatua e as suas aventuras.

Numa mostra de firme apoio, ambos o Primeiro-Ministro Dr José Ramos-Horta e a primeira dama da República Democrática de Timor-Leste Ms Kirsty Sword-Gusmão estiveram presentes no lançamento oficial da Iniciativa de Comunicação Marta no Gymnasium Hall. O Gabinete da Promoção para a Igualdade e a ONG da primeira dama a Alola Foundation foram parceiras chave com a UNICEF para desenvolver esta iniciativa.

“Esta iniciativa está muito em linha com o compromisso do meu Governo em focar-se em questões importantes para as mulheres como a saúde, educação, violência contra as mulheres, e maior representação no emprego público e na tomada de decisões,” disse o Dr José Ramos-Horta. “O nosso país precisa da total participação e da autoridade das mulheres para ter sucesso tanto economicamente como socialmente.”

A Iniciativa de Comunicação Marta é um pacote multimédia que o Governo e todas as organizações podem usar para promover os direitos das raparigas. É um processo dinâmico que permite os utilizadores criarem novas histórias com base em questões emergentes que afectam as crianças e as jovens no país.

“Um dos obstáculos mais poderosos que se levantam contra os direitos das crianças e que impedem que se atinjam os objectivos de Desenvolvimento do Milénio é a discriminação sobre mulheres e raparigas. Como um modelo, Marta tem o potencial para trazer mudanças positivas nas vidas de mulheres e raparigas ao pôr as famílias a discutir questões importantes num ambiente vivo e não ameaçador,” disse Shui Meng Ng, representante da UNICEF em Timor-Leste.

Questões como o acesso à educação, casamento infantil, saúde e higiene, paz e conflito serão tratados usando melodramas de rádio, livros aos quadradinhos e desenhos animados. As crianças serão inspiradas pelos exemplos positivos que Marta e o seu irmão Atoy mostram nas histórias.

“Marta e as suas aventuras dar-nos-ão uma oportunidade para promover os direitos dos jovens, tanto rapazes como raparigas, de modo positivo e com entretenimento. Promove a igualdade e os direitos de uma metade da população cujas vozes não são muitas vezes ouvidas ou são ignoradas,” disse a Ms Kirsty Sword-Gusmão quando falou no lançamento.

A primeira história de Marta foi lançada no evento, com parte de um melodrama de rádio de 15 minutos que foi apresentado aos 500 convidados, que incluíram quase 200 alunos das escolas primárias e secundárias de Dili.

Na história Sairá a Marta da Escola?, a Marta de 10 anos fica admirada quando tem de sair da escola para tomar conta do seu irmão bébé. Um dia no Mercado ela impede que um negociante engane o pai ao calcular correctamente quanto dinheiro lhe devia pagar pelo milho que estava a vender. O pai percebeu então como era importante ter todos os filhos na escola. Os produtores têm esperança que esta história inspire os pais a apoiar todos os filhos a continuarem na escola. Em Timor-Leste, muitas raparigas tendem a sair da escola cedo, porque a sua educação não é uma prioridade para as famílias.

E à luz do corrente desassossego civil no país, a história Marta e a Paz está a ser desenvolvida para encorajar as crianças e as famílias a respeitarem e a ouvirem-se uns aos outros para restaurar a paz. Em Maio, tensões políticas atingiram o país em resultado duma profunda divisão étnica entre pessoas, especialmente em Dili. Esporádicas guerras de gangs continuam a criar tensões voláteis na cidade.

A ideia de um modelo como Marta começou em 2003 quando a UNICEF e um grupo de produtores da folhetins de rádio (Timor Murak Group) desenvolveram um folhetim de rádio com 12 episódios Hakarak Kaer Ba Fitun (Estende-te para as estrelas) para promover igual acesso à educação para rapazes e raparigas.

“No princípio de 2005, alguns de nós foram ao Bangladesh para aprendermos de Meena, um modelo animado para meninas e raparigas do Sul da Ásia. Meena, que foi concebida no princípio dos anos 90’s pela UNICEF, é agora um nome conhecido no Sul da Ásia pelos direitos das crianças. Com base nessa experiência, voltámos para casa determinados a criar o exemplo de modelo de criança para Timor-Leste,” disseDominggus Monemnasi, consultor da UNICEF que em estado envolvido desde 2003 a desenvolver a Marta.

Em Novembro de 2005, um grupo de artistas locais, escritores, produtores de rádio, e representantes de ONG’s locais e internacionais, UNICEF, o Gabinete para a Promoção da Igualdade e outros ministérios juntaram-se para desenvolver os carácteres de Marta e da sua família. Os episódios foram testado no campo com crianças em Dili, e em distritos como Los Palos, Manatuto, Aileu e Ermera; as histórias foram escritas com conselhos técnicos de ministérios relevantes e de ONG’s.

“Todos sabemos que temos uma parte para ter a certeza que Marta desenvolve todo o seu potencial de modo que ela com o seu lema ‘Hakarak Kaer Ba Fitun’ inspirará todas as crianças Timorenses a fazerem o mesmo,” disse Ms Kirsty Sword-Gusmão.

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Sobre a UNICEF

Durante 60 anos a UNICEF tem sido a líder para as crianças no mundo, trabalhando no terreno em 156 países e territórios para ajudar as crianças a sobreviver e a ter sucesso, desde a infância até à adolescência. É o maior provedor de vacinas para países em desenvolvimento, a UNICEF apoia a saúde e a nutrição infantis, água potável e cuidados sanitários, a qualidade da educação básica para todos os rapazes e raparigas, e a protecção das crianças da violência, exploração e AIDS. A UNICEF ié inteiramente financiada por contribuições voluntárias de indivíduos, negócios, fundações e governos.

Para informação adicional e entrevistas contactar:

Maria José Sanches, Directora, Gabinete para a Promoção da Igualdade, Governo de Timor-Leste (Tetum Queries)
HP: +670-7230187

Antonio Gomes, Funcionário Assistente de Comunicação, UNICEF Timor-Leste (Tetum Queries)
HP: +670-7232441 Email: angomez@unicef.org

Bridgette See, Consultante de Comunicação, UNICEF Timor-Leste
HP: +670-7280892 Email: bsee@unicef.org

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4 comentários:

Anónimo disse...

“Em Maio, tensões políticas atingiram o país em resultado duma profunda divisão étnica entre pessoas, especialmente em Dili”, lê-se, lamentavelmente neste nota da UNICEF. Será que os funcionários desta agência da ONU, António Gomes e Bridgette See e a Directora do, Directora, Gabinete para a Promoção da Igualdade, Governo de Timor-Leste nem sequer leram o relatório da Comissão da ONU de inquérito à violência de Abril e Maio em Timor-Leste? Ou será que gostam de brincar com o fogo atiçando papões étnicos? Ou já vale tudo para branquear o papel dos responsáveis desta tragédia de Timor-Leste que além de ter vitimado dezenas de pessoas levou ainda a que dezenas de milhares de deslocados, seis meses depois, continuem deslocados por recearem regressar às suas casas?

É de facto lamentável. Particularmente porque a UNICEF ao longo desta crise até teve um papel positivo no apoio directo a crianças e jovens em campos de deslocados e na denúncia que então fez do arregimentar das crianças para as primeiras filas das manifestações anti-governo.

Manuel Leiria de Almeida disse...

Tem razão no seu comentário, Margarida. E sugiro que escreva à UNICEF através dos e-mail dos referidos funcionários transmitindo o seu comentário... em inglês!
E já agora, uma vez que leva tão a fundo a sua tarefa (bendita tarefa!...) de traduzir quase tudo o que aparece neste site escrito originalmente em inglês, porque não traduziu, nesta peça, "Gymnasium Hall" por "Pavilhão Desportivo" --- no recinto da Universidade UNTIL --- e "Alola Foundation" por "Fundação Alola" (a seguir ao Mercado Municipal)?
Sorry for any inconvenience... :-)

Maracuja Maduro disse...

Também concordo consigo Margarida. As varias agencias existentes em Timor-Leste n˜åo têm feito muito. Para ja contractam pessoas como a Brigite See que pouco conhecimento em sobre Timor. Não entendo a presençå dela aí quando muito bem. As direcções que dão ao pessoal ´apenas uma copia do que fazem nos paises deles e que transportam para Timor. Ao menos e desse ao trabalho de ler a documentação existente, seria outra coisa. Ora como a Maragarida diz, nem sequer llêm o relatório como é que podem operar bem num pais que não é deles.

Maracujá Maduro

Maracuja Maduro disse...

Em resposta ao Manuel Leiria de Almeida :

O nome da Fundação é Alola Foundation , conforme está registado oficialmente nos registos das ONGS e no departameto de registos de nomes de empresas, NGOs,etc, etc. Pelo a Margariada ao não traduzir o nome, e bem o fez, utilizou o nome verdadeiro da Alola Foundation. da mesma maneira que o seu nome manuel leiria de alemeida não é traduzido.
é pena mas esse é o nome da referida fundação. Quando ao "Pavilhão Desportivo" isso sim concordo consigo.

Maracujá Maduro

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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