domingo, setembro 10, 2006

Mari Alkatiri’s unseating

Vannessa Hearman

Major Alfredo Reinado and 56 other men escaped Dili’s Becora Prison on August 30. On that day, a report by David O’Shea and John Martinkus on SBS’s Dateline alleged links between President Xanana Gusmao and military defectors Reinado and Commander Railos.

Reinado led a band of deserters in May after a demonstration protesting the treatment of soldiers from the Western part of the country was shot at. Reinado became vocal in demanding the resignation of then Prime Minister Mari Alkatiri. He was arrested for unlawful possession of weapons on July 26.

Railos was given star billing on ABC’s Four Corners report by Liz Jackson for testifying that Alkatiri knew of the existence of Fretilin hit squads. No charges were laid against Alkatiri relating to this allegation.

Martinkus and O’Shea argued that behind the removal of Alkatiri in July lay an intricate network of domestic and international interests. They alleged that preparations for a political coup to remove the Fretilin government began prior to the violent May-July Dili crisis and that late last year Armed Forces chief Taur Matan Ruak and highly respected ex-Falintil commander Falur Rate Laek were approached by Timorese and English-speaking foreigners, possibly Australian or US, to unseat the government.

Dateline detailed efforts by the Catholic Church to remove the Fretilin government because Fretilin was “completely alien and cut off from the roots of our cultural, social and historic realities”. Church leaders and signatories to the April 2005 letter sent to the parliamentary speaker, arguing for the removal of Alkatiri, refused to be interviewed. High-level military commanders also reported being urged by church leaders to unseat Alkatiri.

In the online magazine New Matilda, Martinkus noted the existence of a handwritten note from Gusmao dated May 29 giving instructions to Reinado of where he and his men should base themselves upon the arrival of Australian troops. Like church leaders, Gusmao refused to be interviewed by Dateline.

Martinkus and O’Shea also suggested that Democratic Party leader Fernando de Araujo relied on support from former Indonesian Special Forces operative Rui Lopes and former militia leader Nemecio de Carvalho. The Democratic Party organised some of the anti-Alkatiri mobilisations and circulated allegations of mass graves run by government forces.

Dateline reported that Railos and Reinado were involved in provoking and starting armed clashes in Fatu Ahi and Taci Tolu. Reinado opened fire first in Fatu Ahi, which was captured on camera by O’Shea for SBS.

Timorese Prosecutor General Longuinhos Monteiro confirmed that Railos had been found to have started an armed clash in Taci Tolu on the western outskirts of Dili.

Police Commander Paulo Martins was also found to have handed out weapons to police reserves units in Liquica, Aileu and Dili — three districts with a high concentration of anti-Fretilin forces. These weapons are not fully accounted for.

Unlike the fanfare that greeted ABC TV’s Four Corners when it aired Railos’ allegations, reporting regarding Dateline focuses on Reinado’s threat to shoot at anyone who tried to recapture him. In a phone call to O’Shea, broadcast on Dateline on September 6, Reinado indicated his dissatisfaction with the way he has been treated by the Jose Ramos-Horta government, suggesting that his own role was crucial to the change at the top.

Alkatiri concluded that his independent stance on oil and gas resources in the Timor Sea could have led to attempts to unseat him from within the country and without. He told Dateline, “The only prime minister in the world that was really 'advising me’ quote-unquote, to step down, was the prime minister of Australia”.

From Green Left Weekly, September 13, 2006.

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1 comentário:

Anónimo disse...

Tradução:
O remover de Mari Alkatiri
Vannessa Hearman

O Major Alfredo Reinado e outros 56 escaparam-se da Prisão de Becora em Dili em 30 de Agosto. Nesse dia, uma reportagem de David O’Shea e John Martinkus na Dateline da SBS alegou ligações entre o Presidente Xanana Gusmaão e os desertores militares Reinado e Comandante Railos.

Reinado liderou um bando de desertores em Maio depois de tiros numa manifestação de protesto ao tratamento de soldados do oeste do país. Reinado tornou-se vocal na exigência da resignação do então Primeiro-Ministro Mari Alkatiri. Foi preso por posse ilegal de armas em 26 de Julho.

A Railos foi dado tratamento de estrela na reportagem de Liz Jackson, Four Corners na ABC para testemunhar que Alkatiri conhecia a existência de esquadrões de ataque da Fretilin. Não foram feitas acusações contra Alkatiri relacionadas com esta alegação.

Martinkus e O’Shea argumentaram que por detrás da remoção de Alkatiri em Julho está uma embaraçosa rede de interesses domésticos e internacionais. Alegam que as preparações para um golpe político para remover o governo da Fretilin começaram antes da crise violenta de Maio-Julho Dili e que para o final do ano passado o chefe das Forças Armadas Taur Matan Ruak e o altamente respeitado ex-comandante das Falintil Falur Rate Laek foram contactados por Timorenses e estrangeiros falantes de Inglês, possivelmente Australianos ou dos USA, para remover o governo.

Dateline detailhou os esforços da Igreja Católica para remover o governo da Fretilin porque a Fretilin estava “completamente alheia e separada das raízes das nossas realidades culturais, sociais e históricas”. Líderes da igreja e subscritores da carta de Abril de 2005 enviada para o Presidente do parlamento, argumentando para a remoção de Alkatiri, recusaram ser entrevistados. Comandantes de alto nível militar também relataram serem encorajados por líderes da igreja para remover Alkatiri.

No magazine online New Matilda, Martinkus realçou a existência de uma nota escrita à mão por Gusmão datada de 29 de Maio dando instruções a Reinado para onde ele e os seus homens se deviam instalar com a chegada das tropas Australianas. Tal como os líderes da igreja, também Gusmão recusou ser entrevistado pelo Dateline.

Martinkus e O’Shea também sugeriram que o líder do Partido Democrático Fernando de Araújo contava com o apoio do antigo operacional das Forças Especiais da Indonésia Rui Lopes e do antigo líder das milícias Nemecio de Carvalho. O Partido Democrático organizou algumas das mobilizações anti-Alkatiri e fez circular alegações de sepulturas de massas feitas pelas forças do governo.

Dateline relatou que Railos e Reinado estiveram envolvidos em provocar e iniciar confrontos armados em Fatu Ahi e Taci Tolu. Reinado abriu o fogo em Fatu Ahi, o que foi captado em câmara por O’Shea para a SBS.

O Procurador-Geral Timorense Longuinhos Monteiro confirmou que se tinha descoberto que Railos tinha começado um confronto armado em Taci Tolu nos subúrbios oeste de Dili.

Também se descobriu que o Comandante da Polícia Paulo Martins entregou armas a polícias da unidade da reserva em Liquica, Aileu e Dili — três distritos com uma grande concentração de forças anti-Fretilin. Estas armas ainda não estão completamente computadas.

Ao contrário da fanfarra que recebeu a Four Corners da ABC TV quando emitiu as alegações de Railos, os relatos da Dateline focaram-se na ameaça de Reinado para disparar contra alguém que tentasse recapturá-lo. Num telefonema para O’Shea, que passou na Dateline em 6 de Setembro, Reinado indicou a sua insatisfação com o modo como está a ser tratado pelo governo de José Ramos-Horta, sugerindo que o seu papel foi crucial para a mudança no topo.

Alkatiri concluiu que a sua postura independente sobre os recursos do petróleo e do gás no Mar de Timor poude ter levado a tentativas para o remover do interior e do exterior do país. Disse à Dateline, “O único primeiro-ministro no mundo que me estava realmente 'a avisar’ quote-unquote, para sair, foi o primeiro-ministro da Austrália”.

Da Green Left Weekly, Setembro 13, 2006.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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