terça-feira, agosto 01, 2006

Aprovado programa governo, prioridade combate à pobreza e eleições

Díli, 01 Ago (Lusa) - O combate à pobreza e a preparação de eleições dentro de nove meses são os principais pontos do programa do II Governo Constitucional, aprovado hoje no parlamento numa votação que o primeiro-ministro José Ramos-Horta classificou de quase unanimidade.

Dos 71 deputados presentes, apenas dois votaram contra e um absteve-se.

Tendo pela frente cerca de nove meses de governação, Ramos- Horta fixou no discurso de apresentação do documento oito áreas prioritárias de actuação: a reconciliação, a consolidação da segurança e reforma das instituições da defesa e segurança, eleições legislativas e presidenciais, a redução da pobreza e crescimento económico e a boa governação.

O desenvolvimento e consolidação das relações com os países amigos, de que destacou Portugal, Indonésia e a Austrália, a finalização da demarcação da fronteira terrestre com a Indonésia, e a ratificação do acordo sobre a exploração petrolífera conjunta com a Austrália, do campo "Greater Sunrise", são as restantes áreas prioritárias de actuação.

Durante o debate, o primeiro-ministro evocou os receios que persistem entre a população deslocada de Díli em regressar às respectivas áreas de residência devido a questões humanitárias e de segurança.

A capital timorense continua a ser patrulhada por efectivos policiais e militares da Austrália, Malásia, Nova Zelândia e Portugal, países que corresponderam ao pedido das autoridades para assegurarem a imposição e manutenção da lei e ordem públicas.

Ramos-Horta anunciou ainda que já se encontram em Díli 50 peritos que integram a Comissão de Investigação Internacional, que levarão a cabo o processo de investigação sobre os actos de violência ocorridos entre 28 de Abril e 25 de Maio passado.

Aquela Comissão, liderada pelo brasileiro Sérgio Pinheiro - que deverá chegar a Díli em meados deste mês -, vai elaborar um relatório que será posteriormente entregue ao Procurador-Geral da República, Longuinhos Monteiro.

O programa do II Governo Constitucional, cujo debate se iniciou segunda-feira, segue a mesma base política e linha programática do anterior executivo, liderado por Mari Alkatiri, designadamente na execução do Plano Nacional de Desenvolvimento, que se encontra em vigor e determina as opções de longo prazo do governo.

Ainda no discurso de apresentação do programa, Ramos-Horta salientou que a FRETILIN, partido maioritário, continua a constituir a base de apoio do seu executivo.

José Ramos-Horta substituiu Mari Alkatiri no passado dia 10, na sequência da demissão de Alkatiri, a 26 de Junho, e no âmbito da crise político-militar desencadeada em finais de Abril.

Relativamente ao Orçamento de Estado, enviado na semana passada ao parlamento, e que prevê receitas que totalizam 315 milhões de dólares (246 milhões de euros), a proposta de lei baixou à Comissão de Economia e Finanças, devendo o debate e votação serem feitos antes do próximo dia 15, disse fonte parlamentar à Lusa.

EL.

11 comentários:

Anónimo disse...

"Dos 71 deputados presentes, apenas dois votaram contra e um absteve-se."

Ainda faltam 18 deputados? Quem sao eles e a que bancada partidaria pertencem? Isto e muito interessante. Sera que a Fretilin teve todos os seus deputados presentes? Sim, Nao? Pelos vistos as divisoes sao bem profundas!

Anónimo disse...

18 deputados representam cerca de 90,000 eleitores. E muita fruta e mais que suficiente para influenciar os resultados de uma eleicao.

Estou ansioso para ver os resultados das proximas eleicoes!!

Anónimo disse...

Senhor Ramos Horta, daqui a nove meses quero ver um bebe contente, sorrindo e cheio de saude e nao um aborto!

Anónimo disse...

Anónimo das 11:55:23 PM: há uns 12 partidos no Parlamento nacional, mas a sua obsessão tinha que ser a Fretilin. Não se preocupe tanto, a Fretilin está bem e recomenda-se. E olhe que os que faltaram foram 17.

Anónimo disse...

Espera-se, para bem dos timorenses que continue assim bem como tem estado nas últimas semanas.

Anónimo disse...

Na semana passada queimaram mais casas em Dili e apedrejaram campos de deslocados e ainda há 150,000 deslocados. Eu não quero a continuação destas ignomínias.

Anónimo disse...

E a culpa do Mari. Ele perdeu a credibilidade. Os apoinates dele tambem gritaram Viva Xanana,isto mostra que alem dos apoiantes do Xanana, os apoiantes do Mari tambem apoiam ou tem uma certa confianca em Xanana.

Anónimo disse...

Ora bem anonimo das 4:40:14 PM. E assim que se fala. Esta na cara nao esta? E quem e que se levantou para defender o Alkatiro? umas 4 mil almas enganadas? Esse numero nem chega para eleger um deputado ao Parlamento.

Anónimo disse...

Ninguém quer mais casas queimadas nem mais clima de insegurança em Timor.

Mas não é por a Margarida querer ou deixar de querer. É porque não é justo que isto continue.

A forma como a Margarida "quer" até me dá arrepios na espinha. Sempre que os camaradas dela "queriam" (quando ainda tinham voz para querer alguma coisa), dava asneira.

Felizmente que o povo português se encarregou de os reduzir a apropriada irrelevância.

O povo de Timor, como tem demonstrado, tem a mesma vontade de liberdade e não se deixará mais enganar.

Anónimo disse...

O RH nao pode ter bebes!
Mas a Margarida tem abortos diarios.

Anónimo disse...

Outro ignoramus escreveu as 10:04:17

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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