quarta-feira, julho 26, 2006

Detenção de major embaraça Xanana

DN
26.07.06

Armando Rafael

Só a intervenção do Presidente Xanana Gusmão parece ter impedido ontem a prisão, pura e simples, do major Alfredo Reinado, em Díli, depois da GNR ter descoberto armas na posse do ex-comandante da Polícia Militar timorense. Tudo isto 24 horas depois de ter terminado o prazo para a entrega voluntária das armas que estão dispersas pelo país.

Sem que se percebam muito bem as razões que levaram Xanana Gusmão a interceder por Alfredo Reinado, reunindo-se com o procurador-geral da República, Longuinhos Monteiro, com o procurador-adjunto Luís Mota Carmo - que tem estado a investigar a alegada distribuição de armas a civis - e com o novo vice- -ministro do Interior, José Agostinho Sequeira ("Somotxo").

Para trás tinha ficado a intervenção da GNR que, a meio da manhã, foi chamada para resolver o que parecia ser a mera ocupação da casa de um cooperante português que, neste momento, se encontra fora do país. Interpelado pela GNR, o antigo comandante da Polícia Militar (PM), invocou o nome do Presidente, referindo que tinha sido Xanana a indicar-lhe a casa, argumentando que ela se situava em frente ao quartel-general das forças australianas.

Mas o pior ainda estava para vir, como o comandante do contingente da GNR, capitão Gonçalo Carvalho, revelaria, horas depois, à Lusa. "Ao entrarmos na casa, com autorização de quem lá vive, deparámos com o grupo de major Alfredo Reinado, que estava no interior e onde, à primeira vista, havia algumas munições e material militar."

Foi o suficiente para que a GNR solicitasse os respectivos mandados de busca, dando início a um vai- vem de emissários entre Alfredo Reinado e a Presidência da República, envolvendo dois procuradores, um vice-ministro e o segundo comandante da Polícia Nacional, Ismael Babo, que insistiam em ignorar a existência de um mandado de captura contra este militar que, em Abril, se revoltou contra o Governo.

Enquanto decorriam as conversações, já a GNR tinha obrigado Alfredo Reinado a entregar as nove pistolas de guerra, os 50 carregadores de munições e as diversas granadas que se encontravam na sua posse e que, assim, se juntam ao espólio que este major entregou recentemente às autoridades, em resposta a um apelo de Xanana.

O que levanta agora a questão de se saber se Alfredo Reinado possui ou não outras armas, à semelhança do que parece suceder com o comandante Railós, que implicou Mari Alkatiri e o ex-ministro do Interior Rogério Lobato na criação de alegados "esquadrões da morte".

Alfredo Reinado encontra-se agora no centro de detenção, à guarda das forças australianas, existindo um prazo de 72 horas para que seja deduzida uma acusação. O que fará sempre correr muita tinta, seja qual for a decisão que vier a ser tomada e que é susceptível de criar alguns embaraços ao Presidente, dada a protecção que Xanana concedeu a este major que é directamente responsável pela morte de um militar.

.

39 comentários:

Anónimo disse...

Que chatice....

Anónimo disse...

É o Presidente Xanana não somente deu protecção a este criminoso como deu uma autorização de uma casa para ele ficar. Por escrito. Que triste a situação deste país...

Anónimo disse...

Por escrito? Boa, ao menos está registado... coisas que pelos vistos em sectores do aparelho de Estado e entre governantes e súbditos não era feito.... Xanana Gusmão já tinha o hábito de escrever tudinho... pode ser que aprendam.

Anónimo disse...

Continuo a gostar desta, com as devidas desculpas ao autor/a, foi sonegado por mótios óbvios, o primeiro parágrafo do original:

"...Quanto ao PR "proteger" quem quer que seja, o problema e que o Reinado e os outros nao foram nem os unicos, nem os maiores, nem sequer os primeiros a matar!!

Nao podemos esquecer que dos estimados 30 mortos, 20 deles morreram nas maos das F-FDTL. (10 policias desarmados, 5? civis em Tacitolo, um militar do grupo do Alfredo, 4 do grupo de Rai Los). Estas mortes foram causadas directamente pelas F-FDTL atraves de uma intervencao ilegal feita por ordem igualmente ilegal do governo.

Dos restantes 10 e tirando os familiares de Rogerio que morreram carbonizados em sua casa, quantas mortes foram causadas DIRECTAMENTE pelos rebeldes em combate? Faca la as contas!!

Esta a ver como o problema dos "assassinos" nao e assim tao simples como voces querem fazer acreditar. O PR sabe muito bem disso e se Alfredo nao for protegido, de uma maneira ou de outra, vao manda-lo juntar-se aos 30 e a sangue frio. Pois porque ainda nao esquecemos o que as F-FDTL fizeram aos 10 policias. Massacraram os homens e mulheres a sangue frio e a queima-roupa. Um AUTENTICO massacre para o qual jamais podera haver defesa possivel!
Quando comecamos a fazer as contas e que as coisas comecam a clarear. Nao e?

E por ultimo nao se preocupe que Timor vai ultrapassar isto tudo. Timor ja ultrapassou episodios muito mais negros na sua recente historia e soube mais uma vez encontrar a paz. Nao tenho alguma duvida que o vai fazer outra vez de forma cada vez mais certa.

Quarta-feira, Julho 26, 2006 10:22:56 AM
Anonymous said...

E depois admiram-se que Alfredo tinha pistolas e municoes em sua posse.

Depois daquele barbaro massacre de policias desarmados e na presenca dos oficiais de seguranca da ONU que tinham negociado a sua rendicao, compreendo perfeitamente a reluctancia de Alfredo em desarmar-se por completo ate que a situacao fique resolvida de uma vez por todas.
Quarta-feira, Julho 26, 2006 11:10:41 AM

Anónimo disse...

RECOMENDAÇÃO SAÍDA DO CONSELHO DE TURMA RESPONSÁVEL PELA INSTRUÇÃO DO MENINO JOSÉ ALEXANDRE GUSMÃO

As decisões dos Tribunais estão acima de qualquer autoridade, diz a Constituição.

O Presidente da República viola claramente o principio da separação de poderes e a própria Constituição.

O PR revela graves dificuldades na leitura e compreensão de textos orais e escritos.

Recomenda-se que seja encaminhado para o ensino especial de forma a colmatar as graves deficiências que tem vindo a demonstrar e anunciam um progressivo aumento que se poderá estender à sua capacidade de expressão oral e de construção lógica frásica.

Anónimo disse...

Em Portugal seria avaliado ao abrigo do Decreto 319, destinado a, entre outros, casos de debilidade mental.

Anónimo disse...

A maioria dos artigos da constituicao Timorense foram copiados da constituicao Portuguesa. E penso que a Presidencia esta a ser apoiado pelos constitutionalistas Portugueses e nao acredito que eles interpretaran mal a constituicao. O problema e que a constuiticao foi copiado sem ter em conta com as realidades politicas em Timor-Leste. Portugal e Timor-Leste sao dois paises diferentes com realidades politicas diferentes. O PR interpretou a constituticao consoante a relidade politica que se vive em Timor-Leste.

Anónimo disse...

MAs voltaram a dizer que agora o homem está a violar a Constituição. Vejam lá isso que com o pessoal agora todo mais prevenido, não parece que a coisa possa ser assim.

Já antes se enganram e pintaram a coisa como violação constante... a ver vamos é onde vai isto parar. Já têm bilhetes de avião? Ou já saiu tudo de Timor-Leste? Alguns já sabe, preveniram-se, não fosse a coisa sair mal...

Anónimo disse...

Aguentem-se....

Anónimo disse...

Gosto desta:

""... Eis que começam a surgir aquilo que qualquer político mais teme. Transcrições de declarações passadas.

"Já garantimos 80%" e depois tiveram 57%. Foi um grande susto. Não fosse a coisa dar-se, a FRETILIN optou por não deixar que houvessem eleições tão cêdo. E foi assim que na Constituição apareceu a metamorfose em Parlamento, com o beneplácito da UN que assim poupava um ror de dinheiro e tempo, que a coisa do Iraque já mexia e era preciso dirigir os recursos para outro lado.

Para compôr o ramalhete, esvaziaram de conteúdo as funções presidenciais, remetendo-o a mera figura decorativa, porque, sendo o Presidente eleito um dissidente da FRETILIN o qual esta não tinha condições de enfrentar com candidato próprio em plebiscito directo, não lhes restou alternativa senão fingir apoiá-lo para não despertar a ira do povo.

As tenções Presidente/PM recrudescem de intensidade a partir daí. Alkatiri nunca lhe perdoou despartidarizar a luta armada. Tal como, só aceitou fazer parte inicialmente do CNRM e posteriormente do CNRT a contragosto mas reconhecendo que enquanto a luta fosse internacionalmente vista como uma luta de guerrilheiros comunistas, o caso de Timor nunca iria longe.
Em boa hora percebeu isso.
Pena foi, assim que pôde, ter arrastado a FRETILIN para fora do CNRT. O CNRT foi o movimento mais eficaz na luta de libertação de Timor que poderia ter existido. Congregava todas as forças, era um movimento inclusivo e assim permitiu que a frente clandestina tivesse a tremenda eficácia que teve. Por outro lado, tendo deixado de ser uma luta exclusivamente da FRETILIN permitiu a colaboração da Igreja de Timor, indisputavelmente um aliado de pêso quer internamente quer na cena internacional.

Afrontar a Igreja timorense em 2004 foi um erro estratégico de palmatória. Como se o assunto fosse sequer importante no conteúdo. Alkatiri quis demonstrar que a FRETILIN podia perfeitamente prescindir do apoio da Igreja e isso, como se verifica agora, custou-lhe caro. Ninguém gosta de ser usado e descartado e foi isso que Alkatiri fez com a Igreja. Fosse o líder da FRETILIN um dos que permaneceram no território durante a tenebrosa ocupação indónésia e estou certo que isso das aulas de Religião e Moral seria assunto para mais tarde, depois dos graves problemas do povo estarem resolvidos. Ainda por cima, não tinha custos por aí além e não era minimamente contestado pela população. Foi uma guerra quixotesca de Alkatiri.

Não é honesto pôr em dúvida que Mari Alkatiri teve méritos como PM. As negociações do petróleo, o estabelecimento do fundo petrolífero (garantia das gerações vindouras), a luta pela implantação da língua portuguesa (garantia do factor identitário timorense), a campanha da educação e a da saúde e a teimosia na criação de forças de defesa.
Estas prioridades foram correctas, embora eivadas de sectarismo nos métodos de selecção dos profissionais que as interpretaram (não me refiro aos médicos cubanos nem aos timorenses que foram estudar para Cuba, embora algumas já tenham regressado por estarem grávidas. Mas Cuba apresenta uma vantagem, não dá para usar como trampolim para fugirem para as obras na Irlanda, nem para qualquer outro lado, destino da maioria dos que vieram estudar para Portugal, infelizmente. Hão-de trabalhar na apanha da cana do açúcar como fizeram os Cabo Verdianos e Angolanos antes deles, que nem em Cuba o curso de Medicina é gratuito).

O mais grave é o que decorre da transcrição acima. A obcessão em confundir o país e o estado com o partido. A obcessão de que são uma e a mesma coisa. A obcessão de que ao partido tudo é devido. A obcessão de que as Forças Armadas são o braço armado do partido ao ponto de lhes chamar Falintil, até pelas desconfianças dos critérios de selecção da UN nas admissões para a PNTL.
Depois a corrupção generalizada da administração pública, o nepotismo descarado (houve sempre uma clara tendência de preencher os lugares com gente do partido), o favorecimento dos membros do partido, a intimidação dos adversários políticos, etc...

Nem toda a FRETILIN é assim e além disso, alguns sectores da FRETILIN estavam a achar-se arredados da manjedoura oficial e ressentiram a ascenção e predominância do grupo de Moçambique em detrimento dos que tinham ficado no território e sofrido as agruras indonésias. A promoção de Lu-Olo só, não bastou para aplacar o ressentimento crescente. Tivesse a FRETILIN tido os prometidos 80% e a coisa aguentava-se mais uns tempos, assim...
Nem os resultados das locais acalmaram as coisas porque os próprios conheciam os métodos empregues para a obtenção de tal resultado e sabem bem da fragilidade de algumas lealdades de conveniência tornando-as voláteis, como agora se viu na mobilização do apoio a Alkatiri.

Este clima de tensão interna, que já se tinha manifestado em Dezembro de 2002, veio sempre em crescendo, conheceu mais um episódio com a história das aulas de Religião e Moral que fragilizou mais a posição de Alkatiri e seus seguidores.

O ambiente de desconfiança interna grassava e aumentava, com Rogério Lobato à solta a manobrar para garantir um lugar permanente e seguro ao sol, recrutando milícias a quem fez distribuir armas para controlar os polícias da PNTL em claro desafio da autoridade do PM. Esta é pelo menos a minha percepção quanto a este assunto, espera-se o desenrolar da novela para se verificar se Alkatiri não terá sido o cérebro da manobra. In dubio pro reu.

A crise dos militares poderá estar ligada a esta manobra de Rogério Lobato para expurgar as Falintil dos não ex-combatentes (falta saber o papel de Roque Rodrigues nesta trama, pode ser que um dia destes Taur esclareça).

A partir daqui a coisa ficou sem controle. O monstro, alimentado a bolachas (leia-se armas), cresceu e ficou em condições de ameaçar o dono. Este perdeu-lhe o controlo.
Os adversários internos, os externos, o PR e cavalgando a onda, a Austrália, viram chegada a hora do acerto de contas.
Não foi preciso muito, o povo descontente como todo o povo a quem a barriga dá horas e não tem com que a sossegar, foi facilmente mobilizado. Parecia mesmo que estava só à espera do assobio.

Ressentimentos antigos, misturados com recentes (preponderância dos lorosa'e em detrimento dos loromuno nas oportunidades da manjedoura), entraram facilmente na contestação que, em Timor-Leste toma rapidamente proporções dramáticas de agressividade e destruição.

Daqui até se verem na necessidade de chamar forças internacionais, das quais algumas atentas, já só esperavam pelo convite forçado para desmbarcar foi um tirinho.
Convenhamos que foi inteligente da parte de Alkatiri ter chamado forças da Malásia e de Portugal. Sempre atrapalhou os planos cangurus que esperavam poder ditar as regras a seu bel prazer como fizeram nas ilhas Salomão e vêm fazendo na PNG.

Face a isto, e à legitimidade do voto directo e com o resultado que foi, o braço de ferro com Xanana estava perdido à partida.

Ramos Horta, que desde o início da crise tem vindo a roer nas canelas do PM retirando-lhe força e mercê dos seus contactos privilegiados, viu-se guindado ao lugar que almejava, gorada que foi pelos países do Sudeste asiático a sua ambição de SG da ONU.

E Xanana? Bem, aproveitou a onda e está a pagar com juros o que há muito acha uma traição ao povo de Timor. A extinção do CNRT.
Se a isto se junta influência de Mrs Sword não sei, mas não me admiraria.

E daqui para a frente? Bem, como as coisas estão, prognósticos só mesmo no fim do jogo.

Não me referi propsitadamente aos Reinado, Tara e Salsinha, para não mencionar o triste Railós, porque os acho meros peões neste xadrez. Mas atenção, cada um destes peões tem o seu rei (dono).

Quanto às oposições, esfregam as mãos de contentes com este bónus anunciado que a FRETILIN lhes proporcionou e o papel delas é tirar o maior partido possível do estado de desgraça da FRETILIN e tentar capitalizar o descontentamento popular e os desaires daquela no próximo acto eleitoral. Não tenho dúvidas que irão massissamente relembrar a insegurança e a miséria generalizada em Díli para capitalizar votos. Quem não o faria?

Ai Timor.
Quarta-feira, Julho 26, 2006 3:50:52 AM""


Um obrigado ao seu autor/a

Anónimo disse...

Ai ! Ai! Ai ! violino! Só faltga guitarra para se cantar o fado! Deixem o Presidente em paz !

Como diz o anonimo de 1-4-58 - Já têm os vossos bilhetes de reegresso? O que voces dizem é demasiado óbvio que estão a brincar com o fogo! Pensem bem antes de falar! ....quem brinca com o fogo queima-se.

Anónimo disse...

"....quem brinca com o fogo queima-se."
Nao ha margens para duvida. Alguns ja se queimaram e tiveram que bater a retirada. Nao me demito!?? Ta bem ta!!

Depois houve aquela dos advogados de Rogerio Lobato terem tentado anular o processo porque diziam que o PGR nao era legitimo e o Pof. Vasconcelos opinou logo para que tirassem o cavalinho da chuva.
E agora o Sr Rogerio Lobato que voltar atras e negar as suas declaracoes anteriores feitas em tribunal em duas ocasioes diferentes? Ta giro!

Ha um ditado timorense que diz: "bainhira tafui labele lambe fali". (traducao: Nao se pode lamber o que se cuspiu)

Anónimo disse...

Que grandes analistas, hein!? Ha pessoas que nao veem um palmo a frente.

Anónimo disse...

Bem Armando!
Bem trabalhado!

Anónimo disse...

Timor-Leste: Major Alfredo Reinado está detido em Díli por posse ilegal de armas


Díli, 26 Jul (Lusa) - O major Alfredo Reinado, e cerca de 20 dos seus h omens, encontram-se detidos por posse ilegal de armas no Centro de Detenção das forças militares e policiais internacionais estacionadas em Timor-Leste, disse h oje à Lusa fonte militar.

A detenção foi justificada com a posse de material de guerra por parte do major Alfredo Reinado, detectado terça-feira pela GNR, no decurso de uma oper ação policial de rotina.

O arsenal foi encontrado em três casas, uma delas atribuída segundo Alf redo Reinado pelo Presidente da República, Xanana Gusmão, e as restantes duas oc upadas pelo major rebelde, a cerca de 10 metros do Quarte-General das forças mil itares australianas.

A detenção foi feita ao abrigo do Protocolo bilateral entre Timor-Leste e a Austrália, no âmbito das medidas de emergência enunciadas no passado dia 30 de Maio por Xanana Gusmão.

Hoje, o comandante operacional da GNR, capitão Gonçalo Carvalho, aprese ntou à imprensa a totalidade do arsenal que estava ilegalmente na posse do major Reinado, e de que constam nove pistolas, quatro de calibre 0,45 Auto e cinco de calibre 9, mais de 4 mil munições para espingarda automática e pistola, granada s, cinco rádios de transmissões, dois bastões extensíveis, cinco punhais, três c atanas e equipamento militar diverso, entre o qual coletes à prova de bala e cin turões.

Em declarações à Lusa, o capitão Carvalho acrescentou que o material de guerra vai agora ser depositado num contentor onde se encontra outro material d e guerra pertencente às forças armadas timorenses, no Quartel-General de Taci To lo, à entrada de Díli.

A GNR e as tropas australianas, bem como polícias e militares da Nova Z elândia e Malásia, encontram-se em Timor-Leste a pedido das autoridades timorens es para garantirem a manutenção da ordem pública, na sequência da crise político -militar desencadeada em finais de Abril.

O major Alfredo Reinado abandonou no início de Maio a cadeia de comando das forças armadas timorenses e foi um dos principais intervenientes na crise p olítico-militar que levou as autoridades de Timor-Leste a pedir ajuda externa - à Austrália, Malásia, Nova Zelândia e Portugal - para tentar ultrapassar a situa ção de instabilidade e violência no país, que levou à demissão do antigo primeir o-ministro Mari Alkatiri.

Aquele militar foi o primeiro a devolver as armas no âmbito de um proce sso de desarmamento entre as partes beligerantes na crise timorense e, agora, fo i também o primeiro apanhado com armamento depois de ter expirado o prazo para a sua entrega, que terminou às 14 horas da passada segunda-feira.

EL.

Lusa/Fim

Anónimo disse...

Mais uma vez se viu que Xanana gosta de interferir mesmo em casos Policiais! O que aconteceu com o Reinado, apanhado em flagrante, e um caso para a Policia e os Tribunais resolverem! Por que e que o palhaco tem de meter o bico no meio? Arranjem para ai algumas fitas para ele cortar, pois pelos vistos, so para isso e que ele serve.
Na minha terra ha um ditado que diz assim:
"E tao ladrao o que entra no Banco para roubar, como o que fica no carro a espera, pronto para a fuga"
Isto de carro porque estamos em tempos modernos. Antigamente la no FAR-WEST usava-se cavalos para a fuga, mas acho que os cavalos de Banana ja fugiram todos.

Mau Beick

Anónimo disse...

O problema com o PR - e as críticas que lhe são dirigidas revelam-no - não é apenas o facto de estar ou não a violar a Constituição.

Felizmente não pode ir mais longe exactamente porque, para além dos brilhantes assessores 'jurídicos' que ofereceram à oposição o projecto de lei eleitoral para as legislativas (o que só por si revela o modus operandi da Presidencia da Republica e do Gabinete do PR, em particular), foi pontualmente assessorado pelo Prof. Pedro Bacelar de Vasconcelos. Pode ser que um dia o Prof. Pedro Bacelar de Vasconcelos tenha a liberdade de relatar pelo que passou ...

Ao longo de todo este processo de há meses ele pisou sistematicamente no principio da separação de poderes, interferiu grosseiramente na competência de outros órgãos de soberania e tentou manipular a acção de alguns órgãos e instituições, nomeadamente, os tribunais e o sistema de justiça.

A sua actuação revela que tudo fará que considere 'correcto', independentemente de violar ou não as próprias leis que promulgou ao longo de 4 anos! E limito-me às leis, para não referir aspectos mais subjectivos, como por exemplo, os princípios e valores.

Este é que é o problema: a actuação de autocrata que revela a incapacidade do PR de transferir/alterar/adaptar um comportamento de dirigente de guerrilha e de Resistência - com competências ajustadas às situações e à realidade mutante - para cumprir um papel de Chefe de Estado onde as suas competências estão delimitadas com clareza.

É esta delimitação de poderes que o PR viola sistematicamente - consciente ou não - que põe em causa a continuidade do Estado e a credibilidade das instituições perante a população.

Anónimo disse...

Não percebi umas coisas:

1. Como é que o JSMP estava no tribunal a ouvir as declarações do ex-M.Int. se as mesmas eram feitas à porta fechada!?!?!?!
2. Quem autorizou o JSMP a assistir a declarações feitas no âmbito do inquérito?
3. A que título se considerava o JSMP autorizado a ouvir as declarações feitas no âmbito do inquérito?
4. Conhecem a lei processual penal em vigor em TL?
5. Onde encontram fundamento para isto?????

6. NB: não sou contra nem a favor do ex-M.Int., mas a lei processual penal tem um propósito e um fundamento que são obviamente postos em causa pela sua violação. Aliás, o presente caso é a mais cabal demonstração disso. Talvez não seja má ideia dar a ler aos juristas (???) do JSMP as declarações de Direitos Humanos e outros instrumentos internacionais, para além da lei timorense, claro está. Pede-se aos senhores do JSMP que, pelo menos, leiam, estudem.

P.S. Caro Malai Azul, pedia-lhe destaque para estas palavras, uma vez que também se vê por esta via o mal que fazem algumas ONG's a Timor-Leste.

Anónimo disse...

Deve ser constituida urgentemente uma junta medica para analisar a sanidade mental do PR. Porque os Timorenses nao podem continuar a passar vergonha por tudo quanto tem acontecido nestes ultimos meses. Presidente va-se embora para NSW onde tem a mansao comprada com o dinheiro do CNRT e de outros apoios financeiros que tem recebido sem nenhum registo contabilistico e depositados na conta da sua sogra!!

Anónimo disse...

Ao Anónimo das 6:09:59 PM:

Não creio que a via para explicar e analisar a situação que se vive actualmente em Timor-Leste requeira o recurso à difamação.

Não creio que as acusações - sem provas - que formula contra o PR ajudem a esclarecer.

Se tem provas, leve-as a Tribunal.

Os 'erros' (ou a movimentação, se quiser) que o PR cometeu nestes últimos meses devem ser criticados pela violação e desrespeito permanente da Lei, pelo mal que causa ao Estado de Timor-Leste e pelos perigos a que expôs o Estado e o Povo.

Levantar acusações que envolvem mais pessoas do que ele próprio, sem que tenha tomado qualquer medida para as provar, parece-me uma forma grave de insulto/difamação e não de crítica.

Anónimo disse...

Vocês bem queriam derrubá-lo e tudo têm feito para isso mas, não vão ter sorte, não!...

O povo timorense não está farto dele não, vocês que temem pelos vossos "tachos" é que estão em pulgas, quase a desatinar e continuam com esta campanha antecipadamente preparada e bem orquestrada para desacreditar XG!
Mas, desenganem-se, o espírito da Resistência continua bem vivo e aglutinado em redor do agora PR. Ele sabe mais a dormir do que todos vocês acordados - sabedoria verdadeira, não esperteza saloia como a vossa!

Estejam descansados que no fim as peças do puzzle todas irão encaixar e o "desenho" ficará claro e legível para todos.

Também não vos podemos censurar de não conseguir ver mais longe que o momento presente, afinal vocês só pensam e defendem mesmo os vossos objectivos pessoais ou, quando muito, partidários, o real bem-estar do povo timorense pouco vos importa!...

Deixem-se de tretas, a vossa estratégia já não pega, aliás já tresanda!

Viva o povo de Timor-Leste!

Anónimo disse...

Anónimo 6:56:22 PM

Vai montar legos. voce nao sabe o que ta falar.

Anónimo disse...

Anónimo das 6:56:22 PM: claro que não convence ninguém que o “real bem-estar do povo timorense” passa por ter um PR que pelo menos;

. interferiu na condução e gestão da PNTL ( reunindo-se à revelia do antigo ministro do interior com o antigo comandante Paulo Martins);

. interferiu na gestão das F-FDTL (reunindo-se vezes sem conta com desertores e assassinos à revelia da hierarquia castrense);

. desautorizou publicamente a hierarquia das F-FDTL, com críticas públicas às decisões relativas aos desertores;

. interferiu nas questões internas do partido do governo;

. revelou publicamente conversas particulares com personalidades que pelos cargos que ocupam não podem replicar;

. interferiu nas questões da justiça;

Objectivamente o seu PR não é o Presidente da República, é o Presidente duma facção e o seu comportamento, num país independente somente há quatro anos e depois da devastação causada há sete anos pelos indonésios é no mínimo criminosa. Quem quer o bem-estar de alguém quer que esse alguém tenha paz e segurança para poder levar a sua vida para a frente. E o seu PR tudo fez para minar a paz e segurança do seu povo. Provam-no os 21 mortos, as dezenas de feridos, as centenas (quase um milhar) de casas, negócios, edifícios estatais e sede partidárias queimadas e destruídas, as pilhagens generalizadas e os ainda 150,000 deslocados.

Anónimo disse...

Tem razão Margarida.

O PR é presidente de apenas uma facção (ou será fracção?) dos timorenses? Já agora uma facção (ou fracção) de 80% dos votos expressos em eleições secretas, directas e pessoais. Olhe que é um ror de gente.

Por outro lado o seu idolatrado ex PM foi eleito como e por quem?

O povo é quem mais ordena, né?
Ou é só às vezes?
Quem é que o povo ordenou mais?

Anónimo disse...

ESTES PRO-ALKATERRORISTAS FAZEM A FESTA LANCAM OS FOGUETES E AINDA VAO APANHAR AS CANAS.
E O BABIJA FALA DE "MODUS OPERANDI",OUTROS DO "IN LOCO"ETC...ISTO E LATIM QUE OS TUGAS MAIS LETRADOS ESCREVEM PARA INGLES VER.ENTAO CRITICA-SE OS COMUNICADOS DO PM EM INGLES E ESCREVE-SE USANDO EXPRESSOES EM LATIN QUE A MAIORIA NAO PERCEBE PATAVINA?

HAJA PACHORRA SENHORES!
(OLA MARGARIDA.COMO ESTAS DOCURA?)

Anónimo disse...

JT: você ficou parado no dia da eleição, faça o homem o que fizer, para si faz tudo bem. Você JT é o melhor exemplo do yes-man, dos que não têm espírito crítico, dos que não olham à volta, dos que nada enxergam. Lembra aquelas pessoas que ofuscadas pela luz caminham à toa não reparam na casca da banana e estampam-se ao comprido.

Anónimo disse...

Muita água já correu debaixo da ponte desde os 82% que elegeram o PR.

Anónimo disse...

Oh Margarida, mas isso mesmo.
Essa é a carapuça que lhe serve perfeitamente em relação aos 57% da FRETILIN, ou aí já é diferente?

Essa é que é essa.
Eu é que estendi a casca e você estampou-se ao comprido. Veio justamente dar-me os argumentos que refutou há dias atrás.

Eu só queria mesmo que usasse esses argumentos. Porque eles servem para um lado e outro.

Com uma pequenina, ínfima mesmo direi eu, diferença. É que o PR foi eleito por voto directo, pessoal e SECRETO de 82% dos votantes. E foi eleito para exercer a função de Presidente, não para uma função diversa que depois transformasse em Parlamento.

E caramba, quer você queira quer não, quer se torça toda quer faça piruetas ate se lhe verem as cuecas, é por isso que ele tem o apoio da esmagadora maioria dos timorenses e o seu idolatrado ex PM viu os seus 50.000 ou 60.000 apoiantes reduzirem-se à tal grandiosa manifestação.

É verdade que muita água já correu debaixo da ponte desde os 82%, mas não foi só dessa ponte. Foi de todas as pontes.

Tá a abrir a pestana, pessoal.

Anónimo disse...

E A MARGARIDA VAI DE VOLTA AO FUTURO! BABILONIA COSANOSTRA LENINDROSAUROS.

Anónimo disse...

Anónimo das 11:09:34 PM: As funções do Presidente, como as funções do Governo, ou do Parlamento Nacional ou dos Tribunais ou das F-FDTL ou da PNTL são as estão definidas na Constituição da RDTL e só essas. E são essas e só essas as funções que lhe competem cumprir e não as supostas funções escritas em qualquer decreto divino. Porque por decreto divino só o Papa é que preside, todos os restantes presidentes de todos os países democráticos presidem segundo o que está decretado na Constituição dos seus países e essas constituições terrenas foram elaboradas e aprovadas pelos representantes votados pelo povo.

A este entendimento ainda não chegou mas chegando ou não este é o entendimento de qualquer democrata.

Anónimo disse...

Portanto, como a FRETILIN não gostou do Presidente que o povo elegeu com 82%, tinha toda a legitimidade (57%), para inscrever na Constituição o que quisesse.
Se se tivessem lembrado que o Presidente só podia andar de mota, ele só andava de mota.
Uma constituição que é escrita depois do Presidente eleito.
Mas essas manigâncias não vão poder ficar assim, até porque as constituições não são escritas na pedra. Felizmente.

Há-de ser refeita para poder representar a vontade do povo e não a de um partido.
Há-de ter que conter mecanismos de auto regulação do sistema político que esta não tem. Como sabe.

A Constuição de Portugal também nasceu torta mas tem vindo a ser corrigida. A pouco e pouco os dogmas caiem e a verdade vem à superfície.

Anónimo disse...

Anónimo das 1:22:49 AM : você está vidrado no Xanana e todas as suas referências andam à volta dele e nem repara nas contradições em que entra. Primeiro acusavam a Fretilin de querer governar quase que para a eternidade.

Ora se assim fosse, com certeza que Fretilin teria a ambição de eleger um Presidente da sua área política e tendo a quase a maioria de dois terços para aprovar a Constituição, ia então aprovar um PR com poucos poderes, só para lixar o Xanana que já era PR? Não faz sentido portanto esse seu raciocínio.

Qualquer Constituição tem que manter um determinado equilíbrio entre todos os poderes e a vossa é uma Constituição equilibrada onde talvez o poder mais importante seja o Parlamento Nacional que é o órgão de soberania representativo dos Timorenses. Quanto à Constituição Portuguesa, infelizmente oito revisões já a estragaram bastante mas para desgosto seu fique sabendo que o órgão de soberania que também perdeu poderes foi precisamente o Presidente da República…

Anónimo disse...

Anonimo das 6:56:22 PM. Voce sabe muito bem do que esta a falar! concordo perfeitamente consigo. O povo timorense nao so nao esta farto do PR como poem a sua confianca nele. Facto de nao ter havido qualquer movimento popular contra a actuacao do PR e bem prova disso. O mesmo nao se pode dizer dos outros nao e?

E JT voce tem mesmo uma santa paciencia para aturar as baboseiras da margarida.

Anónimo disse...

Para desgosto meu? Importa-me um rato que ele perca ou ganhe poderes. Mas para os portugueses foi importante que ele tivesse poderes para dissolver a Assembleia da República em 2005, não foi? Confesse lá.

Mas aos timorenses a constituição nega-lhes essa possibilidade quando tal se justifique. É por causa da cor, que não merecemos?

Você que gosta de citar a Constituição atente nisto:

CAPÍTULO II
COMPETÊNCIA
Artigo 85.º
(Competência própria)
g) Declarar o estado de sítio ou o estado de emergência, mediante autorização do Parlamento Nacional, ouvidos o Conselho de Estado, o Governo e o Conselho Superior de Defesa e Segurança;

E depois:
Artigo 86.º
(Competência quanto a outros órgãos)
f) Dissolver o Parlamento Nacional, em caso de grave crise institucional que não permita a formação de governo ou a aprovação do Orçamento Geral do Estado por um período superior a sessenta dias, com audição prévia dos partidos políticos que nele tenham assento e ouvido o Conselho de Estado, sob pena de inexistência jurídica do acto de dissolução, tendo em conta o disposto no artigo 100.º;

Artigo 100.º
(Dissolução)
1. O Parlamento Nacional não pode ser dissolvido nos seis meses posteriores à sua eleição, no último semestre do mandato do Presidente da República ou durante a vigência do estado de sítio ou do estado de emergência, sob pena de inexistência jurídica do acto de dissolução.

Em função disto, explique aos timorenses que mecanismo de equilíbrio (como você diz que é equilibrada....) sobra e a quem compete para, em caso de uma situação idêntica à que ocorreu em Portugal em 2004, se poder dar de novo a voz ao povo, como de resto aconteceu e pelos vistos com razão em Portugal.

Explique-nos do alto da sua cátedra de sabedoria.

Se isto não é armadilhar a constituição para manter o poder é o quê?
Onde está o equilíbrio?

Veja bem a pescada de rabo na boca criada: O Artº 86º obriga a que o Parlamento autorize a declaração do estado de sítio, depois o 100º impede a dissolução durante o mesmo estado de crise que foi autorizada pelo Parlamento.
No meio disto, desde que o partido com maioria ou alinça de partidos com maioria indigite um PM, nunca o Parlamento pode ser dissolvido.

Onde está o equilíbrio? Responda lá.
Acha que isto é uma Constituição que serve o povo, ou é uma constituição desenhada à medida do partido maioritário para prevenir uma dissolução seja em que circunstância for desde que o partido da maioria continue a apontar um PM?

É indecente e injusto. Os timorenses têm direito a uma constituição que os proteja de eventuais más governações.

Esta está blindada propositadamente como você sabe tão bem quanto eu.

A FRETILIN bem que teve a ambição de eleger um Presidente da sua àrea, mas quem tinha ou tem hipóteses frente a Xanana? Diga lá um nome. Basta um.

Como quem não tem cão caça com gato, a FRETILIN blindou a Constituição.
- O Presidente não é dos nossos, mas também não terá hipótese de nos maçar.

Antes de falar, leia a Constituição e veja, com olhos de ver, as armadilhas que lá estão e que não são só estas.
A Revisão Constitucional é outra. E o que não é passível de revisão Constitucional é outra ainda.
A propósito, já leu o preâmbulo da Constituição e a referência à Igreja? Que depois vem reconhecido no N.º2 do Artº 11º?
Vai apanhar um choque.
Eu não tenho qualquer predilecção especial por religiões, mas o vosso horror à Igreja católica depois leva destes chimbalaus.
Revanchismos passados, né?

Anónimo disse...

Caros leitores e anonimos...
Gostaria de vos proporcionar dois daos que julgo serem importantes para a discussao:
Nas primeiras eleicoes realizadas em TL para AC e sua posterios transformacao em PN, participaram Partidos politicos que se constituiram na vespera e infelizmente nao tiveram tempo de fazerem a sua campanha por todo o territorio, dado a escassez de meios e humanos e materiais. Muitos deles ate foram constituidos na esperanca (pensavam os seus dirigentes) de receberem apoios provenientes da Untaet em dinheiro.
Um outro dado eh que cerca de um mes antes, a Untaet atraves de um responsavel do Departamento de Assuntos Politicos, declarava perante uma delegacao estrangeira que a Fretilin iria vencer as eleicoes por entre 50% a 55%. Ora isso demonstra que o resultado foi fabricado, por outro lado os partidos recem constituidos na altura, sem que tivessem tempo e capacidade para fazer a sua campanha, conseguiram eleger deputados! A Untaet entendeu distribuir alguns votos a pequenos grupos sem nenhuma representatividade nacional. Eh preciso evitar manipulacao e favores nas proximas eleicoes!!

Anónimo disse...

NA MINHA TERRA DIZ-SE ASSIM.
É TÃO LADRÃO O QUE ROUBA COMO O QUE MANDA ROUBAR.

Anónimo disse...

Anónimo das 3:40:23 AM :
Então agora está a querer-me convencer que afinal montaram esta crise porque queriam fazer uma revisão da Constituição que desse a possibilidade do PR dissolver o Parlamento Nacional quando bem entendesse? Porque foi isto que aconteceu em Portugal em Dezembro de 2004, o PR dissolveu o Parlamento mas não demitiu o governo. Só que em Portugal até se podem fazer eleições em qualquer altura porque temos Lei Eleitoral, coisa como sabe Timor-Leste ainda não tem. E em Portugal o PM que tínhamos e que pediu para sair tinha acabado de sofrer o pior resultado eleitoral da história do seu partido, estava na primeira metade do seu mandato e o governo que se seguiu estava a desintegrar-se com ministros a saírem todas as semanas e o PM a queixar-se publicamente que o seu próprio partido o estava a minar. Coisa que não se passava em Timor-Leste, onde o governo estava não só no final de mandato como até o recente Congresso da Fretilin tinha reforçado a liderança do Alkatiri.

Então você está agora a querer convencer-se que andaram meses nesse terrorismo verbal contra o Alkatiri (alegadamente responsável pelo despedimento de 600 soldados; por ter ordenado que militares disparassem contra polícias e contra civis; por 60 mortes e por valas comuns, por esquadrões da morte, etc…) que depois o terrorismo verbal passa a terrorismo físico contra as F-FDTL, contra o governo e contra a população, que se saldou em 21 mortos, dezenas de feridos, quase 1000 edifícios queimados e destruídos, 150,000 deslocados, trauma colectivo principalmente da população de Dili, porque afinal uns senhores queriam rever a Constituição?

Afinal se era para reverem a Constituição que provocaram esta crise toda, isso significa que tudo o que alegaram contra Alkatiri e contra o governo da Fretilin é mesmo mentira!

É que quando se quer rever a Constituição, numa democracia, apresenta-se essa ideia na campanha eleitoral e depois, havendo deputados suficientes muda-se a Constituição. Mas não foi assim que vocês agiram: vocês pela força bruta das armas nas mãos dos desertores e pelas mentiras que espalharam criaram o caos que lhes deu pretexto para que o PR ordenasse o aquartelamento das legítimas tropas das F-FDTL e a vinda das tropas australianas e com estas aí deram o ultimato ao Alkatiri para resignar. E para salvar a Constituição e a manutenção (indispensável!) do Parlamento em funcionamento o Alkatiri demitiu-se. E ficamos a saber pelas suas próprias palavras que o PR alinhou nesta golpaça somente por interesse próprio, para ter mais poderes, que lhe permitissem pôr e dispor sem dar contas a ninguém! Sabe o que lhe digo? Abençoada Constituição como a da RDTL que não permite que aventureiros irresponsáveis e anti-democratas como vocês e o seu PR façam o que querem, à revelia do Parlamento, da lei e da ordem.

Anónimo disse...

Sou de opiniao de que as coisas estao a ficar claras. O azeite vai-se separar da agua e vira a tona! Agora ja nao e o Mari a distribuir as armas mas deconfia-se que as armas espalhadas pelo territorio timorense e da autoria e do consentimento do Xanana. Espera-se que nas proximas eleicoes presidenciais em 2007 nao venha a recandidatar-se. Porque senao seria uma catastrofe para o pais recem independente. Nao vale a pena ter lideres como estes. Ninguem e insubstituivel!!!...

Anónimo disse...

Anonimo das 4:16:34 AM.

Ainda bem que levantaou essa questao da fabricacao dos resultados. Ha umas semanas atras fiz um comentario para o qual nao consigo precisar se tive resposta ou nao.

Mas relacionava-se com as confidencias de um oficial da policia Portugues que estava inserido na equipa responsavel pela proteccao das caixas de votos armazenadas no GMT a espera de contagem.
Confidenciava esse policia Portugues num tom desgostoso que eles tinham recebido ordens inesperadas a noite para serem substituidos por uma equipa de policias da jordania.
Ele disse que teve muitas reservas na maneira inesperada em que foram substituidos e sem que houvesse razoes para tal. Achou que alguma coisa nao estava bem mas que nao era seu problem porque ate nem era timorense e estava a seguir ordens superiores.

Perguntei nesse meu comentario anterior se havia algum leitor que soubesse mais deste incidente visto que esse policia confidenciou num circulo muito restrito. Mas em Timor as coisas espalham de boca em boca e estava curioso em saber se mais alguem sabe disto.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.