sábado, junho 17, 2006

O golpe de Rogério Lobato

SÃO cada vez mais fortes os indícios que apontam para Rogério Lobato como sendo o principal responsável pelo caos militar e humanitário que se vive em Timor-Leste desde o dia 28 de Abril, quando uma manifestação de desertores do exército acabou num confronto armado entre militares e civis, desencadeando nas semanas seguintes uma revolta incontrolável que contou com o apoio de polícias e de grupos paramilitares supostamente fiéis ao ex-ministro do Interior.

Numa tentativa de preservar provas, os procuradores internacionais mandatados pela ONU resolveram começar já esta semana a investigação criminal, antecipando assim a chegada de uma equipa de polícias designada pelo secretário-geral, Kofi Annan

Desde hoje que os procuradores internacionais têm segurança 24 horas por dia como medida de precaução.

Dada a incerteza sobre a quantidade e o paradeiro de muitas das armas compradas nos últimos anos para a polícia por Rogério Lobato, os magistrados acreditam ter razões para temer pela sua integridade física.


Além de um grupo em Liquiçá (33 homens armados com metralhadoras AK-33) que denunciou na semana passada ter trabalhado debaixo das ordens directas do ex-ministro do Interior (tendo elaborado, entretanto, um relatório com detalhes sobre todos os seus contactos e actividades), o EXPRESSO apurou que ainda sobram pelo menos dois grupos semelhantes em Maliana e em Kotalama, perto de Ermera.

Um deles tem 20 homens e é liderado por um ex-guerrilheiro chamado António Limalima, enquanto o outro é composto por uma equipa de 16 homens coordenada pelo comandante Joaquim Roque. Ambos estão armados com metralhadoras AK-33 e usam fardas da Unidade de Reserva da Polícia, criada em 2004 pelo Governo para combater milícias nas zonas rurais.

Os tiroteios que ainda se ouvem à noite nessas e noutras áreas do país fazem acreditar que continuam activos. Estes paramilitares, incluindo o grupo de Liquiçá, fazem parte de uma alegada estrutura de segurança secreta da Fretilin, o partido do Governo que ainda há duas semanas elegeu Lobato para a vice-presidência, já depois da sua demissão do cargo de ministro do Interior e de haver suspeitas sobre o seu comportamento menos claro à frente das polícias.

O relatório do grupo de Liquiçá, assinado pelo comandante Railos e remetido esta semana a Xanana Gusmão, inclui os nomes de todos os elementos da Fretilin com quem foram feitos encontros e transacções de armas e equipamentos, além de discriminar os nomes dos mortos e feridos em combate, apresentando também um conjunto de números de série das armas que ainda estão na sua posse, para que sejam comparados com os registos da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL).

Railos alega que a entrega das armas ao seu grupo foi feita pelo comandante da polícia de fronteira, António da Cruz, sendo que o primeiro lote de 10 metralhadoras AK-33 e 6000 balas lhe chegou às mãos no dia 10 de Maio, pelas 22 horas, num encontro realizado no cemitério de Rate Pahlawan, perto da praia de Liquiçá.

António da Cruz esteve incontactável durante esta semana, mas cruzando as versões de todas as partes acerca dos confrontos de 22 a 25 de Maio, a informação contida nas cinco páginas do relatório do comandante Railos é consistente. Durante vários dias, houve um ataque coordenado a várias posições militares das Forças de Defesa de Timor-Leste (FDTL) em que participaram grupos rebeldes vindos das montanhas para Díli, liderados pelo major Alfredo Reinado e acompanhados por agentes da Unidade de Intervenção Rápida e da Unidade de Reserva da Polícia.

O tenente Gastão Salsinha, líder dos desertores do exército (conhecidos por peticionários), foi um dos participantes no ataque ao quartel-general das FDTL em Tasitolu nos dias 23 e 24 e admitiu ao EXPRESSO que o comandante Railos e os seus homens também estavam presentes no local, embora não tenha sido capaz de responder à pergunta sobre o que estariam a fazer ali peticionários armados, quando era suposto estarem desarmados e acantonados em Ermera, a 40 quilómetros da capital, tal como tinha afirmado antes em várias entrevistas.

Demasiadas coincidências. Foram precisamente os homens da polícia de fronteira comandada por António da Cruz que estiveram a fazer o controlo de entradas e saídas em Tassitolu no dia 28 de Abril, junto ao quartel-general das FDTL e ao local (Raikotu) onde houve o confronto armado entre o exército e os peticionários e seus apoiantes. A verdade é que os manifestantes não tinham armas de fogo quando saíram da frente do palácio do Governo, depois de terem incendiado dois carros com gasolina e atirado pedras ao edifício, mas ao fim de algumas horas, quando se envolveram no combate com os militares da FDTL em Tassitolu, já estavam na posse de metralhadoras, sendo que durante todo o trajecto foram acompanhados apenas pela polícia. Segundo Lino Saldanha, comandante-adjunto da PNTL para a área da administração, há um mês que um contingente de 80 polícias da fronteira se encontrava em Díli, vindo de Maliana.

Por outro lado, está por justificar o facto de se encontrarem mais de 500 polícias na cidade no dia 28 de Abril, mas terem sido destacados apenas 85 para a manifestação em frente ao palácio do Governo, não havendo qualquer reforço da segurança mesmo depois de os peticionários terem invadido o parque do edifício e incendiado dois carros. Esse pedido de auxílio foi feito diversas vezes por Mari Alkatiri ao ministro do Interior mas não teve qualquer efeito, obrigando o primeiro-ministro a requerer a intervenção das FDTL.

Ismael Babo, que esteve a coordenar as operações nesse dia, confessou ao EXPRESSO que recebeu ordens directas de Rogério Lobato não para reforçar a guarda ao palácio, mas antes para evacuar todos os membros do Governo e do parlamento para o quartel-general da polícia. Mais tarde, depois da viagem das centenas de manifestantes para Tasitolu ter sido acompanhada por apenas 12 polícias, o então ministro do Interior deu uma outra ordem: a retirada total dos agentes do local, mesmo constatando que os manifestantes precisariam de ser desarmados, deixando apenas um posto de controlo na rotunda do aeroporto, para ninguém passar na estrada além do exército.

Desde o dia 28 de Abril que em muitos bairros da cidade se espalharam os rumores sobre um massacre cometido pelos militares, dizendo-se que tinham sido mortos mais de 60 civis inocentes (apenas cinco estão confirmados pelo director do hospital de Díli) a mando de Mari Alkatiri. Foi isso que deu origem aos incêndios e às batalhas campais entre vizinhos, enchendo as imagens das televisões internacionais. A armadilha. As hierarquias das FDTL, contudo, acreditam terem sido empurradas para uma armadilha com o objectivo de diabolizar as forças armadas, alimentando o ódio no seio do povo ao núcleo duro de antigos guerrilheiros da resistência. Com isso o pilar do recém-criado e ainda frágil estado democrático de Timor-Leste cairia por terra, dando lugar a um reequilíbrio interno de poderes.

É unânime a opinião em Díli de que a situação política em Timor-Leste é, neste momento, muito complexa e de que existe uma teia intricada de cumplicidades e silêncios que poderá pôr em risco a investigação internacional, apesar de ela ter sido publicamente reclamada por todas as partes: presidente, primeiro-ministro, oposição, rebeldes, polícias e militares.

Parece haver uma notória vontade nos discursos e nas atitudes do primeiro-ministro, Mari Alkatiri, e do próprio Xanana Gusmão de fazer com que o princípio de reconciliação nacional passe por cima do princípio da justiça e da responsabilização criminal. Daí a tolerância do Presidente em relação ao major Reinado e aos outros rebeldes e a compensação dada por Alkatiri a Rogério Lobato, ao permitir a sua ascensão a vice-presidente da Fretilin.

O apelido Lobato tem um peso enorme no país, sendo um dos clãs históricos da luta pela independência desde 1975. O irmão de Rogério, Nicolau Lobato, foi o primeiro líder máximo das Falintil nas montanhas. A sua morte, ao fim de 12 horas de combate com os indonésios no último dia de 1978, fez dele o maior mártir de Timor. Embora exilado, Rogério sucedeu-lhe no lugar, mas acabaria por cair em desgraça quando nos anos 80 foi apanhado em Angola a fazer tráfico de diamantes, o que lhe valeu dois anos de prisão, sendo acusado por alguns colegas da própria Fretilin de o ter feito em benefício próprio.

Quando regressou a Timor ao fim de 25 anos no estrangeiro, um grupo de centenas de ex-combatentes liderados pelo guerrilheiro L7 viu nele o político capaz de representar o seu descontentamento por não terem sido integrados nas forças armadas do país recém-criado. Nos corredores do palácio do Governo asseguram que foi esse o apoio decisivo no convite que Mari Alkatiri lhe fez para ocupar o cargo de ministro da Administração Interna (mais tarde, ministro do Interior, já sem a área da administração estatal). L7 chegou a ser nomeado assessor de Lobato para a segurança, mas os dois acabariam por se desentender em 2003.

Ambicioso e temperamental. Rogério Lobato é descrito em Díli como um homem ambicioso e temperamental que gosta de controlar os seus homens e de impor respeito com uma autoridade musculada. Um episódio ocorrido no início deste ano perante jornalistas da televisão local e perante o próprio procurador-geral da República demonstra como é capaz de actuar. Ao acompanhar a detenção de um grupo de jovens arruaceiros, mandou-os encostar à parede e pediu para desligarem por momentos a câmara de televisão, aproveitando o intervalo para dizer aos detidos: «Ou me contam a verdade ou parto-vos as pernas». Uma personalidade forte que, juntamente com o seu apelido sonante, parecem fazer de Alkatiri apenas um seu refém.

Golpe em Timor-Leste liderado por ex-ministro

OS DADOS recolhidos pelos investigadores internacionais apontam para o ex-ministro do interior de Timor-Leste, Rogério Lobato, como responsável por um complexo golpe de Estado que visava eliminar a cúpula das Forças Armadas. Os procuradores internacionais já viram a sua segurança reforçada, 24 horas por dia, como medida de precaução, uma vez que está em parte incerta uma quantidade significativa de armas compradas para a polícia por Rogério Lobato.

Em Liquiçá, um grupo de 33 homens armados com metralhadoras admitiu ter trabalhado sob as ordens do ex-ministro do Interior. Um relatório desse grupo, assinado pelo comandante Railos e entregue esta semana ao Presidente Xanana, inclui os nomes de todos os elementos da Fretilin com quem houve encontros e com quem foram feitas transacções de armas e equipamentos, além de discriminar o nome dos mortos e feridos em combate. Dois grupos semelhantes estarão a operar no interior de Timor-Leste. Estes grupos de paramilitares fazem parte de uma alega
da estrutura de segurança secreta da Fretilin, estão armados com metralhadoras e usam fardas da Unidade de Reserva da Polícia.

Em entrevista ao EXPRESSO, o ex-ministro Rogério Lobato admite que «se a Fretilin se levantar, ninguém a controla».

«Conhecemos todos os buracos deste país»

O EX-MINISTRO do Interior resolveu abrir a porta da sua casa ao EXPRESSO, ontem à noite, para acusar o comandante-geral da polícia, o presidente Xanana Gusmão e padres da Igreja Católica de estarem por detrás da tentativa de golpe de Estado no país. Pelo meio, admite ter criado o grupo paramilitar do comandante Railos, pondo em xeque o próprio primeiro-ministro Mari Alkatiri.

E ainda deixa um recado: quando a Fretilin se levantar, será o povo todo a levantar-se.

Existem várias versões sobre o que aconteceu em Timor. Qual é a sua?

Na minha carta (de demissão) eu refiro claramente um comando bicéfalo.

O que quer dizer com bicéfalo?

Que a intervenção do Presidente sobre os peticionários afectou as relações com os militares.

Xanana Gusmão deveria ter tido outra atitude com os militares?

Deveria ter sido mais ponderado e não vir a público atacar e deitar abaixo. Isso caiu mal nas pessoas que andaram com ele no mato durante muitos anos. Mas este problema surgiu muito antes. A PNTL (Polícia Nacional de Timor-Leste) está sob a tutela exclusiva do Governo. A partir de uma dada altura, apercebi-me de que muitas vezes o senhor comandante da polícia ia reunir-se na Presidência da República sem o meu conhecimento. Sem, inclusivamente, o conhecimento do primeiro-ministro. Naturalmente que isso me preocupou (...). E depois há uma manifestação que deixa de o ser para passar a ser um acto de violência organizada. Isso o que é? É crime!

O senhor não estava a acompanhar as operações da Polícia para fazer frente a essa manifestação de 28 de Abril?

Estava. Só que as ordens que eu tinha dado era para que a Unidade de Intervenção Rápida (UIR) se concentrasse toda no palácio do Governo.

Deu essas ordens a quem?

Dei-as ao comandante-geral.

E ele disse-lhe o quê?

Disse-me que sim, mas depois pura e simplesmente não as cumpriu.

Que tipo de relação tem o comandante-geral da polícia com Xanana Gusmão? Como é que essa relação poderá ter prejudicado a actuação da Polícia?

Essa relação acabou por tornar ineficaz a actuação da Polícia.

Parece-lhe que o comandante-geral da Polícia foi influenciado pelo Presidente?

Não quero fazer a acusação, mas sei que houve contactos de que não tivemos conhecimento.

E já questionou Xanana Gusmão?

Não.

Entre o dia 23 e o dia 24 houve um ataque ao quartel-general do Exército em Tassitolu por rebeldes e polícias em que estava presente o comandante Railos e os seus homens. O senhor é acusado de ter criado esse grupo paramilitar.

Essas acusações são descabidas e falsas. Nós constituímos um grupo de antigos combatentes que conhecem todos os esconderijos por onde entravam as milícias. Eles seriam pisteiros que ensinavam os homens da nossa Unidade de Reserva da Polícia (URP) para poderem actuar numa situação de guerrilha...

Incluindo o comandante Railos e os seus homens?

Esses homens foram recrutados mais tarde. Nós vimos que era necessário criar um grupo com experiência, só que depois descoordenou-se completamente. Fez o que quis.

Quantos homens fazem parte desses grupos paramilitares?

Penso que são 15.

O comandante Railos diz que tem 30.

É possível que tenham aumentado para 30.

E que é da segurança secreta da Fretilin.

Não.

O primeiro-ministro já admitiu que eles são da Fretilin...

Nós recrutámo-los para serem pisteiros...

Mas são militantes da Fretilin.

Bom, eles podem ser militantes da Fretilin ou não. São antigos combatentes.

O primeiro-ministro assumiu que recebeu o comandante Railos e dois dos seus adjuntos em sua casa no dia 8 de Maio.

Naturalmente, mas sempre dentro daquele quadro de integrá-los nessa força que nós temos.

O comandante Railos diz que recebeu uma ordem sua para travar os peticionários nos dias 23 e 24 de Maio em Tibar. É verdade?

As pessoas em Díli estavam muito preocupadas na altura. Houve os ataques em Tibar e estavam milhares de pessoas lá acantonadas. Foi por isso que eu pedi para fazerem tudo no sentido de impedirem que essas forças chegassem a Díli, para não semearem a morte. Até porque uns dias antes tinham sido assassinados familiares meus: a minha cunhada e cinco sobrinhas. Foi o esforço que nós fizemos. Não resultou.

Muitos padres acusam a Fretilin, Mari Alkatiri e o senhor de distribuírem armas.

Um desses padres tem contactos com o major Mustafá para introduzir armas em Timor.

Quem é o major Mustafá?

Eu acho que já falei de mais. Eles que não comecem a falar, porque nós conhecemos-lhes os rabos de palha. Nós não temos segredos. Até agora a Fretilin não se levantou. Quando pedi a minha demissão do Governo foi porque todas as baterias estavam apontadas para o senhor primeiro-ministro. Parece que ele é o grande demónio deste país e os outros são todos santos. Não são santos. O santo é mesmo ele.

Prevê a possibilidade de uma guerra civil?

Guerra civil contra quem? Quando a Fretilin se levantar, será o povo todo. Nós conhecemos os buracos todos deste país.

O senhor já fez uma longa lista de acusações - Presidente, polícias, Igreja....

Eu deixaria aos jornalistas a investigação.

Acha que se trata de uma aliança?

Não há dúvida nenhuma.

E inclui nesse lote o ministro Ramos-Horta?

O meu compadre Ramos-Horta... se um ministro critica o próprio primeiro-ministro... Não gostaria de responder da mesma forma.

28 comentários:

Anónimo disse...

A roupinha suja virá desta vez por aí abaixo? Esperemos que a lavem depressa para ver se de uma vez por todas vão dentro todos os responsáveis por tal situação.

Passado o tempo de acção deste blog a nível que muito bem se vislumbrou desde o seu início, passa-se agora para a expansão da "mensagem" para listas de discussão sobre timor, em especial para o CrocodiloVoador que ainda não se deu conta da correia de transmissão que está a ser.

A verdade vai vir ao de cima. Só assim se podem limpar as porcarias que fizeram.

Ai Timor...

Anónimo disse...

Não tome a ONU posição rápida e vai-se assitir às mais diversas panaceias de uma máquina chama FRETILIN (esperemos que desta vez assuma a cara), especialista desde sempre da desestabilização... política, que a outra já aconteceu... esperemos que não se agrave a situação. Com bairros periféricos e com medidas de guetos está montada a grande cabala.

Anónimo disse...

Vejam lá se Xanana Gusmão ainda arranja alguma ideia mirabolante! Sempre surpreendeu toda a gente e sistemas. Parece que o homem anda mesmo cansado de toda esta borrada política... mas pode ser que esteja com estas atribulações em melhor posição para uma vez mais bater com a porta forte e feia à FRETILIN... conseguiu despartidarizar as FALINTIL allhures... se o homem, quando o puder fazer, abrir a boca talvez caia por terra todo este autoritarismo Governamental que sinceramente continua Constitucionalmente de pedra e cal... sobre ruínas humanas. Não tem lógica alguma. Sr. Presidente, peça uma intervenção imediata da ONU em igual escala áquela que se utilizou para o povo que votou a 30 de Agosto de 1999... esse sim, o dia! E voltem a levantar o país que ele merece muito mais (o POVO claro!) que a classe política que tem. Separe-se dos senhores da guerra. Fez a sua e bem! Por Timo-Leste sempre!

Anónimo disse...

Os funcionários da Nações Unidas estão impedidos pelos regulamentos de prestar quaisquer declarações públicas a não ser que obtenham autorização para o efeito.
Será que a estes procuradores internacionais lhes foi dada autorização?
Se não foram autorizados a UNOTIL deverá abrir um processo disciplinar.
Se forem autorizados é grave uma vez que prestam declarações públicas sobre um processo em fase de investigação.
Veremos o que fará o Sr. Hasegawa...

Anónimo disse...

Estao tudo revelado. agora mesmo antes das conclusoes finais das investigacoes ja se pode ler muita coisa entre as linhas.

As alegacoes deixaram de ser alegacoes, as mentiras caem por terra e revela-se a "democracia" que esses "lords" quiseram implantar em Timor.

Calem-se as vozes que sempre apoiaram cegamente este governo de Mari e Rogerio e esta para se saber de quem mais.

O Sr Rogerio sem perceber e num tom de "justiceiro" acabou por revelar o fio da meada. Agora e so puxar e tudo se revelara.

Finalmente Kay Rala Xanana Gusmao e os seus seguidores ficam assim revelados como os sempre Herois da PATRIA e POVO!

VIVA KAY RALA XANANA GUSMAO
VIVA O POVO MAUBERE
VIVA TIMOR-LESTE

Anónimo disse...

Micael Pereira, autor dos textos e fotos das reportagens que o Expresso publicou (pelo menos nesta e na semana passada) e seu enviado a Timor-Leste, explica na edição de hoje, 17/06/06:

“Personalidades ouvidas pelo Expresso

AS INFORMAÇÕES contidas neste artigo resultam de dados cruzados pelo EXPRESSO, obtidos a partir de um relatório escrito e muito detalhado das actividades desenvolvidas por uma alegada equipa de segurança secreta da Fretilin e de uma série de entrevistas, «on» e «off-record», com Lino Saldanha, comandante-adjunto da PNTL (Polícia Nacional de Timor-Leste) para a área administrativa; Ismael Babo, comandante-adjunto da PNTL para a área operacional; Mari Alkatiri, primeiro-ministro de Timor-Leste; Eusébio Salsinha, chefe de gabinete do ex-ministro do Interior Rogério Lobato; general Matan Ruak, chefe do Estado-Maior-General das Forças de Defesa de Timor-Leste (FDTL); coronel Lere Anan, número dois das FTDL; major Alfredo Reinado, líder militar dos vários grupos rebeldes; major Marcos Tilman, líder de um dos grupos rebeldes; tenente Gastão Salsinha, líder do movimento dos peticionários; comandante Railos, líder da autodenominada equipa de segurança secreta da Fretilin; Ramos-Horta, ministro dos Negócios Estrangeiros e da Defesa; Leandro Isaac, deputado independente; João Mendes Gonçalves, vice-presidente do PSD, o maior partido da oposição; conselheiros militares, magistrados e elementos da missão das Nações Unidas.
O chefe de gabinete do Presidente da República, Xanana Gusmão, nunca atendeu os pedidos do EXPRESSO para uma entrevista. O EXPRESSO foi a casa do comandante-geral da PNTL, Paulo Martins, 60 quilómetros a sul de Díli, mas este mostrou-se indisponível para falar. M.P.”


PS: sobre isto, só dois reparos:

1 - Lamentável é que o Micael Pereira, o enviado do Expresso em Timor-Leste não tenha tido a coragem de assumir que afinal o "relatório escrito e muito detalhado das actividades desenvolvidas por uma alegada equipa de segurança secreta da Fretilin" de que fala é nem mais nem menos o relatório que o "Comandante" Railos entregou ao PR Gusmão...

Compreende-se. Se o tivesse feito a caixa da primeira página do Expresso "Golpe em Timor-Leste liderado por ex-ministro" perderia impacto.

2 - Lamentável também é que o mesmo Micael Pereira não tenha esclarecido das datas em que recolheu os "on" e "off" records, incluindo os do PM. É que para uma compradora habitual do Expresso como eu, NÃO existe a entrevista ao PM, pois o Expresso nunca a publicou.

Em contrapartida, e só na semana passada, existiram no caderno principal: 1 página inteira com as fotos em pose do "Comandante" Railos&friends, além do editorial ("A 'pax' australiana?") e do artigo de Loro Horta ("Xanana e Alkatiri: os senhores da guerra em Timor") e na revista Única, dois artigos laudatórios (com texto e fotos do Micael Pereira) "Os novos rebeldes da montanha" e "A estrela da revolta", que ocuparam 11 páginas inteiras e eram acompanhadas por outras tantas fotografias! Resta dizer que a "estrela" é o Alfredo e os "rebeldes" são os supostos seguidores do Alfredo, do Salsinha, do Tara e do Tilman.

Anónimo disse...

Todas as explicações mais engenhosas para tentarem explicar o inexplicável demonstra apenas que de facto aquele país está a ser (des)governado por pessoas de alto gabarito negocial a nível internacional mas absolutamente mentecaptas internamente. Já viram a panóplia de irreponsabilidade política em que estão? Mas estóicos continuam. Até quando?

Anónimo disse...

Basta margarida! Basta!

Ainda nao se apercebeu que esta agora a defender o indefensivel?
pela boca morreu o peixe.

mas onde e que ja se viu um individuo com cadastro criminal por trafico de diamantes responsavel pela policia de um pais? so em Timor! Mas ja nao. agora so faltam os "outros".
Mas estou certo que quando o Sr Lobato cair vai arrastar alguns consigo.

Vai ser um grande espectaculo!!
a moda "hollywoodesca" e com fogo de artificio.
Ja reservei o meu bilhete.

Anónimo disse...

isto e um fartote de rir

Primeiro negaram saber da existencia desse grupo de Railos.
Depois o PM admite que os conhecia por serem da fretilin.
Agora o Sr. Lobato admite que os recrutou mas como pisteiros? ou sera que queria dizer Pistoleiros?

hahahahah...

E o que eu digo. um fartote de rir.

Anónimo disse...

17-06-2006 14:12:00. Fonte LUSA. Notícia SIR-8090719
Temas: timor-leste

Timor-Leste: Alegadas investigações sobre ex-ministro são falsas - fonte da ONU


Díli, 17 Jun (Lusa) - As alegações sobre o envolvimento do ex- ministro do Interior de Timor-Leste, Rogério Lobato, numa tentativa de golpe de Estado "não têm qualquer fundamento, porquanto as investigações apenas começaram este fim-de-semana", disse fonte da ONU à Lusa.

A fonte, que solicitou o anonimato, precisou que "não faz sentido iniciar uma investigação com qualquer tipo de convicção quanto à culpabilidade de quem quer que seja".

"Naturalmente que o Ministério Público vai avaliar todas as linhas de investigação, relacionadas com as mortes registadas em finais de Abril, bem como as dos oito polícias a 25 de Maio, e os actos de violência ocorridos em Díli nas últimas semanas", acrescentou a fonte.

"Mas, porque se está ainda no início das investigações, é um erro considerar-se que existem juízos preconcebidos, com pessoas a serem consideradas culpadas", adiantou.

Fonte da missão da ONU em Timor-Leste, a UNOTIL, disse à agência Lusa que os procuradores internacionais contratados pelas Nações Unidas para reforçar o sistema judicial timorense "não dispõem de qualquer segurança e que além da investigação agora iniciada, mantêm a rotina de trabalho nos tribunais".

De acordo com a Unidade de Direitos Humanos da UNOTIL, pelo menos 37 pessoas morreram em Timor-Leste na sequência dos actos de violência ocorridos em Abril e Maio.

Na passada quarta-feira, em comunicado enviado à Lusa, a UNOTIL informou que Sukehiro Hasegawa, representante especial do secretário-geral da ONU em Timor-Leste, esteve reunido com os procuradores encarregues da investigação dos casos de Abril e Maio, para responder ao pedido formulado há 12 dias pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, José Ramos Horta, para que o Ministério Público investigasse aqueles casos.

EL.

Lusa/Fim

Anónimo disse...

E quanto aos Anónimos das 12:15, 12:16 e 12:25, também os informo que o patrão do Micael Pereira é igualmente o patrão do Lobão da Lusa e do Luís Costa Ribas da SIC.

É que o Dr. Balsemão, o fundador do partido português de que a Natália Carrascalão foi deputada, é o maior accionista do Expresso, da Lusa e da SIC (entre muitos outros media)…

E só mais uma coisinha: a tal informação que aí deixei de o relatório ser o que o Railos entregou ao Xanana, ouvia-a no Telejornal da hora do almoço da SIC!

Anónimo disse...

Isso foi para despistar. Informa e contra-informa. Com tantos actores voltou-se às movimentações necessárias.

Anónimo disse...

Rogério Lobato responsável pelos caos militar... e quem é responsável pelo caos político? Os políticos! Não há mesmo volta a dar.

Pescadinha com rabo na boca! Trinquem com mais força... pode ser que saia sumo.

Anónimo disse...

Mas porque e que a margarida levantou a questao dos accionarios do expresso?
Nao me diga que eles obrigaram o Sr. Rogerio Lobato a dizer aquilo que disse na entrevista.
Ou esta a insinuar que inventaram o conteudo da entrevista? Se esso for o caso o Sr. Lobato que nao seja parvo. Va ja a Portugal levar o caso a tribunal. Se nao ficou rico com os negocios obscuros aqui em Timor de certa vai encher o bolsinho la em Portugal.

E' o que o Sr. Lobato diz na entrevista que esta mesmo na cara nao e? Afinal foi ele mesmo que recrutou o Railos e os outros grupos como a do Railos.

Nao foi isso que o Railos tem estado a dizer? Mas apressaram se todos neste blogzito a desmentir e ate mesmo a insinuar que era encenacao "hollywoodesca" la dos Carrascaloes.

Esta comfirmacao do proprio ex ministro sobre o recrutamento do Railos da agora legitimidade aquilo que o Railos tem dito sobre a sua missao. O Railos esta a dizer a verdade. ponto final.

Anónimo disse...

"... se a FRETILIN se levanta, ninguém a pára..."

palavras sábias finalmente! Mas que tem andado a fazer a FRETILIN? A última que me lembre foi ter provocado um dos piores odores na sua própria casa levantando o sovaco em demonstração de real maturidade política... valha-nos Deus... desculpai-os que eles não sabem o que fazem... ou sabem?
Levante-se FRETILIN! Toca a puxar de armas e repôr a ordem que não conseguiram com a desordem política que instalaram.

Mas só uma pergunta: vão buscar efectivos onde? Aos restantes 10 distritos? Pensem bem antes de actuarem que a porcaria que foi mandar fora do tabuleiro 40% de efectivos militares deu no que deu.

E outras duas perguntas, no caso de apelarem à acção revolucionária da FRETILIN: que pensam vocemessês que Xanana Gusmão irá dizer? Cuidado que votou mais gente nele que em vocês. E por muitas tentativas, têm sido constantes, já o foram e são neste blog, em o denegrirem e até culpabilizarem pela situação actual e até de golpe. Se o homem disser que o apoio do povo à FRETILIN deve ser retirado porque os seus responsáveis políticos afinal têm o país neste caos e o estão a encentivar (que terão andado a fazer no entretanto?...) eu gostaria de saber quantos se vão meter nos buraquinhos que dizem tão bem conhecer em Timor-Leste? E com que propósito? Tenham tino.

Anónimo disse...

Mas Anónimo da 1:48 AM, eu não disse só que ele era accionista do Expresso. Disse mais. Disse que o Dr. Balsemão foi o o fundador do partido português de que a Natália Carrascalão foi deputada,disse que é o maior accionista do Expresso e também da Lusa e da SIC (entre muitos outros media)…E já agora acrescento ainda que foi PM de Portugal no final dos anos 70, princípios dos anos 80. E que é o homem em Portugal da Trilateral, de Davos e do Grupo Bilderberg. Já agora, sabe quem é que negociou o petróleo de S. Tomé e Príncipe?

Anónimo disse...

Em 1975 foi contada uma "estória" em que Xavier do Amaral havia-se esquecido, no avião que o tinha trazido de Moçambique, de uma pasta com documentos "secretos" da Fretilin sobre um golpe que esta preparava para assumir o controle de Timor. Estes documentos, até hoje, nunca foram mostrados - já cansei de esperar...! O que foi descoberto, isso sim, foi um documento da UDT com o nome de "Operação Sakonar", onde era detalhada toda a operação levada a efeito no dia 10 de Agosto de 1975, e que passava pelo extermínio dos dirigentes da Fretilin e o "desaparecimento" deste partido em Timor. Passados 10 dias Rogério Lobato faz o "contra-golpe", rapidamente vitorioso, algo que muitos até hoje, pelos vistos, não lhe perdoam. Quem estiver interessado em cópia da tal operação Sakonar é só pedir para hbraga@mail.telepac.pt.
Ramos Horta, o homem que baptizou a UDT mas depois arrepiou caminho em direcção à ASDT, nunca engoliu a sua transformação em Fretilin. Tudo tentou para a destruir, chegando a planear a célebre operação Sky Light, onde o facínora Alarico Fernandes seria o comandante operacioanl. Tal intento falharia, mas ainda seria Alarico o responsável pela localização de Nicolau Lobato até à sua morte no monte Maubesse (e não Maubisse, como erradamente é dito e redito, são dois locais muito distintos, Maubesse fica em local inóspito perto de Same).
Xanana, entrado de empurrão para a Fretilin mas sempre se sentindo como orfão da UDT, também sempre ajudou a este objectivo "supremo" dos inimigos da Fretilin. Mandou matar Kilik, neutralizou Mauk Moruk, transformou a Fretilin em Partido Marxista-Leninista - sim foi ele, é histórico, por isso ninguém gosta de comentar este período da Fretilin - eliminou o debate ideológico e criou os célebres "caixas postais", tarefeiros acéfalos que hoje estão na base do seu suporte, tão bem figurados na bandeira do PD/Renetil.
Acusar Rogério de traficante de diamantes, é esquecer que os diamantes nessa época eram um monopólio escandaloso de uma tal De Beers, já havia longos anos que em Portugal dava prisão a quem possuisse tais pedrinhas, um negócio que devia ser aberto como qualquer outro, mas "estranhamente" criminalizado como se de droga se trata-se. Eram um esquema de financiamento como qualquer outro, só passível de prisão por força do tal cartel, hoje curiosamente perseguido pela própria justiça americana por práticas monopolistas... Savimbi também foi diabolizado pelo mesmo, só a filha de Eduardo dos Santos e os seus parceiros russos e do BES é que são santinhos nesta estória de camangas...
Quanto a criar "pisteiros", tal ideia remonta a 2001, no seguimento das infiltrações de ex-milícias em Timor, que estiveram na origem da operação Cobra levada a efeito pelas tropas de elite portuguesas destacadas no Sector Central, o mais extenso de Timor, e que na altura viram a sua actuação criticada por Horta por não mostrarem resultados (para chegarem ao Sector Central tinham que primeiramente passar pelo sactor da fronteira, sob responsabilidade australiana, mas para o propagandista da dynonobel.com isso não contava...), lá nisso o homem é coerente...!
Lembro que na altura também as nossas tropas recorreram a "pisteiros" das Falintil, é uma prática habitual em teatros de operação onde estão envolvidas forças não convencionais. A sua utilização num cenário citadino já pode ser objecto de polémica, mas as movimentações dos ditos "peticionários" exigiam a mobilização de forças também elas não convencionais, o problema foi não serem pagas atempadamente e alguém se ter adiantado nesta matéria...
Julgar que se está a puxar o fio à meada é patético, a meada é toda a história de pelo menos os últimos 30 anos, e as pontas são mais que muitas. Até eu por vezes acordo nelas enredado, e já estou nisto há outros 30 anos...!
E com jornalistazecos deste calibre mais caótica fica a meada, para o Expresso é uma vergonha publicar reportagens como esta, em que a vítima do Golpe surge como seu mentor. Vem no seguimento do célebre atentado contra a vida de Xanana, em pleno ginásio de Díli, mostrado pelas televisões e na altura motivo de teorias da conspiração por parte do Expresso e da Lusa. Claro, nessa época era o famigerado CPD-RDTL, sempre apelidado de "Comités" por estes jornalistas que nem uma sigla sabem ler. Hoje já se esqueceram dele, os meus amigos Cristiano, Ologari e Aitan Matak pelo menos nestes dias podem disso dormir descansados. Até L7, o katuas Cornélio Gama já passou a vítima, já não atiçam as tropas contra ele, como em 2000 em Aileu? Nessa altura não fazia mal Xanana pressionar Taur? Ou envolver as tropas portuguesas?
Em Timor há duas vítimas principais, a Verdade e a Memória...! E um Povo que sofre em consequência destas lutas pelo poder. Com a benção da sacrossanta igreja romana e de seus amos e senhores, estes a tresandarem a petróleo...

Anónimo disse...

Henrique Braga... finalmente em cena. manda mais umas coisas pois tens muito da verdade histórica de Timor-Leste nas mãos e nos teus arquivos. E que tal mandares umas fotos daquelas que merecem ser vistas. daquelas onde estão os libertadores de Timor-Leste.
parabéns pelo teu texto, pelo teu contributo

Hugo disse...

Margarida só falta acusares o Balsemão de ser o responsável por esta situação e pelas numerosas armas que desapareceram.
As vossas teorias da conspiração roçam o ridiculo. Tenham juizo!

Anónimo disse...

Hugo: eu repito o que disse. Disse que o Dr. Balsemão é o maior accionista do Expresso. Disse mais. Disse que o Dr. Balsemão foi o o fundador do partido português de que a Natália Carrascalão foi deputada, disse que é o maior accionista do Expresso e também da Lusa e da SIC (entre muitos outros media)…E que foi PM de Portugal no final dos anos 70, princípios dos anos 80. E que é o homem em Portugal da Trilateral, de Davos e do Grupo Bilderberg. Você sabe que tudo o que disse é verdade e que muitas mais ainda podia adiantar. Sendo tudo isto verdade onde é que aqui há teorias da conspiração? Já agora porque não tira as dúvidas e não faz, por exemplo, umas buscas no google? Atreva-se e ficará a conhecer algumas histórias bastante edificantes.

Anónimo disse...

Parabéns, Henrique Braga.

Ao contrário de tantos anónimos que escrevem, debitam, palpitam sem nunca ter posto o pé em Timor, sem se terem sequer preocupado com TL durante os 24 anos de ocupação, que se limitam a pseudo-analisar euro-centricamente do auge da sua ignorância histórica, você apresenta factos históricos.

Obrigada!

O debate estava a enveredar pelo disparate que nada diz a nós timorenses ... num tom insultuoso e indigno.

Mantenha a sua informação objectiva e factual a fluir, Henrique Braga. É essa informação que pode ajudar os (muitos)portugueses honestos a compreender o que aqui se passa.

IC

Anónimo disse...

Valente jornalista do "Expresso"!... Veni, vidi, vici!...
Assim que chegou ficou tudo claro como água!...
Então "voceses", que estavam aí, não tinha topado nada disto? Francamente!...
Não há dúvida que em terra de cegos quem tem um olho é rei!
Viva o Rei!
D. Duarte ao poder em Timor, já!...

Anónimo disse...

SR. Henrique Braga: Mais uma vez levanta-se um malai com a presuncao de querer saber mais que os Timorenses!
Sr. Braga crime e crime. ponto final. seja diamantes mariajuana, ou outra coisa qualquer.

Ja estou farto desta historia toda! Sabe uma coisa Sr. Braga? Tambem eu tenho ja suficiente idade para saber o que se passou em 75. Nao sei se la estava mas levasse a fretilin o seu plano a avante o senhor seria morto por ser portugues e consigo toda a sua familia. Era o que se falava na altura. Independencia imediata!! Morte aos fascistas brancos e mesticos!! ate a setima geracao!! eram as palavras de ordem. Nem sequer tem a capacidade de governar agora e ja queriam o fazer trinta anos atras? seria a pior desgraca para Timor ate porque a constituicao da independencia proclamada unilateralmente pela fretilin consagrava o sistema de partido unico. Se nao sabe procure informar-se junto ao proprio PM que ja o disse em varia ocasioes das visitas distritais de "governacao aberta". Xanana ainda nao era um incognito na estrutura da fretilin aquando da independencia. Quer agora o Sr. sabichao vir dizer que foi o Xanana que transformou a fretilin num partido marxista? Tenha juizo porque tambem ja deve ter idade para isso. Mas pelo menos e finalmente concorda que a Fretilin chegou a ser um partido marxista. ja e alguma coisa. O que realmente temos agora em timor sao os marxistas nao reconstruidos como o PM e a sua camarilha de 75 que se refugiaram em mocambique durante os anos em que Xanana lutava e comandava no mato e com o seu suor e o sangue de muitos outros tombados herois souberam dar a vida para defender a patria! estes sim!

Sabe falar Tetum Sr Braga?

Diak liu ita boot nonok tiha deit no keta koalia arbiru. Lae matebian sira bele hirus!

Anónimo disse...

correcao: Xanana ainda era um incognito na estrutura da fretilin aquando da independencia

Anónimo disse...

Cá para mim, confio nos 30 dias dados. A seguir espera-se ainda uma tomada de posição, uma nova fase. A coisa vai lá. As águas vão ter que se separar pois ficaram torvadas de sangue e os responsáveis têm que aparecer assim como a resolução dos problemas.

Anónimo disse...

Aos Senhores Anónimos das 1:10 e 1:12

Sim, à data da Proclamação Unilateral da Independência, em 28 de Novembro de 1975, Xanana Gusmão,era membro da Fretilin, a trabalhar na Secção de Informação e Propaganda. Aliás, segundo a sua própria Autobiografia, assistiu à declaração de Independência, depois de ter estado alguns dias nas regiões de Bobonaro e Maliana (que acabava de ser tomada), a filmar as incursões militares indonésias e onde conheceu Roger East (jornalista assassinado em Dez 75, aquando da invasão.

Para sua informação e a de todos os leitores que possam achar que as suas dúvidas sobre as transformações da Fretilin sejam verdadeiras ou tenham algum fundamento:

Realizou-se em Maubai de 1 a 8 de Março 1981 a Conferência Nacional de Reorganização [da Fretilin].

Após a morte de Nicolau Lobato, sobreviveram apenas três membros do Comité Central da Fretilin: Xanana Gusmão, Mau Huno e Txai Kere. Este último acaba por ser morto pouco antes do início da Conferência.

À data da Conferência, Xanana Gusmão era o Comissário Político Nacional da Fretilin - o cargo político mais elevado da organização. E é nesta mesma Conferência que Xanana Gusmão assume a direcção da Fretilin.

Não creio que seja necessário argumentar contra tantos disparates escritos que tentam apresentar com roupagem de verdade.

Leiam a página nº 58 da Autobiografia de Xanana Gusmão onde assume a responsabilidade pela declaração da Fretilin enquanto Partido Marxista Leninista.

Na altura, os que estavam no exterior, nem tiveram conhecimento imediato da decisão. Essa só veio a ser conhecida no exterior, em 1982!

Não vou tecer comentários em relação à decisão propriamente dita ... Xanana Gusmão tem longas páginas escritas sobre isso (para além de pp. 58 e 59 ver ainda a partir da página 84, o capítulo "Viragem Ideológica"). nomeadamente o reconhecimento do erro que também ele próprio contribuiu para que fosse cometido.

Xanana Gusmão volta a assumir a responsabilidade deste erro (na sua própria opinião), na Audiência Pública da CAVR, em Dezembro de 2003, sobre o Conflito Político Interno 1974-1975. Considerou que, nessa data, perante o facto de só terem sobrevivido dois membros do Comité Central da Fretilin (ele próprio e Mau Huno), deveria assumir a Direcção da Fretilin. Quer ele, quer Mau Huno e mais um punhado de quadros da Fretilin, haviam iniciado uma acção de percorrer todo o território para avaliar o que restara da Resistência (armada e civil) após as grandes ofensivas militares indonésias até Nov de 1979 (queda da Base de Matebian). É durante essa acção que a população, que ia sendo contactada, pediu a ambos que não desistissem da luta, que honrassem os mortos e continuassem a lutar.

Xanana gusmão continua o relato, informando que a Conferência de Maubai visava reorganizar a Fretilin e, consequentemente, assegurar a continuidade da luta pela libertação nacional, que fora a Fretilin que iniciara.

Só mais tarde, na mesma década de 80, é que Xanana Gusmão reconhece a necessidade de alargar a Resistência a sectores sociais e políticos, novos, que entretanto surgiram (nomeadamente os jovens que começaram a ir para a Indonésia com bolsas de estudo), que a Fretilin não abrangia. Também é mais tarde (a partir de 1983/1984 que inicia os contactos com a igreja católica. Na srequência, despartidariza as Falintil, cria o CRRN, posteriormente, CNRM e, mais tarde, CNRT.

Para que haja alguma honestidade de argumentação, por favor, estudem um pouco as fontes documentais existentes, credíveis, nomeadamente o que o próprio Xanana Gusmão afirma e a responsabilidade que assume POR ESCRITO, e as declarações que proferiu na audiência pública da CAVR e nas várias entrevistas que deu à CAVR para efeitos da elaboração do Relatório Final da CAVR. Leiam também José Mattoso.

IC

Anónimo disse...

Quanto às datas que o comentarista menciona são datas de acontecimentos históricos com as quais não vou discordar. No entanto o seu pecado está na sua leitura literal das palavras do próprio Xanana na tal autobiografia ignorando ao mesmo tempo o contexto em que foram escritas essas palavras.

1- Diz que Xanana era membro da Fretilin na altura da declaração unilateral de Independência (nunca reconhecida pela comunidade internacional) trabalhando na Secção de Informação e Propaganda. Esta sua afirmação não poe portanto em causa o que disse relativamente a Xanana não ocupar cargo importante de decisão na estrutura política da Fretilin.

2- Não desmente o que disse relativamente a Constituição de então ter estabelecido o sistema de partido único para Timor o que sabemos todos nós ser um sistema contrário aos princípios democráticos. Querendo isto dizer que Timor já não era um país democrático como sugerido pelo nome da república mas possuia sim um sistema político já consistente com o sistema tipicamente Marxista-Leninista, mesmo já na altura em que Xanana era inconsequente nas decisões políticas tomadas pela direcção da fretilin.

3- Xanana Gusmão não “era o Comissário Político Nacional da Fretilin” à data da “Conferência Nacional de Reorganização” mas foi eleito nessa conferência para assumir tal cargo assim como também de Presidente do CRRN e Comandante em Chefe das Falintil.

4- Quanto às referências que faz à autobiografia de Xanana, muito convenientemente ignora o contexto em que Xanana fala do um “Partido Marxista Leninista Fretilin” em Timor. Na referida passagem intitulada “viragem ideologica” Xanana diz na sua análise que quando a Fretilin adoptou em 1975 a ideologia da esquerda que ameaçou os interesses estratégicos dos poderosos.
Continua dizendo que logo desde o início a Direcção da fretilin demonstrou um notável infantilismo político que tentava desafiar o mundo; que os seus antecessores viam o Marxismo como a “solução imediata” para os problemas de um povo incrivelmente sub-desenvolvido; que foram em verdade ludibriados por um processo revolucionário apelidado de “Mauberismo”. Diz também que esse infantilismo político tinha impulsionado o movimento desde 1974 e que não dava margem para disacordos mas sim o extremismo político que, de quando em quando, significaria a sua própria pena de morte.

Continua por dizer que eles próprios somente aprenderam o Marxismo-leninismo nas montanhas e foram influenciados pelo frenesim revolucionário que os deveria levar a realizar o SONHO DOS SEUS ANTECESSORES: criar um Partido Marxista-Leninista na Republica Democrática de Timor-Leste e que não foram eles mesmos os verdadeiros mentores do “Partido Marxista-Leninista Fretilin mas somente seguiam aquilo que tinham recebido dos seus antecessores. Afirma que na altura encontravam-se ofuscados pela visão de um processo milagroso de redenção humana, e que a humanidade tinha fechados os olhos ao exterminio do povo maubere.

Mais significativamente e por último declara publicamente que rejeita completamente qualquer doutrina que promova a repressão das liberdades democráticas em Timor-Leste.

O Anónimo diz e é consistente com as palavras de Xanana que realmente ele “contribui” mas não foi o autor. Ai se encontra a diferença. E depois de tudo rejeitou essa ideologia e despartidarizou as Falintil, decisão que iria distancia-lo do proprio partido e outros membros da CCF até a independência.

É exactamente esta viragem ideológica de Xanana que o transformou num verdadeiro democráta, aquilo que não aconteceu (pelo menos por completo) com certos membros fundadores que ainda hoje se encomtram vivos e firmememte no poder.

Anónimo disse...

Mas estão pura e simplesmente a tentarem repetir acontecimentos com tantos anos? Isso está já escrito. O que ainda não está escrito é o que levou a esta situação actual (2006).

E quanto a isso, não é preciso ir tão longe. É preciso apenas resolvê-la. O resultado vai ser curioso sem dúvida e esse vai sentir-se durante bastante tempo...

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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