quarta-feira, junho 14, 2006

Ana Gomes e Deus Pinheiro no seu melhor de bloco central...

Eurodeputados reclamam mais atenção da comunidade internacional

Estrasburgo, França, 13 Jun (Lusa) - Os deputados europeus portugueses consideram que a comunidade internacional deve prestar particular atenção à situ ação em Timor-Leste, reclamando de um modo geral o reforço do papel das Nações U nidas e mais apoios da União Europeia.

Em vésperas de o Parlamento Europeu aprovar uma resolução sobre Timor-L este - cujo texto está a ser negociado entre os diferentes grupos políticos e se rá votado quinta-feira -, os eurodeputados portugueses contactados pela Agência Lusa em Estrasburgo manifestaram-se preocupados com a situação no território e sublinharam a necessidade de apoiar as autoridades timorenses neste momento sensí
vel.

A deputada socialista Ana Gomes, que recentemente esteve em Timor-Leste e elaborou um relatório, afirmou que continua a seguir a situação "com muita pr eocupação, porque embora a situação do ponto de vista da segurança pareça estar mais calma, a verdade é que os factores da conflitualidade política interna não foram ainda resolvidos", e considerou que é possível "fazer mais do que esta cal ma aparente, designadamente desarmar os civis e os gangs que têm armas".

A deputada socialista disse esperar que, a curto prazo, o Conselho de S egurança das Nações Unidas "efectivamente olhe não apenas para a extensão do man dato da actual missão, mas para o seu reforço significativo", de modo a "efectiv amente ajudar os timorenses nas tarefas de capacitação institucional e cultura d emocrática, de que têm absoluta necessidade, como esta crise de alguma maneira e videnciou".

Relativamente à resolução, de que é co-signatária, afirmou que é positi va, pois "reconhece a crise e reconhece também as insuficiências da comunidade i nternacional no acompanhamento do processo em Timor-Leste, que de alguma maneira também explicam que esta crise interna se pudesse ter dado com esta violência e gravidade".

Olhando já para o futuro, observou, a resolução deverá prever o envio d e uma missão do Parlamento Europeu, no Outono, "com o objectivo de ver em que me dida a UE pode reforçar e melhor adequar o seu apoio à reconstrução e sobretudo à capacitação institucional em Timor-Leste", pedindo também à própria Comissão E uropeia e ao Conselho que reforcem desde já o apoio a Timor.

João de Deus Pinheiro, por seu turno, comentou que a situação em Timor- Leste é "extremamente complexa" e "muito delicada", pelo que "tem de ser acompanhada com muito cuidado".

"Se, a um tempo, queremos democracia no território, a outro tempo reconhecemos que há alguns elementos democraticamente eleitos que podem constituir-se como um obstáculo à restauração da tranquilidade e da ordem", comentou o líder dos sociais-democratas portugueses em Estrasburgo.

"Neste momento o melhor que podemos fazer é dizer que estamos com atenção, dispostos a ajudar, a apoiar o presidente Xanana (Gusmão), e pedir às Nações Unidas que não se desliguem deste processo", finalizou.

Por seu turno, Ribeiro e Castro comentou que, através da resolução, o Parlamento Europeu "dará um sinal positivo", mas sublinhou que "é importante que também em Timor-Leste a situação evolua de uma forma positiva", designadamente " que a estabilidade e ordem sejam rapidamente restabelecidas".

O eurodeputado e presidente do CDS frisou que "também é importante comu nidade internacional colha as lições deste período", pois se "é evidente que exi stem fortes responsabilidades internas, e elas não podem ser diminuídas, pois Ti mor-Leste é um país independente", a "comunidade internacional também deve tirar a conclusão que talvez se tenha retirado cedo demais" do território.

"É indispensável que, no quadro das Nações Unidas, haja uma presença de apoio externo mais duradoura, até haver garantias de que as jovens instituições de um jovem país têm a solidez necessária", observou.

Para a deputada comunista Ilda Figueiredo, o apoio às autoridades timor enses é também fundamental para "que se garanta a estabilidade necessária e se i mpeçam intervenções exteriores que estão também a causar alguma perturbação".

"Neste momento há problemas sérios que podem estar a ser aproveitados p ara porem em causa objectivos deste Estado soberano e independente, que tem cond ições para o desenvolvimento e responder aos anseios a sua população", comentou.

O deputado Miguel Portas, do Bloco de Esquerda, considera muito importa nte a comunidade internacional aumentar o apoio, nomeadamente de ordem financeir a, para fazer face à "inevitável crise humanitária" no território, mas advertiu para o perigo da presença de forças estrangeiras ao abrigo de acordos bilaterais .

Segundo Miguel Portas, é hoje claro que há "um poderoso grupo de intere sses que claramente quer transformar Timor-Leste num protectorado australiano".

Quinta-feira a assembleia de Estrasburgo vai adoptar uma resolução sobr e a situação em Timor-Leste, marcada pela violência que nas últimas semanas caus ou a morte a cerca de 30 pessoas e a fuga de cerca de mais de 100 mil das suas c asas em Díli, a capital, para as montanhas.

ACC.

2 comentários:

Anónimo disse...

E a Deputada Gomes contabilizou o numero de mulheres no Governo de TL? Sem essa informação, por certo que não se pronuncia sobre a legitimidade do governo.

Anónimo disse...

Não lembrem coisas tristes à senhora. No seu governo português só há duas ministras...

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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