terça-feira, março 18, 2008

"Reinado queria matar ou raptar o PR" - comandante da operação "Halibur"

Díli, 17 Mar (Mar) - O major Alfredo Reinado "queria matar ou fazer refém" o Presidente de Timor-Leste, quando atacou a residência de José Ramos-Horta em Díli, a 11 de Fevereiro, afirmou hoje à agência Lusa o comandante da operação "Halibur" .

"Reinado não foi lá para ser morto, de certeza, porque não contava com o que lhe aconteceu", disse o tenente-coronel Filomeno Paixão, das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL), em entrevista à Lusa.

O major Alfredo Reinado, ex-comandante da Polícia Militar timorense, morreu no ataque à casa de José Ramos-Horta, com um dos homens do seu grupo.

Filomeno Paixão é o 1º comandante da operação de captura dos suspeitos pelos ataques de 11 de Fevereiro e de acantonamento dos peticionários das Forças Armadas timorenses.

É também um dos três oficiais das F-FDTL que integram a comissão de inquérito interna, com três representantes civis da secretaria de Estado da Defesa.

Com os dados disponíveis, a convicção de Filomeno Paixão sobre as intenções de Alfredo Reinado "está entre matar o Presidente ou levá-lo como refém".

"As duas probabilidades são viáveis", frisou.

"Refém, podia levar, mas os riscos seriam grandes. Talvez matar o Presidente fosse mais fácil.

Por dinheiro. Limpa-se o chefe de Estado, cria-se um caos e alguém toma(ria) conta da situação", explicou Filomeno Paixão sobre esta hipótese.

"Reinado ficaria descansadinho com o dinheiro e podia aparecer em cena outra vez quando a situação o permitisse", acrescentou o comandante da "Halibur".

"Ele entrou muito confiante, desarmou o pessoal à porta. Entrou no quarto ou na casa-de-banho do Presidente, voltou cá fora e 'levou' com um soldado que estava escondido e com quem ele não esperava", declarou Filomeno Paixão sobre o que aconteceu em casa de José Ramos-Horta.

Filomeno Paixão fez um balanço positivo da operação "Halibur", que persegue o grupo agora liderado pelo ex-tenente Gastão Salsinha, que no mesmo dia atacou a caravana onde seguia o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, que escapou ileso.

"A operação inicial foi mais dissuasiva e persuasiva, com o objectivo de trazê-los vivos para a justiça. Ainda acreditamos que Salsinha vai capitular-se, isto é, entregar-se à justiça", disse o tenente-coronel Paixão à Lusa.

O comandante da "Halibur" admitiu que dois grupos com alguns dos cerca de 30 homens de Gastão Salsinha "tentaram escapar antes de dia 11" de Março, o dia em que o ex-tenente tinha prometido entregar-se às autoridades, "e outro grupo tentou escapar nessa mesma noite".

"Quando Salsinha, à última hora, decidiu pelo não, tivemos que cercá-lo e tentar capturá-lo.

Certamente para a próxima vamos utilizar outro método", disse Filomeno Paixão.

"No cerco ao distrito de Ermera (oeste), apenas conseguimos surpreender um pequeno grupo" de quatro homens, que se puseram em fuga com as armas mas deixaram o restante material, afirmou o tenente-coronel.

Dois elementos deste grupo entregaram-se domingo às autoridades. Um deles, rendeu-se a um liurai (chefe tradicional) no distrito de Ermera, contou Filomeno Paixão.

O tenente-coronel Paixão acrescentou que um destes homens é militar e outro é um civil. Este último fugiu da prisão de Becora com Alfredo Reinado a 30 de Agosto de 2006, na véspera de cumprir a pena a que tinha sido condenado.

Filomeno Paixão resumiu os fugitivos em torno de Gastão Salsinha a "17 homens armados e um pequeno grupo desarmado que talvez lhe dê apoio logístico".

"Dos armados, não conseguimos (apanhar) nenhum", disse.

Dos elementos que pertenciam ao antigo grupo de Alfredo Reinado, Filomeno Paixão explicou que "há alguns que ficaram em casa durante muito tempo e que, à última hora, foram chamados para participar no ataque de 11 de Fevereiro".

Questionado sobre quanto tempo o Comando Conjunto da "Halibur" tenciona dar a Gastão Salsinha, Filomeno Paixão respondeu: "quanto mais cedo acabar a operação, melhor, e é para isso o nosso esforço".

"Os outros levaram dois anos. Nós, como somos poucos, podemos exigir quatro ou seis anos", comentou, a rir, o oficial timorense, numa alusão às forças das Nações Unidas e sob comando australiano que tentaram capturar o major Reinado.

Filomeno Paixão considera que "é difícil" que Gastão Salsinha se torne "num segundo Reinado".

"As condições são diferentes. O Reinado era diferente do Salsinha em termos de capacidade intelectual e de personalidade. O Gastão Salsinha não tem essa possibilidade. E há dois anos as condições eram outras", explicou.

Após a captura do grupo de Salsinha, a operação "Halibur" poderá concentrar-se no regresso dos deslocados, afirmou o tenente-coronel Paixão.

"Seria ideal que o comando conjunto continuasse, embora já não necessite de um estado de sítio que preceda a sua existência", disse.

"Iríamos debruçar-nos sobre os deslocados, levá-los-íamos de volta às suas casas, ajudaríamos talvez a construir as casas e dávamos segurança durante algum tempo", sublinhou o comandante da "Halibur".

Filomeno Paixão reconheceu que "tem havido algumas fricções" entre as chefias timorenses e a Missão Integrada das Nações Unidas e as forças internacionais.

"É natural. Temos tratados, como o acordo Trilateral e o Suplementar. Há uma certa dependência, sobretudo da PNTL (polícia timorense) à UNPOL (polícia da ONU), e as F-FDTL não poderiam actuar sobre o terreno de Timor-Leste, que está sob o controlo das ISF", as Forças de Estabilização Internacionais australianas e neozelandesas.

"Quando se vai romper isso, embora haja coordenação, não é fácil a implementação na prática", frisou Filomeno Paixão.

O comandante da "Halibur" é favorável a uma extensão do estado de sítio, que foi decretado até dia 23 de Março, "enquanto não forem capturadas as armas do grupo de Salsinha".

"Talvez se possa mudar para o estado de emergência", ressalvou, no entanto, o tenente-coronel Paixão.

PRM
Lusa/Fim


NOTA DE RODAPÉ:

"Quando Salsinha, à última hora, decidiu pelo não, tivemos que cercá-lo e tentar capturá-lo.
Certamente para a próxima vamos utilizar outro método", disse Filomeno Paixão.


Outro método? Talvez cercá-lo e desta vez capturá-lo, não?...

2 comentários:

Anónimo disse...

Alo Dili


“The ISF said it had used Angelita Pires contact with Reinado to ensure his men and the ISF knew each other's general movements”
E dificil acreditar que ela nao foi paga para fazer este trabalho so para os cegos foram eles ISF que tanto suportaram o Alfredo nestes dois anos. Com ele criaram esta destabilidade de apoio ao Xanana e o Horta. Angelita estava a trabalhar para AUSAID para este tipo de trabalho saiu para ser o representante do Alfredo. Ela esta inteirada da situacao tudo o que passou com o Alfredo. OS gang ou jovens que geraram violencia em Dili alguns tinha dinheiro 20 a 30 dolares pagos para estas actividades.Estas violencia ocorria sempre nas zonas proximas as instalacoes militares australianas em Vila Verde, no Campo Alor e no Caicoli por tras das instalacoes militares.Mario Carrascalao ja tinha lancado a informacao que o Alfredo tinha com ele 20000 dolares quando morreu e que o ataque era do plano internacional.Alfredo tinha pressionado para a justica incriminando o Xanana como autor da crise. Mas o 30 mil dolares que encontraram o objective era esquecer da justica. Comandante Filomeno Paixao disse: Talvez matar o Presidente fosse mais fácil.
Por dinheiro. Limpa-se o chefe de Estado, cria-se um caos e alguém toma(ria) conta da situação", explicou Filomeno Paixão sobre esta hipótese. Quem sera esse alguem tomaria conta da situacao? Sem duvida era “ CABECA UNICA” o Xanana o que ele esperava.Queria ser o senhor absoluto o unico em Timor Leste como Salvador da Nacao actuava como era guerrilheiro. Conforme as informacoes que eu tive Xanana era o autor do atentado sabia de antecedencia nao se preocupou quando Horta foi baleado. A ida do Lasama, Mario Carrascalao a Portugal foi apenas um pretexto.A Fretilin exijiu tambem ao Longuinhos e o Lasama que indicasse o importante individuo que esta a difilcultar a rendicao do Salsinha e os seus homens.

OVice PM Fretilin da mudanca sera o responsavel para esta 5 actividades ele que estava alheio desta situacao criada pelos autores da crise. Hamutuk Hari’i Uma os senhores da crise podiam ter a consciencia que a destruicao das casas muito pertencentes ao estado. Era facil para um pais saido depois duma destriucao das milicias de 1999.Consequencia desastrosa para o pais nao so humano mas material o prejuizo que acareta para os cofres do estado para uma nova construcao.Eram gananciosos ao poder destruir para depois construir.Puseram muitas familias em ruinas mais as familias de leste dividiram as comunidades.
Hamutuk Hari’i Protesaun podiam Xanana e os seus cumplices ter pensado na protecao dos peticionarios quando estavam atravessar uma situacao dificil e as fricoes no exercito. Qual a proteccao ao povo de Timor Leste tinha dado Xanana com declaracoes inflamatorias da divisao do Leste e Oeste.Xanana como chefe do Estado que proteccao tinha dado aos jovens mas tinha insinuado os jovens para a violencia e na destruicao das casas e roubo dos bens materiais.
Hamutuk Hari’i Economia Sosial muitos dos deslocados tinha ja uma vida estabilizada com negocios de varia ordem . Xanana e os cumplices destruiram tudo o que tinham para eles viverem nestas lonas ja dois anos todo este sofrimento. Senhores com uma vida luxo nos carros e em casa como nada tivesse acontecido.

Hamutuk Hari’i Estabilidade Digam la meus senhores golpistas nao tinha estabilidade em Timor Leste durante o Governo da Fretilin. Xanana e o Horta criaram fricoes no exercito com o abandono do Alfredo e muitos outros para apoio dos seus interessses. Criaram os peticionarios.Dividiram a PNTL sendo o autor Paulo Martins agora membro do Parlamento do CNRT.Criaram esta destabilidade no pais agora vem com slogam Hari ‘i estabilidade. Sao puramente traidores nao patrioticos e nao nacionalistas destruiram o pais para seus interesses e dos outros nao levaras isto para tua sepultura.

Hamutuk Hari’i Confiansa Que confianca Xanana daras a este povo depois de teres traido como Horta , Alfredo, os peticionarios e os deslocados e o povo e os jovens em geral o teu governo nao serve e por isso o Horta tinha a intencao para as eleicoes anticipadas porque viu que nao tinhas a capacidade para gerir o governo mas sim pelo uso da forca e ameaca.Xanana e os seus cumplices perderam toda a credibildade


Entregou ao Vice PM que e Fretilin da Mudanca este nao estava envolvido nesta crise e violencia para depois Xanana lavar as maos como nada tivesse acontecido.

Sera uma falha nao vejo que isto ira para frente como um criminoso golpista e corruptos podera resolver o pais se ele proprio destruiu devido as ambicoes cegas pelo poder.

Adeus

De Aikurus

Anónimo disse...

Os comparsas deste blogue são homens e mulheres que não possuem carácter e dignidade de ser humano, mas são meros instrumentos que estão a servir os interesses dos seus próprios patrões, colonialistas, fascistas, despóticos, ditadores que ate ao cúmulo de vergonha chegaram muitas vezes boicotaram comentários de indivíduos com veracidade dos factos descritos nas suas reacções ou comentários a certos artigos postos por indivíduos de carácter tão reles face a nobre causa do Povo martirizado Maubere. Estes indivíduos, conluios do blogue em causa também andam a dizer disparates com relação as suas honrosas citações com firmeza na rigorosa observância dos princípios democráticos e livres consagrados nas Declarações Universais dos Direitos Humano patrocinado pela ONU em toda a extensão da palavra. Estes faladores baratos também não passam mais de uma meia tigela de vagabundos políticos talvez os mais cagacos e reles jornalistas que têm medo dos bonecos membros do governo, tal que umas vezes ate gritam aos quatro ventos como se fossem verdadeiros heróis e os chamados grandes defensores dos verdadeiros princípios democráticos e livres a todo e qualquer cidadão deste planeta em que habitamos. Mas muitas vezes chegam ao cumulo de ate não serem capazes de manter as suas posições em relação estes princípios fundamentais acima referimos, mas o mais vergonhoso ate calcando estes mesmos princípios, porque têm medo como se fossem comadres e acabam então a cair no erro crasso de também permitir em aplicar dois pesos e duas medidas, simplesmente para fazer agradar seus patrões que camufladamente papagueiam contra, mas na realidade são todos do mesmo estilo de macaco velho na jogada politica mafiosa de que eles todos fazem parte ate a este momento em que estou agindo de forma muita honesta em desmascara-los.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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