domingo, janeiro 27, 2008

ETIMOR: Media 'face arrest' over inaccurate reporting, PM warns

ABC Radio Australia

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25/01/2008

During a recent press conference in East Timor, Prime Minister Xanana Gusmao had been expected to discuss reports of a "stampede" outside a government office earlier this month, in which - according to local media - three people were killed and a dozen more were injured. But Mr Gusmao took a very different tack, denying the stampede took place and threatening to arrest members of the press if they publish or broadcast misinformation that might detabilise East Timor.

Presenter - Stephanie March Speaker - Mouzinho Lopes de Aroujo, Editor-in-Chief of the Timor Post.

Xanana Gusmao, East Timor Prime Minister, Mouzinho Lopes de Aroujo is the Editor-in-Chief of the Timor Post.

When Xanana Gusmao called a press conference last week, journalists were expecting a response from the country's Prime Minister about a report that three people died and twelve were injured in a "stampede" while waiting in line for a $100.00 government Small Business subsidy outside the offices of the Ministry of Social Solidarity.

Instead, the media heard this:

GUSMAO: My appeal to you, the media professionals: Crosscheck your information well. Because if you don't, we will say you're not professional.

According to PM Gusmao the incident outside the Minisrty never happened, but was fabricated by the opposition and propagated by the media.

He referred to it as an 'all time low' for the country, and made it clear that his government would not tolerate journalists publishing or broadcasting misinformation.

GUSMAO: For big things or little things, you have to go and check they are correct. We, [the government] close our eyes [to small mistakes].
But if instability happens because of you, we'll catch you.

Mouzinho Lopes de Aroujo is the Editor-in-Chief of the Timor Post, the daily newspaper that published the story that infuriated the Prime Minister.

He stands by his newspapers decision to print the story.

He says his journalist was simply reporting what the opposition said in Parliament about the deaths at the Ministry.

He says his journalist also found an eye-witness that confirmed the incident.


AROUJO: From that story the PM just came out and threat (sic) us that if there is instability we will arrest the press. So this is a big threat. It is dangerous for democracy and dangerous for the media.

Mr Aroujo admits the media in East Timor is far from perfect. There are no formal journalism courses available in the country so most reporters are young, and inadequately trained and mistakes are bound to happen.

But he also says that the country's leaders rarely make themselves available for the press to ask questions or cross check information.

Often the only time journalists have access to ministers is at official ceremonies where the leaders refuse to take questions on topics other than the reception itself.

AROUJO: Like what happened last week about our story that make PM nervous. It was because of, you know, mechanism in East Timor.
Sometimes when we want to interview the leaders, if we see them in a ceremony. So hard for us to call them, sometime we don't have to call them to interview directly so it is very, very difficulty (sic) in East Timor. 11.11

Another problem is favouritism. Mr Aroujo says leaders in East Timor are more inclined to give interviews with foreign journalists, than local ones.

AROUJO: Foreign journalists have very quick access to interview leaders of the country but for local journalists it is very hard for them to interview. For local journalists only depend on ceremony only depend on you know yeah, only ceremony during this time. It is the main opportunity. So our leaders discriminate journalists. Honestly I say that.

He said the leaders prefer to speak with international journalists because they are perceived to be more professional than local ones, and they fear inaccurate reporting by local journalists could lead to further instability in the young nation.

Mr Aroujo uses the example of a recent interview with President Jose Ramos-Horta about a video released by rebel fugitive Alfredo Reinado.

AROUJO: Mr President never talk to media about he video of Alfredo, but he talk to ABC. But I got information from ABC and I publish it.

That is one example of discrimination. Because I think Mr president was afraid that if he talk to local media broadcast it or publish it will create instability.

But Mr Aroujo says that increased training for journalist and the creation of a solid set of media laws, will help improve the media in East Timor's ability to report accurately keep the government accountable.

AROUJO: Australia has the freedom of information laws, so this I think it is quite easy for the journalists to get access, to get information from the government side very quickly but in East Timor, it is quite hard at the moment because we don't have regulation like that, we don't have an act like that.

Tradução:

TIMOR-LESTE: Media 'enfrenta prisão' por notícias inadequadas, avisa o PM

ABC Radio Australia

ouça o media >

25/01/2008

Durante uma recente conferência de imprensa em Timor-Leste, era esperado que o Primeiro-Ministro Xanana Gusmão discutisse relatos dum "esmagamento" no exterior de um gabinete do governo no princípio deste mês, no qual – de acordo com os media locais – três pessoas foram mortas e mais uma dúzia ficou ferida. Mas o Sr Gusmão tomou um curso muito diferente, negando que o esmagamento acontecera e ameaçando prender os jornalistas se publicarem ou emitirem desinformação que possa desestabilizar Timor-Leste.

Apresentador - Stephanie March Speaker - Mouzinho Lopes de Araújo, Chefe-Editor do Timor Post.

Xanana Gusmão, Primeiro-Ministro de Timor-Leste, Mouzinho Lopes de Araújo é o Chefe-Editordo Timor Post.

Quando Xanana Gusmão convocou uma conferência de imprensa na semana passada, os jornalistas estavam à espera duma resposta do Primeiro-Ministro do país sobre as três pessoas que morreram e as doze que ficaram feridas num “esmagamento” quando esperavam numa fila por um subsídio de $100.00 do governo para Pequenos Negócios no exterior do Ministério da Solidariedade Social .

Em vez disso, os media ouviram isto:

GUSMÃO: O meu apelo a vocês, os profissionais dos media : Confirmem bem a vossa informação. Porque se não o fizerem, diremos que não são profissionais.

De acordo com o PM Gusmão o incidente no exterior do Ministério nunca aconteceu, mas foi fabricado pela oposição e propagandeado pelos media.

Ele referiu-se a isto como um 'das mais baixas (jogadas) de todos os tempos' para o país, e deixou claro que o seu governo não tolerará que jornalistas publiquem ou emitam desinformação.

GUSMÂO: Para as coisas pequenas e grandes, têm de ir e confirmar se estão correctas. Nós, [o governo] fechamos os olhos [a pequenos erros].Mas se ocorrer instabilidade por causa de vocês, prendê-los-emos.

Mouzinho Lopes de Araújo é o Chefe-Editor do Timor Post, o jornal diário que publicou a história que enfureceu o Primeiro-Ministro.

Ele defende a decisão do seu jornal de publicar a história.

Diz que o seu jornalista estava simplesmente a noticiar o que a oposição disse no Parlamento acerca das mortes no Ministério.

Diz que o seu jornalista encontrou ainda uma testemunha ocular que confirmou o incidente.

ARAÚJO: Dessa história o PM apenas saiu a ameaçar-nos que se houver instabilidade vamos prender os jornalistas. Por isso isto é uma grande ameaça. É perigosa para a democracia e perigosa para os media.

O Sr Araújo admite que os media em Timor-Leste estão longe da perfeição. Não há cursos formais de jornalismo disponíveis no país assim a maioria dos repórteres são jovens e não adequadamente formados e assim os erros podem acontecer.

Mas ele diz também que os líderes do país raramente se disponibilizam para responder ou confirmar perguntas dos media.

Muitas vezes as únicas oportunidades que têm de acesso aos ministros é em cerimónias oficiais onde os líderes recusam perguntas sobre tópicos para além dos da própria cerimónia.

ARAÚJO: Como o que aconteceu na semana passada com a nossa história que deixou o PM nervoso. É por causa, destes mecanismos em Timor-Leste.Às vezes quando queremos entrevistar os líderes, só os vemos numa cerimónia. É tão difícil para nós contactá-los, outras vezes não temos de lhes ligar para os entrevistar directamente, as coisas são assim muito, muito difíceis em Timor-Leste. 11.11

Um outro problema é o favoritismo. O Sr Araújo diz que os líderes em Timor-Leste estão mais inclinados a dar entrevistas a jornalistas estrangeiros, do que aos locais.

ARAÚJO: Os jornalistas estrangeiros têm acesso muito rápido para entrevistar os líderes do país mas isso para os jornalistas locais é muito difícil. Os jornalistas locais estão dependentes das cerimónias, apenas dependem das cerimónias e dessa oportunidade. É a oportunidade principal. Assim os nossos líderes descriminam os jornalistas. Digo isto com honestidade.

Ele disse que os líderes preferem falar com jornalistas internacionais porque estes são percepcionados como sendo mais profissionais do que os locais, e receiam notícias não correctas feitas por jornalistas locais que podem levar a mais instabilidade na jovem nação.

O Sr Araújo usa o exemplo duma recente entrevista com o Presidente José Ramos-Horta acerca dum video emitido pelo foragido Alfredo Reinado.

ARAÙJO: O Sr Presidente nunca falou com os media acerca do video de Alfredo, mas falou à ABC. Mas eu obtive a informação da ABC e publiquei-a.

Isto é um exemplo de discriminação. Porque penso que o Sr presidente estava com medo que se falasse sobre isso com os media locais elas emitissem ou publicassem e que isso criaria instabilidade.

Mas o Sr Araújo diz que mais formação para os jornalistas e a criação de um conjunto sólido de leis dos media, ajudará a melhorar a capacidade dos media em Timor-Leste para noticiar correctamente e que tornem o governo responsável.

ARAÙJO: A Austrália tem leis de liberdade de imprensa, por isso penso que é bastante fácil para os jornalistas terem acesso, terem informação do lado do governo, rapidamente, em Timor-Leste, nesta altura, é bastante difícil porque não temos regulamentação como essa, não temos uma lei como essa.

1 comentário:

Anónimo disse...

Tradução:
TIMOR-LESTE: Media 'enfrenta prisão' por notícias inadequadas, avisa o PM
ABC Radio Australia

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25/01/2008

Durante uma recente conferência de imprensa em Timor-Leste, era esperado que o Primeiro-Ministro Xanana Gusmão discutisse relatos dum "esmagamento" no exterior de um gabinete do governo no princípio deste mês, no qual – de acordo com os media locais – três pessoas foram mortas e mais uma dúzia ficou ferida. Mas o Sr Gusmão tomou um curso muito diferente, negando que o esmagamento acontecera e ameaçando prender os jornalistas se publicarem ou emitirem desinformação que possa desestabilizar Timor-Leste.

Apresentador - Stephanie March Speaker - Mouzinho Lopes de Araújo, Chefe-Editor do Timor Post.

Xanana Gusmão, Primeiro-Ministro de Timor-Leste, Mouzinho Lopes de Araújo é o Chefe-Editordo Timor Post.

Quando Xanana Gusmão convocou uma conferência de imprensa na semana passada, os jornalistas estavam à espera duma resposta do Primeiro-Ministro do país sobre as três pessoas que morreram e as doze que ficaram feridas num “esmagamento” quando esperavam numa fila por um subsídio de $100.00 do governo para Pequenos Negócios no exterior do Ministério da Solidariedade Social .

Em vez disso, os media ouviram isto:

GUSMÃO: O meu apelo a vocês, os profissionais dos media : Confirmem bem a vossa informação. Porque se não o fizerem, diremos que não são profissionais.

De acordo com o PM Gusmão o incidente no exterior do Ministério nunca aconteceu, mas foi fabricado pela oposição e propagandeado pelos media.

Ele referiu-se a isto como um 'das mais baixas (jogadas) de todos os tempos' para o país, e deixou claro que o seu governo não tolerará que jornalistas publiquem ou emitam desinformação.

GUSMÂO: Para as coisas pequenas e grandes, têm de ir e confirmar se estão correctas. Nós, [o governo] fechamos os olhos [a pequenos erros].
Mas se ocorrer instabilidade por causa de vocês, prendê-los-emos.

Mouzinho Lopes de Araújo é o Chefe-Editor do Timor Post, o jornal diário que publicou a história que enfureceu o Primeiro-Ministro.

Ele defende a decisão do seu jornal de publicar a história.

Diz que o seu jornalista estava simplesmente a noticiar o que a oposição disse no Parlamento acerca das mortes no Ministério.

Diz que o seu jornalista encontrou ainda uma testemunha ocular que confirmou o incidente.

ARAÚJO: Dessa história o PM apenas saiu a ameaçar-nos que se houver instabilidade vamos prender os jornalistas. Por isso isto é uma grande ameaça. É perigosa para a democracia e perigosa para os media.

O Sr Araújo admite que os media em Timor-Leste estão longe da perfeição. Não há cursos formais de jornalismo disponíveis no país assim a maioria dos repórteres são jovens e não adequadamente formados e assim os erros podem acontecer.

Mas ele diz também que os líderes do país raramente se disponibilizam para responder ou confirmar perguntas dos media.

Muitas vezes as únicas oportunidades que têm de acesso aos ministros é em cerimónias oficiais onde os líderes recusam perguntas sobre tópicos para além dos da própria cerimónia.

ARAÚJO: Como o que aconteceu na semana passada com a nossa história que deixou o PM nervoso. É por causa, destes mecanismos em Timor-Leste.
Às vezes quando queremos entrevistar os líderes, só os vemos numa cerimónia. É tão difícil para nós contactá-los, outras vezes não temos de lhes ligar para os entrevistar directamente, as coisas são assim muito, muito difíceis em Timor-Leste. 11.11

Um outro problema é o favoritismo. O Sr Araújo diz que os líderes em Timor-Leste estão mais inclinados a dar entrevistas a jornalistas estrangeiros, do que aos locais.

ARAÚJO: Os jornalistas estrangeiros têm acesso muito rápido para entrevistar os líderes do país mas isso para os jornalistas locais é muito difícil. Os jornalistas locais estão dependentes das cerimónias, apenas dependem das cerimónias e dessa oportunidade. É a oportunidade principal. Assim os nossos líderes descriminam os jornalistas. Digo isto com honestidade.

Ele disse que os líderes preferem falar com jornalistas internacionais porque estes são percepcionados como sendo mais profissionais do que os locais, e receiam notícias não correctas feitas por jornalistas locais que podem levar a mais instabilidade na jovem nação.

O Sr Araújo usa o exemplo duma recente entrevista com o Presidente José Ramos-Horta acerca dum video emitido pelo foragido Alfredo Reinado.

ARAÙJO: O Sr Presidente nunca falou com os media acerca do video de Alfredo, mas falou à ABC. Mas eu obtive a informação da ABC e publiquei-a.

Isto é um exemplo de discriminação. Porque penso que o Sr presidente estava com medo que se falasse sobre isso com os media locais elas emitissem ou publicassem e que isso criaria instabilidade.

Mas o Sr Araújo diz que mais formação para os jornalistas e a criação de um conjunto sólido de leis dos media, ajudará a melhorar a capacidade dos media em Timor-Leste para noticiar correctamente e que tornem o governo responsável.

ARAÙJO: A Austrália tem leis de liberdade de imprensa, por isso penso que é bastante fácil para os jornalistas terem acesso, terem informação do lado do governo, rapidamente, em Timor-Leste, nesta altura, é bastante difícil porque não temos regulamentação como essa, não temos uma lei como essa.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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