domingo, abril 22, 2007

Timor-Leste: perseguição ao líder militar amotinado cancelada

(Tradução da Margarida)
WSWS - 20 Abril 2007
Por Patrick O’Connor

O candidato presidencial Timorente e corrente primeiro-ministro, José Ramos-Horta, anunciou na Terça-feira que estava a cancelar a perseguição dos soldados Australianos ao líder militar amotinado Alfredo Reinado. O antigo major é procurado por tentativa de homicídio e posse ilegal de armas, acusações relativas ao seu motim e ataques a forças do governo em Maio do ano passado. Reinado, tem que laços estreitos com as forças militares Australianas e com o Presidente Xanana Gusmão, teve um papel significativo na campanha de Canberra do ano passado para remover o antigo Primeiro-Ministro Mari Alkatiri. A decisão de suspender a perseguição e de negociar os termos para uma rendição voluntária levanta mais questões acerca do registo provocador de Reinado.

O anúncio de Ramos-Horta vem no meio de manobras políticas em curso após a primeira volta da eleição presidencial de 9 de Abril. A comissão nacional de eleições emitiu a contagem final na Quinta-feira, com Fretilin’s Francisco “Lu-Olo” Guterres à frente com 27.9 por cento. Ramos-Horta teve apenas 21.8 por cento e acabou com pouco mais que o candidato rival da oposição Fernando “La Sama” de Araujo, com 19.2 por cento. Os candidatos perdedores ameaçaram desafiar os resultados no tribunal antes da segunda volta com os dois mais votados se realizar no próximo mês.

Não há qualquer dúvida que a decisão de Ramos-Horta de suspender a busca por Reinado está ligada com a sua tentativa desesperada de assegurar apoio na segunda volta das eleições.

Os votos iniciais revelaram que apesar da sua constante promoção nos media Australianos, Ramos-Horta não tem base de apoio genuína. Fora da capital, Dili, ganhou relativamente poucos votos. Com os distritos do leste de Timor-Leste solidamente pró-Fretilin, Ramos-Horta almeja aumentar a votação nos distritos do oeste. Para isto é fundamental o apoio de Araújo, dado que este obteve a maioria dos votos nesta área.

O anúncio de Ramos-Horta que estava cancelada a busca ao antigo foi feito dias depois de ter declarado a sua intenção de se encontrar com os perdodores, incluindo Araújo.

Reinado tinha apoiado publicamente a campanha presidencial de Araújo, como tinham alias, largas secções da ala mais à direita da sociedade Timorense incluindo a igreja católica. O padre Martinho Gusmão, representante da igreja na comissão nacional de eleições endossou publicamente Araújo dias antes da votação. Araújo tem ligações apertadas com figuras de topo associadas com as forças militares Indonésias e as milícias pró-Indonésias que infringiram destruições extensas em 1999 durante o referendo para a independência.

Ao cancelar a perseguição a Reinado, Ramos-Horta estava a emitir um apelo a esses elementos reaccionários para apoiarem a sua tentativa para a presidência numa plataforma anti-Fretilin.

Contudo o primeiro-ministro, pode ter actuado sem ter dado anteriormente conhecimento e sem (ter) autorização das forças Australianas em Timor-Leste. Cerca de 1,100 tropas Australianas, incluindo pelo menos 100 soldados de elite SAS, continuam a ocupar Timor-Leste. Inicialmente foram enviados em Maio do ano passado, depois do governo de Howard aproveitar a desordem em Dili, que fora em parte instigada por Reinado e pelos seus homens, de modo a alargar o controlo sobre o petróleo e o gás do país e do Mar de Timor. O destacamento das tropas foi apresentada como uma operação humanitária, mas tal como a intervenção militar em 1999, foi guoada pelos interesses económicos e estratégicos da elite Australiana no poder.

O primeiro objectivo do governo de Howard foi remover Alkatiri, que era visto como um obstáculo a estes interesses. O líder da Fretilin tinha desenvolvido laços próximos com Portugal e China e tinha ainda forçado Canberra a fazer concessões limitadas, mas valiosas em relação à exploração do campo de gás da Greater Sunrise. Alkatiri resignou em Junho depois da televisão ABC no programa “Four Corners” ater acusado o primeiro-ministro de formar um “esquadrão de ataque” para assassinar os seus opositores. Estas acusações foram arquivadas por falta de provas. Reinado similarmente alegou que antes de se ter amotinado, que Alkatiri lhe tinha ordenado para disparar contra manifestantes anti-governo. Mais uma vez, sem ter dado alguma prova.

Permanece obscura a natureza exacta das ligações de Reinado com Canberra. Ele viveu e trabalhou na Austrália nos anos 1990s, regressando a Timor-Leste em 1999 depois do governo Indonésio ter concordado no referendo a permitir a independência formal. Depois de se juntar às forças armadas Timorenses, Reinado recebeu treino militar em Canberra. A sua mulher e filhos vivem ainda na Austrália.

As tropas Australianas não fizeram nenhum esforço para deterem Reinado depois de terem aterrado em Timor-Leste em Maio passado. Com o encorajamento do Presidente Gusmão, Reinado e os seus homens tinham-se retirado de Dili para a sua base nas montanhas do centro.

Permaneceu uma figura pública. Emitindo denúncias regularmente contra o governo da Fretilin, e por isso foi apaparicado pelos media Australianos. Enviados de Gusmão, pessoal dos media e soldados Australianos eram seus visitantes habituais. Depois de Reinado ter sido preso com acusações de armas pela polícia Portuguesa em Julho passado, soube-se que a casa que usava para armazenar essas armas estava directamente frente à base militar Australiana em Dili.

Noutro desenvolvimento altamente suspeito, um mês depois de ter sido preso, Reinado foi capaz de sair pelo seu pé, literalmente, da prisão de Dili. O Ministro da Justiça de Timor-Leste Domingos Sarmento alegou que as forças da Nova Zelândia que guardavam a prisão tinham acabado de ser retiradas dias antes, ao mesmo tempo que Ramos-Horta relatava que as autoridades Australianas tinham chumbado vários pedidos para colocarem tropas no exterior da instalação. Ambas Canberra e Wellington negaram responsibilidades no incidente.

Nos meses após a sua “escapa,” Reinado continuou a emitir várias declarações públicas. Acusou Ramos-Horta de ser fraco e demasiadamente dependente da Fretilin. Deste modo, o antigo major serviu como um útil meio para Canberra manter pressão sob o governo e o parlamento Timorense.

Em Fevereiro o Presidente Gusmão e o Primeiro-Ministro Ramos-Horta negociaram um acordo com Reinado sobre a sua rendição, mas isto colapsou depois de o Presidente do Parlamento (e agora candidato a presidente), Francisco Guterres da Fretilin, ter rejeitado o acordo por ser inconstitucional.

Ramos-Horta subsequentemente autorizou uma incursão militar Australiana. O governo Howard despachou mais 100 tropas SAS para a operação e em 4 de Março, tropas Australianas e da Nova Zelândia atacaram a base do antigo major na cidade de Same na montanha central. Cinco dos seus seguidores foram mortos baleados apesar de Reinado mais uma vez ter conseguido escapar.

Como é que isto aconteceu nunca foi bem explicado. Dúzias de homens pesadamente armados e gorças altamente treinadas, apoiadas por helicópteros militar e carros blindados, lançaram a operação a meio da noite. Apesar de durante semanas terem monitorizado a zona e de estarem equipados com equipamento para visão nocturna, as tropas não conseguiram evitar que Reinado e a maioria dos seus homens desaparecessem.

A explicação mais plausível é que a operação Australiana nunca visou a captura de Reinado. É improvável que depois as forças Australianas tenham feito esforços genuínos para o capturar. Ao mesmo tempo que porta-vozes militares insistiam que as tropas, incluindo o pessoal SAS, estavam “em perseguição” a Reinado, o foragido continuava a fazer declarações públicas e a dar entrevistas aos media durante a campanha para as eleições presidenciais. Uma equipa de operadores de câmara do programa da ABC “Correspondente Estrangeiro” encontrou-se com ele no mato menos de quinze dias após a incursão em Same. Não há qualquer dúvida que os serviços de informações Australianos o podiam ter descoberto se quisessem; uma agência inteira Australiana a Directoria dos Sinais de Defesa, tem por missão a monitorização das comunicações electrónicas do exterior.

O anúncio de Ramos-Horta de que a “perseguição” estava cancelada foi raramente mencionada nos media Australianos e não teve resposta do governo Howard ou das forças militares Australianas. Um porta-voz do Ministério dos Estrangeiros em Canberra disse ao World Socialist Web Site que não podiam comentar porque era uma questão do Ministério da Defesa, ao mesmo tempo que o Ministério da Defesa insistia que era uma questão do governo Timorense.

Não foi feito qualquer anúncio sobre a retirada do pessoal Australiano incluindo as 100 tropas SAS que o governo afirmou serem necessárias para a incursão em Same raid. Tal anúncio é improvável enquanto não acabarem as eleições. A razão real para o aumento das tropas era para reforçar a força militar Australiana na preparação das eleições presidenciais bem como das parlamentares agendadas para 30 de Junho. Tendo gasto consideráveis recursos na remoção de Alkatiri no ano passado, Canberra está determinada a prevenir que a Fretilin reganhe o poder.

O governo Howard tem esperança de assegurar a derrota de Guterres na segunda volta no próximo mês e depois engendrar um governo anti-Fretilin com base no novo partido fo Presidente Gusmão, o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), depois das parlamentares.

Estes planos baseiam-se em resultados eleitorais que vão ao encontro de Canberra. Se não, há todas as possibilidades que Timor-Leste seja de novo mergulhada na violência. Os militares Australianos já estão a usar papeis crescentemente agressivos e não faltarão pretextos e provocações nos tempos próximos, particularmente com Reinado agora com as mãos livres.

NOTA DE RODAPÉ:

Impressionante como tantas forças militares de elite não conseguem localizar Alfredo Reinado e Ramos-Horta encontra-se com ele tão facilmente há poucos dias (à semelhança e muitos jornalistas).

Mais mais impressionante ainda, é que um candidato tome decisões, para caçar votos, como primeiro-ministro, sem sequer ter mandato para tal. É aos tribunais que compete e não ao primeiro-ministro tais decisões.

Dá para termos uma noção da falta de sentido de Estado e de total desrespeito pelos órgãos de soberania, que Ramos-Horta teria como presidente da República...

E este tipo de manobras, verdadeiros escândalos, consecutivas de Ramos-Horta, Xanana Gusmão e dos bispos de Timor-Leste passam desapercebidos aos órgãos de comunicação social?...

12 comentários:

Anónimo disse...

mas afinal a ideia para Timor-Leste 'e ser um Estado de Direito ou nao?? ja nao percebo nada...o Reinado comete continuadamente o crime de evasao, pois era suposto estar em prisao preventiva, nos termos de decisao judicial...nao chega?? pelos vistos nao...

Anónimo disse...

Sábado, Abril 21, 2007
Timor leste: dividir para somar
por Ana Gomes
O processo eleitoral em Timor Leste tem sido objecto, em Portugal, de dois comentários reveladores, sobretudo, de entendimento distanciado e superficial da realidade timorense: 1) Grande surpresa, a da expressiva votação em Fernando Araújo (Lasama). 2) Os timorenses estão divididos (em tom a meio caminho entre a censura e a decepção).

A “grande surpresa” da votação no líder do Partido Democrático só pode ter surpreendido quem não conhece Timor ou não esteve atento às implicações da crise de 2006. Ou, ainda, quem quis fiar-se na versão da FRETILIN no poder (onde continuou, apesar de Ramos Horta «chefiar» o governo), destilada em reportagens mais complacentes que comprometidas... É que já em 2001, mal tinha o PD acabado de nascer (instigado, como todos os novos partidos, por Xanana Gusmão, apostado em não deixar reproduzir-se o perigoso espectro partidário de 1975), logo conseguiu o segundo lugar, ainda que só com 8% dos votos. A subida quase para 20%, agora, resultará mais da percepção sobre o partido governamental, do que de mérito do PD (mas rendeu a experiência da RENETIL para a campanha penetrante por terrenos adversos, mesmo sem camiões, brindes ou almoços pagos). Não fosse a candidatura de Ramos Horta (sem partido, embora já ajudado pelo anúncio do CNRT na forja), e a subida do PD ainda seria mais impressiva, cruzando votos dos jovens desempregados (a maior parte da população timorense), com o grosso dos descontentes, centrados em Dili e nos distritos “loromunus”, a oeste (afinal, os mais populosos).

Que os timorenses apareçam «divididos» numa votação entre oito candidatos presidenciais (incluindo uma mulher, Lúcia Lobato, que fez diferença), também não admira: em democracia, é o normal. Tanto dá que votem timorenses, portugueses ou argentinos: o objectivo da votação é justamente apurar como se dividem os eleitores, para determinar quem é eleito (ou passa à segunda volta, como em Timor Leste).

Lamentar a “divisão” dos timorenses poderá traduzir desapontamento daqueles que acreditaram em quem afiançava “esmagar” à primeira volta. Mas bastaria «apalpar» o Timor do último ano para perceber que a propaganda eleitoral não passava disso mesmo, sobretudo vinda do partido a quem o povo inevitavelmente julgaria pela governação (e voltará a julgar, na segunda volta e nas eleições legislativas). Quem lamenta não compreendeu ainda que os timorenses, por pobres e iletrados que sejam, de estúpidos nada têm: são tão sofisticados politicamente, quanto tiveram sempre de se adaptar para sobreviver. Quem tente intimidá-los, poderá ver aceitar dinheiro ou arroz, e obter amens e até braços no ar em congressos; mas deverá também contar que, na hora de deitar votos na urna, a recato, tudo só depende da consciência de cada timorense. Em 30 de Agosto de 1999, a Indonésia aprendeu no que dá usar metologia intimidatória em Timor Leste. A FRETILIN está a aprender: já em 2001 não logrou os 85% dos votos de que se vangloriara, ficando-se pelos 57,5%; agora baixou para metade.

A avaliar pelos resultados apurados desde 9 de Abril, os timorenses dividiram-se «equilibradamente»: tanto que nenhum candidato conseguiu assegurar eleição à primeira volta. A repartição traduz o pluralismo em que hoje se exprime a sociedade timorense. O que terá de merecer uma leitura positiva, se recuarmos ao reduzido quadro de opções que os timorenses tinham em 2002, quando esmagadoramente elegeram Xanana Gusmão para a presidência da República Preocupante seria se esse quadro se tivesse entretanto estreitado. Mas, cinco anos passados e desaparecendo a figura histórica, federadora, de Xanana do horizonte presidencial, há mais alternativas. Se isto não é fruto do amadurecimento político da sociedade timorense, se isto não representa um avanço democrático em Timor Leste, apesar da crise ou mesmo por causa da crise, então o que é, e como se traduz , a democracia?

Tal como Portugal em diversas eleições desde um certo Abril, também Timor-Leste se dividiu salutarmente no passado dia 9. Nesse dia os timorenses deram mais uma comovente demonstração de confiança na democracia como método para resolver diferenças e contradições, de forma pacífica: afluiram em massa às urnas, esperaram pacientes à torreira do sol e votaram ordeiramente. Num dia de eleições como há poucos no mundo, salientou o Representante Especial do SG da ONU, Atul Khare: "Pela primeira vez em 93 países onde trabalhei ou visitei, tive um relatório de polícia com zero crimes, zero vítimas e zero detenções". O povo timorense mostrou ser plural e que é pelo voto que quer dividir o trigo do joio: para somar democraticamente. Pela paz e pela boa governação.
(publicado no COURRIER INTERNACIONAL, 20.4.2007)
[Publicado por AG]
http://aba-da-causa.blogspot.com/

Anónimo disse...

O COURRIER INTERNACIONAL é outra revista do grupo do Dr. Francisco Balsemão, o dono do Expresso, Visão, SIC, e muitíssimos outros media e é dirigido pelo Fernando Madrinha do Expresso. A Gomes é lá colunista...

Anónimo disse...

Relativamente a esta nota de rodapé, muito bem escrita, gostaria de exercitar a imaginação:

E se fosse ao contrário, isto é, Alkatiri mandando parar a perseguição a um foragido terrorista para se encontrar com ele e ganhar popularidade, o que seria? Quantos "defensores do povo" não se levantariam contra isso? Quantos australianos não exigiriam a sua demissão? Um certo timorense exigiu-a e conseguiu-a, e no entanto Alkatiri não tinha feito nada. Imaginem se tivesse feito. Caía o Carmo e a Trindade.

Vale a pena votar em RH. Especialmente quem quiser matar, roubar e ainda gozar com a cara dos polícias, juízes e governantes, mantendo total impunidade.

Infelizmente, é com gestos disparatados e infelizes como este que Timor-Leste vai entrando nos anais do anedotário internacional.

Maracuja Maduro disse...

Caros amigos leitores :

visiem o blog TIMOR DO NORTE A SUL

Hoje com poemas do nossos poetas > Mau Dic e J. Sarmento.

Os poemas são dedicados ao " Garoto -Labarik" Heroi por Timor
aqui vai o endereço:

http://timordonorteasul.blogspot.com/

Obirgado

Maracuja Maduro

Anónimo disse...

Eleições em Timor não acabam com a crise
por Tom O'Lincoln [*]
A primeira volta da eleição presidencial em Timor Leste, realizada em 9 de Abril de 2007, foi inconclusiva – mas lançou um foco intenso sobre algumas questões.

Os eleitores puniram o partido dirigente, Fretilin, por presidir um colapso da ordem social, mas mostraram pouco entusiasmo pelas políticas de mercado livre do candidato rival José Ramos Horta. Uma votação apreciável foi para o Partido Democrático, com base nos eleitores mais jovens, e uma outra fatia significativa foi para partidos menores. Sem qualquer candidato ter obtido a maioria, a disputa será decidida em nova eleição a 8 de Maio.

A Fretilin, o partido tradicional da luta pela independência e até agora com o controle do parlamento, ficou chocada ao verificar que a sua votação mergulhou para 28 por cento. Antes das eleições seus líderes falavam confiantemente em vencer por maioria absoluta. A Fretilin continua a ser a mais forte organização política no terreno, e deveria sair-se melhor nas eleições parlamentares a realizar-se num par de meses. Entretanto, ela provavelmente não pode ganhar tanto a presidência como a maioria parlamentar se os perdedores da primeira volta canalizarem seus votos para Ramos Horta e seu aliado Xanana Gusmão.

Ainda assim, Ramos Horta apoiado pelos australianos teriam ficado extremamente insatisfeito com a sua magra votação em torno dos 22%.

No ano passado Ramos Horta substituiu o líder da Fretilin, Mari Alkatiri, como primeiro-ministro devido à pressão internacional. Esta incluiu o odioso show "Four Corners" na TV australiano sugerindo que Alkatiri era culpado de armar grupos de combate. As alegações desfizeram-se após investigação, mas não antes de selarem o destino de Alkatiri. Depois disto Ramos Horta desfrutou uma certa lua de mel mas, como mostraram os resultados eleitorais, a sua reputação deteriorou-se recentemente pois as infelicidades do país continuam a crescer.

A crise em Timor Leste começou com um motim de 600 soldados em Março de 2006. Alkatiri demitiu-os, pelo que os media internacional criticaram-no violentamente – como se qualquer outro governo tratasse amotinados mais generosamente. O choque entre os militares promoveu um levantamento geral nas forças estatais e generalizou a desordem civis. Tropas australianas interviveram rapidamente, após um pedido de todas as forças políticas chave de Timor Leste, incluindo a Fretilin – embora Alkatiri provavelmente tenha apoiado o pedido com imensa relutância, sentindo que isto provocaria a sua queda. Ele não teve de esperar muito após a chegada das tropas.

Além de criarem condições para mudar o regime, as tropas apoiaram as estruturas de poder local. Mas dezenas de milhares de pessoas deslocadas permanecem em campos e a economia continua um desastre.

Uma importante questão da campanha referia-se aos US$ 1000 milhões de rendimentos do petróleo e do gás actualmente acumulados num Fundo Petrolífero em Nova York. Alkatiri destinava-o a ser um recurso para a construção do país a longo prazo. Enquanto os rendimentos dos juros foram destinados a pagar a infraestrutura e programas sociais, o principal permaneceu intacto. Ao contrário da sua imagem de esquerdista radical promovida pelos seus críticos, esta e outras políticas económicas de Alkatiri são realmente bastante populares no Banco Mundial.

Mas elas não mostraram quaisquer sinais de extrair o país da pobreza, de modo que não é de admirar que a Fretilian esteja a perder credibilidade.

Ramos Horta promete descongelar o Fundo para usos imediatos. Isto permitiu-lhe cinicamente ultrapassar Alkatiri pela (aparentemente) esquerda. Ao ser indagado acerca da questão no programa de TV australiano "Dateline" Ramos Horta observou presunçosamente que Alkatiri "é um conservador fiscal… Ele faz grandes discursos sobre o combate à pobreza como uma causa nacional mas… ele não se moveu de forma suficientemente agressiva".

A proposta para utilizar uma parte do dinheiro parece razoável dada a horrível situação económica. Mas o que acontecerá exactamente com os fundos? Ramos Horta não é canhoto. Na entrevista à TV ele avançou com a proposta de planos para tornar o país um mercado livre, um "paraíso fiscal, o seguinte logo após Hong Kong".

Não é de admirar que o capital o apoie. Em 5 de Abril um artigo na Australian Financial Review explicava que "o que o governo Howard mais teme é o triunfo da Fretilin". Ele chegava a dizer: "É importante para os interesses australianos que Ramos Horta tenha prometido um plano de reforma fiscal para encorajar o investimento estrangeiro. Isto inclui objectivos ambiciosos de estabelecer um estado de 'comércio livre'… As taxas de impostos sobre rendimentos e rendimentos de corporações seriam estabelecidas a níveis fixos de 5 por cento a 10 por cento".

Se Ramos Horta e os seus aliados acabarem por dirigir Timor Leste, estas políticas neoliberais poderiam dilacerar profundamente, com novas feridas, um país já na agonia…

Ramos Horta certamente é um amigo do imperialismo ocidental. Ele apoia a guerra no Iraque e diz que se fosse eleito "Pediria às ONU, Austrália e Nova Zelândia para permanecerem aqui pelo maior número de anos possível".

Não que o poder fique unicamente ou mesmo primariamente com os políticos. Além do capital internacional e local, está ali a presença militar e policial australiana, neo-zelandesa e da ONU. Isto, por sua vez, está a provocar resistência entre o povo.

A hostilidade para com as tropas estrangeiras começou a subir após a fuga da prisão de Alfredo Reinado em Agosto último. Reinado, um líder do motim, é anti-Fretilin. Mas ele não é demasiado cortês para com Ramos Horta e embaraçou repetidamente a poderosas tropas australianas enviadas para capturá-lo. Num raid mal executado na cidade montanhesa de Same onde permanecia, Reinado escapou facilmente, mas os comandos australianos mataram cinco pessoas do local. Ramos Horta foi culpabilizado por isto, juntamente com as tropas. No dia seguinte, multidões barricaram ruas em Dili, queimaram pneus e cantaram: "Australianos, go home!"

As tropas atacaram com brutalidade um campo de refugiados próximo ao aeroporto, utilizando tanques, gás lacrimogéneo e balas. Segundo os habitantes no campo, elas mataram pelo menos duas pessoas, ferindo outras. O governo interino de Ramos Horta havia exigido que os deslocados naquele campo o abandonassem, mas para onde iriam estas 8000 pessoas? Elas recusaram-se a mover-se e posteriormente publicaram uma declaração pormenorizando a violência australiana contra eles, acrescentando que isto reflectia uma atitude sistemática ("Eles executam discriminação sistemática contra o povo timorense") e exigindo a retirada imediata das tropas de Timor Leste.

No ano passado, a maior parte dos timorenses saudou as forças australianas. Os entendimento popular era que os "aussies" intervieram anteriormente (1999) para travar matanças cometidos por militares indonésios e suas milícias. (Na realidade, as evidências sugerem que as matanças reduziram-se antes da chegada das tropas australianas, a agenda real das tropas era consolidar a hegemonia australiana. Mas isto não é largamente entendido,)

Agora, com abusos a crescerem, o estado de espírito do público começou a virar-se contra as tropas. James Dunn , veterano observador de Timor, escreveu recentemente acerca dos militares australianos que "a sua popularidade declinou desde aqueles dias agradáveis em 1999".

Estes desenvolvimentos ainda são fragmentários e o sentimento anti-australiano ainda não é a opinião da maioria, mas isso poderia mudar. A posição da Fretilin tornou-se mais abertamente hostil a Canberra. Se ela perdesse a presidência e também o controle do parlamento, ambos em disputa, o partido na oposição pode começar a assumir um emergente espírito anti-imperialista.

Para Canberra, os acontecimentos recentes em Timor Leste constituem o desenvolvimento mais recente de um padrão irritante. Os planos australianos para utilizar tropas, polícia e administradores a fim de tomar o controle indirecto de estados insulares depararam-se com uma série de frustrações. Os líderes políticos na Papua Nova Guiné, nas Solomons e nas Fiji encontraram oportunidades para despachar australianos intrometidos.

Um governo Horta-Gusmão seria acomodatício, mas com a Fretilin é outra história. Se reeleita ela pode de alguma forma desafiar a presença australiana. Se for conduzida à oposição, o que é mais provável, ela pode fazer campanha contra as tropas.
[*] Autor ou editor de cinco livros sobre a história e a política australianas (Into the Mainstream: The Decline of Australian Communism; Years of Rage: Social Conflicts in the Fraser Era; United We Stand: Class Struggle in Colonial Australia; Class and Class Conflict in Australia; e Rebel Women in Australian Working Class History). Mantem o sítio web www.anu.edu.au/polsci/marx/interventions/ .

O original encontra-se em http://mrzine.monthlyreview.org/olincoln200407.html

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

Anónimo disse...

AINDA AGORA, REINADO!

Desertou das FALENTIL, armado, municiado e equipado.
Em Fathuai, emboscou o terceiro elemento da estrutura das FALENTIL, tenente-coronel Falur. Durante a emboscada morreu uma pessoa e foram feridas várias.
Desobedeceu à ordem do Presidente Xanana para entregar as armas.
Fugiu da cadeia.
Deixou-se fotografar com armamento adquirido de forma ilícita.
Assaltou esquadras da PNTL e roubou armas.
Em Same, apelidou o Procurador-Geral da República de “carteiro”.
Insultou a estrutura judicial e politica da República Democrática de Timor-Leste e não se coíbe de “mandar recados”.
Fugiu ao cerco Australiano em Same, dando à morte os seus homens – ou seja, no mínimo, ridicularizou as famosas SAS do exército Australiano e mostrou o carácter que tem.
*
Senhor Primeiro-ministro: Não vê que o que está em causa é o poder de soberania do Estado Timorense e que se um dia alguém disser que Timor é um Estado falhado não é por causa do rendimento “per capita” mas é por causa de situações destas, como a do seu último encontro e da suspensão da ”perseguição” ao Reinado pelas tropas Australianas. O senhor está a abrir um precedente e a dar um tiro no pé.
Expatriado.

Anónimo disse...

Ramos-Horta recolhe apoio junto de adversários da 1ª volta

Os ex-candidatos presidenciais Avelino Coelho e João Carrascalão revelaram hoje à agência Lusa apoiar José Ramos Horta na segunda volta das presidenciais de Timor-Leste que terão lugar a 09 de Maio.
Numa ronda de contactos com os candidatos derrotados na primeira volta efectuada pela Lusa - depois de no sábado um acordo rubricado por Lúcia Lobato e Xavier do Amaral indicar o voto em Ramos-Horta -, também Avelino Coelho e João Carrascalão declararam à Lusa apoiar o actual chefe do Governo, ficando para mais tarde a decisão de Manuel Tilman e Fernando «Lasama» de Araújo.
«A decisão estava tomada e é óbvio que vou apoiar Ramos-Horta», disse João Carrascalão, que conquistou apenas 6.928 votos, 1,72% dos votos expressos pelos eleitores a 09 de Abril.
Já Avelino Coelho, do Partido Socialista de Timor, sustentou que a sua formação política «apoia em grosso e em massa o candidato José Ramos-«incapacidade de «Lu Olo» de governar o país».
«A Fretilin está há cinco anos no poder e conseguiu paralisar a economia, criar desordem e desintegrar a sociedade timorense», afirmou ao sublinhar que são essas as justificações para «não apoiar Francisco Guterres Lu Olo».
Avelino Coelho disse ter esperança que Ramos-Horta como chefe de Estado «seja capaz de promover a unificação da sociedade e do desenvolvimento económico sustentável com pão e paz para toda a gente».
Se João Carrascalão e Avelino Coelho não têm dúvidas na candidatura que apoiam, já Manuel Tilman e Fernando «Lasama» de Araújo preferem esperar mais uns dias para discutir acordos futuros, no caso de Tilman, ou reunir a estrutura do partido que o apoiou, no caso de «Lasama».
«Segunda-feira vou registar uma aliança entre o Partido do Povo de Timor e o Partido Kota para as legislativas e que terá a designação de Aliança Democrática», revelou Manuel Tilman à agência Lusa.
Se a Aliança Democrática irá nascer antes das legislativas, já o apoio a um dos candidatos da segunda volta das presidenciais «está dependente de se chegar a um acordo para o período pós-eleitoral nas eleições para o parlamento», afirmou Tilman.
«Estamos a negociar com uma das candidaturas o nosso apoio mas passará sempre pelo acordo que referi pós-eleitoral das legislativas», afirmou, ao explicar que «dentro de uma semana tudo deverá estar concluído» e recusando-se a especificar com qual das candidaturas está em conversações.
Aparentemente sem qualquer discussão externa está o Partido Democrático, de Fernando «Lasama», que reúne terça-feira em Bebonuk - bairro de Dili - para discutir o processo eleitoral de 09 de Abril, decidir uma orientação política para a segunda volta das presidenciais e começar a preparar as eleições legislativas.
«Um dos pontos do nosso encontro nacional é começar a preparar as eleições legislativas mas vamos também discutir e decidir a nossa posição para a segunda volta das eleições presidenciais», garantiu Fernando «Lasama» de Araújo em declarações à agência Lusa.
O ex-candidato presidencial explicou também que em cima da mesa de trabalhos do partido estão três caminhos: «indicar o voto num dos candidatos, não votar ou dar liberdade de escolha a cada um dos nossos companheiros e eleitores».
Fernando «Lasama» de Araújo foi o terceiro classificado da primeira volta das presidenciais tendo recolhido 77.459 votos ou 19,18 por cento, menos 10.643 votos do que Ramos-Horta e por isso um importante peso político no quadro eleitoral de Timor-Leste.
Já Avelino Coelho recolheu 8.338 votos ou 2,06 por cento correspondentes ao sétimo lugar e Manuel Tilman 16.534 votos a quem coube o sexto posto.
A segunda volta das eleições presidenciais timorenses, a ser disputada entre José Ramos-Horta, primeiro-ministro e candidato independente, e Francisco Guterres «Lu Olo», presidente do Parlamento Nacional e candidato da Fretilin, realiza-se a 09 de Maio com a campanha eleitoral, que teve hoje início, a prolongar-se até 06 de Maio.
Diário Digital / Lusa
22-04-2007 12:15:40
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=10&id_news=272780

Anónimo disse...

Timor-Leste: Campanha começa com candidatos pouco activos

A campanha eleitoral da segunda volta das eleições presidenciais em Timor-Leste começou hoje, mas nas ruas da capital a vida decorre normalmente e os sinais de período eleitoral são praticamente inexistentes.
Os eleitores timorenses voltam a ser chamados às urnas a 09 de Maio para decidir entre José Ramos-Horta e Francisco Guterres «Lu Olo» quem irá ocupar a chefia do Estado que Xanana Gusmão deixará vaga a 20 de Maio.
Apesar do início da campanha, apenas «Lu Olo» esteve reunido com jovens esta manhã.
Já José Ramos-Horta, depois de sábado conseguir o apoio dos candidatos Lúcia Lobato e Xavier do Amaral, afastados à primeira volta da corrida presidencial, esteve em Lospalos em funções de primeiro-ministro num encontro de juventude e apenas segunda-feira inicia a sua campanha, depois de ter passado a chefia do Governo para o primeiro vice-primeiro-ministro Estanislau da Silva.
Até 06 de Maio, três dias antes da votação, os dois candidatos vão esgrimir argumentos e tentar cativar os votos populares das outras candidaturas necessários para a vitória final.
Com uma diferença na primeira volta de 25.564 votos a favor de «Lu Olo», o candidato da Fretilin, a eleição presidencial irá decidir-se nas declarações de apoio dos seis candidatos que foram eliminados na primeira volta ou na capacidade de Ramos-Horta e Francisco Guterres de cativar esse eleitorado.
Francisco Guterres «Lu Olo», 53 anos, é natural de Ossú, Viqueque, na costa sul, desempenha o cargo de presidente do Parlamento Nacional e é o candidato da Fretilin, partido de que é presidente desde Julho de 2001.
Ramos-Horta tem 58 anos, é natural de Díli e assumiu o cargo de chefe do Governo em Junho de 2006 após a demissão de Mari Alkatiri depois de ter sido seu ministro dos Negócios Estrangeiros desde 2002.
Diário Digital / Lusa
22-04-2007 10:37:51
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=10&id_news=272763

Anónimo disse...

Timor:«Lu Olo» promete criar gabinete de apoio à juventude

O candidato a presidente timorense Francisco Guterres «Lu Olo» assumiu hoje perante jovens em Dili a criação de um Gabinete Nacional de Apoio à Juventude caso seja eleito a 9 de Maio para chefe de Estado.
No arranque da campanha eleitoral para a segunda volta das presidenciais, cujo escrutínio tem lugar a 9 de Maio, «Lu Olo» assumiu o compromisso de criar o gabinete que pretende seja «nacional, apartidário e com funcionários jovens», refere uma nota da campanha do ainda presidente do Parlamento Nacional, entregue à agência Lusa em Díli.
Num discurso de aproximação à juventude, o candidato disse estar «pessoalmente em divida» com os jovens timorenses porque, explicou, enquanto alguns estavam a lutar nas montanhas «foi a juventude nas cidades e nas vilas que ajudou e apoiou».
«Sem a juventude não teríamos a independência», afirmou.
«Lu Olo» acrescentou também que as instituições do Estado precisam de trabalhar em conjunto com a juventude «para ultrapassar a crise» que afecta o país e disse que os jovens «estão envolvidos na construção da paz, na educação, na saúde e no desenvolvimento comunitário».
Prometendo «diálogos regulares» com a juventude, Francisco Guterres «Lu Olo» quer maior participação da juventude no desenvolvimento do país e disse também que apoia o desejo dos jovens de serem criados centros de formação académica fora da capital, evitando assim que a juventude saia de suas casas para obter melhores qualificações».
«A juventude tem sempre desempenhado um papel central na nossa luta pela independência. O que eu tenho a dizer à juventude é que esta é a vossa hora. Vamos todos continuar a trabalhar em conjunto para o futuro do país», concluiu.
Diário Digital / Lusa
22-04-2007 6:02:00
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=10&id_news=272749

Anónimo disse...

Timor: Tribunal considera improcedente queixa de derrotados

O Tribunal de Recurso de Timor-Leste considerou «improcedente» uma queixa apresentada por três candidatos derrotados na primeira volta das presidenciais que queriam ver consideradas «inválidas» as eleições pela prática de irregularidades no processo.
Segundo o recurso apresentado junto do Tribunal, os candidatos Fernando «Lasama» de Araújo, Lúcia Lobato e Francisco Xavier do Amaral argumentam ter existido «manipulação de votos», «numeração falsa de caixas de votos», «uso de boletins de voto falsos», «votação múltipla», «intervenções e intimidações por parte de membros do Governo» num total de 13 justificações para invalidar o processo.
O Tribunal de Recurso - composto pelos juízes Cláudio Ximenes (presidente e relator), Jaime Pestana e Antonino Gonçalves - analisou uma a uma as reclamações dos candidatos e concluiu que «nenhum dos fundamentos alegados pelos recorrentes pode ser atendido pelo Tribunal» pelo que o recurso «deve improceder na totalidade».
O Acórdão do Colectivo de Juízes foi proferido sexta-feira mas só hoje acabaria por ser conhecido aquando da comunicação da ratificação dos resultados eleitorais.
Fernando «Lasama» de Araújo obteve 77.459 votos e 19,18 por cento correspondente ao terceiro lugar, Lúcia Lobato 35.789 votos e 8,86 por cento correspondente ao quinto lugar, e Francisco Xavier do Amaral 58.125 votos ou 14,39 por cento correspondentes ao quarto lugar.
A segunda volta das eleições presidenciais, que tem como candidatos Francisco Guterres «Lu Olo», candidato da Fretilin que obteve na primeira volta 112.666 ou 27,89 por cento e o primeiro lugar, e José Ramos-Horta - segundo classificado com 88.102 votos e 21,81 por cento - realiza-se a 09 de Maio com a campanha eleitoral a decorrer entre 22 de Abril e 06 de Maio.
A contagem dos votos tem início após o encerramento das urnas e a Comissão Nacional de Eleições tem de divulgar até 14 de Maio os resultados provisórios.
Diário Digital / Lusa
21-04-2007 12:14:26
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=10&id_news=272661

Anónimo disse...

Correio da Manhã, 2007-04-22 - 00:00:00

Timor: Segunda volta das presidenciais
Tribunal valida contagem de votos

O Tribunal de Recurso de Timor-Leste considerou “improcedente” uma queixa apresentada por três candidatos derrotados na primeira volta das presidenciais que queriam ver consideradas “inválidas” as eleições pela prática de irregularidades no processo. A segunda volta realiza-se no próximo dia 9 de Maio e oporá José Ramos-Horta, que se apresenta como independente, ao candidato Francisco Guterres (‘Lu Olo’), apoiado pela Fretilin.

Segundo o recurso apresentado junto do tribunal, os candidatos Fernando (‘Lassama’) de Araújo, Lúcia Lobato e Francisco Xavier do Amaral argumentam ter existido “manipulação de votos”, “numeração falsa de caixas de votos”, “uso de boletins de voto falsos”, “votação múltipla”, “intervenções e intimidações por parte de membros do governo”, num total de 13 justificações para invalidar o processo.

O Tribunal de Recurso – composto pelos juízes Cláudio Ximenes (presidente e relator), Jaime Pestana e Antonino Gonçalves – analisou uma a uma as reclamações dos candidatos e concluiu que “nenhum dos fundamentos alegados pelos recorrentes pode ser atendido pelo Tribunal”, pelo que o recurso “deve improceder na totalidade”.

A contagem dos votos terá início após o encerramento das urnas, tendo a Comissão Nacional de Eleições timorense de proceder à divulgação dos resultados provisórios até ao próximo dia 14 de Maio.

Entretanto, o primeiro-ministro timorense, José Ramos-Horta, vai suspender novamente, já a partir de amanhã, as suas funções com vista à participação na campanha para a segunda volta das eleições presidenciais.

Num documento com origem no gabinete de Ramos-Horta, é mencionado que entre a próxima segunda-feira e 7 de Maio – o último dia da campanha eleitoral para a segunda volta das presidenciais – o cargo de chefe do governo timorense será ocupado interinamente pelo vice-primeiro-ministro, Estanislau da Silva.

REGISTO ELEITORAL

ELEIÇÕES A 9 DE MAIO

A segunda volta das eleições presidenciais de Timor-Leste realiza-se no dia 9 de Maio, decorrendo a respectiva campanha eleitoral entre amanhã e o próximo dia 6 de Maio.

OS CANDIDATOS

Os dois candidatos em confronto são Francisco Guterres (‘Lu Olo’), da Fretilin, que obteve na primeira volta um total de 112 666 votos (27,89%) e o primeiro lugar, e José Ramos-Horta, o segundo classificado que somou então 88 102 votos

http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=239463&idselect=91&idCanal=91&p=200

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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