sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Notícias - Traduzidas pela Margarida

Negócio de Timor voltou para trás
The Australian

Fevereiro 07, 2007

O Ministro dos Estrangeiros Alexander Downer retirou planos para invocar uma cláusula de dispensa de interesse nacional raramente usada para avançar a ratificação do Tratado do Mar de Timor no parlamento.

O Sr Downer na Segunda-feira aconselhou os membros do Comité Conjunto sobre Tratados que queria que eles assinassem de cruz o Tratado sobre Certos Arranjos Marítimos no Mar de Timor, assinado à mais de um ano.

Uma reunião marcada para as 7 pm de ontem onde o Sr Downer devia explicar as suas razões para invocar a cláusula foi cancelada pelo fim de ontem à tarde pelo Ministro dos Estrangeiros.

Isso seguiu-se a uma reportagem do The Australian de ontem onde o chefe do executivo da Woodside, Dan Voelte, disse que os anteriores desenvolvimentos da prospecção do petróleo e do gás no lucrativo Greater Sunrise estavam deprimidos por causa da luta civil em Timor-Leste.

Têm sido levantadas preocupações sobre as razões porque não se fez qualquer progresso para pôr na ordem do dia a assinatura do tratado desde que foi assinado.

Sob o CMATS, a parte dos rendimentos de Timor-Leste da prospecção de oleo e gás da Greater Sunrise que fica encostada à fronteira da Joint Petroleum Development Area pode ir até aos $19 milhões.

Críticos Timorenses têm acusado Canberra de andar a empatar depois de ter prometido que o acordo seria assinado rapidamente.

Mark Dodd

Mais perto o tratado de petróleo e gás do Mar de Timor

AAP – Terça-feira Fevereiro 6, 08:30 PM

A Austrália mexeu-se para avançar rapidamente na ratificação do tratado com Timor-Leste que cobre os rendimentos das reservas de gás e petróleo do Mar de Timor.

Uma análise do tratado entre as duas nações, assinado há um ano em Sydney, foi posto na ordem do dia no Senado na Terça-feira.

O documento diz que o governo federal quer levar agora o tratado à aprovação tão cedo quanto possível, ao abrigo de uma cláusula raramente usada de "interesse nacional " como justificação para a súbita pressa de ratificar o negócio.

O Tratado sobre Certos Arranjos Marítimos no Mar de Timor (CMATS) tornará possível a exploração da grande reserva de gás da Greater Sunriser, um assunto há longo tempo sujeito a disputa entre a Austrália e o seu vizinho do norte.

"É um interesse da Austrália criar um ambiente legal estável a longo prazo para a sua exploração e a exploração de recursos do petróleo no Mar de Timor entre a Austrália e Timor-Leste sem prejudicar qualquer reivindicação marítima dos dois países no Mar de Timor" afirma a análise do tratado.

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Capitão Indonésio 'alvejou os cinco de Balibo'

6 de Fevereiro 2007, 19:35 WST

Um comandante das forças especiais da Indonésia – que mais tarde se tornou o ministro de informação do país – terá sido o primeiro soldado a abrir fogo e a matar um dos Cinco (jornalistas) de Balibo em Timor-Leste, tem sido dito num inquérito de investigação.

Um inquérito à morte de um dos cinco jornalistas, o operador de câmara Brian Peters, começou esta semana em Sydney, mais de 30 anos depois da sua morte.

O Sr Peters e quarto jornalistas - Greg Shackleton, Gary Cunningham, Tony Stewart e Malcolm Rennie – foram mortos durante um ataque pelas tropas das forças especiais Indonésias na cidade de Timorense de fronteira em 16 de Outubro de 1975.

Relatos oficiais disseram que os homens foram mortos em fogo cruzado entre as tropas Indonésias e a milícia Timorense, mas as suas famílias insistem em que foram assassinados.

Na Terça-feira o inquérito ouviu evidência duma testemunha Timorense que tinha treinado com os militares Indonésios, conhecida somente pelo nome de código "Glebe 2". Disse que viu quatro dos jornalistas a levantarem os braços no ar "como quem pede misericórdia " para os soldados Indonésios invasores.

Disse que o Capitão Mohammad Yunus Yosfiah, que foi o ministro da Informação no governo Habibie em 1998,foi o primeiro a começar a disparar contra os homens.

O advogado que assiste o inquérito, Mark Tedeschi, QC, perguntou a Glebe 2: "Foi Yunus Yosfiah o primeiro soldado a disparar?"

Glebe 2 respondeu através de um tradutor: "Sim, ele foi o primeiro a abrir fogo ".

Mais tarde, no contra-interrogatório, a testemunha admitiu que de facto não tinha visto o Sr Yosfiah a começar o tiroteio ou a matar o Sr Peters.

Mas disse ao Sr Tedeschi que depois do Sr Yosfiah ter aberto fogo, os outros soldados começaram a disparar contra os homens durante dois ou três minutos.

O Sr Yosfiah na Terça-feira negou ter tido qualquer envolvimento nas mortes, e chamou aos que o acusaram de "grandes mentirosos ".

"Nunca encontrei os jornalistas," disse o Sr Yosfiah à ABC Radio da Indonésia.

"Foi muito. Muito, muito mau esses jornalistas terem sido mortos nessa altura.

"Não fui eu. Nunca pedi nem nunca ordenei (as mortes)."

O Sr Yosfiah disse que não procurou aparecer no inquérito "porque sei o que fiz e o que não fiz ".

Disse que (já) respondeu a muitas perguntas sobre as mortes.

"Tem havido perguntas tantas vezes antes disto," disse à AAP.

Durante o contra-interrogatório por John Stratton, SC, que está a representar a irmã de Mr Peters, Maureen Tolfree, Glebe 2 disse que conquanto não tenha visto de facto o Sr Yosfiah a abrir fogo, o Sr Peters foi o primeiro a ser baleado.

Quando o Sr Stratton lhe perguntou quem é que ele acreditava ter baleado Brian Peters, Glebe 2 respondeu: "De acordo com as regras militares Indonésias o comandante é o primeiro a disparar e depois seguem-se os seus homens, e acredito que Yunus matou Brian Peters".

A testemunha disse que estava "bastante certo" que o Sr Yosfiah foi responsável pela morte do Sr Peters porque o operador de câmara estava de pé directamente em frente do Sr Yosfiah e foi o primeiro a cair.

A testemunha disse que oficiais militares de topo o avisaram para não contra a ninguém sobre o tiroteio contra os jornalistas, dizendo-lhe que era um "segredo máximo ".

Glebe 2 disse que foi forçado a emitir falsos comunicados de imprensa e a mentir aos investigadores Australianos sobre o incidente, mas que finalmente contou a verdade a um jornalista Australiano em 1999 quando já não podia mais manter o silêncio.

"Porque em Timor-Leste vi muita injustiça e massacres e como Timorense já não podia mais apoiar isso," disse Glebe 2.

O inquérito ouviu também evidência de uma segunda testemunha Timorense, com o nome de código "Glebe 4", que disse ter visto soldados Indonésios a balearem três dos jornalistas à queima-roupa no interior da casa onde eles estavam.

O inquérito da responsabilidade do Vice-Investigador estatal de NSW, Dorelle Pinch, continua na Quarta-feira.

Entretanto, o Primeiro-Ministro de Timor-Leste, José Ramos-Horta disse que não havia nenhuma dúvida que os jornalistas foram mortos deliberadamente pelas forças Indonésias, e pediu à Indonésia para se limpar e autorizar que as famílias dos repórteres continuem.

"Pelo menos, deixem a verdade vir ao de cima ... para tranquilidade das famílias destes cinco jornalistas," disse o Sr Ramos-Horta.

AAP

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Antigo PM de Timor-Leste considera processar media da Austrália
ABC Radio Australia
Última Actualização 07/02/2007, 14:49:24


O antigo Primeiro-Ministro de Timor-Leste, Mari Alkatiri, diz que está a considerar acção legal contra alguns media Australianos, afirmaram que eles fizeram pressão para ele resignar em Junho passado.

O Procurador-Geral de Timor-Leste encerrou as investigações às alegações de que o Dr Alkatiri tinha montado um esquadrão de ataque para eliminar os seus opositores políticos.

As alegações, emitidas no programa Four Corners da ABC – a organização responsável da Rádio Austrália – contribuiu para a pressão intensa para a sua saída do cargo de Primeiro-Ministro.

O Dr Alkatiri diz que as alegações foram emitidas com parcialidade politica extrema e má vontade, mas que se concluiu que não tinham qualquer base. Diz que a decisão do procurador abre caminho para ele procurar reparação legal pela injustiça feita contra ele.

Quer ainda um pedido de desculpas do Presidente Xanana Gusmão e do Primeiro-Ministro José Ramos Horta por terem usado as alegações para pedir a sua resignação.
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Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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