sexta-feira, janeiro 19, 2007

Notícias - traduzidas pela Margarida

Chefe amotinado de Timor-Leste pronto para enfrentar acusações de homicídio
The Australian
Mark Dodd
Janeiro 18, 2007

O amotinado das forças armadas, major Alfredo Reinado está em negociações para se entregar para enfrentar acusações de homicídio sobre a morte de cinco pessoas durante um tiroteio.

O Primeiro-Ministro de Timor-Leste José Ramos Horta disse ontem que o Major Reinado tem estado "muito mais co-operativo" nas conversas com o gabinete do Primeiro-Ministro e outros funcionários de topo do governo e da ONU.

"Ele (Major Reinado) tem afirmado que está disponível para enfrentar acusações contra ele em relação às mortes que aconteceram em Fatu Ahi em Maio," disse o Dr Ramos Horta. "Agora estamos nas últimas fases do diálogo com o Sr Reinado para ele co-operar com a justiça. Tenho esperança que o seu caso se possa resolver nas próximas semanas."

O Major Reinado, nomeado por uma comissão de inquérito da ONU como o principal suspeito da violência mortal do ano passado, tinha anteriormente afirmado que tinha sido injustamente apontado para ser punido.

O antigo responsável da polícia militar treinado pelos Australianos é procurado por causa da morte de cinco pessoas num confronto com soldados leais em 23 de Maio nos subúrbios de Dili.

Fugiu da prisão de Becora em Dili em 30 de Agosto com outros 56 presos embaraçando as tropas lideradas pelos Australianos que guardavam o local à volta da prisão.

O Dr Ramos Horta disse que uma aparição do Major Reinado no tribunal, ao lado de outros dois julgamentos que envolvem membros das forças de segurança de Timor-Leste e do antigo ministro do interior Rogério Lobato, "enviaria um bom sinal à sociedade de que ninguém está acima da leiw". O Sr Lobato, um aliado chave do antigo primeiro-ministro Mari Alkatiri, enfrenta acusações de armar um esquadrão civil para liquidar opositores ao governo.

O Dr Ramos Horta expressou descontentamento pelos atrasos da ONU na assinatura de um acordo de segurança com a Austrália e Timor-Leste. O memorando de entendimento é necessário por causa da recusa do governo de Howard de autorizar as tropas Australianas em Timor-Leste a estarem sujeitas ao comando da ONU.

Cobre regras de engajamento, responsabilidades de comando e orientações operacionais.

Em Canberra, o Departamento dos Negócios Estrangeiros recusou comentar, dizendo que as negociações continuavam e que era esperada para breve a assinatura.

O Dr Ramos Horta disse que o acordo devia ter sido assinado esta semana.

"Não sei o que é que está a motivar este (atraso)," disse.

A ONU dá a “máxima importância” ao acordo e esá a fazer todos os esforços para garantir a sua assinatura em breve, disse uma porta-voz da ONU.

Linhas de comando claras para o destacamento das tropas Australianas podiam ter prevenido cenas no exterior de um tribunal de Dili can última Sexta-feira quando mais de 100 soldados Timorenses, vários deles armados, se manifestaram em apoio a colegas envolvidos na violência do ano passado em Dili.

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Desassossego politico e civil cria outra crise humanitária
Fonte: CARE
Data: 16 Jan 2007

A CARE tem estado a trabalhar em Timor-Leste desde 1994 e é correntemente a maior ONG internacional no país, com mais de 180 empregados e um alcance acumulado até à data através dos seus programas a cobrir mais de 50 por cento da população do país.

O desassossego politico e civil em Timor-Leste desde Abril de 2006 levou à deslocalização de mais de 15 por cento da população do país da capital Dili. Confrontos entre forças militares, policiais e civis, combinadas com violência de gangs, levou à deslocalização de alguns, cujas casas e carros foram queimados, ao mesmo tempo que outros ficaram feridos. Muitos mais receiam pela sua segurança e por isso fugiram das suas casas, procurando refúgio em vários locais como escolas, igrejas e centros comunitários. O resultado tem sido o aumento espontâneo de campos de deslocados. Somente em Dili, esses campos hospedam 67,916 pessoas com mais 78,431 pessoas que fugiram para os distritos (estimativas de Junho).

Em resposta à situação humanitária corrente que emergiu da violência em Abril e Maio, a CARE está a assegurar os padrões básicos mínimos de vida e segurança para a população deslocada nos vários campos para onde as pessoas fugiram. Isto é alcançado pelo fornecimento de bens básicos de auxílio e pela assistência logística a trabalhar em coordenação estreita com o governo nacional e outras agências de ajuda. A CARE, com a sua extensa frota de autocarros e equipas para distribuição de ajuda, assistiu mais de 140,000 deslocados desde Abril de 2006 e está a trabalhar directamente em 15 campos em Dili e à sua volta fornecendo artigos de sobrevivência básica como, alimentação, água, artigos para sanidade, abrigo, saúde e segurança bem como apoio de gestão em geral.

O Governo de Timor-Leste inicialmente antecipou que a população deslocada regressaria às suas casas pelo final de Agosto de 2006. Contudo a situação da segurança mantém-se instável.

Continua a violência de gangs, e há incidentes regulares de apedrejamentos, pilhagens e incêndios de casas, e ameaças contra pessoas. Como resultado, um número significativo de pessoas que vivem nos campos sente-se insegura para regressar às suas casas. É espectável que os moradores nos campos aí permaneçam por mais quatro a nove meses, o que cria grandes pedidos para serviços continuados tais como alimentação, água, sanidade, educação, gestão dos campos, e protecção das crianças e mulheres. A CARE tem estado a trabalhar em Timor-Leste desde 1994. Esperando que as populações se mantenham nos campos nos próximos meses, a CARE procura financiamento adicional para continuar as suas operações nos próximos meses. Com a ajuda de gente como vós, a CARE será capaz de manter e mesmo de aumentar a quantidade de assistência que está a dar às pessoas que estão a sofrer com as lutas civis neste jovem país, atormentado com a instabilidade, violência e perigo.

Perfil dos Projectos - Outubro 2006

Lafaek, o Magazine das Crianças: Promoção dos direitos das crianças e curriculo


Lafaek é o único magazine para crianças produzido no país na língua local, Tetum. A equipa da Lafaek da CARE tem 34 empregados e produz e distribui 260,000 cópias chegando a todas as crianças nas escolas em Timor-Leste e 7,500 cópias para professores cinco vezes no ano.

Projecto dos Direitos das Crianças Haburas Labarik

A CARE, a trabalhar em parceria com a Alola Foundation tem o objectivo de trabalhar no aumento do conhecimento em relação à protecção dos direitos das crianças em Timor-Leste. O projecto dá também maior acesso e exposição à informação sobre os direitos das crianças e à necessidade da protecção destes direitos aos estudantes.

Projecto integrado de nutrição e educação da saúde e intervenção (INHEP)

Este projecto recentemente completado trabalhou para reduzir os níveis de má nutrição em crianças com menos de cinco anos e para melhorar o estado da nutrição das mulheres grávidas e lactantes nos distritos de Liquica, Bobonaro, e Covalima.

Reforçando o sector das ONG’s em Timor-Leste

A CARE está a trabalhar em parceria com a ACDI/VOCA e o Centro para a Resolução Internacional de Conflito da Universidade de Columbia para partilhar a especialização no desenvolvimento comunitário e gestão de organizações ao treinar várias ONG’s locais e organizações da comunidade numa variedade de áreas necessárias para o sucesso em dirigir organizações efectivas e viradas para as comunidades.

Inovação liderada pela comunidade na prontidão para a seca e para a mitigação

O projecto visa ajudar comunidades a prepararem-se para a insegurança alimentar induzida pela seca através do estabelecimento de instalações para armazenagem de grãos em aldeias no distrito de Liquica e para a construção de capacidade a nível local para as comunidades ultrapassarem as suas vulnerabilidades em desastres e em particular a seca.

Mitigação da malária para os grupos mais afectados na Ilha de Timor Island (MIAT)

O projecto é uma resposta conjunta e integrada para baixar os altos níveis de incidência anual da malária tanto no Oeste de Timor como em Timor-Leste. O projecto tem por alvo especificamente grupos vulneráveis através de uma abordagem que põe o ênfase em grávidas e crianças com menos de cinco anos e procura aumentar os esforços de ambos os governos Timorense e Indonésio para parar e controlar a malária por volta de 2015.

Resposta de Emergência a deslocados em Dili e nas áreas em redor

Este projecto garante que auxílio básico é dado para responder às necessidades dos deslocados que fugiram das suas casas depois da violência em Abril de 2006. Em Dili a CARE está a apoiar directamente actividades em 15 campos com aproximadamente 35 000 deslocados.

Distribuição de alimentação de emergência a deslocados e comunidades vulneráveis na região do oeste

A CARE distribui alimentação a pessoas que fugiram para áreas rurais em Liquica, Bobonaro e Covalima como resultado do conflito em Abril/Maio de 2006 e outras comunidades que tiveram falta crónica de alimentação e taxas altas de má nutrição. É fornecida alimentação suplementar a crianças com menos de cinco anos e a grávidas ou mães lactantes.

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Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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