sábado, dezembro 09, 2006

Dos leitores

(Tradução da Margarida)

Comentário sobre a sua postagem "Comunicado - PM":

Não sei porque é que têm que ir tão longe para encontrar o caminho para a paz. Eles (o PM e o PR) estão a fazer disto uma questão nacional, como se fosse o povo que tivesse começado a crise e por isso fosse o povo responsável por encontrar o caminho para a paz. Estes líderes estão-se a esconder por detrás do povo por coisas de que eles foram claramente responsáveis.

Os líderes, uma mão cheia deles, deviam ser os únicos a participar nesta cerimónia com o povo como espectador. São eles que precisam de uma boa "hamulak" para ver se se tornam mais responsáveis e competentes, especialmente a lidar com as suas diferenças. Depois deveriam fazer a paz com as pessoas e admitirem os seus erros publicamente. Deviam também impor voluntariamente auto-punição a eles próprios, talvez na linha de nunca mais participarem na política. Então as pessoas de Timor-Leste encontrarão finalmente a paz e a prosperidade prometida a eles numa nação independente.

Obrigado.

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Comentário sobre a sua postagem "Notícias - em inglês":

Esta é uma peça interessante no meio desta crise. Temos que perguntar: Porque é que estes jornalistas foram mortos? A resposta (é) simplesmente, estavam a fazer a reportagem sobre a iminente invasão e tinham de ser silenciados, de modo que relatassem que a invasão era feita pelas Forças Armadas Indonésias e não pelos “anti-comunistas” Timorenses como estava a ser relatado. Era uma fraude que estava a ser largamente relatada e esses jornalistas tinham de ser calados antes que o mundo soubesse disso. O facto de terem sido silenciados preparou o caminho para uma integração mais fácil de Timor-Leste pela Indonésia.

Hoje, no meio duma crise, Timor-Leste está a ver as mesmas velhas caras envolvidas no ataque à nação; incluindo as mesmas pessoas que foram responsáveis, que ajudaram e auxiliaram a invasão e o invasor.

O antigo Comandante da PNTL (sim antigo, esperem um pouco e verão porquê) foi um dos Timorense "partidários" que atravessou a fronteira para treinar e regressou a Balibo e esteve envolvido na operação que pôs fim à vidas dos jornalistas. Ele desenvolveu uma versão da sua participação na operação que está contada no (trabalho) de Jollife "Cover Up" (Encobrimento), que é sobre os 5 de Balibo.

O facto permanece, nesse ponto na história, Paulo Fátima Martins estava com o invasor e ajudou a trazer a morte aos jornalistas.

Mário Carrascalão estava logo no outro lado da fronteira ajudando e coordenando com os Indonésios na invasão que eles convidaram os Indonésios a fazer.

Leandro Isaac era um outro partidário da UDT que participou na operação e por isso na morte dos cinco jornalistas.

Hoje, há bastantes evidências que estes homens estão por detrás da violência para desestabilizar a nação. As mesmas caras com os mesmos objectivos.....destruir a soberania e a independência de Timor-Leste.

Leandro Isaac, de acordo com fontes jornalísticas, foi detectado a encontrar-se com os grupos de artes marciais 7-7 e Cinto Culau e com outros grupos de artes marciais com base Loromonu imediatamente antes da irrupção da recente vaga de violência. Com este passado desde 1975, parece que não estava a tentar convencê-los a pararem com a sua orgia de violência. Pelo contrário, estava a incentivá-los, tal como fez em Abril e Maio quando eles atacaram os mercados de Taibessi e os queimaram, quando ele foi detectado e filmado no Palácio do Governo na altura em que rebentou a violência em 28 de Abril 2006, tal como em 1975 quando ele liderou cruzadas homicidas contra Timorenses pró-independência. Depois o que é que ele fez? Ele tornou-se um membro do parlamento. A sua conversão em pró-independência só aconteceu em 1998...pelo final. Os Indonésios nunca lhe perdoarão por essa traição depois de lhe terem dado tanto. É este o destino dos que atraiçoaram o país que serviram quando nada defendem. O seu modo de operar passa a ser a destruição de instituições e de sistemas de crenças duramente conseguidas.

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16 comentários:

Anónimo disse...

A ser verdade o que aqui é dito a gravidade da questão tem a ver com a participação actual destes nomes na vida do país.
Se provas existem do envolvimento directo de Paulo Fátima Martins e de Leandro Isaac, assim como de Mário Carrascalão, então devem ser de imediato apresentadas. Caso contrário, pelo menos no que toca à pessoa de Mário Carrascalão entendo não ser de bom tom envolver de forma mentirosa a pessoa e o homem. Não estou em defesa de Mário Carrascalão, conheço-o e recuso aceitar que o mesmo possa estar ligado ao assassinato dos jornalistas. Não é novidade que os cinco de Balibó foram executados. Quem como eu vive Timor-Leste sabe a história contada por testemunhas oculares. Ouvi a versão verdadeira e nunca o nome de Mário Carrascalão como autor moral ou concordante surgiu na questão. Mário Carrascalão anseia o poder mas não mata por ele.

Anónimo disse...

isto começa a ser uma salada russa!...

Anónimo disse...

Malae Azul
O meu nome eh Mario Viegas Carrascalao. Sou timorense, nascido em Timor em 1937. Continuo a viver em Timor sem ter que me esconder atras de outro nome que nao seja o meu proprio nome. Se o senhor que se esconde atras da capa "Malae Azul" para tentar denegrir o meu nome com vistas a obter beneficios politicos para si e para os seus amiguinhos, tiver a mais pequena prova que seja sobre o que pensa ser o meu envolvimento no assassinato em Balibo dos 5 jornalistas australianos, desafio-o a levar a questao ao tribunal.Os assassinos devem responder em tribunal e os mentirosos tambem.
Esta pronto a faze-lo, entao comece por mostrar que eh suficientemente corajoso para permitir que este meu primeiro e ultimo comentario sobre o que escreveu seja lido pelo publico tal como a sua falsa insinuacao. Tem coragem para isso, entao publique-o

Anónimo disse...

Há aqui matéria muito «forte»! É preciso que nunca se esqueçam que se é «da discussão (que) nasce a luz», também «é a falar que as pessoas se entendem». Mas por outro lado «as palavras podem ferir mais do que as pedras»... para bom entendedor. Um abraço ao Mário Carrascalão, por dar a cara em questão num momento tão importante. É assim que se ajuda um país a crescer. Um abraço a todos os Timorenses de bem também, que nunca lhes falta a coragem para serem a luz que Timor precisa (e ajudarem a canalha míúda - os de espírito também contam - a crescer). Nós estamos de olhos em vós, nós somos vós.

Anónimo disse...

Ó Malai azul, esta agora é que me surpreendeu!!! Então o bolgue agora tem censura? Sim, os comentários só são publicados depois de visionados por si? Ok, você não parece ser má pessoa(afinal parece dar voz às várias sensibilidades nesta questão dos 5 - e também já percebeu que este blogue tem «muita» leitura), mas era mesmo necessário entrar nesta de «censura/ selecção (ou lá o que é) prévia? Será que é esse o preço a pagar pela popularidade? Não me parece, já que os comentários só os lê quem quer e os destaques sempre foram seleccionados por si... Ora pense lá nisso bem!!!

Anónimo disse...

Ha pessoas tao, mas tao, ignorantes...Deus do ceu...O Sr. Dr. Mario Viegas Carrascalao (nao eh assim que gosta de ser tratado?) deve eh ter agora as costas quentes............

Anónimo disse...

Oh Carrascalao:

A/O Malae Azul deve ter um pseudonimo por alguma razao nao acha?! Ja pensou que talvez ela/ele nao tenha as costas quentes como ALGUEM que Timor-Leste conhece e que percisa de estar anonima?? Pois eh...Fique sabendo que nem todas as pessoas de TL tem a proteccao que o senhor tem...

Anónimo disse...

Conheco o Senhor Engenheiro Mario Viegas Carrascalao desde ha muitos anos e pelo que testemunhei dos acontecimentos de 1975 posso afirmar que ele nao esteve directa ou indirectamente envolvido na morte dos 5 jornalistas estrangeiros. O livro da conceituada jornalista e escritora Jill Jolliffe estah bem claro sobre quem matou os cinco jornalistas e eh pena que as pessoas que citam o referido livro nao o tenham lido com a devida atencao para verem as circunstancias em que os acontecimentos tiveram lugar e nao tirarem conclusoes ilogicas e falhas de verdade historica.

Anónimo disse...

Gostei do post do senhor Mário mas podia ajudar a esclarecer os mais descrentes no que realmente aconteceu em Atambua para determinar a morte dos cinco jornalistas australianos.

Os timorenses como o senhor estavam em Atambua? Participavam activamente nos preparativos da ocupação ou nada tinham a ver com o assunto?

Soube da necessidade de matar os cinco jornalistas? Que timorenses participaram na matança?

A UDT não tem responsabilidade nessa matéria?

Terá sido a FRETILIN a mandar matar, através de militantes infiltrados nos TNI?

Vá meu caro diga-nos lá o que sabe para sua defesa, pois ao que parece há quem duvide de si. Eu acredito que não está envolvido.

Anónimo disse...

"Dirigentes políticos fizeram juramento de paz perante líderes tradicionais"

Parece-me a grande palhaçada. Assinalar os dez anos de Nobel da Paz? Só se for a Ximenes Belo, o grande Bispo afastado de Timor-Leste pelo Vaticano por ser demasiado incómodo para a Indonésia. Quem sabe se o senhor Ramos Horta, o diplomata mestre da retórica, não terá sido um dos que pediu, juntamente com o Bispo Basilio do Nascimento, para que Belo fosse afastado de Timor-Leste.
Agora já é o volta que estás perdoado.

Ximenes Belo merece as honrarias por honrar a liberdade e a paz. Horta, Jose, é um homem de guerra. Um homem de mão dos USA e dos ingleses. Com os franceses é que não pega. As suas várias posições sobre o Iraque, Afeganistão e outros são prova de quem manda no rapazinho Horta.

Horta não merece o Nobel da Paz, foi meramente a reboque. Quem merceia o Nobel da Paz era quem a perseguia por si só sem objectivos de ser o "rei". Humildade precisa-se aqui por estas bandas.

Compromisso perante os líderes tradicionais, isto dá que pensar. Será que a partir de agora vão reunir-se nas magnificas casa lulik? será que com este compromisso os mortos deixarão de aparecer mutilados? sem coração? sem língua? sem boca?

Deixem-se de histórias, Tradicional é a violência, é a violência e burrice ancestrais. Estamos no milénio 21! Gosto de honrar aos meus avós, mas tenho de reconhecer que eles coitados nunca tiveram quem lhes abrisse os olhos para os verdadeiros valores da vida e do ser humano - não fosse a força da mestiçagem e eu estava era bem tramado, a berber sangue de galo e a matar por dá cá aquela palha!

Anónimo disse...

O Leandro Isac é uma figura que tem estado a passar “no meio dos pingos da chuva”. Quase que o esquecemos. No entanto, a Comissão Especial Independente da ONU foi clara ao recomendar que fosse investigado. Foi visto no ataque a casa do General Ruak. Foi visto na posse de armamento da PNTL. Foi filmado durante os incidentes de 28 de Abril.
Dr. Longuinhos do que é que está à espera?

Anónimo disse...

Nao parece que o Leandro Isaac eh o unico mencionado no relatorio da Comissão Especial Independente da ONU. Na verdade existem outros que foram directamente incriminados na distribuicao ilegal de armas a civis e ninguem se atreve a mencionar os seus nomes. Alias, o Ramos Horta ate apressou-se a declarar, contrariamente aos resultados e recomendacoes do relatorio, que os mesmos estavam ilibados de responsabilidade criminal. Mas afinal aonde eh que isto vai parar? A continuar asssim o Alfredo ainda acaba por ser visto como o UNICO mau da fita e o resto eh permitido a fugir com as maos a palmatoria. Alguns ate contemplam o cargo de PR da RDTL.
Isto esta muito mau! Dois pesos e duas medidas digo eu. Assim nunca mais ha de haver paz e sossego em Timor!

Anónimo disse...

O Alfredo e o seu grupo até já estava preso aguardando julgamento por posse ilegal de armas e homicídio e agora andam fugidos. Em qualquer país decente um PM nunca interferiria no trabalho judicial e nem sequer mandaria bocas como manda o Horta. E já que é a ONU quem tem a responsabilidade policial é à ONU quem compete caçá-los e metê-los novamente na prisão. E os mil Australianos, bem podem regressar a casa pois que só aí estão para safar esses bandidos mais o PR e PM.

Anónimo disse...

Nao seja tao anti-australiana primaria, Margarida!

Anónimo disse...

Eu sou é pró-soberania e independência de Timor-Leste, nada tenho contra o povo Australiano ou contra qualquer outro povo, mas o que não admito é que por serem maiores, por terem navios de guerra e helicópteros, se sintam no direito de roubarem os recursos naturais de Timor e para isso metam no poder um PM dócil e promovam o derrube o PM legítimo e democraticamente eleito.

Anónimo disse...

Margarida, para seu conhecimento, uma maioria esmagadora do povo australiano defende o direito dos timorenses ao que eh seu e eh contra qualquer tentativa do seu governo em tirar o que eh dos timorenses.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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