quarta-feira, maio 28, 2008

Alegria e orgulho dos finalistas timorenses no Cortejo da Queima das Fitas

EL
ATConline, 4 de Maio de 2008

Queima das Fitas

Coimbra - A Queima das Fitas em Coimbra é considerada como o ponto alto da festa dos estudantes que ocorre em Portugal, sendo a tradição mais antiga que remonta à década 50 do século XIX, e continua ser, até hoje, uma das actividades académicas mais animada e que tem vindo a marcar os momentos da vida dos estudantes da Universidade de Coimbra. A tradição mantém-se e este ano a Queima das Fitas contou com uma maior participação dos estudantes timorenses que estudam nesta Universidade e destaca-se nesta magna festa os finalistas Emanuel Assis, Robin Araújo, Melisa Diliana Caldas, Nivea Alves, Suzy Lobato, Vital Araújo, Egidio Carion, Gaspar Sobral, Ivo Soares e António Monteiro. A alegria e o orgulho são as palavras de momento que acabaram, simbolicamente, de queimar as suas fitas, como reza a tradição, assinalando assim o fim das suas rotinas (aulas) e ficando à espera da prova final para puder ter o direito a atribuição de equivalência da Universidade de Coimbra. O tão esperado e ansiado “canudo”.

ATC Online, conseguiu no meio da multidão apanhar alguns dos finalistas e oportunamente proporcionar-lhes umas perguntas relacionadas com a festa da Queima das Fitas; a sensação de ser finalista e o significado da Queima da Fitas para eles.

Emanuel Assis, finalista do curso de Engenharia de Minas, mesmo que esteja já no fim do curso não hesita em falar dos problemas que vão surgindo. “Neste preciso momento estou num dilema. Primeiro, fico contente por ter chegado até aqui, porque, estou quase no fim do curso". Revelando as emoções sentidas, Emanuel não escondeu o seu amor pela cidade de Coimbra. “O outro meu dilema é o peso de sentimento que vou ter depois de deixar esta magnífica cidade de Coimbra. Digo que já tenho saudades dela.”

Perguntando sobre a festa da Queima, Emanuel considera-a como um ritual e é uma das maiores festas do mundo. “Fui batizado no Rio Mondego, dando início ao ritual. Vem depois outro momento em que tive oportunidade de vestir, pela primeira vez na noite da serenata em Maio de 2001, o traje académico. Cumprindo assim mais uma tradição. No Cortejo dos Quartanistas era outra parte em que também participei, e agora sou finalista e cartolado”.

Nivea Alves, formando no curso de Sociologia sente-se orgulhosa com o percurso académico realizado. Sendo uma das finalistas mostrou-se bastante contente com o resultado feito depois de uma longa e incasável luta... “Hau kontente tebes tamba bele konkretija luta iha tinan hira nia laran...”.

A futura sociológa (na sua expressão) parece estar já com vontade de regressar para a terra natal, Timor-Leste, mas ao mesmo tempo recorda os momentos passados em Coimbra. “A Queima das Fitas acima de tudo é uma festa que está muito ligada com a tradição académica, única e vai ficar com certeza como recordação”. Terminando a conversa, a Nivea deixou umas palavras de coragem aos seus conterrâneos para que esforcem e não desistam pelo caminho, apesar das dificuldades. Os outros conseguem porque é que nós não (ema seluk bele, tamba sa maka ita labele)”?

Robin de Araújo, finalista do curso de Engenharia Mecânica, por sua vez, falou da resistência que ele viveu durante cinco anos no universo de Coimbra. Aparentemente satisfeito e orgulhoso. Trata-se de uma mistura de emoções, sendo finalista e tão desejado a conseguir concretizar o seu sonho (Cita-cita). “Sinto-me orgulho de ser finalista depois de 5 anos mergulhado na vida académica. E este sucesso só terá significado quando for a Timor, pois o futuro está lá e o mais importante a contribuição que darei ao meu país, Timor-Leste”.

Conversando relativamente sobre a tradição da Queima das Fitas, Robin diz que “esta é uma festa de estudantes e ela significa para mim muita coisa. Mas o mais sentido nesta festa é o sentimento de alegria por ter acabado meu curso”.

Noutra ocasião, ATConline foi fazer a mesma pergunta e desta vez a finalista do Curso de Direito, Melisa Diliana Caldas. Relativamente à primeira questão, Melisa respondeu “Ser finalista, poder neste dia trajar-me a rigor com a cartola e a bengala e acompanhada pelo meu sobrinho, é um momento muito especial não só para mim, mas para toda a minha família, amigos e colegas. Isto porque já foram 6 anos de lutas e sacrifícios constantes que me deitaram por terra, mas que com o apoio de todos aqueles que me rodeiam poderei sair desta linda cidade com a cabeça erguida e triunfante. Ainda faltam alguns obstáculos. No entanto, ganho hoje mais coragem para os enfrentar. E com o coração pulsando de alegria viverei os próximos tempos sempre na esperança de poder finalmente atingir os objectivos pretendidos para esta caminhada.”

Tal como os restantes finalistas, as emoções duplicam e o sentimento nostálgico ganha o seu espaço. Colocando a segunda questão sobre a Queima da Fitas, Melisa, por sua vez, tem uma leitura própria relacionada com o fim de uma etapa tão esperada e ansiada por todos e nesta perspectiva ela define a Queima como o momento do culminar do convívio entre os estudantes. “A Queima de Fitas não é só a semana de eventos que se realiza, os dias de férias que tiramos da faculdade, as bebedeiras e noitadas no Parque, mas é sobretudo a consagração das várias etapas académicas. A Queima não é só para os cartolados, mas é também para os fitados, para os grelados e para os caloiros, que pela primeira vez usam o seu traje. A Queima não deixa ninguém indiferente porque ela é um ponto de convívio entre os estudantes, possibilitando a construção de novas amizades e forçando as relações entre colegas. A Queima de Fitas é assim um rodopio de momentos e emoções que nos ficam na memória para toda a nossa vida. Um Viva à Queima de Fitas!!!”

Nesta curta conversa, observamos que os finalistas todos têm a ânsia de terminar já o seus respectivos estudos e revelando o interesse de tornar úteis os conhecimentos académicos adquiridos no regresso a Timor-Leste. PARABÉNS E BOA SORTE!

ATCOL/OD/SJ/NG/ABITO/AF ***

ATConline

3 comentários:

Anónimo disse...

Parabéns e felicidades para todos

Anónimo disse...

Caros todos,

Timor precisa de vocês para a concretisacao ao desenvolvimento industrial e artisanos assim o assento principal na area da agricultura, coragem o futuro vos apertecem!

Anónimo disse...

eu pergunto sera que vão regressar para Timor?

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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