domingo, abril 06, 2008

Dia 9: ORDEM PARA DISPARAR NA OPERAÇÃO DE CAPTURA DE SALSINHA

O primeiro-ministro de Timor-Leste Xanana Gusmão, afirmou hoje que os ataques de 11 de Fevereiro significaram "um falhanço de liderança em muitos aspectos".

"A liderança timorense, onde me incluo, não esteve à altura de resolver os problemas", declarou Xanana Gusmão à imprensa local em Díli, na primeira entrevista de fundo desde 11 de Fevereiro.
O chefe do governo timorense saiu ileso de uma emboscada à coluna de viaturas onde seguia, na estrada de acesso a Díli, desencadeada cerca de hora e meia após o ataque em que o Presidente José Ramos-Horta foi atingido a tiro junto da sua residência.

"Andámos um bocado a brincar e a pensar que as coisas se resolvem amigavelmente", acrescentou o primeiro-ministro na entrevista.

"Foi uma lição amarga", disse Xanana Gusmão, sobre os acontecimentos de 11 de Fevereiro.
O primeiro-ministro admitiu, contudo, que "não pode ter outra opinião diferente" daquela que afirmou, também em entrevista à imprensa, quatro dias antes dos ataques. Xanana Gusmão defendeu, nessa ocasião, que "devia-se ser mais duro" com o major Reinado, um homem que "não merece confiança porque muda todos os dias de opinião".

Na entrevista de hoje, Xanana Gusmão anunciou que as autoridades timorenses decidiram avançar para a operação "mesmo militar" contra o grupo do ex-tenente Gastão Salsinha, que lidera o antigo grupo de Alfredo Reinado.

"Agora já há ordem para disparar", respondeu Xanana Gusmão, quando questionado sobre as regras de empenhamento das forças do Comando Conjunto da operação "Halibur".

A captura de Gastão Salsinha vai avançar a 09 de Abril, após um encontro entre o Governo e o comando da operação "Halibur", realizado sexta-feira, acrescentou o primeiro-ministro timorense.

"Já acabou a brincadeira. Nos próximos dias, as forças do Comando Conjunto estarão a dizer às pessoas para não saírem das suas casas enquanto decorrer a operação, porque podem ser atingidas", explicou Xanana Gusmão.

"Já chegou a hora" de capturar o grupo que participou nos ataques de 11 de Fevereiro, sublinhou o primeiro-ministro.

Xanana Gusmão analisa o duplo ataque como "o fecho da crise de 2006" e considera que a decisão entre timorenses dos distritos ocidentais "loromonu" e orientais "lorosae" "não foi mais vincada" pelo que aconteceu em Fevereiro.

"Foi o clímax de uma acumulação de factores, inerentes à construção de um Estado que apareceu sem memória institucional", explicou Xanana Gusmão sobre a origem dos ataques.
O primeiro-ministro remeteu para as autoridades judiciais o esclarecimento do 11 de Fevereiro e recusou fazer comentários sobre "os mistérios" em torno dos ataques feitos pelo major Alfredo Reinado e por Gastão Salsinha.

Angola Press

2 comentários:

Anónimo disse...

Se for da Vontade de Deus que o Salsinha se entregue, que o Senhor Deus apresente o Salsinha em Dili sem a intervencao das Forcas.Mas se for da Vontade de Deus que o Salsinha esta a defender a Justica e igualdade de Direitos, que o Deus Todo Poderoso de Israel o defenda e proteja. Porque o Povinho nao pode e nem deve ser vitima dessas "brincadeiras" como diz o senhor Xanana.
Coitado do povinho entre a espada e a parede. Tanto de um lado como doutro, o povo vive aterrorizado. Sera que o governo do sr. Xanana se compadece desse povo?

Anónimo disse...

Este anonimo deve ser um Israelita

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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