quarta-feira, março 05, 2008

Rendição do tenente timorense Salsinha ainda por confirmar

Público
04.03.2008, Jorge Heitor

Presidente Ramos-Horta foi transferido para um hospital particular de Darwin, a fim de prosseguir durante longas semanas a recuperação dos ferimentos sofridos.


A maior das controvérsias envolvia a noite passada a eventual rendição do mais graduado dos ex-peticionários timorenses, o tenente Gastão Salsinha. O comandante da Polícia Militar, major Gino Neves, anunciou-a, mas ninguém mais aceitou confirmar, dizendo desconhecer que formalmente se tivesse rendido.

De acordo com a versão que durante a manhã foi dada ao PÚBLICO, à Lusa e à RTP, ele ter-se-ia juntado à família na cidade de Gleno, capital do distrito de Ermera, a sudoeste de Díli, a capital, e entregue depois a um sacerdote, em mais uma fase do longo processo negocial que já desde a véspera era conhecido.

Só que nem o primeiro-ministro Xanana Gusmão nem outras fontes oficiais aceitaram confirmar que já se pudesse ter a rendição como um facto consumado. Uma dessas fontes foi o capitão João Martinho, da GNR, em declarações à TSF. Admitiu, porém, que a entrega esteja a ser negociada, conforme o PÚBLICO ontem noticiava.

Nem a imprensa australiana, sempre muito bem informada sobre os assuntos timorenses, nem as grandes agências internacionais referiram, ao longo do dia de ontem, que Salsinha se houvesse juntado aos cerca de 600 antigos rebeldes que já se encontram acantonados. Não só ex-peticionários mas, também, alguns polícias que haviam abandonado os seus postos.

Na véspera, o comandante da operação conjunta das Forças de Defesa e da Polícia Nacional de Timor-Leste, Filomeno Paixão, anunciara que outro dos mais destacados amotinados, Amaro da Costa, "Susar", se entregara. E ontem o site da Missão das Nações Unidas em Timor-Leste (Unmit) mostrava elementos da GNR a escoltarem-no até ao tribunal distrital de Díli.

Enquanto isto, o Presidente José Ramos-Horta, gravemente ferido a tiro no dia 11 de Fevereiro, foi transferido do Hospital Real de Darwin para um estabelecimento particular, onde prosseguirá a difícil recuperação durante todo o resto deste mês.

E, em Díli, o Parlamento Nacional aprovou por maioria que se constitua uma comissão de investigação internacional sobre os acontecimentos de há três semanas, nos quais morreram o major Alfredo Reinado e um seu companheiro de rebelião.

Na nova unidade hospitalar, o chefe de Estado timorense deverá dispor de um gabinete para trabalhar e receber visitas, incluindo a do primeiro-ministro, Xanana Gusmão, há muito esperada.

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Traduções

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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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