domingo, março 30, 2008

Os amigos de Xanana

“As autoridades de Timor-Leste disseram que as investigações do 11 de Fevereiro devem ser alargadas para incluir o antigo gangster de Jacarta, Hercules Rosário Marçal, que teve laços apertados com Generais das Forças Armadas Indonésias durante a era de Suharto.

Hercules foi também acusado pela ONU de ter estado envolvido na violência desencadeada em Timor-Leste depois da Consulta Popular em 1999. Hercules visitou Dili com o Club de Investidores Indonésios antes das tentativas de assassínio contra o Presidente José Ramos-Horta e Primeiro-Ministro Xanana Gusmão em 11 de Fevereiro.

Durante uma outra visita em 21 de Janeiro de 2008, ele encontrou-se com o PM Xanana Gusmão e outras entidades nacionais de topo. Ele também disse durante esta visita que estava à procura de possibilidades para investir em Timor-Leste."

(Timor Post – 18.03.2008)

“Uma visita a Dili no fim de Janeiro pelo gangster de Jacarta Hércules Rosário Marçal desencadeou apelos em Dili para serem alargados os termos de referência para uma comissão internacional de inquérito aos ataques.

Hércules Timorense por nascimento, descrito pelos media Indonésios como "rei dos gangsters", esteve no mesmo programa da Metro TV como Reinado no ano passado.

Hércules negou qualquer envolvimento nos ataques.

Hércules e Reinado quando foram adolescentes serviram como carregadores para as forças armadas Indonésias.

No princípio dos anos 1990s, Hércules estava a viver na casa de Jacarta de Zacky Anwar Makarim, um major-general das forças armadas indiciado por um painel de crimes de guerra da ONU…”

(The Age - 26.03.2008)

NOTA DE RODAPÉ:

Qual terá sido a verdadeira razão do encontro entre Xanana Gusmão e outros ministros do seu governo com Hercules? Qual foi a encomenda de Xanana a Hercules?

A verdade e as provas vêm sempre ao de cima, senhor primeiro-ministro... Ou porque há quem fale, ou porque há quem grave, ou...

5 comentários:

Anónimo disse...

Ramos-Horta: Nenhum governo vizinho esteve envolvido no atentado de 11 de Fevereiro
Público, 29.03.2008 - 19h22
Adelino Gomes

O presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, pensa regressar em finais de Abril a Díli e diz que se concluir que não tem condições para continuar, renunciará. Acha que há dinheiro estrangeiro, por detrás de tudo. Mas não aceita a ideia de que a Austrália ou a Indonésia estejam envolvidas na conspiração.
Entrevista ao PÚBLICO, por correio electrónico, a partir de Darwin, onde convalesce.

Com os dados de que já dispõe, pode caracterizar o que se passou [em 11 de Fevereiro, no assalto à residência de Horta, por um comando liderado pelo ex-major Alfredo Reinado]: uma tentativa de golpe de Estado?

Não, não foi uma tentativa de golpe pois as F-FDTL [Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste] são-me muito leais, assim como a PNTL [Polícia Nacional]. Ninguém no país conseguiria ter a adesão das duas forças contra a minha pessoa. E golpe para quê? Quanto a mim, quando sentisse que já não sou desejado pelo povo, muito serenamente e com alívio apresentaria a minha resignação.

Um atentado contra o presidente e o primeiro-ministro?

Foi um acto de loucura por parte do Sr. Alfredo Reinado e do Sr. Gastão Salsinha. Conheci os dois ao longo de ano e meio que lidei com eles, tentando compreendê-los, ouvindo-os, porque nem sempre a razão está toda num lado.
Mas ao lidar com eles eu tinha que ter sempre em conta as sensibilidades nas F-FDTL e, portanto, não daria algum passo sem consultar, conversar, com o Brig.-Gen. Taur Matan Ruak, assim como com o então PR Xanana Gusmão. O Sr. Reinado era uma pessoa extremamente instável, facilmente influenciado, hoje diz uma coisa, amanhã já diz outra. Tinha um ego enorme, gostava muito de publicidade que mais inflaccionava a sua vaidade.

Uma tentativa de Reinado para o fazer refém?

Julgo que sim. E se seu resistisse seria abatido.

Uma tentativa de Reinado para chegar à fala consigo e que correu mal?

Não. Ele não vinha para falar comigo. Sempre que ele queria falar comigo ou eu quisesse falar com ele, marcávamos encontro fora de Díli, em Gleno, Aileu, Maubisse, etc. Não se vem falar com alguém logo desarmando os guardas, pontapeando as portas da casa, etc. Foi isto que levou um elemento das F-FDTL a disparar. Invadir a casa do Chefe de Estado, tirar as armas aos guardas, em qualquer lado do mundo teria resposta adequada. Foi o que aconteceu.

Outra situação? Qual? Porquê?

As informações apontam para o
álcool, droga, a sua enorme irritação com o PM (primeiro-ministro) Xanana Gusmão por avançar rapidamente com a resolução do caso dos peticionários e pensando que afinal eu estava em sintonia com o PM para o isolar dos peticionários. Influenciado por uma tarada (em todos os sentidos) de nome Angie Pires com a qual ele estava amantizado, decidiu agir contra a minha pessoa.

Pensa que houve envolvimento de interesses ou personalidades estrangeiras nessa acção?

Acredito que sim, com dinheiro; nenhum governo vizinho ou embaixada em TL [Timor-Leste] está envolvido. Havia sim elementos privados em TL e fora que lhe davam dinheiro, fardamento, telefones, transporte, etc. As investigações continuam e aguardamos o resultado.

Já criticou a facilidade com que o grupo armado entrou em Díli, se deslocou até à sua residência e posteriormente até à residência do PM, se envolveu em tiroteio e abandonou a capital. Na situação concreta, quem devia ter interceptado o grupo? O comando australiano e a UNMIT deram-lhe já alguma explicação convincente para esse falhanço?

Nenhuma das duas instituições me deu ainda explicações. Sabem que falharam. Não as quero criticar mas é preciso que eles revejam todo o sistema. Façam mea culpa pois falharam redondamente. Apesar de que a UNPOL e as ISF tinham directivas do Estado timorense para evitar qualquer operação de força para fazer executar o mandato de captura, tinham também directivas para fazerem sentir a pressão, não perdê-lo de vista, etc.

À luz destes acontecimentos, o que teria feito de diferente na crise dos ex-peticionários e em particular no caso Reinado, se pudesse voltar atrás?

Faria exactamente o mesmo, pois não havia outra opção que não fosse o diálogo se queríamos evitar mais sangue (lembro que em Março de 2007 as forças australianas fizeram um cerco ao Sr. Reinado e seus elementos e houve um embate que resultou em mortos). Eu, enquanto Chefe de Estado, prefiro sempre uma resolução pacífica, leve o tempo que levar.

Já confirmou que Gastão Salsinha lhe escreveu dizendo que só se entregaria a si. Que resposta lhe deu?

Deposito total confiança no Presidente interino Fernando La Sama Araújo que desde a primeira hora, em parceria com o PM, está a gerir a situação com muita prudência e serenidade. Endossei para os dois a carta do Sr. Salsinha. Mas já respondi publicamente dizendo ao Sr. Salsinha que deve entregar-se com as armas às autoridades. Não há mais diálogo. Ele deve enfrentar a justiça e que faça diálogo com o PGR e os juízes.

Mesmo que recupere fisicamente considera que vai estar em condições psicológicas para retomar as funções de chefe do Estado num país que tem vivido em crises cíclicas internas desde a independência?

Regresso brevemente. Se eu concluir que não tenho condições para continuar, darei conta disso ao Parlamento e ao Povo. Mas farei tudo para continuar a servir o povo e merecer a sua confiança. Quando fui baleado e na eminência de morrer a minha única preocupação era o que iria acontecer a este povo inocente, bom. Ia ser vítima de uma onda de violência?
Felizmente, graças a Deus, sobrevivi. Alguma nota positiva a registar: as instituições do Estado continuaram a funcionar; não houve pânico; não houve violência.

Anónimo disse...

Alo Dili

E bom para os senhores como Ze daa Fisga,Sacunar Sacana e Malissa 75 lerem para nao virem com as respostas cinicas e sem sentido.


Adeus

De Aikurus

Anónimo disse...

Timor: Espanha apresenta projecto de intervenção rural

A Cooperação Espanhola apresentou hoje um projecto de desenvolvimento rural da faixa litoral de Liquiçá (oeste), no valor de quatro milhões de euros ao longo de três anos.

«O projecto é complementar da intervenção da cooperação portuguesa no distrito de Ermera e segue o mesmo modelo de apoio a várias culturas, reabilitação de estradas rurais e do escoamento da produção», afirmou à agência Lusa o director da Cooperação Espanhola em Timor-Leste, Francisco Lopez.

O projecto «foi entregue ao governo timorense e, se for aprovado, pode arrancar ainda durante este ano», acrescentou o responsável da Cooperação Espanhola em Díli.

A proposta espanhola de desenvolvimento de uma zona no litoral de Liquiçá, a oeste da capital, foi apresentada por Francisco Lopez e pelo chefe da cooperação agrícola portuguesa em Timor-Leste, Miguel Nogueira, durante uma visita aos distritos de Liquiçá e Bobonaro.

A exposição de Francisco Lopez e Miguel Nogueira, que participou em detalhe na elaboração da proposta espanhola, decorreu no local conhecido como Pedra Negra, na margem esquerda da Ribeira de Lóis, na estrada que liga Díli à fronteira com o Timor indonésio.

«O projecto bilateral espanhol permite estender ao distrito de Liquiçá o conceito de 'cluster' dos programas da Cooperação Portuguesa já em curso no distrito de Ermera«, explicou Miguel Nogueira à Lusa.

Se for aprovada, a proposta espanhola criará uma zona de intervenção rural em continuidade entre as montanhas de Ermera e o litoral dos distritos de Bobonaro e Liquiçá.

A primeira vertente do projecto bilateral espanhol, segundo Francisco Lopez, é a abertura e manutenção de estradas secundárias e rurais.

Outra dimensão é o apoio a culturas nas zonas de altitude, incluindo café, cravinho e espécies florestais, nos moldes do que está a ser feito pela Cooperação Portuguesa em vários distritos.

Uma terceira vertente é o fomento da cultura de coqueiros e cajueiros e de espécies florestais de elevado valor económico, como o sândalo, o pau-rosa, o mogno e a teca, dando continuidade no litoral de Liquiçá a uma intervenção idêntica no litoral de Bobonaro, entre a fronteira de Batugadé e Lóis.

A última área de intervenção, e aquela que vai absorver a maior fatia de fundos, é o desenvolvimento da Várzea de Lóis, uma área de grande fertilidade mas muito pouco explorada, com cerca de oito a dez mil hectares de terrenos.

A integração do projecto espanhol na estratégia portuguesa de um »cluster« de desenvolvimento regional poderá criar um pólo de atracção de população fora de Díli, na zona agrícola de acesso mais fácil à capital, salientaram os dois responsáveis ouvidos pela Lusa.

A coordenação do projecto da Cooperação Espanhola com os programas da Cooperação Portuguesa segue o Código de Conduta aprovado pelos países da União Europeia para optimizar a ajuda ao desenvolvimento prestada pelos Estados membros.

A Cooperação Espanhola está presente em Timor-Leste desde 2001, sobretudo através do apoio a organizações não-governamentais.

A Espanha apoia também com 5,2 milhões de euros um programa de igualdade de género gerido pela UNIFEM.

O projecto de desenvolvimento rural de Liquiçá é, no entanto, o primeiro projecto bilateral proposto pela Cooperação Espanhola, um novo parceiro de Timor-Leste após a assinatura de um convénio entre os dois países em Novembro de 2007.

A visita a Liquiçá e Bobonaro permitiu também dar a conhecer projectos apoiados pela União Europeia e a Alemanha.

Acompanharam a visita responsáveis do ministério da Agricultura e Pescas timorense, do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD), da UE, do GTZ (Alemanha) e de vários outros parceiros de desenvolvimento de Timor-Leste.

Diário Digital / Lusa

Anónimo disse...

Será que Longuinhos vai investigar isto? Claro que não, tal como não investigou as acusações que Reinado fez a Xanana no célebre vídeo.

Anónimo disse...

Muito estranho que, no ataque ao Presidente, os meliantes quase coneguiram seu intento: matá-lo e, no ataque ao Primeiro-Ministro, apesar do intenso tiroteio, este sequer foi atingido. Estranho, não?
(AFS-Brasil)

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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