terça-feira, janeiro 22, 2008

Cabo Verde: País "é principal parceiro da cooperação portuguesa" - João Gomes Cravinho

Cabo Verde: País "é principal parceiro da cooperação portuguesa" - João Gomes Cravinho
2008-01-21 20:33:56

Cidade da Praia, 21 Jan (Lusa) - Cabo Verde é o principal parceiro da cooperação portuguesa, que representa "um volume considerável" de dinheiro, sem contar com a colaboração em termos de recursos humanos, disso hoje o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, João Cravinho.

No primeiro dia de uma visita Cabo Verde, o secretário de Estado português lembrou que na quarta-feira será assinado o programa de cooperação para os próximos quatro anos, de 70 milhões de euros, e que foi recentemente acordado outro financiamento por parte do Ministério das Finanças que ascende a 140 milhões de euros.

A isto acrescenta-se o apoio a nível de pequenos projectos e o apoio técnico dado por Portugal, pelo que, reconheceu o responsável, "é difícil fazer a contabilização de tudo" mas que, quando se fazem contas, "fazem-se sempre pelo mínimo".

A ministra das Finanças de Cabo Verde, Cristina Duarte, assina em Lisboa, no próximo dia 31, um acordo de cooperação técnica entre os dois ministérios das Finanças, segundo o qual Portugal vai dar assistência técnica a todas as direcções-gerais deste ministério cabo-verdiano, estando envolvida uma verba de cerca de dois milhões de euros.

"Nos últimos dois anos a cooperação entre os dois ministérios tem sido muito significativa", disse Cristina Duarte hoje, depois de um encontro com João Cravinho.

Ao nível dos pequenos projectos, João Cravinho presidiu hoje também à cerimónia de entrega de cinco bibliotecas a outros tantos municípios de Cabo Verde, num total de 2.000 livros.

Serão beneficiadas, disse à Lusa o adido cultural da embaixada de Portugal na Cidade da Praia, João Neves, as câmaras de Santa Catarina (Santiago) e do Tarrafal e Ribeira Brava (S. Nicolau), e ainda as escolas de Praia Baixo e Santa Cruz (Santiago).

Paralelamente serão distribuídos centenas de livros escolares, resultado de uma recolha feita pelos alunos do Colégio Militar, em Lisboa.

"Entre o muito que nos une a língua portuguesa está em primeiro lugar", frisou o secretário de Estado português, afirmando que se sente gratificado por saber que, "com este pequeno gesto", milhares de páginas escritas em português serão lidas por jovens e adultos do interior de Cabo Verde.

As cinco bibliotecas contêm livros didácticos, como dicionários, mas também literatura estrangeira traduzida, livros juvenis (Harry Potter, por exemplo), livros infantis e também livros de escritores portugueses.

Já na tarde de hoje João Cravinho se tinha comprometido com a ministra da Educação, Filomena Martins, a apoiar Cabo Verde no ensino do português nas escolas primárias e na revisão curricular a nível do ensino universitário.

FP.

NOTA DE RODAPÉ:

Até há bem pouco tempo, o Secretário de Estado João Cravinho dizia o mesmo de Timor-Leste.

Finalmente assume o afastamento e o desinteresse por Timor-Leste...

3 comentários:

Anónimo disse...

Pois... Descontando o discurso político de ocasião, se isto for mesmo verdade (é só consultar as estatísticas da cooperação portuguesa...), a diminuição da cooperação com Timor é culpa de quem? De Portugal? Huummm!... "Cherchez la femme..." noutro local...
Esta evolução é fruto de um verdadeiro "fartanço" em que os governos estão de verem o dinheiro dos seus contribuintes (a quem têm de prestar contas, lembram-se?!...) mais ou menos mal-baratado por um governo e um PR cuja interpretação do que é o "rule of law" faz arrepiar os cabelos até a um careca!...
Claro que o povo timorense não tem culpa nenhuma mas a verdade é que também não adianta muito estar a despejar milhões e milhões de euros num país em que os benefícios desses euros não chegam, na esmagadora maioria dos casos, a esse mesmo povo. Você, Malai Azul, que conhece as estradas de Timor Leste melhor que quase todos os governantes do país, sabe que isto é verdade... Infelizmente.
E esperem pela pancada: outros países se seguirão... Ó larilólelas!...

Anónimo disse...

Isto que diz o colega Anónimo é bem verdade. Até há pouco tempo, o Ministério NE português dizia que Timor-Leste era o principal destino da cooperação portuguesa.

Mas fazendo fé nestas palavras de JG Cravinho, quer dizer que já não é. Tiremos então as necessárias ilações.

Por outro lado, também é verdade que o maior ou menor êxito da cooperação internacional depende sobretudo da atitude dos responsáveis locais.

Portanto, se Cabo Verde é hoje um país próspero, pacífico, democrático e com qualidade de vida capaz de fazer inveja a qualquer país africano, apesar de não ter petróleo, deve-se à grande determinação do seu povo, muito trabalhador e lutador, e sobretudo à sabedoria dos seus responsáveis políticos, que têm sabido conduzir o país pelo bom caminho.

Que isto seja uma lição para os políticos timorenses, que preferem continuar a alimentar ódios estéreis e a olhar para os seus interesses pessoais, em vez de trabalharem para melhorar as condições de vida do povo.

Anónimo disse...

Se os timorenses não têm culpa, porque não há-de a Cooperação Portuguesa continuar?? Quem mandou aos portugueses ir aportar à ilha?Quem mandou aos portugueses colonizá-los? Quem mandou aos portugueses abandoná-los ao martírio que todos sabemos? Então,será que Portugal não tem a obrigação de continuar a cooperar com Timor?? Será que querem ver de novo aquele povo a ser espezinhado? Ou será que não há gente que queira trabalhar na Cooperação?! Não me parece! Os políticos quando querem tudo conseguem!Por isso Dr. Cravinho, faça o favor de fazer felizes os cooperantes e os timorenses, ok?

Fítun Taci

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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