quarta-feira, outubro 17, 2007

Portugal perde lugares de chefia na UNPOL devido a despacho do Ministro português da Administração Interna

Continua a "entrega" de Timor-Leste à Austrália. Desta vez, um despacho do Ministro português da Administração Interna, que limita a duração de elementos da GNR e da PSP em missões internacionais em um ano, faz com que os elementos destacados em Timor-Leste, alguns dos quais em lugares de chefia não possam continuar as suas missões.

Portugal perde assim os lugares de chefia para... australianos e neo-zelandeses.

Em vez de se usar a experiência no país, os contactos e a confiança adquirida, estes polícias e militares (no caso da GNR não são elementos do sub-agrupamento Bravo, mas assessores junto da UNPOL), mandam-se regressar.

Portugal perde. Timor-Leste perde.

Apetece dizer, cambada de idiotas...

3 comentários:

Anónimo disse...

Acho que, basicamente, os pressupostos para que um funcionário do Estado possa exercer funções em comissão de serviço no estrangeiro são os seguintes:
a) é a vantagem que esse funcionário pode transmitir aos seus colegas quando regressa ao lugar de origem, a qual é baseada numa diferente experiência, justamente adquirida em contacto com uma realidade que lhe é estranha.
b) A tradução que esse funcionário faz do interesse de Portugal em se afirmar no quadro internacional.
No caso vertente, os funcionários (UNPOL) vão-se mantendo no lugar (há anos) porque “não levantam ondas”. São bons rapazes, cumpridores, obedientes, dedicados e não dão escândalo.
Só que:
1) É bom não esquecer que o funcionário está a ganhar dois salários (o de origem) e o da missão.
2) Perderam o contacto com a realidade portuguesa, pelo que não têm qualquer utilidade ao sistema orgânico de origem, já que não transmitem a sua experiência aos colegas.
3) Não servem de “ponta-de-lança” aos interesses portugueses porque não se afirmam com receio de perder o lugar.
Assim, nenhuma missão deve ultrapassar um ano sob pena do funcionário perder o contacto com o seu lugar de origem (em Portugal) e não ter qualquer utilidade para o sistema e constituir um peso para o erário público.

O que há que fazer é substitur essas pessoas por outras mais ou tanto qualificadas.

Malai Azul 2 disse...

Em primeiro lugar, não é por estar um ano fora que se perde a realidade do sistema português.

Depois, não se "substituiem" pessoas nas entidades internacionais por outras para os mesmos lugares. A fila anda...

Portugal queixa-se da sua fraca presença nos organismos internacionais, mas depois, devido às "invejazinhas" institucionais, acaba por perder lugares importantes que passam para outros países.

E se assim fosse, os outros países europeus, também teriam esta política cega de rotatividade.

Ou será que Portugal inventa a roda?

Anónimo disse...

mais a mais, trata-se de uma situacao especifica, e refiro-me a elementos das forcas (desculpem, nao tenho teclado pt) portuguesas que sao totalmente conhecedores de uma situacao de seguranca muito complexa e que se encontra neste preciso momento em investigacao. seria fundamental manter determinadas pessoas (sao 5 os elementos a que me refiro) para que o trabalho de portugal na cooperacao para o desenvolvimento de timor (sim, a paz e a seguranaca tambem sao desenvolvimento) desse um passo bem importante no bom caminho.
as desculpas burocraticas neste caso so confirmam a incompetencia da cooperacao portuguesa....

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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