quarta-feira, maio 02, 2007

Ramos Horta junta apoiantes para prevenir manipulações



Díli, 02 Mai (Lusa) - O candidato às presidenciais timorenses José Ramos Horta reuniu-se hoje com vários líderes políticos, personalidades e ex-adversários para definir procedimentos de segurança para evitar "manipulações" na segunda volta das eleições.

Sublinhando "não querer fazer acusações a ninguém" directamente Ramos Horta disse ter conhecimento, por relatos que lhe vão chegando, de "falcatruas ao nível do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral" (STAE) e de "outras manipulações".

Ramos Horta, que está a disputar a segunda volta das presidenciais timorenses com o candidato da Fretilin Francisco Guterres "Lu Olo", reconheceu que algumas queixas não têm fundamento mas "são casos para levar a sério" se se quer levar a sério as eleições, disse, incluindo nos casos a ter em conta "ameaças à população com violência física que continuam a decorrer em vários locais do país".

Perante as dúvidas e receios dos apoiantes de Ramos Horta, o grupo que hoje esteve reunido em casa do candidato - e que incluiu o líder do PSD e antigo governador de Timor-Leste Mário Carrascalão ou o ex-candidato às presidências e líder da UDT João Carrascalão - acordaram em espalhar-se pelo país no dia da votação e permanecer nos diversos distritos até ao final da contagem dos votos.

Os distritos de Viqueque, Los Palos e Baucau são, para Ramos Horta, os mais complicados onde os relatos de actuação de "extremistas e até de agentes da polícia" com ameaças à população obrigam a maior atenção.

O candidato - que à semelhança de todos os cidadãos timorenses pode votar em qualquer uma das 705 mesas de voto do país, vai exercer o seu direito em Baucau, seguindo depois para Viqueque onde vai percorrer várias aldeias em contactos com a população.

Ramos Horta ficará em Viqueque até à contagem final dos votos e se "assegurar que a UNPOL e as forças internacionais estão ali para dar protecção à população".

Instado pela agência Lusa a comentar as afirmações do seu adversário, que comparou a sua actuação à de Suharto, que escolhia quem deveria ser ou não investigado pelas autoridades, tal como considera que Ramos Horta está a fazer no processo do major Alfredo Reinado e de Vicente da Conceição Railós, o prémio Nobel da Paz ignorou a acusação e reafirmou que prefere o diálogo à violência.

Ramos Horta sustentou que no caso do major Alfredo Reinado sempre "defendeu a via do diálogo" para a resolução do caso e recordou existir uma carta do advogado do militar a abrir um porta para conversações, enquanto que no caso de Railós lembrou que foi ele quem denunciou a distribuição ilegal de armas que levariam o antigo ministro Rogério Lobato a sentar-se no banco dos réus e a ser condenado.

"Se ele (Lu Olo) prefere a violência é uma prorrogativa dele e ele que diga publicamente que prefere lidar com esses casos pela via da violência", afirmou Ramos Horta, salientando também que Vicente Railós entregou as armas que possuía em cerimónia pública e que tem um caso pendente na Procuradoria que cabe ao Procurador tomar as decisões que entender.

A segunda volta das presidenciais timorenses realiza-se a 09 de Maio e a tomada de posse do novo chefe de Estado está prevista para o dia 20.
JCS-Lusa/fim

5 comentários:

Anónimo disse...

“acordaram em espalhar-se pelo país no dia da votação e permanecer nos diversos distritos até ao final da contagem dos votos”.???!!!

Haja alguém que lhes explique que a maneira mais produtiva para fiscalizarem é nomearem delegados para as Estações de Voto, e lembrem-lhes ainda que há prazos que têm de cumprir, para não fazerem a figura da Lúcia Lobato que deixou passar os prazos e depois veio fazer a lamúria habitual. Ou será que afinal o problema da candidatura do Horta é só terem generais e faltarem-lhe os soldados? Mesmo havendo pouco mais há de 700 Estações de Voto no país…?

Anónimo disse...

“acordaram em espalhar-se pelo país no dia da votação e permanecer nos diversos distritos até ao final da contagem dos votos”.???!!!

Haja alguém que lhes explique que a maneira mais produtiva para fiscalizarem é nomearem delegados para as Estações de Voto, e lembrem-lhes ainda que há prazos que têm de cumprir, para não fazerem a figura da Lúcia Lobato que deixou passar os prazos e depois veio fazer a lamúria habitual. Ou será que afinal o problema da candidatura do Horta é só terem generais e faltarem-lhe os soldados? Mesmo havendo pouco mais há de 700 Estações de Voto no país…?

Anónimo disse...

A cerca de uma semana da eleição, RH já vislumbra "falcatruas" várias. Será para justificar um possível desaire?

Quanto à afirmação de que prefere o diálogo à violência, é pena RH não ter dito isso há mais tempo, porque nesse caso Rogério Lobato deveria ter feito o mesmo que Reinado: fugir para escapar à "violência".

Violência é um 1º Ministro não eleito, escolhido pelo Presidente e candidato a sucessor daquele que o escolheu proferir tamanhas alarvidades irresponsáveis. Quem é que vai cumprir a Lei em Timor-Leste depois de ler ou ouvir tais palavras de RH? A partir de agora, qualquer ladrão, violador ou assassino pode fugir à Justiça, tendo a certeza de que não será preso nem procurado.

Chama-se a isto "diálogo".

Pobre Timor...

Anónimo disse...

Mas afinal quem eh que manipula neste pais? Apresentando como sendo da Fretilin enquanto ha um candidato da FRetilin, nao eh manipulacao? Vai mas eh deitar areia aos olhos dos outros continuando a enganar-lhes fazendo-se passar por aquilo que verdadeiramente nao eh! Ha gente em Timor que quer 'brilhar' como o Luis XIV!!

Anónimo disse...

RAMOS HORTRA USA A PRESENCA DELE JUNTO AOS VOTANTES DA LESTE COMO UMA INTIMIDACAO.
ISTO NAO E UMA MANEIRA CORRETA DE UM PREMIO NOBLE DE PAZ,
E ASSIM QUE SONHAS A SER O SECRETARIO GERAL DAS NACOENS UNIDAS?
QUANDO AS GALINHAS TIVEREM DENTES.
O MUNDO TODO JA CONHECE A TUA MENTIRA.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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