segunda-feira, fevereiro 26, 2007

"Reinado passou dos limites", declara Presidente Xanana

Díli, 26 Fev (Lusa) - O Presidente de Timor-Leste, Xanana Gusmão, anunciou hoje que autorizou uma operação de captura do major Alfredo Reinado, depois de constatar que o militar fugitivo "passou dos limites".

Alfredo Reinado, que fugiu de uma prisão em Díli em 30 de Agosto de 2006, assaltou no domingo três postos da polícia de fronteiras no Sudoeste do país.

Numa comunicação ao país a ser transmitida esta noite pela televisão timorense, o Presidente da República refere que Alfredo Reinado e o seu grupo levaram 25 armas e uniformes de postos policiais no distrito de Maliana.

"Hoje de manhã, reuni-me com o primeiro-ministro, com o representante especial do secretário-geral da ONU, o brigadeiro Rerden, para analisar a situação do Alfredo, e a estupidez que ele fez ontem", declarou Xanana Gusmão, referindo a reunião de emergência com José Ramos-Horta, Atul Khare e o comandante das Forças de Estabilização Internacionais (ISF).

"Como Presidente da República e comandante das Forças Armadas", Xanana Gusmão afirmou que "todo foi feito" para resolver o caso Alfredo Reinado "por meios pacíficos" e evitando a "solução militar".

"Alfredo aproveitou-se sempre da situação para manipular", dizendo "hoje uma coisa e amanhã outra", e o Presidente da República considera que o militar "não é consistente com o que diz".

Alfredo Reinado, ex-comandante da Polícia Militar, foi uma das figuras centrais na crise política e militar de Abril e Maio de 2006. Foi detido em Julho na posse ilegal de material de guerra, durante uma operação de busca a três residências em Díli.

Há três semanas, o procurador-geral da República, Longuinhos Monteiro, chegou a acordo com Alfredo Reinado para que ele respondesse pela morte de um soldado das F- FDTL a 23 de Maio e pela posse ilegal de armas.

PRM Lusa/Fim

7 comentários:

Anónimo disse...

TIMOR-LESTE

Ataque do major Reinado motiva caça ao homem

Numa altura em que os timorenses se preparam para escolher, em Abril, um novo presidente, o espectro da violência volta a pairar sobre o país. O antigo comandante da Polícia Militar de Díli assaltou a esquadra de Maliana, roubando as armas que lá se encontravam. Ao DN, a embaixadora Pascoela Barreto não esconde a sua preocupação: "O que está por detrás disto?"



Uma verdadeira caça ao homem foi lançada, ontem, em Timor-Leste, depois de forças do major Alfredo Reinado terem assaltado um posto da policia em Maliana, a sudoeste de Díli, perto da fronteira com a Indonésia, roubando armas que lá se encontravam. Isto numa altura em que, na frente política, o actual primeiro-ministro timorense e Prémio Nobel da Paz, José Ramos-Horta, acaba de oficializar a candidatura à Presidência da República (ver caixa).
Nesta operação estão envolvidas forças timorenses e também militares australianos e neozelandeses das Forças de Estabilização Internacionais (ISF), sem que se perceba, ainda, se estão a funcionar em sintonia ou de forma independente.
"Não houve confrontos nem resistência", afirmou à agência Lusa a comissária Mónica Rodrigues, porta-voz da Policia das Nações Unidas (UNPo1). O que pode ser justificado pelo facto de as forças policiais terem sido literalmente surpreendidas pelos homens do major Reinado ou, em alternativa, pela dimensão do ataque perpetrado no posto Junction Point Charlie, em Tonubibi, Maliana, dado que os assaltantes estavam fortemenfe armados. Mais: o major terá dito que precisava das armas "para defender o país". Um país que, a 9 de Abril, será chamado às urnas para a primeira volta das presidenciais.
A comprovar a volatilidade da situação - na sexta-feira registaram-se confrontos entre homens munidos de setas metálicas e soldados australianos armados, que resultaram na morte de dois timorenses -, as Nações Unidas decidiram prolongar por mais um ano, até Fevereiro de 2008, a sua missão em Timor-Leste (UNMIT), cujo mandato expiraria ontem.
A tensão adensa-se. Os australianos, que não hesitam em disparar, se necessário - como terá acontecido num campo de deslocados junto ao aeroporto de Díli -, estão conscientes da possibilidade de novos ataques. E os indonésios intensificam as operações de vigilância junto à fronteira.
Este é mais um episódio da saga de Reinado, ex-comandante da Polícia Militar, com contornos violentos e estranhos, que inquieta sobremaneira os timorenses, como afirma, em entrevista ao DN, a embaixadora Pascoela Barreto. No fundo, está em causa perceber porque é que Reinado, que passou de polícia a bandido, figura marcante da crise político-militar que abalou Timor em Abril, Maio de 2006, permanece livre. Uma situação tanto mais enigmática quanto se sabe que Reinado e o procurador-geral da República timorense, Longuinhos Monteiro, terão assinado, há três semanas, em Gleno, um "acordo explícito", nos termos do qual o foragido se comprometia a prestar contas à justiça, como revelou, no sábado, Ramos-Horta à Lusa.
No blogue Timor Online, por exemplo, dá-se conta desta estupefacção: "A PNTL (Polícia Nacional de Timor-Leste) em Maliana está sozinha ou quantos UNPo1 estão lá?"
Em Arouca, onde está de visita, o bispo D. Ximenes Belo, administrador apostólico emérito de Díli, disse: "Rezo pelo meu país."


Ramos-Horta oficializa candidatura presidencial

O primeiro-ministro timorense, e Prémio Nobel da Paz, José Ramos-Horta, fez ontem em Laga o anúncio formal e oficial da sua candidatura às eleições presidenciais de Abril: "Hoje [ontem], aqui, nesta terra de Laga, anuncio a todo o povo de Timor-Leste, lorosae e loromu, tasifetu e tasimane, e ao resto do mundo, a minha candidatura a presidente da República." José Ramos-Horta referia-se aos quatro pontos cardeais da geografia timorense: Lorosae, o Leste e o seu povo; Loromu, o povo do Oeste do país; Tasifetu, literalmente "o mar mulher", na costa norte; Tasimane, "o mar homem"", da bravia costa sul. Estas categorias, sobretudo a suposta divisão entre lorosaes e loromus, têm sido o pretexto e o contexto de violência e tensão em Timor, desde o início de 2006. Foi contra uma alegada discriminação étnica que cerca de 600 militares das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste assinaram, há quase um ano, uma petição ao actual Presidente, Xanana Gusmão, e às chefias militares, lançando as bases de uma crise que rebentaria em finais de Abril. Vários mortos e algumas detenções depois, José Ramos-Horta deixou ontem uma mensagem clara sobre o assunto ao abandonar Laga - como relatou o correspondente da Lusa, Pedro Rosa Mendes -, afirmando, em tétum, que "Timor é um ou uno".


Seis perguntas a… Pascoela Barreto – Embaixadora de Timor
“Urge repor a autoridade do Estado”

Que análise faz da situação?
Estou muito preocupada com as notícias dos últimos dias, dando conta de que a violência tem vindo a aumentar. Houve um assalto à polícia em Maliana e roubaram armas. Porquê? As pessoas pensam logo em grupos armados fora do controlo das forças de segurança. Todos nos questionamos por que razão o grupo de Reinado está em liberdade, continua a monte. O que está por detrás disto? Por que razão a violência começa a subir de tom? Urge repor a autoridade do Estado e das instituições.

A quem aproveita a violência?
Àqueles a quem a desestabilização interessa para reinarem.

A comunidade internacional esqueceu Timor?
Não. Ainda há simpatia e apoio internacionais. Mas estas eleições podem ser determinantes, pois é sabido que há muitos problemas no mundo, como no Iraque, no Sudão, na antiga Jugoslávia... Temos consciência disso.
E Portugal?
Portugal tem estado sempre presente em todas as situações. Ainda recentemente foi aprovado o envio de mais forças da GNR. Tem sido o maior doador em termos bilaterais e, mesmo, multilaterais. Também vai enviar observadores para as eleições, como, aliás, a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Que pensa da candidatura de Ramos-Horta à Presidência?
Faz parte da aprendizagem da democracia a apresentação de candidaturas por quem se sente capaz de dirigir o país.

É um ciclo que se fecha?
Sim, mas esta fase não será menos difícil do que a luta armada.

Fonte:
Diário de Notícia
26-02-2007
pag. 11
Autor: Cadi Fernandes

Anónimo disse...

E de quem e a culpa senhor Presidente? Voce exigiu a demissao de Mari Alkatiri baseando-se naquilo que viu num video cassete!
Sera que V.Exa nao viu o outro video cassete que mostra o Reinado a disparar contra as tropas de Timor Leste? Ou o Senhor so ve o que quer?
O Reinado ja devia ter sido capturado logo apos a fuga da prisao. Nao o fizeram porque o Sr andava aos beijinhos com ele assim como fez com o Wiranto. Desculpe mas voce mete nojo e devia resignar imediatamente para o bem da Nacao!
Ze Cinico

Anónimo disse...

Esse Presidente deve julgar que os outros são todos atrasados mentais e que não sabem somar dois mais dois.
Mas que fiteiro!
Só falta pôr-se a lacrimejar pelo poooovoooooo deeee tiiimooorrrrr!
Arre, que é demais!

Anónimo disse...

Esse senhor Reinado há muito que passou dos limites.
Mas a responsabilidade política do que se está a passar é também do Presidente Xanana e de Ramos Horta. Eles têm que ser politicamente responsabilizados pelos erros políticos que vêem cometendo desde Abril/Maio de 2006.Onde devia ter havia firmeza houve diálogo ilimitado. Onde devia ter sido imposto o respeito pela autoridade, pela ordem e pela lei (e então sim, dialogar)foi permitido a anarquia e depois queriam dialogar... E, sem querer, admito (mas também com a arrogância de não saber), deram força e ânimo ao bandoleiro. E agora?
Ramos Horta ainda o outro dia dizia que o Procurador Geral da República LOnguinhos Monteiro e Alfredo REinado assinaram em Gleno um acordo explícito para resolver a situação!!! Que tamanha irresponsabilidade. Que erro tremendo!Constava do acordo o assalto ao posto da polícia de Maliana? Todos nos lembramos da primeira dama esposa de Xanana a defender esse senhor Reinado na Austrália!!"Que ele foi o primeiro a denunciar as irregularidades que se passavam no exército". Ele vê-se o calibre do bandido!!Ele vê-se como Reinado é um militar disciplinado e cumpridor da lei e da ordem!Em que país do mundo isto aconteceria? Em Singapura? Na Austrália? Nos Estados Unidos da América? Nem pensar. Nos países a sério os delinquentes são detidos e conservados na prisão e julgados num tribunal independente dio poder político.Em timor nem são detidos, e os que estão detidos saem da prisão. E nada acontece... Não se assinam acordos com bandidos. É esta a estratégia que propõem para o país para se proporem ganhar as próximas eleições presidenciais e legislativas?!!Deus nos livre e guarde de tal parceria:Xanana e Ramos Horta. É a receita para o desastre! Mas que irresponsabilidade...Politicamente Xanana e Ramos Horta são os responsáveis elo que está agora a acontecer (pela fuga de Reinado da prisão em Agosto de 2006, pela tentativa de acordo em Gleno, pela intimnidação de comícios políticos que foi impunemente permitida, pelo assalto à esquadra de polícia de Maliana, pela fuga de mais prisioneiros da cadeia, e Deus sabe o que ainda virá...). Num país a sério isso era mais do que suficiente para pedir a demissão de Xanana e Ramos Horta. Mas como timor Leste é um país a brincar, o improvável acontece!E o primeiro ministro com cerca de oito meses no cargo, sai para se candidatar a presidente...Mas ramos horta é o ausente mesmo (não ia às reuniões do conselho de ministros quando era ministro dos negócios estrangeiros, passava longas temporadas no exterior, desde que é primeiro ministro já fez mais de meia dúzia de viagens ao exterior (em menos de oito meses... e agora quer ir para o palácio das cinzas: Cinzas megator de Timor Leste, só se for!

Anónimo disse...

Ainda mais uma referência sobre os LAW do Reinado: http://world.guns.ru/grenade/gl12-e.htm

Anónimo disse...

Como é possivel um Presidente da repúlica autorizar a captura de quem quer que seja???

Então não existem Tribunais em Timor???

Ou será que Xanana deixou a boca fugir para a verdade e agora já vai autorizar o seu "empregado" Longuinhos Monteiro, que dizem é Procurador Geral a fazer de conta que caça o homem???

Anónimo disse...

Bocas, bocas e mais bocas so isto que saibam fazer, nada mais. So sabem falar mal dos outros e puxar a brasa aos vossos peixes.

Mereciam de estar aqui em Timor para ver e sofrer com a realidade desde a Independencia ate agora.

Deixe o Xanana e o Ramos Horta em paz. O povo ha-de decidir quem sera melhor para governar Timor.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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