terça-feira, janeiro 16, 2007

Admitida candidatura presidencial do bispo resignatário Ximenes Belo

Público
16 de Janeiro de 2007

Em Timor-Leste, alguns sectores católicos admitem a hipótese de uma candidatura presidencial do bispo resignatário de Díli, Carlos Filipe Ximenes Belo (na foto), mas ontem o líder do Grupo Mudança (facção contestatária da Fretilin), Vicente Ximenes Maubosy, avançava outras hipóteses, como o primeiro-ministro, José Ramos-Horta.

O chefe do Governo, que em 1996 partilhou o Nobel da Paz com Ximenes Belo, sugerira recentemente o nome do chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa, Taur Matan Ruak, que aliás já fora também referido na imprensa australiana.

Estando ainda por definir uma data das eleições para a sucessão de Xanana Gusmão, que em princípio deverá recair em Abril, as mais diversas sugestões que têm aparecido na imprensa local incluem ainda o ministro dos Negócios Estrangeiros, José Luís Guterres, e o líder do Partido Social Democrata, Mário Viegas Carrascalão, que governou o território, de 1983 a 1992, em nome da Indonésia.

http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2007&m=01&d=16&uid=&id=116882&sid=12948

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9 comentários:

Anónimo disse...

Os senhores deputados não têm vergonha?

O Parlamento Nacional está muito preocupado com o futuro.
Não, não fui suficientemente clara e vou refazer a frase: O Parlamento Nacional está muito preocupado com o futuro deles, dos deputados e de outros titulares de cargos políticos.
Nas suas mentes devem bailar alternadamente os ditos sobre que “o futuro a Deus pertence” mas ““homem prevenido vale por dois”.
E porque não há nada como cada qual precaver-se, o Parlamento Nacional - que resultou da transformação instântanea de Assembleia Constituinte em Parlamento Nacional -, consciente de que ainda não tem mão no porvir, tão preocupado que está com os dias que aí vêm podendo ensombrar os dias sempre luminosos da classe política, deitou mãos ao trabalho!
Os deputados têm suado as estopinhas, têm-se esforçado dia e noite para poderem descansar quando acabar esta legislatura! Trabalhar cansa, pois claro...
Por outro lado, todos sabem o sacríficio que representa ter de estar no Poder – que enfado, as luzes da ribalta, o nome nos jornais! Que canseira! - não ignorando ninguém que a coisa pública/política exige muito trabalho, muito esforço, algumas sestas não dormidas e outras tantas sextas-feiras a trabalhar até ao fim da tarde!
Eles pensam que merecem o melhor. E se merecem porque não trabalhar seriamente e muito profundamente sobre uma lei que cuide do seu futuro, dos seus privilégios?
O povo deve compreender que os deputados se têm desdobrado para resolver os seus problemas.
O povo sabe que eles são os seu representantes, a sua voz. Por isso, com certeza comprenderá que, deputados e órgãos de soberania, resultando de um conceito muito específico de Povo, são especiais, são diferentes do resto do povo timorense... essa sofrida mole imensa, gente indistinta que, contudo, tem o dever de compreender o porquê das coisas.
O povo tem obrigação de saber qual a razão pela qual o Parlamento trabalhou tanto, gastou tanta energia eléctrica para manter o hemiciclo fresco com os aparelhos de ar condicionado enquanto eles, os do povo, vendiam cordas de mangas, ananases e legumes na rua ou o homem do cancu passa dias inteiros com água atè à cintura tratando da horta pantanosa para ganhar um ou dois dólares por dia...
Claro que faltava energia horas a fio em bairros inteiros tal como é claro que era preciso aos senhores deputados ter as melhores condições para poderem produzir a melhor lei em defesa dos seus próprios interesses!
O povo sabe que eles já foram a Portugal, ao Brasil, à China, à Indonésia, aos EUA, a muitos países da União Europeia, ao Japão e alguns até a Cuba, a Taiwan, etc, etc, para aprender, sofrendo com o jet lag, com os fusos horários que lhes deram cabo de muitas horas de sono para além da hora da sesta! Tudo em nome do povo! Coitados dos deputados...
O povo também sabe que os deputados podem importar um veículo sem pagar os impostos que paga o resto do povo que os elegeu. É um privilégio pequeno, pois é...
E sempre em nome do povo, eles, os titulares de cargos públicos e políticos, irão prestar-se para ser as “cobaias” do doloroso “projecto piloto” que está agora em debate na Universidade Nacional. A ver se as pessoas se esclarecem, se entendem e se sensibilizam com a necessidade inadiável e a urgência da lei que tem de ser aprovada já, porque eles, os deputados e outros titulares de cargos públicos e políticos estão esgotados e merecem ter um resto de vida muito descansado!
Daqui a um 20, 30 anos, depois dos senhores deputados e outros titulares de cargos públicos e políticos terem interiorizado as mordomias, os privilégios, então será altura de pensar no resto do povo timorense. Agora, não!
Agora, a atribuição de reforma vitalícia é só para eles, os insignes deputados e outros titulares de cargos públicos e políticos. É para isso que os timorenses – os 10 por cento que trabalham – descontam mensalmente se ganharem mais de 100 USD. Os outros 90 por cento, de todos os escalões etários, os que não trabalham, esperem que haja emprego! Até porque Timor é o país mais pobre da Ásia e não faz sentido pensar agora em atribuir qualquer tipo de benefício ao povo...
E estamos em crise. Ou não estamos?
Agora, quem precisa são eles, os deputados e os outros titulares de cargos públicos/políticos. Que também precisam de ter carro, casa, telemóvel. Porque “trabalharam” para o povo, pelo povo e devem ser recompensados.
O resto do povo sofre? Que importa! Eles ficarão bem!
O resto do povo não tem emprego? Que importa! Eles têm a sobrevivência garantida!
O povo não sabe bem o que é a segurança social? Ainda bem para não exigir nada...
Quem trabalha também quer ter direito a reforma ? Um dia mais tarde, muito mais tarde, lá para as calendas... agora, não, que é altura de, sacrificadamente, “ajudar a reconstruir a Nação”.
Dizem os jornais que esta lei serve para engordar os deputados enquanto o povo sofre, os refugiados apodrecem nos campos e correm o risco de ficar sem ajuda do Governo. Dizem os jornais que é uma lei imoral. Contrariamente, pensam os deputados que se julgam merecedores de recompensa!
Por muito que pareça ficção, estou a falar de Timor-Leste e da legislação que prevê a atribuição de reforma vitalícia aos deputados e a outros titulares de cargos públicos/políticos, a quem não deve faltar casa, carro e telemóvel.
Os deputados, estes deputados, foram eleitos pelo povo para a Assembleia Constituinte o que não deixa de ser bizarro porque escreveram uma Constituição tão profusamente rica em “povo” mas esqueceram-se dele muito depressa!
A pobreza é extrema, o povo vive na miséria, a mortalidade infantil é altíssima, as crianças trabalham, as crianças viraram pedintes e dormem na rua, as pessoas passam fome e muitos não têm casa, os idosos dependem inteiramente dos familiares, não há emprego, os jovens não têm objectivos num país em crise: crise de valores, crise económica, crise social, crise política, crise militar...
Mas os deputados e outros detentores de cargos públicos e políticos vão ficar bem, muito bem! Cuidaram muito bem deles e atribuem-se direitos e privilégios com que outros timorenses nem se atrevem a sonhar!
Apetece-me perguntar: senhores deputados e outros senhores titulares de cargos públicos e políticos, os senhores não têm vergonha?

Angela Carrascalão Segunda-feira, Janeiro 15, 2007 | Permalink | 2 comments

Anónimo disse...

Porque o Bispo Belo? O melhor e trazer o Papa! Assim vem o Banco do Vaticano tambem, completo com a sua Mafiosi!
Ze Cinico

Anónimo disse...

Gusmao to run for parliament, but not president
Mark Dodd
January 17, 2007

EAST Timorese President Xanana Gusmao will not recontest presidential elections scheduled for April but is expected to run for parliament.
The former resistance leader took office in 2002 as the country's first democratically elected president after a quarter of century of Indonesian occupation.
Senior East Timorese political leaders have said for some time that Mr Gusmao was unlikely to stand for re-election, but yesterday a reliable diplomatic source close to the presidency said his plans involved standing for parliament.

"Xanana is considering running for national parliament, either with a group of parties or a new party," the source said. "He feels he still wants to contribute to democracy and the wellbeing of the country and one way to do that is through the parliament and not necessarily by having a second term as president."

The Australian understands Fretilin wants a former supporter of integration with Indonesia, Abilio Araujo, a founder of the Timorese Nationalist Party, to run in the April elections.

A virtual political unknown, he is regarded as an outside chance.

But a presidential vacancy would pave the way for current interim Prime Minister Jose Ramos Horta, a Nobel peace laureate and warmly regarded by the Australian Government.

It is understood that Mr Gusmao was hurt by accusations from a UN inquiry of unwarranted political interference in his handling of last year's violence.

Mr Gusmao, 60, has previously signalled support for East Timor's opposition Democratic Party.

He is no friend of the ruling Fretilin, which is still seething at his role in forcing the resignation of prime minister Mari Alkatiri on June 26 over allegations he helped arm a political hit squad to liquidate political opponents.

Mr Gusmao is best known for his leadership of Fretilin's military wing, Falintil. He assumed command of the guerilla movement in 1978 after the assassination by Indonesian forces of his predecessor, Nicolau Lobato.

In November 1992, Mr Gusmao was arrested in Dili by Indonesian authorities and sentenced the following year to life imprisonment. While in Jakarta's Cipinang Prison, he met his future second wife, Australian aid worker and independence activist Kirsty Sword.

After East Timor voted overwhelmingly for independence from Indonesia in a bloody UN-brokered referendum on August 30, 1999, Mr Gusmao was released and returned from exile to a hero's welcome in Dili.

Anónimo disse...

Preocupante o comentário de Angela Carrascalão. Se os deputados caminharem de costas para as necessidades da população, a independência de TL será para poucos. Espero que os deputados de TL não tenham se espelhado no comportamento ético do parlamento brasileiro!
A população deve responder a altura.
Alfredo
Brasil

Anónimo disse...

Ze Cinico, apresenta argumentos validos e nao venhas apenas com estes ditos que so revelam a baixeza do teu espirito!...

Cresce, rapaz!...

Anónimo disse...

O bispo resignatario Ximenes Belo foi uma das pessoas que mais trabalharam em defesa dos direitos fundamentais do povo timorense, durante a ocupacao indonesia e o facto de timorenses incluirem o seu nome na lista dos possiveis candidatos nada tem a ver com o Vaticano.

De resto jah deu provas de dedicacao ao povo de Timor Leste durante os anos dificeis da ocupacao indonesia, trabalhando como bispo e sobretudo como timorense em prol dos seus conterraneos.

Mas a verdade eh que, como ele proprio declarou em 2004, por motivos de saude, nao pretende candidatar-se. Todos os timorenses tem o direito de avancarem nomes dos seus conterraneos que acham qualificados para o cargo.

Nesta linha de pensamento, acho desarrazoado o comentario do Ze Cinico.

Anónimo disse...

O nome do bispo resignatario Ximenes Belo como um dos candidatos a PR nnao deve ser interpretado como intromissao do Vaticano. Mas apenas opiniao dos que vem nele um timorense valido que ja fez muito pelos seus conterraneos.

Anónimo disse...

Se o Bispo Belo fez o que fez por Timor durante a ocupacao da Indonesia, era a sua obrigacao e a obrigacao da Igreja Catolica.
O que nao entendo e a razao porque ele "pirou-se" tao rapido de Timor-Leste, quando Timor necessitava mais dele. Havera algo de sinistro por traz deste "piranco"?
E desde quando e que misturamos a Igreja com a Politica?
O Bispo Belo escolheu o caminho da Batina com Deus e assim deve continuar! Os que escolheram o caminho da Politica com o Diabo, assim tambem o devem continuar.
Ja tivemos um Primeiro Ministro Mulculmano num pais de 99.9% de catolicos e de certeza que nao precisamos de um homem com Batina como Presidente da Republica.
Igreja e Politica nao se deve misturar, pois se o fizerem o resultado sera desastrozo.
Ze Cinico

Anónimo disse...

Muitos Timorenses tambem viram no Xananas um timorense valido e que fez muito pelos seus conterraneos.
Depois de tornar-se Presidente da Republica na realidade fez muito pelos Australianos. Eu acho melhor o Joao Carrascalao para Presidente, pois ele fara muito para os seus proprios bolsos.
Antonio Cunhete

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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