quinta-feira, agosto 03, 2006

Oposição dividida na apreciação programa de governo de Ramos-Horta

Por Eduardo Lobão, da Agência Lusa Díli, 02 Ago (Lusa) - A divisão da oposição foi o destaque do debate e aprovação no parlamento do programa do II Governo Constitucional, que segundo o primeiro-ministro José Ramos-Horta segue a mesma base política e linha programática do anterior executivo.
Apoiado na confortável maioria parlamentar detida pela FRETILIN - que elegeu 55 dos 88 deputados que integram o Parlamento Nacional -, o governo de Ramos-Horta viu o seu programa aprovado com apenas dois votos contra e uma abstenção, entre os 71 parlamentares presentes na votação, realizada terça-feira à tarde (hora local).
Ramos-Horta apresentou um programa mínimo que visa levar o país até às eleições legislativas e presidenciais de 2007, num mandato de apenas nove meses.
No seu programa, o governo soube explorar as contradições da oposição, acentuando a necessidade da reconciliação comunitária e o combate à pobreza.
"Como as medidas preconizadas pelo primeiro-ministro vão ao encontro das nossas preocupações, como sejam o apoio à juventude, a reconciliação e a defesa do reforço do relacionamento com a Igreja Católica, não tivemos dúvidas em votar a favor", disse à Lusa Mariano Sabino, dirigente do Partido Democrático, a segunda maior força partidária representada, com sete deputados eleitos.
O facto do Partido Social Democrata, terceira maior força, com cinco deputados efectivos, e com quem o PD está em negociações para a realização de um acordo de incidência governativa pós-eleitoral, ter abandonado o Parlamento, não participando no debate e na votação, não é significativo para Mariano Sabino.
"Cada partido tem a sua estratégia. Continuamos a trabalhar num acordo pós-eleitoral. Consideramos que cada partido deve concorrer sozinho para saber quanto vale", considerou.
João Gonçalves, deputado do PSD, justificou a ausência nos debates e na votação com a "ilegitimidade" do II Governo Constitucional.
"Temos vindo a questionar a legitimidade do governo. Por isso não participámos no debate e na votação", explicou.
Aquando da posse de Ramos-Horta como primeiro-ministro, a 10 de Julho, Mário Carrascalão, presidente do PSD, criticou em declarações à Lusa a decisão do Presidente Xanana Gusmão em ter optado pela formação de um novo executivo, em vez de antecipar as eleições.
"Anunciou um governo constitucional, que resultou de negociações com um grupo que ele (Xanana Gusmão) disse ser ilegítimo, enquanto representante da FRETILIN. Se a direcção da FRETILIN é ilegítima, como ele o afirmou na mensagem à nação, quaisquer actos deste grupo são ilegais", vincou.
Mário Carrascalão referia-se à alegada ilegitimidade da actual direcção da FRETILIN, eleita em congresso pelo método de braço no ar, facto denunciado por Xanana Gusmão na mensagem que dirigiu à nação, a 22 de Junho.
O acordo pós-eleitoral deverá incluir também a Associação Social- Democrata Timorense (ASDT, seis deputados), que seguiu o PD na aprovação do programa apresentado por Ramos-Horta.
Os votos contra vieram da bancada do Klibur Oan Timor Aswain (KOTA), enquanto a abstenção foi do único deputado da União Democrata Cristã-Partido Democrata Cristão (UDC/PDC).
O combate à pobreza e a preparação de eleições dentro de nove meses são os principais pontos do programa do governo.
Tendo pela frente cerca de nove meses de governação, Ramos-Horta fixou no seu discurso oito áreas prioritárias de actuação: reconciliação, consolidação da segurança, reforma das instituições da defesa e segurança, eleições legislativas e presidenciais, redução da pobreza, crescimento económico e a boa governação.
O desenvolvimento e consolidação das relações com os países amigos, de que destacou Portugal, Indonésia e a Austrália, a finalização da demarcação da fronteira terrestre com a Indonésia, e a ratificação do acordo sobre a exploração petrolífera conjunta com a Austrália, do campo "Greater Sunrise", são as restantes áreas prioritárias de actuação.
Durante o debate, o primeiro-ministro timorense José Ramos-Horta evocou os receios que persistem entre a população deslocada de Díli em regressar às respectivas áreas de residência devido a questões humanitárias e de segurança.
A capital timorense continua a ser patrulhada por efectivos policiais e militares da Austrália, Malásia, Nova Zelândia e Portugal, países que corresponderam ao pedido das autoridades para assegurar a imposição e manutenção da lei e ordem públicas.
Ainda no discurso de apresentação do programa, Ramos-Horta salientou que a FRETILIN, partido maioritário, continua a constituir a base de apoio do seu executivo.
José Ramos-Horta substituiu Mari Alkatiri a 10 de Julho, na sequência da demissão de Alkatiri, a 26 de Junho, e no âmbito da crise político-militar desencadeada em finais de Abril.
EL.
Lusa/Fim

21 comentários:

Anónimo disse...

Ponham-se a pau com o PD.

A FRETILIN só tem uma solução. Ramos Horta para secretário geral da mesma. Pelo que vá lá sr. RH, retire o seu cartão de fundador e aplique. Mude lá essa casa. Mas limpe o pessoal "duro".

Será que vai ser desta? Parece que sim...

Anónimo disse...

João Gonçalves, vendedor de pão, aqui na Australia andavas a vender pão e agora andas ai creticar, diga-me la o que e que andavas a fazer para Timor durante os anos de luta, NADA. Para de creticar e comeca a trabalhar para Timor. voces que nunca trabalharam para timor durante os anos de luta, agora tem a boca mais larga.

Anónimo disse...

Estamos a caminho de limpar a imagem do Horta? Cheira-me a lambe-botas!

Anónimo disse...

Pois e!

Uns vendiam pao,

outros faziam criacao de galinhas e coelhos...Tera havido tambem ai alguma revolta?

Anónimo disse...

E ainda bem que ele Joao Goncalves so anda a"creticar" quando comecar a criticar e que vao ser elas.

JG

Anónimo disse...

anonimo 2006 7:15:53 PM
JG
sera que e João Gonçalves! se fores continuas a creticar "desculpa" criticar

Anónimo disse...

O Malai Azul anda mesmo distraído... então mas que andará o homem e a sua equipa da FRENTE a fazer?

Oh pessoal, então o Raillos foi ontem, dia 2 de Agosto falar uma vez mais com o PR? Parece que mais um relatório a juntar ao folhetim.

Denunciem a situação! Facciosos!

Aguentem-se...

Anónimo disse...

A "slut" dos 900 dolares agora mudou de tom, pelos vistos, gosta de marcar presenca em todos os lados!

Anónimo disse...

Ao anonimo de 3:32;52 pm

Ve se mesmo que o senhor que cr itica o J oe Goncalves se calhar ja se esqueceu que ele e que junto da imigracao Australilana tratou de muitos vistos para os refugiados timorenses poderem ficar na Australia. Js se esqueceram que ele servia de interprete para todos os que precisavam dele. Ja se esqueceu que com a sua genica conseguiu casas da Housing comision para muitos. Ja se esqueceram que trabalhou como Assistente Social pago pela imigracao Australiana exclisvamente para ajudar os Timorenses. O homem pode ter muitos defeitos, mas muito trabalhou durante a resistencia. So quem nao viveu na Australia e que diz asneiras deste genero.
O homem nao é perfeito mas ajudou muita gente especialmente no inicio quando o pessoal apenas sabia dizer good morning e nada mais . Ele nao é pefeito mas ajudou.

Anónimo disse...

Sim, sei que ele ajudou muitos refugiados Timorenses naquelas alturas, refugiados de etnia chinesa. Mas nao foi so ele! Houve muito mais incognitos que ajudaram muita gente em todos os Estados, naquele tempo. Mas tambem anda ai a historia que ele fez muita massa com os "chinas" como se diz em Timor. Um tanto por cada autorizacao para ficar na Australia! Na terra de cego quem tem olho e Rei! E ele teve olho para fazer dolares! Qual o problema? E imoral ou moral? Ele e que sente na pele!
Logo a seguir a saida dos Indonesios, Joe e "su famiglia" foram para Timor para abrir negocios afim de arrecadar "beneficios" provenientes dos chorudos salarios dos funcionarios das NUnidas mas tambem sei que alimentavam os menos
apetrechados nos bolsos com cobranca de refeicoes a precos muito reduzidos!
Deixem de merdas mas o Joe nao e um dos piores! (Acho)

Jose Cinico

Anónimo disse...

"e com o pais a saque, vai-se lanavando a roupa suja"

Anónimo disse...

Mas voces sabem porque e que o Joao Goncalves andava a fugir Estado para Estado na Australia? Foi porque ficou com dinheiro de muita gente, sobretudo da comunidade chinesa. Tambem teve problemas de dividas com Bancos e problemas com governos estaduais. Ja alguem lhe perguntou onde esta parte do dinheiro do CNRT que dispendeu na compra de tractores e onde estao esses mesmos tractores.De vigaristas estamos fartos!

Anónimo disse...

Esta hein!
Ainda dizem que os Brasileiros sao bons nas novelas!
Faco aqui um apelo a todos os compatriotas para comecarem a escreverem telenovelas para a TV/CALHAU.
BRASIL YOU BETTER WATCH OUT!!!!!

Anónimo disse...

Quem e o proximo? O Joao Carrascalao daquilo que fez em Sydney? O Ramos Horta quando assaltou a sentinela? O Xanana quando trabalhava na Administracao Civil?
E so dizer!
IRITAKLA IRAM

Anónimo disse...

Anónimo das 9:16:06 AM: noto alguma irritação nas suas palavras, pensava então que podiam caluniar à vontade e que os outros tinham de comer e calar? Então o direito à liberdade de expressão não dá a possibilidade a cada um se exprimir? Onde está o problema se alguns quiserem abrir o baú das memórias?

Anónimo disse...

Um problema é só querem abrir alguns compartimnetos do baú, para cameçar.
Outro é que a nossa liberdade termina quando infringimos a liberdade de outros.

Outro ainda é que o exercício da liberdade não dispensa o exercício da responsabilidade.

E por fim, quando a liberdade é usada para difamar, caluniar, injustamente acusar, denegrir e violar o direito à vida privada deve ser firmemente responsabilizado.

O exercício da liberdade de expressão quando irresponsavelmente utilizado, só serve interesses totalitários, que rapidamente e assim que podem, terminam com a liberdade desse mesmo exercício.

Anónimo disse...

Anónimo das 8:54:09 PM : palavras sábias as suas, esperemos que os vossos actuais PR e PM (e seguidores) as tenham presentes.

Anónimo disse...

Margarida

Esperemos que sim e que finalmente o baú dos crimes desde 1975 seja finalmente aberto.

O anónimo das 12:32:40 AM nem merece resposta.

Anónimo disse...

Anónimo das 3:52:24 AM: de 1975, 1976,1977, 1978, 1979, 1980, 1981, 1982, 1983, 1984, 1985, 1986, 1987, 1988, 1989, 1990, 1991, 1992, 1993, 1994, 1995, 1996, 1997, 1998, 1999 e de 2006.

Anónimo disse...

Esqueceu-se de 2002? Ou foi de propósito?.

Quando o baú desses anos todos for aberto, quero estar na primeira fila.

Anónimo disse...

Anónimo das 8:23:14 AM: já é demasiada cegueira a sua não é? É melhor ir tratar-se.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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