domingo, agosto 13, 2006

The double standards of Australian journalists

Southeast Asian Times
EDITORIAL
5.7.06

The decision by the director of the Australian Broadcasting Corporation's Robyn Watts, not to publish a book written by the State-owned broadcaster's prize "investigative" journalist, Chris Masters, after it was four years in the making should be instructive to emerging societies in Southeast Asia struggling to reconcile press freedom with the need to ensure fair
reporting.

In particular, they should ask themselves why the anti-hero of the ABC-commissioned book, former Australian Rugby Union coach turned successful Sydney broadcaster, Alan Jones, could protect himself against possible defamation - perceived or otherwise - while the outgoing first prime minister of the newly-independent East Timor, Mari Alkatari, could not.

The answer is simple: Jones, with his deep pockets, could hire lawyers to vet each page of the manuscript before publication until finally - after meeting with the John Howard-government-appointed directors of the corporation - Watts announced: "ABC Enterprises has a clear responsibility to deliver a commercial return to the ABC. To proceed with publication will
almost certainly result in a commercial loss, which would be irresponsible."

So where would the losses for a book like Jonestown that is so obviously destined to become a best seller have been incurred? Surely not from the cost of paying its author and then printing and distributing it, although Masters puts the money spent so far at $A100,000.

No, the risk was in the damages and costs that Jones might have won.

Unfortunately, Alkatiri had no such protection.

East Timor is now an open market for Australian journalists who, although conspicuous by their absence during the struggle for independence and ignoring that their country was the single nation in the world to accept the Indonesian occupation, have arrived at the frontier determined to show their fearlessness by conveniently ignoring the rules that they so timidly obey at
home.

The result first in Australia - then throughout the world as the cost-conscious wire agencies redistributed their limited view from Dili - was the publication of obvious defamation, unsubstantiated rumours and assertions because the brave reporters knew that the threat of a letter from Alkatiri's lawyers did not exist.

Accusations by mutineers that Alkatiri had ordered troops to fire into peaceful demonstrators and had won re-election as general secretary of the ruling Fretilin party by intimidation and or changing the rules were published with gay abandon and all without the chance of rebuttal - a
prerequisite in any defence of a defamation suit in Australia.

Later, the journalists complained that Alkatiri had wanted East Timor to adopt draconian libel laws.

The wonder - seeing the result of a visit by representatives of the Australian media - is that he did not write the proposed laws earlier.

What the Australian media did not say is that it went to East Timor expecting Alkatiri to be defeated for the post of general secretary of Fretilin and when it did not happen, turned nasty.

Australian reporter Evan Whitton is renowned for his work.

He argues that all reporters are "investigators" but that the best look to patterns in the
facts that they gather so as to understand what is going on.

To do this, they have to ask themselves why they are being given information.

This did not happen in East Timor. Instead, the Australian media, buoyed by their inability to see themselves as others see them, either took their cue from the Australian Foreign Ministry, which wants a government more amenable to Australia's ambitions, went with the flow or decided who should be allowed to govern a country other than their own and who should not.

President Xanana Gusmao, with the support of his Australian wife, and Foreign Minister Jose Ramos Horta were good. Alkatari, Arab, Muslim, Communist, bad.

Former Malaysian prime minister Dr Mahathir Mohamad told ABC reporter Helen Vatsikopoulos earlier this month that Australians still think that their task is to supervise the region.

If this is true, and the evidence definitely supports Dr M's theory, the Australian media work as foremen to this programme of manifest destiny - and rather cowardly forepersons at that.

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1 comentário:

Anónimo disse...

Tradução:

Os dois pesos e duas medidas dos jornalistas Australianos
Southeast Asian Times
EDITORIAL
5.7.06

A decisão do director da Australian Broadcasting Corporation, Robyn Watts, de não publicar um livro escrito pelo jornalista “investigador” premiado desta empresa estatal, Chris Masters, depois de ter passado quatro anos a escrevê-lo, devia ser instrutivo para as sociedades emergentes na Ásia do Sudeste que lutam para reconciliar a liberdade de imprensa com a necessidade de garantir relatos justos.

Em particular, deviam perguntar a si próprios como é que o anti-herói do livro encomendado pela ABC, o antigo treinador de Rugby da União Australiana, transformado no comunicador com sucesso, Alan Jones, se conseguiu proteger contra possível difamação – percebida ou doutro modo – quando o ido primeiro-ministro do novo independente Timor-Leste, Mari Alkatari, não conseguiu.

A resposta é simples: Jones, com as suas algibeiras fundas, conseguiu contratar advogados para verificar cada página do manuscrito antes da publicação até que finalmente – depois de se encontrar com os directores da corporação nomeados pelo governo de John Howard - Watts anunciou: "As empresas da ABC têm uma responsabilidade clara de contribuírem para resultados económicos para a ABC. Continuar com a publicação resultaria quase de certeza em perda comercial, o que seria irresponsável."

Mas onde ocorreriam perdas com um livro como o de Jonestown tão obviamente destinado a tornar-se um best seller? Certamente não pelo preço de pagar ao autor e depois à impressão e distribuição, apesar de Masters calcular que o dinheiro já gasto foi de $A100,000.

Não, o risco estava nas indemnizações e custos que Jones podia ter ganho.

Infelizmente, Alkatiri não teve tal protecção.

Timor-Leste é agora um mercado aberto para jornalistas Australianos que, apesar de notabilizados pela sua ausência durante a luta pela independência e ignorando que o seu país foi a única nação do mundo a aceitar a ocupação indonésia, chegaram à fronteira determinados a mostrar a sua audácia ignorando convenientemente as regras a que tão medrosamente obedecem em casa.

O resultado, primeiro na Austrália – depois através do mundo quando agências emissoras conscientes dos custos re-distribuíram as suas limitadas opiniões de Dili – foi a publicação de difamação óbvia, rumores e asserções infundamentados porque os bravos repórteres sabiam que a ameaça de uma carta dos advogados de Alkatiri não existia.

Acusações de amotinados de que Alkatiri tinha ordenado às tropas para disparar sobre manifestantes pacíficos e que tinha ganho a re-eleição como secretário-geral do partido no poder, a Fretilin, pela intimidação e ou por ter mudado as regras, foram publicadas com alegre imoralidade e todas sem a oportunidade de refutação – um pré-requisito em qualquer defesa de um caso de difamação na Austrália.

Mais tarde, os jornalistas queixaram-se que Alkatiri tinha querido que Timor-Leste adoptasse leis contra a calúnia draconianas.

O pasmo – vendo o resultado duma visita de representantes dos media Australianos media – foi que ele não tivesse apresentado a proposta mais cedo.

O que os media Australianos não dizem é que foram para Timor-Leste na expectativa de Alkatiri ser derrotado para o cargo de secretário-geral da Fretilin e quando isso não aconteceu, tornaram-se obscenos.

O repórter Australiano Evan Whitton é reconhecido pelo seu trabalho.

Argumenta que todos os repórteres são "investigadores" mas que o melhor é ver os modelos nos factos que juntam para se compreender o que está em curso.

Para fazer isto, têm de se perguntar a si próprios porque é que lhes está a ser dada informação.

Isto não aconteceu em Timor-Leste. Em vez disso, os media Australianos, protegidos pela sua incapacidade de se verem a si próprios como os outros os vêem, ou tiraram as suas deixas do Ministério dos Estrangeiros Australiano, que quer um governo mais acomodado às ambições da Austrália, ou seguiram a corrente, ou decidiram quem devia ser autorizado a governar ou a deixar de governar um país que não é o seu.

O Presidente Xanana Gusmão, com o apoio da sua mulher Australiana, e o Ministro dos Estrangeiros José Ramos Horta eram os bons. Alkatari, Árabe, Muçulmano, Comunista, o mau.

O antigo primeiro-ministro da Malásia Dr Mahathir Mohamad disse à repórter da ABC Helen Vatsikopoulos, no princípio deste mês que os Australianos ainda pensam que a sua tarefa é supervisionar a região.

Se isto é verdade, e a evidência apoia sem margem de dúvida a teoria do Dr Mahathir, os media Australianos trabalham como capatazes para este programa de objectivos exibidos – e como capatazes bastante cobardes neste caso.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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