TSF - 26 de Junho 07 - 09:23
Mari Alkatiri acusou Xanana Gusmão de «ilegalidade» ao usar a sigla CNRT, uma violação da lei eleitoral, na opinião do ex-primeiro-ministro. O secretário-geral da Fretilin diz que as coisas em Timor-Leste não estão melhores um ano depois da sua demissão do governo.
Mari Alkatiri acusou Xanana Gusmão de «ilegalidade» ao usar a «enganadora» sigla de CNRT para designar o seu partido, algo que o ex-primeiro-ministro timorense entende ser uma violação à lei eleitoral. «O actual CNRT utiliza símbolos da Fretilin na campanha em curso, nomeadamente nos materiais de propaganda, violando a lei eleitoral e utiliza uma linguagem difamatória com o objectivo de atingir a liderança da Fretilin, contrariando o Código de Conduta assinado por todos os partidos», afirmou Alkatiri.
Numa conferência de imprensa destinada a marcar o primeiro aniversário da sua demissão de primeiro-ministro de Timor-Leste, Alkatiri referiu-se em particular ao facto de o partido de Xanana, o Conselho Nacional de Reconstrução de Timor-Leste ter uma sigla igual ao Conselho Nacional de Resistência Timorense, que lutou pela independência do país.
Para o também secretário-geral da Fretilin, a utilização da sigla CNRT por parte do partido do antigo presidente timorense é desonesta, pois recuperou uma abreviatura que «é de todo o povo». Alkatiri afirmou mesmo que o CNRT, de Xanana, «actua à margem da lei, pondo em causa o processo de realização das eleições livres, justas e democráticas».
«O comportamento do CNRT e do seu líder não está a contribuir para a resolução da crise política, mas a piorá-la. O CNRT dá continuidade à política de Xanana Gusmão, unir para comandar ou dividir para reinar».
Aos jornalistas, Alkatiri justificou ainda a sua demissão do governo timorense ocorrida a 26 de Junho de 2006, uma saída que aconteceu «para evitar um banho de sangue, para contribuir para a resolução da crise e dar oportunidade a outras pessoas para pôr fim».
«Ao contrário das expectativas, a minha resignação não serviu para evitar mais sangue e destruições, nem para impor lei e ordem. As casas continuam a ser incendiadas e as pessoas continuam sujeitas à violência e intimidação», acrescentou.
Alkatiri explicou ainda que 12 meses depois da sua demissão «o problema dos peticionários não foi resolvido, o problema do Alfredo [Reinado] também não e o problema dos deslocados também não».
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