segunda-feira, julho 03, 2006

Presidente Xanana recebe ministros demissionários

De manhã, o Presidente da República recebe os ministros demissionários em audiência.

Também se espera que receba uma delegação da Fretilin na sequência das audições aos partidos políticos.


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3 comentários:

  1. Técnica do golpe de Estado



    Jornalista rubencarvalho@mail.telepac.pt
    Ruben de Carvalho

    Há, relativamente à situação de Timor, uma surpreendente parcimónia verbal: qual a razão por que se não fala pura e simplesmente de tentativa de golpe de Estado?

    O surpreendente desta significativa utilização é em poucas circunstâncias se reunir com tão transparente evidência aquilo que caracteriza uma acção política que mereceu vastíssima literatura, que inclui mesmo o manual técnico que poderia capítulo a capítulo ser compaginado com os acontecimentos de Díli.

    Note-se como o agudizar do problema se inicia com um claro desestabilizar das forças militares e de segurança num calendário relacionado com um processo político democrático: o congresso da Fretilin, partido democraticamente maioritário no terreno. A expectativa do resultado da reunião não corresponderia às expectativas de determinadas forças, o que levou ao desencadear do processo de pressão. Falhada essa pressão, passou-se a uma fase seguinte de desestabilização objectiva da ordem pública mediante um processo clássico: desarticulação das forças de segurança e desencadear de violência por grupos armados aparentemente descontrolados.

    Note-se que nem em Timor o método é original: os crimes de 1999 antes do referendo assumiram contornos muito semelhantes.

    Desestabilizada a situação de segurança, iniciou-se a etapa mais directamente política: tentativa de alterar a composição dos órgãos do poder, democraticamente eleitos, mediante jogos de força que incluíram o recurso à pressão internacional até ao limite de intervenção de forças armadas estrangeiras.

    Entretanto, só aparentemente a violência é descomandada: além dos miseráveis assassínios selectivos, note-se o extraordinário caso do orientado saque dos processos sobre os crimes de 1999.

    As origens são minimamente obscuras, étnicas, regionalismos? Tudo isso existirá, mas há realidade mais politicamente interventora que jazidas de petróleo?

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  2. Claramente a Fretilin é o último partido que o PR deveria ouvir,

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  3. Escrevia ontem, dia 2 de Julho, no DN, o João Pedro Fonseca:

    Líderes e partidos

    Xanana mostrou-se renitente em ouvir a Fretilin na formação do Governo transitório. Afirmou que não reconhecia estes líderes, pois contesta a eleição de braço no ar no congresso. E os majores Tara e Alfredo, e Railós, e os líderes dos pequenos partidos? Todos tiveram congressos de acordo com a lei? Foram eleitos por quem? Os protestos dos militantes, sexta-feira, na cara de Xanana, poderão ter mudado a sua opinião. Timor bem precisa que os líderes dialoguem. Para bem do povo".

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