Díli, 29 Fev (Lusa) - O número oficial de peticionários acantonados em Díli subiu hoje para 550, segundo o porta-voz do Governo timorense e secretário de Estado do Conselho de Ministros, Hermenegildo "Agio" Pereira.
"Hoje chegaram mais vinte peticionários à zona de acantonamento de Aitarak Laran, em Díli, que se vêm juntar aos 530 que já se encontravam ali" ao final de quinta-feira, afirmou o porta-voz do Governo em comunicado.
"Eleva-se assim para 550 o número total de peticionários acantonados", num processo iniciado a 07 de Fevereiro, e que fez afluir a Díli centenas de peticionários das Forças Armadas nos últimos dias.
"Da parte da manhã chegaram dez peticionários, com um segundo grupo de igual número a fazer a viagem para Díli de tarde. Na sua maioria, os peticionários que chegaram hoje a Aitarak Laran são provenientes de Ermera", explica o mesmo comunicado.
"Em Aitarak Laran prosseguem os trabalhos visando a ampliação e a melhoria das instalações e dos cuidados prestados, de modo a responder ao número crescente de peticionários que continuam a chegar ao longo desta semana", refere o secretário de Estado.
"O Governo está a fazer todos os esforços no sentido de garantir uma solução justa e duradoura para todos os peticionários", afirma também "Agio" Pereira.
O acantonamento dos chamados peticionários foi acelerado esta semana pela operação "Halibur" de captura do ex-tenente Gastão Salsinha, o oficial mais graduado entre os 592 signatários de uma petição levada ao Presidente da República em Fevereiro de 2006.
Os signatários da petição alegavam discriminação no seio das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL), contra os militares originários dos distritos ocidentais, ou "loromonu".
Depois de saírem dos quartéis e de serem expulsos das F-FDTL, em Março de 2006, a situação dos peticionários arrastou-se durante quase dois anos, com o major fugitivo Alfredo Reinado a reivindicar a "causa" dos antigos militares.
O acantonamento dos peticionários proposto pelo Governo, a partir de dia 07 de Fevereiro, acelerou-se após a morte de Alfredo Reinado no ataque que fez à residência do Presidente da República, quatro dias depois, e à fuga de Gastão Salsinha com o que restava do seu grupo.
O brigadeiro-general Taur Matan Ruak, chefe do Estado-Maior-general das F-FDTL, agradeceu hoje aos peticionários acantonados em Aitarak Laran e apelou para Gastão Salsinha "se juntar aos camaradas e amigos" que já se encontram em Díli.
PRM
Lusa/Fim
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