quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Sampaio quer «esclarecimento cabal» de ataques

Jorge Sampaio pretende que os eventos que conduziram aos ataques contra o presidente e o primeiro-ministro timorenses. À TSF, o ex-Presidente da República mostrou-se esperançado no fim dos «mistérios» e «suposições» que se levantaram.

( 10:48 / 13 de Fevereiro 08 )




Jorge Sampaio pretende que haja um «esclarecimento cabal» dos acontecimentos que estiveram na origem dos ataques ao presidente e primeiro-ministro timorenses na segunda-feira.

Em declarações à TSF, o antigo Presidente da República ficou surpreso com as falhas dos serviços de informações que levaram a estes ataques e que este esclarecimento ponha fim às «suposições» que se levantaram desde então.

Referindo-se a Atul Khare, que classificou de «pessoa de talento», Sampaio manifestou a esperança de se possa apurar o que aconteceu e que «deixe de haver estes mistérios sobre pessoas em fuga, outros que não são apanhados e outros que são resguardados».

«É preciso que a reposição do mínimo dos mecanismos democráticos que permite um desenvolvimento que acho que é possível», frisou o ex-chefe de Estado português na antena da TSF.

Sampaio considerou ainda que os ataques de segunda-feira poderão colocar em causa o processo democrático em Timor-Leste e fazer arrastar uma crise da qual Jorge Sampaio fala desde 2006.

O actual enviado da ONU na luta contra a tuberculose lembrou que nessa altura já se tinha iniciado a revolta dos militares encabeçada por Alfredo Reinado, uma crise que Sampaio entende ainda não ter acabado.

«Apesar de ter havido eleições que toda a agente considerou sérias e correctas, pelo visto essa crise ainda não acabou e teve agora estes graves episódios que são seriamente comprometedores de um processo político que dava esperanças ao mundo de alguma maneira», acrescentou.

Jorge Sampaio recusou-se ainda a admitir o falhanço do Estado timorense, mostrando-se a favor de um reforço da diplomacia que contribua para o desenvolvimento económico de Timor-Leste.

O ex-Presidente considerou ainda que se não há emprego, saídas profissionais e estabilidade «é difícil que as receitas disponíveis da exploração de petróleo possam ser aplicadas no desenvolvimento interno e que a miséria que toca 40 por cento das pessoas possa ser minorada».

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