Dili, 13 Fev( Lusa) - O Parlamento Nacional de Timor-Leste aprovou hoje o prolongamento do estado de sítio no país com recolher obrigatório por mais 10 dias, até 23 de Fevereiro.
Dos 44 deputados presentes, entre os 65 eleitos, 30 votaram a favor e 14 abstiveram-se.
Votaram a favor todas as bancadas parlamentares, excepto a Fretilin e o Partido de Unidade Nacional (PUN), que sustentaram a sua posição com a ausência de um relatório da situação no país após 48 horas de estado de sítio.
O estado de sítio tinha sido decretado segunda-feira, por um período de 48 horas, na sequência dos dois atentados contra o presidente timorense, José Ramos-Horta, que ficou ferido, e contra o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, que escapou ileso.
Na justificação da proposta de prolongamento do estado de sítio - em forma de projecto-lei apresentado por Maria Paixão (deputada do PSD e vice-presidente do Parlamento Nacional) e Pedro da Costa (do Conselho Nacional de Reconstrução Timorense) - é sublinhado ser "imprescindível" manter a aplicação das medidas restritivas já que "existe uma concreta ameaça à ordem democrática" porque a maioria dos autores dos ataques escaparam, estão armados e circulam pelo território nacional.
Para Fernanda Borges, líder do PUN, que se absteve na votação, "não é preciso pôr em risco toda a população", já que, segundo argumentou, a "pouca preparação" das Forças de Segurança timorenses pode colocar em perigo os populares porque "a polícia tem mais poderes" e pode usá-los incorrectamente.
Na sequência do atentado, Ramos-Horta foi submetido a uma primeira operação no hospital de campanha australiano em Díli e mais duas no Royal Hospital de Darwin, Austrália, para onde foi transferido horas depois do ataque.
Durante a discussão do projecto-lei, o Parlamento Nacional autorizou o presidente interino, Fernando "La Sama" de Araújo, a prolongar o estado de sítio no país a partir das 22:00 de hoje (13:00 em Lisboa).
Até às 22:00 de hoje, vigora ainda o estado de sítio aprovado anteriormente no parlamento.
"Não queremos que o Estado seja surpreendido outra vez", disse, em declarações à agência Lusa, o primeiro-ministro Xanana Gusmão no final da sessão parlamentar que aprovou o prolongamento do estado de sítio e ao justificar a proposta que fez para prolongar a actual situação.
O estado de sítio em vigor em todo o território nacional prolonga-se até às 06:00 do dia 23 de Fevereiro.
JCS/PRM
Lusa/Fim
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