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Informativo-Notícia 2008-02-11 14:57:00
Segundo a agência Lusa, Alfredo Reinado terá sido morto minutos depois das 06h15, a hora a que foi atacada a residência do chefe de Estado, na periferia leste de Díli, afirmaram fontes policiais, fontes oficiais da missão internacional e da Presidência da República timorense.
De acordo com as mesmas fontes, o major rebelde foi morto por um dos elementos da escolta presidencial aquartelada na residência de José Ramos-Horta, no caso um soldado da Polícia Militar das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL), a unidade que Reinado comandava antes de se rebelar contra as chefias militares, na Primavera de 2006.
José Ramos-Horta foi atingido pelos atacantes bastante mais tarde, cerca das 07h00, num segundo tiroteio, de acordo com as mesmas fontes, que contaram à Lusa uma sequência de acontecimentos concordante.
Pedido de socorro efectuado com uma hora de atraso
Apesar da hora a que terá começado o tiroteio, a primeira chamada para o Centro Nacional de Operações (NOC) só foi efectuada às 06h59, segundo o relatório oficial de comunicações obtido pela Lusa. De imediato, duas unidades da Polícia das Nações Unidas e da Polícia Nacional foram deslocadas para a residência do Presidente da República, a partir de Becora, na periferia sudeste de Díli.
A primeira ambulância foi chamada ao local do ataque às 07h10, segundo fonte da Missão Integrada das Nações Unidas em Timor-Leste (UNMIT).
O subagrupamento Bravo da GNR foi chamado às 07h00, saiu do aquartelamento às 07h11 e chegou ao local às 07h15, ainda segundo o relatório oficial. Às 07h13, o próprio Presidente da República telefonou à sua chefe de gabinete, Natália Carrascalão, pedindo ajuda por se encontrar ferido.
Presidente atingido quando regressava à residência
Segundo as fontes ouvidas pela Lusa, o Presidente da República, que à hora do primeiro ataque se encontrava a fazer o seu habitual "jogging" matinal, não terá percebido que o tiroteio das 06h15 estava a acontecer na sua residência.
José Ramos-Horta foi atingido a tiro quando se aproximou de sua casa e, como revela o sangue no pavimento, o chefe de Estado caiu a cerca de 20 metros do portão da residência.
Fontes policiais ligadas à investigação do ataque afirmaram que "o grupo de Reinado procurou José Ramos-Horta nos vários edifícios da residência" após o primeiro tiroteio. Várias portas foram arrombadas pelos atacantes, segundo uma fonte da Presidência, "mas o Presidente estava fora a fazer o seu exercício".
Alfredo Reinado, segundo uma fonte da UNPol, "foi morto por um dos seguranças que conseguiu surpreender o grupo atacante dentro do recinto da residência", isolada da cidade e compõe-se de vários edifícios pequenos, em arquitectura tradicional timorense.
Nenhuma das fontes ouvidas pela Lusa adiantou qualquer explicação para o facto de a escolta presidencial não ter pedido socorro mais cedo e a tempo de evitar que o chefe de Estado fosse vítima do segundo tiroteio.
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