Desconhece-se o paradeiro do número dois do major rebelde. Declaração de estado de sítio iminente.
Micael Pereira
13:16 Segunda-feira, 11 de Fev de 2008
O tenente Gastão Salsinha e o resto do grupo de homens armados do major Reinado, morto esta manhã em Díli após ataques coordenados ao presidente Ramos-Horta e ao primeiro-ministro Xanana Gusmão, estão a monte, não havendo conhecimento do seu paradeiro. Tirando Reinado e um outro rebelde, abatidos hoje de manhã durante a tentativa de assassinato do Nobel da Paz, nenhum dos atacantes foi capturado pelas autoridades. Não se sabe ao certo quantos homens estiveram envolvidos com o major nos dois ataques, mas segundo o gabinete de Xanana seriam pelo menos uma dúzia de militares.
Líder dos 600 desertores do exército que ficaram conhecidos como peticionários e que estiveram na origem da crise político-militar em 2006, provocando 37 mortos e 150 mil deslocados, o tenente Salsinha foi uma figura central no confronto violento com as FDTL (Forças de Defesa de Timor-Leste) a 28 de Abril Abril desse ano, vindo pouco depois a ceder a Reinado o lugar de chefia do seu grupo de militares. Com a dispersão, entretanto, dos peticionários pelo país, há pelo menos um ano que o tenente se juntara ao núcleo duro de rebeldes do major e ex-comandante da polícia militar.
A declaração de estado de sítio em Timor-Leste para os próximos dias, proposta pelo presidente em exercício Vicente Guterres (vice-presidente do Parlamento) e em análise neste momento pelos deputados, poderá ajudar a capturar os rebeldes fugitivos antes de eles poderem se reorganizar. A entrar em vigor, o estado de sítio implicará o recolher obrigatório entre as 20 horas e as seis da manhã. Para já, e segundo o subcomissário Pereira do comando distrital de Díli da UNPOL (polícia da ONU), a situação nos bairros de Díli era calma às nove da noite (hora local), com as patrulhas a não darem notícia de incidentes.
Sem comentários:
Enviar um comentário