quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Dos leitores

H. Correia deixou um novo comentário na sua mensagem "MAIS DEPRESSA SE APANHA UM MENTIROSO QUE UM CÔXO":

Em 21-2-2007 escrevi o seguinte neste blog:

“O povo sabe, mesmo aqueles que gostaram de Xanana como Presidente, que Xanana nunca seria um bom 1º Ministro. O povo está farto de ser vítima de guerrilhas pessoais e institucionais e quer apenas um governante que governe.

Xanana será vítima do seu último grande erro: uma candidatura anti-Fretilin e não pró-Timor; uma candidatura pela negativa e não pela positiva; uma candidatura cujo objectivo não é ganhar, mas impedir que a Fretilin ganhe.”


Quando Xanana criou a AMP à pressa para ter uma "maioria parlamentar" que lhe desse aquilo que não conseguiu nas urnas, eu escrevi também que Ramos Horta corria um risco muito grande em conceder a essa "coligação" o direito de indicar o futuro PM de Timor-Leste e de formar Governo.

Naquela altura, eu afirmei que nada garantia a “estabilidade” daquela "coligação", formada apenas por conveniência momentânea dos seus membros e nada mais. Ainda por cima, um dos líderes mais importantes e carismáticos da cena política timorense, Mário Carrascalão, cedo se demarcou da AMP e fez duras críticas a Xanana, dizendo que ele estava rodeado de gente pouco recomendável.

Assim que surgissem as primeiras divergências, a "coligação" poderia desfazer-se tão rapidamente como se constituiu.

Infelizmente, aquilo que eu receava está já a acontecer. A incompetência e a incapacidade deste Governo é tanta, que até os seus próprios apoiantes começam a não acreditar nele.

Já havia uns zumzuns pairando no ar de que Ramos Horta se preparava para resolver o problema de Reinado com um pacote negocial oferecido aos vários partidos, que incluía a realização de eleições antecipadas.

Agora, Mário Carrascalão veio confirmar essas informações, descrevendo uma reunião que se realizou com RH e todos os líderes partidários.

Tudo apontava para a concordância de todos em relação à proposta do PR, mas Xanana logo mostrou que não estava disposto a abdicar do poder, sendo o único que ainda acredita na (in)capacidade do seu Governo.

Já em 5-8-2007, eu escrevia neste blog:

“Só por fanatismo se pode negar que a Fretilin tem feito concessões de vulto para tentar viabilizar um Governo inclusivo que permita criar as condições de estabilidade tão necessárias para que Timor tenha finalmente paz e sossego.

A essas concessões e disponibilidade para negociar, Xanana tem respondido com uma rigidez lamentável.”


Passados seis meses, Xanana não mudou nada.

Se nos lembrarmos das últimas e comprometedoras declarações de Reinado, talvez Xanana tenha agora desperdiçado uma grande oportunidade de sair airosamente. Digamos que se ia passar uma esponja sobre tudo e todos.

Só que Xanana não mudou de ideias e entretanto dá-se o(s) atentado(s). Se juntarmos a posição de Xanana quanto às eleições antecipadas ao seu comportamento considerado suspeito por alguns no dia do(s) atentado(s) e ao discurso que fez recentemente na TV, em tom de desafio e ameaça, daí resultam grandes suspeitas, por mais que não queiramos pensar nelas.

Xanana "tudo fará para evitar queda das instituições do Estado", ou "tudo fará" para evitar a sua própria queda?

Vamos ver.

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