sábado, novembro 17, 2007

As mentiras de Ramos-Horta

Na entrevista à Radio Renascença, Ramos-Horta diz que o juiz Ivo Rosa prefere, ao contrário dele, meios mais violentos para capturar Alfredo Reinado. "

"Não quero ser aventureiro ou o Rambo para ordenar acções militares violentas."

"O senhor juiz prefere meios estilo Rambo, eu prefiro meios pacíficos".

Ramos-Horta mostra, ele sim, um total desrespeito pelo poder judicial. O mesmo se passou nas primeiras tentativas de se capturar Alfredo Reinado, que partiram da iniciativa do procurador Mota Carmo. Ramos-Horta conseguiu convencer as Nações Unidas que o procurador, também português, era um "cowboy". Esquece-se que o único aqui armado em Rambo é o próprio Reinado, que se encontra armado, acusado de vários crimes de homicídio e rebelião.

Ramos-Horta diz que teve uma conversa com o Presidente do Tribunal de Recurso, Cláudio Ximenes que "mostrou total compreensão à postura do Estado timorense ... que é preferível evitar os meios violentos para fazer executar mandados de captura."

Desmentimos que Cláudio Ximenes tenha tido essa conversa com Ramos-Horta, apoiando-o em decisões ilegais e interferências com o poder judicial, face ao despacho emitido pelo Tribunal.

Ramos-Horta responde à pergunta da jornalista Anabela Góis, sobre o perigo de assim se cair num estado de impunidade, dizendo que "há tantos casos para serem julgados... o processo judicial demora sempre tanto tempo."

Mentira. Desde Rogério Lobato, a Railos, aos F-FDT e tantos outros, todos já se entregaram à Justiça, alguns já foram condenados e outros estão a ser julgados. Apenas Reinado se passeia pelo país impune e continua a dizer que não se entrega.

Quando a jornalista pergunta se não se criou um clima de mau estar, diz que foi em relação a um juiz que não é sensível aos desafios que a nossa sociedade enfrenta... por ser estrangeiro...

Outra mentira. O mau estar é em relação à interferência do Presidente Ramos-Horta. O juiz tem tido toda a solidariedade e manifestações de apreço pela coragem assumida na defesa da Lei, por parte dos colegas, timorenses ou internacionais, e de muitos políticos que discordam do estado de impunidade criado por Ramos-Horta em relação a alguns criminosos.

Lembramos que além de ter condenado Rogério Lobato, antigo Ministro do Interior de Mari Alkatiri (neste caso Ramos-Horta e Xanana fizeram os maiores elogios ao juiz "português"), o juiz Ivo Rosa também ordenou a detenção de Railos, que vai começar a ser julgado. Neste caso as Nações Unidas só o detiveram por insistência do Juiz, o que criou o "mau estar" por parte de Ramos-Horta e Xanana Gusmão, visto este criminoso ter sido o representante distrital em Liquiça, das candidaturas de Ramos-Horta e depois do CNRT.

Aqui também tentaram tudo por tudo, que não havia pressa...

"Esse senhor juiz gosta de falar muito à imprensa."

O despacho é público. onde estão essas declarações do juiz à imprensa?

"O objectivo é levar esse senhor à Justiça, com dialogo... o que inclui todos os fugitivos à Justiça."

Fantástico. Porque razão se vai alguém entregar?... Alfredo Reinado ainda esta semana deu uma entrevista a dizer que não se entrega.

Ramos-Horta também diz que deve ser obrigatório o ensino da disciplina de Religião, dizendo que se o ensino de línguas, da História e da Geografia são obrigatórias, a disciplina de Religião também deve ser.

Mais uma vez que se dane a Constituição de Timor-Leste que contempla a liberdade religiosa.

Acaba respondendo que ser candidato a Secretário-Geral das Nações Unidas é uma hipótese daqui a quatro ou cinco anos.

Pfff... Crendo que está arrasando...


Mais uma vez, Ramos-Horta achincalha os tribunais e o estado de Direito.

Com uma única razão. Sem Alfredo Reinado detido, este não pode ser julgado e assim não poderá testemunhar contra Ramos-Horta e Xanana Gusmão e implicá-los na violência que provocaram artificialmente em 2006, para destituir Mari Alkatiri e abrirem as portas aos interesses australianos.

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