Lusa – 17 de Setembro de 2007, 10:50
Díli - A permanência da língua portuguesa em Timor-Leste "pode estar em causa em cinco ou dez anos se não houver um investimento no ensino", disse à Lusa o ministro timorense da Educação, João Câncio.
No entanto, João Câncio sublinhou que o actual governo “não tem nenhuma intenção de mudar a identidade" e que "a língua oficial não está em causa".
"Nos últimos cinco anos, contámos apenas com o apoio da cooperação de Portugal e do Brasil, mas isso não chega", disse João Câncio à margem do debate parlamentar sobre o Programa de Governo.
"Queremos trazer mais professores".
João Câncio aludiu ao “desaparecimento” previsto do bahasa indonésio que, na altura de independência, era estimado ocorrer em "oito anos".
"Estamos no quinto ano depois da independência" e a substituição do bahasa ainda não pôde ser feita.
"Os professores não falam (português). O ensino secundário está em causa em termos da língua porque os professores não falam", acrescentou o ministro.
"Temos que investir nós também e vamos investir", afirmou João Câncio, questionado pela Lusa sobre o sentido do Programa no capítulo do ensino.
O documento, aprovado sábado passado no Parlamento, contém uma alínea que propõe "o reequacionamento da problemática da língua oficial de ensino e do ensino de outras línguas, incluindo as línguas nacionais, o inglês e/ou o indonésio, como línguas de trabalho".
João Câncio sublinhou que esta alínea não abre a porta para mudar a língua portuguesa como uma das duas línguas oficiais de Timor-Leste segundo a Constituição da República.
O "reequacionamento" pretende a introdução "já agendada" do tétum como língua de ensino nos primeiros dois anos escolares, "não apenas como língua auxiliar", e a passagem do português para língua estrangeira ensinada a partir do terceiro ano.
Este plano corresponde à necessidade de "introduzir o português aos poucos, como matéria, para não dar aquele susto", explicou o novo ministro.
"Quando chegar ao terceiro ano, o português já vai como língua de instrução".
João Câncio cita "estudos" que mostram haver "uma alta repetição nos primeiros anos escolares porque a língua portuguesa foi introduzida em 'standard'".
"O português é uma língua oficial mas não é uma língua falada em casa nas famílias", explicou o ministro.
"A sociedade timorense não fala português. Chega-se ao primeiro ano escolar e põe-se logo o português, uma língua estrangeira. Não faz sentido".
"Ninguém fala português" no primeiro ano, segundo o ministro. "Não pode falar. Mesmo em seis meses ou um ano, não fala", insistiu João Câncio.
Por outro lado, o governo quer "o tétum mais virado ao português do que o que hoje é falado nas ruas, que é mais virado ao (bahasa) indonésio", adiantou ainda o ministro da Educação.
PRM-Lusa/fim
O senhor ministro da educacao esta a querer boicotar indirectamente o ensino da lindua portuguesa em TIMOR LESTE.
ResponderEliminarTemos que por o ensino da lingua portuguesa obrigatoria desde o ensino da pre-primaria,temos que ver que os ensinos do portugues e bahassa indonesia nos tempos anteriores foram obrigatorios.
Na ocupacao indonesia falar o portugues e cantar as musicas quase que foram totalmente proibidas em Timor.
Concordo em mandar mais professores portugueses,mas por outro lado seria melhor,fazer um recrutamento de timorenses que podem formar-se como professores mesmo em Timor Leste.
O senhor Joao Conceicao esta usar outrs intencoes de fazer uma aprendizasem do portugues lentamente aos alunos timorenses e para dar vantagens as outras linguas como o bahasa indonesio e o ingles.
APRENDER O PORTUGUES NAO E SONHAR NO MEIO -DIA COMO A ESPRESSAO QUE TINHAS DITO NO TEMPO DA OCUPACAO IADONESIA: TIMOR INDEPENDENTE E COMO SE FOSSE A DORMIR E SONHAR A MEIO DIA E SONHAR A MEIO DIA CHEGOU AGORA ES MINISTRO DA EDUCACAO.
Eu ia discordar do Ministro, mas como ele explicou que é "para não dar aquele susto", então está bem. Não quero criancinhas assustadas...
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