Notícias Lusófonas
9.08.07
O Governo de Portugal congratulou-se hoje com a posse do novo executivo timorense, liderado por Xanana Gusmão, apelando "à necessidade de um permanente diálogo construtivo e abrangente".
Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros português sublinha a "sua determinação e disponibilidade para que ambos os países possam continuar a trabalhar para promover o desenvolvimento socio-económico da população timorense num ambiente de paz e estabilidade".
Face ao impasse que rodeou a formação do IV Governo Constitucional de Timor-Leste, o governo português apela para a "necessidade de um permanente diálogo construtivo e abrangente entre as forças democráticas timorenses" e reitera a "importância do papel de todos os partidos políticos, das Forças Armadas e da sociedade civil para a estabilidade e desenvolvimento do país".
"Portugal, pelo seu lado, continuará a ser solidário no esforço que Timor-Leste tem vindo a fazer na implementação de importantes políticas de desenvolvimento para o país, em sectores fundamentais como a justiça, a educação e a saúde, que considera da maior importância para o bem-estar da população timorense", lê-se ainda na nota oficial.
Portugal é o principal parceiro na ajuda ao desenvolvimento de Timor-Leste.
O MNE destaca, por outro lado, que o Governo português "reafirma, mais uma vez, o seu apoio à consolidação e ao aprofundamento da paz, da democracia, dos direitos humanos e do Estado de Direito", reiterando a determinação em "a prosseguir o diálogo com as instituições democráticas de Timor-Leste que visem o progresso e a prosperidade da nação timorense".
A formação do Governo timorense, resultante das eleições legislativas de 30 de Junho, foi marcada por intensas negociações políticas.
A Fretilin, vencedora do escrutínio mas sem maioria absoluta, rejeitou a decisão do Presidente José Ramos-Horta em convidar Xanana Gusmão, que garantiu uma maioria de 37 deputados no parlamento de 65 lugares, por via de uma coligação pós-eleitoral com mais três partidos.
Xanana Gusmão foi empossado quarta-feira no cargo.
Com o anúncio da escolha de Gusmão, alegados apoiantes da Fretilin protagonizaram actos de violência em Díli e Baucau, que destruiram bens públicos e privados e a detenção de mais de 50 pessoas.
Infelizmente essa atitude das autoridades portuguesas causa estranheza e preocupacao.
ResponderEliminarComo e' possivel congratular-se com posse de Xanana, sabendo de antemao que se trata de um "governo" dirigido por um individuo sem escrupulos e que comprovadamente esta na origem de toda esta crise? Um individuo que ha um ano atras provocou a divisao entre os loromonus e os lorosa'es?
Um individuo ganancioso e que utiliza todos os meios mais vis para ter qualquer forma de poder?
Um individuo cujo partido foi repudiado pela maioria do eleitorado e que, apesar de todas as manobras sujas, nem sequer conseguiu a maioria simples? (Todos se lembram que ele nao se cansou de alardear que ia ganhar por 80% de votos).
Como pode o Governo portugues defensor da grande democracia, tomar uma atitude que prejudica os direitos do povo timorense de ter no poder o partido mais votado?
Argumenta-se de que esta escolha foi para "garantir a estabilidade do pais".
Mas quem garantiu as autoridades portuguesas que a estabilidade de Timor-Leste tem que passar pela escolha de Xanana Gusmao? Sera o Governo portugues satisfeito com esta decisao que vai permitir o controlo de Timor-Leste pelos australianos?
Sinceramente, lamentamos...
Afinal, estavam apenas distraidos...e de ferias, sem membro disponivel para nos representar...afinal é Agosto, Timor é longe...uma maçada, enfim.
ResponderEliminarAcho que Portugal teve uma atitude correcta, pois trata-se de um assunto interno timorense e Portugal não deve interferir.
ResponderEliminarA nível de Estados, a relação entre os dois países deve ser sempre boa e há certos princípios de respeito mútuo que devem ser observados. A amizade entre os nossos dois países é algo sólido e perene, que está muito para além das caras ou dos nomes que momentaneamente, bem ou mal, governam Timor-Leste.
Neste aspecto verifica-se uma diferença abissal entre a atitude de Portugal e a da Austrália.
Claro que isto não invalida que Portugal possa usar a sua influência junto dos governantes timorenses, mas sempre com respeito pela soberania do seu país e com o intuito positivo de contribuir para a resolução dos problemas de Timor-Leste. Sobretudo não com objectivos interesseiros, como fazem outros países estrangeiros.
O povo timorense saberá valorizar devidamente essa atitude portuguesa.