Público, 21.08.2007
Soldados de Camberra enxovalharam algumas bandeiras do principal partido político timorense
As tropas australianas incendiaram uma já difícil situação em Timor-Leste, quando no sábado três soldados arrancaram na aldeia de Bercoli bandeiras da Fretilin e fizeram menção de as utilizar como papel higiénico, declarou ontem o vice--presidente daquela formação política, Arsénio Bano. Um dos comandantes de Camberra, o brigadeiro John Hutcheson, considerou que a atitude dos seus homens foi imprópria e demonstrou falta de sensibilidade; mas que se tratou de um caso isolado, pelo qual os implicados já apresentaram uma desculpa formal.
"É um incidente muito grave e estou desiludido com as acções destes soldados", disse o oficial, enquanto o secretário-geral da Fretilin, Mari Alkatiri, dizia que "seria melhor as tropas australianas voltarem para casa, se não conseguem ser neutras".
"Vieram para nos ajudar a resolver os nossos problemas, mas acabaram por dar o seu apoio a uma das partes e por combater a outra", comentou o antigo primeiro-ministro Alkatiri, segundo o qual os militares australianos andam desde há algum tempo a intimidar os partidários do grupo político maioritário. Soldados e polícias da Austrália e da Nova Zelândia têm sido muitas vezes acusados de interferir na vida política timorense, colocando-se ao lado de todos aqueles que contestam a Frente Revolucionária que esteve no poder durante os cinco primeiros anos de independência do jovem país agora presidido por José Ramos-Horta.
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